Resumo
O artigo busca relacionar fatores da teoria da estratégia do posicionamento a parâmetros das demonstraçoes contábeis, mais específicamente utiliza-se de medidas contábeis para verificar, de forma geral, a aderência da teoria da estratégia do posicionamento no mercado brasileiro, por meio da relaçâo entre a variável tamanho (proxy para Barreira de Entrada) e o retorno da unidade empresarial. Na pesquisa bibliográfica, a preocupaçâo foi relacionar os conceitos existentes na teoria contábil com os conceitos de estratégia competitiva da escola do posicionamento. Por conseguinte, aplicouse um teste empírico, utilizando inferências estatísticas entre duas médias para verificar a existência de relaçâo positiva entre as variáveis tamanho (Barreiras de Entrada) e o retorno das unidades empresariais no mercado brasileiro, a partir de informaçoes contábeis. Os resultados dos testes demonstram que os retornos das empresas de maior tamanho sâo superiores aos das empresas menores no mercado brasileiro. Esse resultado insere indicativos da relevância da informaçâo contábil, quando relacionada com a estratégia competitiva da escola do posicionamento.
Palavras-chave: teoria estratégica do posicionamento; barreiras de entrada; retorno empresarial; demonstraçoes contábeis; mercado brasileiro.
Abstract
This paper aims to relate factors of the strategy theory from positioning, to the parameters of accounting demonstrations, more specifically, it makes use of accounting criteria to verify, in general terms, whether those theories may be applied to the Brazilian market through the relation between barriers to entry (size) and the managerial return. In this bibliographical research, the main concern was to relate the existing concepts in the accounting theory with the competitive strategy concepts of the positioning theory. Furthermore, an empirical test was applied making use of statistical inferences between two averages to verify the existence of positive relations among the variables, size (barriers to entry) and the managerial return into the Brazilian market, using accounting data. The results of these tests show that the return of the bigger companies is superior to the smaller ones. This result includes indicatives for accounting information relevance when related to the competitive strategy of the positioning theory.
Key words: the strategy theory from positioning; barrie to entry; the managerial return; accounting demonstrations; brazilian market.
Introduçâo
A Teoría da Organizaçâo Industrial é formada por um aparato analítico essencial para a percepçâo das relaçôes entre a unidade empresarial e o mercado, cujo foco está nas influências que a estrutura do mercado causam nas organizaçôes. Byrns e Stone (1996) enfatizaram que as estruturas de mercado determinam quase rigidamente a conduta de cada firma (decisäo de produçâo e comportamento dos preços) que gera um desempenho global da indústria (eficiência e lucratividade). Tal abordagem é denominada de paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho(1).
A essência desse paradigma consiste em relacionar o desempenho de uma empresa no mercado como variável dependente das características do ambiente em que ela está exposta (Porter, 1983). Bain afirmou (como citado em Porter, 1981):
Os principais elementos identificados nesta estrutura como importantes para o desempenho das primeiras pesquisas sobre Organizaçâo Industrial sao as barreiras de entrada, o tamanho e a quantidade da distribuiçâo de firmas, diferenciaçâo de produtos e a flexibilidade da demanda. Outro aspecto importante é a visâo de que a estrutura determina a conduta (estratégia) a qual por sua vez determina o desempenho. Pode-se ignorar a conduta e olhar diretamente para a estrutura da empresa numa tentativa de explicar o desempenho (p. 611).
Michael Porter foi responsável por traduzir os fatores estilizados da organizaçâo industrial para o mundo das empresas, estabelecendo condiçôes para a obtençâo de vantagens competitivas que nada mais sâo do que assimetrias em relaçâo aos concorrentes. As estratégias das empresas podem alterar a especificidade dos ativos (Farina, Azevedo, & Saes, 1999).
A intensidade das forças competitivas determina a habilidade das firmas de ganhar, em média, retornos sobre o investimento acima do custo de capital. A intensidade de cada uma dessas cinco forças é funçâo da estrutura da indústria ou das características económicas e técnicas (Porter, 1983).
Fundamentalmente, o objetivo da Contabilidade é tornar as atividades empresariais compreensíveis, ou seja, o propósito central da Contabilidade é tornar possível aos usuários alcançar um julgamento calculado do sucesso de uma empresa na execuçâo de suas atividades (Chambers, 1966).
O arcabouço teórico da Contabilidade norteia e sustenta as práticas contábeis, focando a utilidade da informaçao. Os procedimentos e práticas racionalmente deduzidos ou testados objetivam: identificar, mensurar e evidenciar a informaçao econômica para decisao e julgamento por parte dos usuários da informaçao.
Philips (1963) afirmou que o arcabouço teórico da Contabilidade é sustentado pelos Postulados Ambientais da Continuidade e da Entidade. De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003), pelo Postulado da Entidade, "a contabilidade é mantida para as Entidades; os sócios ou quotistas destas nao se confundem, para efeito contábil, com aquelas (...)". O Postulado da Continuidade da entidade, em essência, refere-se ao ambiente em que as entidades atuam e à forma com que elas operam nesse mercado. Iudícibus et al. (2003) acrescentaram: "para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário (...)" (p. 55).
A definiçao ideal do objetivo da Contabilidade é fornecer informaçao útil, preditiva e específica para usuários específicos tomarem decisöes. Para tanto sao necessárias algumas normas e procedimentos, como os postulados, princípios e convençôes, a fim de nortear a prática contábil(2).
Este trabalho baseia-se, portanto, em uma relaçao entre duas áreas do conhecimento: estratégia competitiva e informaçôes contábeis, conforme demonstrado, na Figura 1:
A Estratégia(3) Competitiva, segundo Porter (1986), "[... ] preocupa-se em estabelecer uma abordagem para a competiçao de uma unidade empresarial em sua indústria, que seja, ao mesmo tempo, lucrativa e sustentável" (p. 22). Suas pesquisas objetivavam analisar a estrutura de um determinado setor e a capacidade que tem uma unidade empresarial de ser lucrativa e sustentável nesse setor.
De acordo com Iudícibus (2000),
um postulado pode ser definido como uma proposiçâo ou observaçâo de certa realidade que pode ser considerada nao sujeita a verificaçao, ou axiomática. Normalmente, a categoría de postulado, em Contabilidade, abarca uma área de atraçao mais ampla do que a da própria disciplina e relaciona-se com certos aspectos "ambientais" ou que cercam o campo e as condiçôes em que a Contabilidade deve atuar (p. 46).
Segundo Iudícibus et al. (2003),
os postulados ambientais enunciam, solenemente, condiçôes sociais, económicas e institucionais dentro das quais a Contabilidade atua; escapam ao restrito dominio da Contabilidade, para inserir-se no mais amplo feudo da Sociologia Comercial e do Direito, bem como da Economia e outras ciências. Predispôem a Contabilidade no que se segue, a assumir esta ou aquela postura, embora o condicionamento nao seja tao restrito quanto se possa imaginar (p. 53).
Portanto, se os Postulados ambientais sustentam o arcabouço teórico da Contabilidade, influenciando a configuraçao da estrutura e informaçôes contempladas nas demonstraçôes contábeis, entao estas deveriam ser capazes de refletir os aspectos estratégicos da unidade empresarial, visto que a Continuidade empresarial pressupôe lucratividade e sustentabilidade ao longo do tempo. É nesse ponto que os Postulados contábeis guardam relaçôes teóricas com as premissas da escola do Posicionamento.
Porter (1983) afirmou que a intensidade das forças competitivas determinam a habilidade das firmas de ganhar, em média, retornos sobre o investimento acima do custo de capital. A intensidade dessas forças é funçao da estrutura da indústria, ou das características económicas e técnicas da unidade empresarial.
A manifestaçao das forças competitivas é uma funçao da estrutura industrial, ou das características técnicas e económicas subjacentes à indústria. De acordo com Porter (1983),
As cinco forças determinam a rentabilidade da indústria porque influenciam os preços, os custos e os investimentos necessários das empresas em uma industria - os elementos de retorno sobre o investimento. O poder do comprador influencia os preços que as empresas podem cobrar [... ] da mesma forma que a ameaça de substituiçao. O poder dos compradores também pode influenciar os custos e os investimentos, porque compradores poderosos exigem serviços dispendiosos. O poder de negociaçâo dos fornecedores determina os custos das matérias-primas e de outros insumos. A intensidade da rivalidade influencia os preços assim como os custos da concorrência em áreas como fábrica, desenvolvimento de produto, publicidade e força de vendas. A ameaça de entrada coloca um limite nos preços e modula o investimento exigido para deter entrantes (grifo nosso) (p. 174).
Questâo Problema
Dentro desse contexto, a partir de dados contidos nas demonstraçoes contábeis, procurar-se-á, no transcorrer deste trabalho, responder à seguinte questâo: qual a aderência da estratégia competitiva (teoria do posicionamento) no mercado brasileiro no quesito 'barreiras de entrada'? Especificamente, busca-se verificar se existe relaçâo positiva entre tamanho empresarial (barreira de entrada) e o retorno das unidades empresariais listadas no mercado brasileiro.
Objetivos da Pesquisa
Objetivo geral. Como decorrência do problema apresentado, o objetivo geral desta pesquisa consiste em: identificar se os conceitos da teoria do posicionamento sâo aderentes ao mercado brasileiro, no quesito 'barreira de entrada', a partir do estudo da relaçâo entre o tamanho (proxy para barreira de entrada) e o retorno das unidades empresariais no mercado brasileiro.
Formulaçâo da Hipótese
Thompson e Formby (1998) destacaram que a maior parte das indústrias e mercados se caracterizam pela seguinte cadeia de relaçoes de causa e efeito (Figura 2):
As implicaçoes dessa cadeia mostram que o tamanho das empresas tem relaçâo positiva com os retornos empresariais, ou seja, maiores empresas apresentam retornos superiores às empresas de menor tamanho.
Com o objetivo de verificar se tal suposiçao pode ser confirmada no mercado brasileiro, configurou-se a seguinte hipótese: as maiores unidades empresariais possuem em média retornos superiores, comparadas com as unidades empresariais menores, no mercado brasileiro.
Metodologia da Pesquisa
Este trabalho resulta de uma pesquisa exploratória, que busca estabelecer uma relaçao teórica entre conceitos de áreas distintas do campo empresarial, cujo foco se volta para a contribuiçao da capacidade informativa (utilidade) das demonstraçôes contábeis.
A fundamentaçao metodológica foi definida como pesquisa exploratória, assim definida por Beuren (2003):
As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas à formulaçao de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores [...]. Pesquisas exploratórias sao desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visao, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado [...]. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigaçao mais ampla [...]. O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, possível de investigaçao mediante procedimento mais sistematizado (grifos nossos) (p. 80).
De acordo com Marconi e Lakatos (1999), este tipo de pesquisa de base exploratória se define basicamente pela prática da empírica, onde se obtêm freqüentemente descriçôes tanto quantitativas quanto qualitativas do objeto de estudo: ao pesquisador cabe "conceituar as inter-relaçôes das propriedades do fenómeno, fato ou ambiente observado" (p. 87).
Segundo Martins (2000), na pesquisa exploratória trata-se "de abordagem adotada para a busca de maiores informaçôes sobre determinado assunto. Possui um planejamento flexível, e é indicada, quando se tem pouco conhecimento do assunto. Tem a finalidade de formular problemas e hipóteses para estudos posteriores" (p. 30).
Limitaçoes da Pesquisa
As principals limitaçoes deste trabalho estao relacionadas, a seguir.
(1) Características dos dados no mercado. Os dados utilizados para o estudo nâo foram setorizados. O objeto de estudo da escola do posicionamento tem como unidade de estudo o setor. Entretanto a segmentaçâo do mercado em setor torna disponíveis poucos dados para análise, o que também poderia ser uma limitaçâo para o estudo das teorias da estratégia do posicionamento.
(2) Delimitaçâo da pesquisa. O estudo busca estabelecer relaçâo entre a característica tamanho (proxy para barreira de entrada) e o retorno da unidade empresarial. Limita-se, portanto, ao estudo de uma única força. Entretanto, "[...] a característica tamanho garante uma melhor posiçâo da unidade empresarial comparativamente a seus concorrentes, fornecedores e clientes" (Thompson & Formby, 1998, p. 170).
(3) Diferenciaçâo entre os conceitos lucro contábil e lucro económico. Relacionar as teorias do posicionamento (fundamentaçôes em teorias económicas e administrativas), com as métricas das demonstraçôes contábeis, gera uma limitaçâo a partir de conceitos distintos sobre os resultados empresariais(4).
Contudo tais limitaçôes nâo eliminam a possibilidade da obtençâo de certas evidências úteis como subsídio para futuras pesquisas. Empregando tal metodologia em setores específicos, com amostras significativas, podem-se obter maiores aderências à teoria do posicionamento e estabelecer relaçâo destas com as medidas contábeis no mercado brasileiro.
Relacionando as Demonstraçôes Contábeis com a Estrategia C ompetitiva
A Contabilidade é uma linguagem que expressa as relaçôes patrimoniais no ambiente empresarial, configurando-se em um instrumento para a eficiência na alocaçâo de recursos; daí a sua importância numa economia de mercado. Sem a informaçâo apropriada, o risco aumenta e, devido ao custo de capital, há um reflexo nos preços (Limeira, 2004). Portanto a utilidade da informaçâo contábil está vinculada ao suporte para a efetivaçâo de contratos e para a comprovaçâo das relaçôes estabelecidas, sendo fundamental para o controle das atividades económicas e para avaliaçâo de desempenho. Assaf Neto (2002) comentou que
[...] as decisôes financeiras tomadas regularmente por uma empresa se resumem na captaçâo de recursos [...] e na aplicaçâo dos valores levantados. Os montantes determinados por esta decisâo, assim como suas diferentes naturezas, estâo apuradas nos ativos (investimentos) e passivos (financiamentos) contabilizados pela empresa. Sao decisôes que toda empresa toma de maneira contínua e inevitável, definindo sua estabilidade financeira e atratividade económica. [...] um dos aspectos mais importantes de mediçao do desempenho de uma empresa centra-se na comparaçao entre o retorno que os ativos (investimentos) sao capazes de produzir em determinado período e o custo dos recursos alocados para seu financiamento (grifos nossos) (p. 37).
As decisôes na unidade empresarial podem ser observadas na estrutura das demonstraçôes contábeis, que evidenciam as alteraçôes ocorridas nos ativos, lucros e dividendos ao longo dos anos. Neste contexto económico empresarial, Assaf Neto (2002) teceu a seguinte abordagem sobre a unidade empresarial:
[...] a empresa pode ser compreendida como uma unidade tomadora de decisôes económicas (por exemplo: definir a combinaçao ideal de produçao e preço) voltada para a realizaçao do lucro por meio de venda de bens e serviços. [... ] uma preocupaçao essencial do analista deve ser a de conhecer mais detalhadamente a empresa e seu mercado de atuaçao de maneira a melhor avaliar suas decisôes [...]. A análise de balanço torna-se bem mais consistente quando interpretada dentro das características do setor de atividade da empresa (grifos nossos) (p. 44).
As demonstraçôes contábeis traduzem tanto a posiçao de uma empresa num ponto no tempo (demonstraçôes estáticas) quanto suas operaçôes ao longo de um período passado (demonstraçôes dinámicas). Entretanto, o real valor das demonstraçôes contábeis está no fato de que elas podem ser utilizadas para ajudar a prever lucros e dividendos futuros. Do ponto de vista de um investidor, a prospecçao de informaçôes (tendências) futuras é tudo o que a análise das demonstraçôes contábeis objetiva, enquanto, do ponto de vista dos gestores, a análise das demonstraçôes financeiras é útil para ajudar a antecipar condiçôes futuras, além de representar um ponto de partida para planejar medidas que afetarao o curso futuro dos eventos (Brigham, Gapenski, & Ehrhardt, 2001). Essa percepçao de prospecçao da informaçao está baseada no contexto da estrutura empresarial.
A partir das relaçôes dos índices de retorno sobre o investimento, Ronchi (1977) deduziu as seguintes características económico-empresariais que se relacionavam com as medidas de margem e rotaçao: as características tecnológicas do processo realizado pela empresa em exame; e as características económicas gerais e de mercado, nas quais o sistema empresarial está operando.
As características tecnológicas do processo determinam os seguintes elementos:
(a.1) Instalaçoes e maquinário necessário para a produçâo. (a.2) Estoques de matérias-primas, produtos em elaboraçâo e produtos acabados estocados. (a.3) Duraçâo dos ciclos de produçâo; e em conseqûência, também. (a.4) Os valores dos ativos totais (fixos e circulantes) exigidos para a produçâo. (a.5) O volume máximo de produçâo possível de se obter com as instalaçoes consideradas.
As características econômicas e do mercado, por sua vez, determinam os seguintes elementos.
(b.1) Custos unitários das matérias-primas, do trabalho, energia e outros elementos auxiliares necessários para a transformaçâo. (b.2) Preços atribuíveis à produçâo introduzida no mercado, tendo em conta a atitude de concorrência e o potencial dos compradores. (b.3) O custo total da produçâo prevista. (b.4) O valor total das vendas previstas (preço de venda previsto para o volume de produçâo previsto). (b.5) Lucro líquido previsto do período (valor total das vendas previstas menos custo total de produçâo previsto) (p. 35).
Pelos elementos (a.4), (b.4) e (b.5), é possível obter os valores da margem de lucro sobre as vendas (b.5) / (b.4) e da rotaçâo dos ativos (b.4) / (a.4); enfim, calcular a lucratividade global da empresa (b.5) / (a.4).
Portanto, considerando que o desenvolvimento da estratégia competitiva empresarial se confira a partir das ameaças e oportunidades existentes no mercado, em relaçâo à potencialidade gerada pela estrutura empresarial, a composiçâo dos ativos da organizaçâo e sua utilizaçâo poderâo estar refletidos nas demonstraçoes dos resultados empresariais. Considerando, ainda, que a lucratividade empresarial consiste no resultado das políticas e decisoes tomadas, podemos inferir que os índices de lucratividade mostram os efeitos combinados da gestâo dos ativos e da formaçâo de resultados empresariais(5).
Relaçâo entre Barreira de Entrada e o Retorno Empresarial no M ercado B rasileiro
Neste tópico, procurar-se-á investigar a relaçâo entre o tamanho (proxy para Barreiras de Entrada) e seu retorno, a partir de parámetros contidos nas demonstraçoes contábeis. A questâo de pesquisa consiste em identificar: Qual a aderência da estratégia competitiva (teoria do posicionamento) no mercado brasileiro no quesito "barreiras de entrada"? Específicamente, busca-se verificar se existe relaçao positiva entre o tamanho empresarial (barreira de entrada) e o retorno das unidades empresariais listadas no mercado brasileiro.
Byrns e Stone (1996) afirmaram que "as estruturas de mercado determinam quase rigidamente a conduta de cada firma (decisao de produçao e comportamento dos preços); que gera um desempenho global da indústria (eficiência e lucratividade). Tal abordagem é denominada de paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho" (p. 262).
A essência do paradigma da Organizaçao Industrial consiste em relacionar o desempenho de uma empresa no mercado como variável dependente das características do ambiente em que ela está exposta (Porter, 1983).
Bain (como citado em Porter, 1981) complementaram:
Os principais elementos identificados nesta estrutura como importantes para o desempenho das primeiras pesquisas sobre Organizaçao Industrial, sao as barreiras de entrada, o tamanho e a quantidade da distribuiçao de firmas, diferenciaçao de produtos e a flexibilidade da demanda. Um último aspecto importante do Paradigma de Bain/Mason é a visao de que a estrutura determinava a conduta (estratégia), a qual por sua vez, determinava o desempenho. Pode-se ignorar a conduta e olhar diretamente para a estrutura da empresa numa tentativa de explicar o desempenho (grifos nossos) (p. 611).
Hipótese da Pesquisa
Supöe-se, portanto, que o tamanho das empresas tem relaçao positiva com os retornos empresariais, ou seja, maiores empresas apresentam retornos superiores aos das empresas de menor tamanho. Com o objetivo de verificar se tal suposiçao pode ser confirmada no mercado brasileiro, configurou-se a seguinte hipótese: as maiores unidades empresariais possuem retornos superiores, se comparadas às unidades empresariais menores no mercado brasileiro.
Ho.: As maiores unidades empresariais apresentam, em media, retornos superiores (μr) das menores unidades empresariais, no mercado brasileiro.
...
H1: As maiores unidades empresariais nao apresentam, em media, retornos superiores (μr), se comparados com os retornos (μ) das menores unidades brasileiro.
...
Relaçao entre Barreiras de Entrada e o Retorno Empresarial no Mercado Brasileiro Para testar essa hipótese, foram relacionadas as empresas listadas na BOVESPA, no período de 1998 a 2002, e coletados os dados das demonstraçôes contábeis: Total do ativo, Receita de vendas e Retorno sobre o ativo. O Total dos ativos e Receita de vendas foram utilizados como variáveis representativas do tamanho das empresas (proxy para barreira de entrada). empresariais, em media, no mercado
A estatística de teste selecionada consiste na comparaçao das médias dos retornos entre os grupos denominados maiores unidades empresariais e menores unidades empresariais, criados a partir das variáveis contábeis: Total do ativo e Receita de vendas. Enquanto o retorno sobre o ativo será utilizado para verificar a hipótese a ser investigada no trabalho, a comparaçao do retorno entre os dois grupos será feita a partir do teste de inferência entre duas amostras.
Dados e Metodologia de Tratamento
Seleçâo da Amostra e Tratamento dos Dados
A amostra deste trabalho foi extraída do banco de dados da Economática, empresa especializada em informaçôes para o mercado de capitais. Os dados referem-se às empresas que tiveram açôes negociadas na Bolsa de Valores de Sao Paulo, no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2002.
Limitou-se o escopo deste trabalho aos exercícios de 1998 a 2002, devido à disponibilidade de dados, bem como à maior estabilidade económica brasileira após o Plano Real: "A comparaçao entre números influenciados por uma inflaçao de quatro dígitos ao ano e outros com inflaçao em patamares de dois (ou menos) dígitos poderia distorcer em muito os resultados e/ou desviar a atençao dos mesmos" (Santanna, Teixeira, & Louzada, 2003, p. 5).
Foram selecionados dados do Total dos ativos, Receita de vendas e Retornos sobre o ativo das empresas que apresentaram informaçôes em todos os exercícios do período selecionado, calculando-se a média dos referidos períodos.
Após esse procedimento, verificou-se a existência de outliers e adotou-se como critério de corte o método 'trimming', que exclui n observaçôes superiores e inferiores da amostra (Lopes, 2001). Assim foram retiradas as treze observaçôes maiores e menores das amostras.
Estatística Descritiva
Os dados foram listados em ordem crescente de Total de ativo e Receita de vendas, para seleçâo dos grupos caracterizados como 'maiores empresas' e 'menores empresas'. Foi utilizado, também, como critério de separaçâo dos grupos, a mediana e a média e, em seguida, calculou-se a média dos retornos sobre os ativos de cada grupo.
Sâo apresentadas, na Tabela 1, as estatísticas descritivas dos dados.
Verificam-se algumas informaçoes, que podem ser consideradas relevantes, sobre as empresas brasileiras, referentes à característica tamanho. Os dados refletem que, em média, os retornos sobre os ativos das maiores empresas sao superiores aos retornos das empresas menores. Isso ocorre independentemente de se usar o volume de venda ou total de ativos como variáveis do tamanho da empresa e, ainda, média ou mediana como critério de segregaçao dos grupos de empresas.
O desvio padrao do Total dos ativos e Receita de vendas é superior no grupo das grandes empresas, demonstrando que tais variáveis estao mais dispersas no grupo das grandes empresas e mais concentradas no grupo das pequenas empresas, enquanto a medida de retorno apresenta uma maior dispersao nos dados no grupo das pequenas empresas.
Teste de Normalidade dos Dados
Para o teste de normalidade(6), definiu-se como hipótese nula que as variáveis de teste - total do ativo, receita de vendas e retorno sobre o ativo - apresentavam distribuiçâo normal. Após os testes, os seguintes resultados foram obtidos:
Teste das Variáveis Tamanho
Os gráficos da distribuiçâo dos dados Receita de venda e Total dos ativos apresentam uma assimetria para a esquerda (negativamente assimétrica) (Gráfico 1). Portanto, a mediana dos dados encontra-se à direita da média, o que é confirmado pelo teste de normalidade (Tabela 2).
O teste de Kolmogorov-Smirnov rejeitou a hipótese de que as variáveis ativo total e volume de vendas seguem distribuiçâo normal (sig. < 0,005). Portanto, a partir dessa constataçâo, assume-se como critério para a formaçâo dos grupos de teste a mediana e a média(7).
Teste da Variável Retorno
Os gráficos a seguir (Gráfico 2) representam os dados da amostra completa, com 223 informaçoes (esquerda), depois de retirados os 26 dados (direita) considerados outliers. Foram trabalhados 197 dados, que apresentaram uma aproximaçâo à normalidade após esse procedimento (Tabela 3).
Após a eliminaçâo de outliers da amostra, os dados de retornos sobre os ativos apresentaram aproximaçâo à distribuiçâo normal, comprovada estatisticamente (sig. 0,23) ao nível de significância de 5%.
Testou-se a normalidade dos retornos para os dados agrupados (grupos: maiores e menores empresas). Conforme disposto na Tabela 4:
O teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, para verificar se os dados apresentam distribuiçâo normal (Ho), demonstra que os grupos, subdivididos pelas médias e medianas, seguem distribuiçâo aproximadamente normal ao nível de 5%.
Outra suposiçâo para uso do teste de diferença entre médias de grupos diferentes é a independência entre si. Dado que os valores do grupo das empresas maiores e os valores dos grupos menores empresas nâo agem com influência um do outro, pode-se, entâo, utilizar o teste t para amostras independentes.
Resultados Empíricos
O teste F procura evidência de que as variâncias entre dois grupos sao iguais ou nao. A partir dessa constataçao, é possível selecionar o teste t (para diferença ou igualdade de variâncias), cuja aplicaçao consiste em verificar a hipótese formulada para as médias entre os grupos: maiores e menores unidades empresariais.
Conforme se observa na Tabela 5, o teste F rejeitou a hipótese (Ho) de igualdade entre as variâncias dos grupos. Utilizou-se, portanto, o teste t para variâncias diferentes, para testar se a média do retorno do grupo de 'maiores empresas' é superior à média do retorno do grupo 'menores empresas' (Tabela 6).
Os resultados no teste de médias indicam que se pode aceitar a hipótese deste trabalho (Ho), dado que a característica tamanho empresarial está positivamente relacionada com o retorno das unidades empresariais no mercado brasileiro.
Os testes demonstraram que os retornos sobre o ativo dos grupos de maiores unidades empresarias possuíam retornos superiores às menores empresas do mercado brasileiro, isso independentemente da variável contábil utilizada como tamanho (total do ativo ou receita de vendas). Portanto, a força 'Barreira de Entrada' da teoria da estratégia do posicionamento, está positivamente relacionada com os retornos das unidades empresariais, quando monitoradas a partir de dados das demonstraçôes contábeis no mercado brasileiro.
Conclusôes e Sugestôes para Futuras Pesquisas
O estudo da relaçâo entre barreiras de entrada e o retorno empresarial no mercado brasileiro, a partir de dados das demonstraçôes contábeis, busca identificar se os conceitos da teoria do posicionamento sâo aderentes ao mercado brasileiro, no quesito 'barreira de entrada', a partir da relaçâo entre o tamanho (proxy para barreira de entrada) e o retorno das unidades empresariais.
Para aplicar os testes, foram utilizadas informaçôes das demonstraçôes contábeis. Para o tamanho empresarial, utilizaram-se as variáveis Ativo total e a Receita de venda; e, para o retorno empresarial, utilizou-se a variável Lucro líquido sobre o Ativo (retorno contábil). Essas variáveis relacionadas dâo indicativos contábeis do retorno empresarial e seus desdobramentos fornecem indicativos para o monitoramento da vantagem competitiva empresarial.
Relacionar parámetros contábeis com as teorias da estratégia é possível, à medida que é percebido que o objetivo da escola do posicionamento é analisar uma indústria, utilizando-se como parámetro de posicionamento competitivo a rentabilidade empresarial, considerando ainda que, para uma unidade empresarial alcançar tais retornos superiores, depende de suas características internas - características tecnológicas (ativos) e características económicas (vendas) para competir em seu mercado (rentabilidade: medida de posicionamento).
Os resultados da pesquisa indicam que, em média, existe relaçâo positiva entre o tamanho (barreira de entrada) e o retorno da unidade empresarial no mercado brasileiro.
Tal constataçâo tem sustentaçâo no arcabouço teórico pesquisado, visto que o tamanho da unidade empresarial garante à firma uma posiçâo de mercado mais forte e segura, em comparaçâo com seus competidores, fornecedores e clientes. Na medida em que a firma pode ganhar ou controlar seus concorrentes, tem maior espaço de manobra e mais influência sobre decisôes do setor(8).
Contudo, objetivamente, a característica tamanho para a unidade empresarial é considerada importante nao só por estar no topo ou próximo dele, em termos de participaçao de mercado, mas por refletir a capacidade da firma de competir eficientemente e de se beneficiar das economias de escala. Entretanto, "[... ] nao está claro que a obtençao de uma maior participaçao de mercado provoca necessariamente uma maior lucratividade e uma posiçao competitiva mais forte" (Burnard & Welsch, 1958; Bloom & Kloter, 1975 como citado em Thompson & Formby, 1998; Kaplan, Dirlam, & Lanzilotti, 1958).
No desenvolvimento das pesquisas, foram observados alguns pontos considerados relevantes para trabalhos subseqüentes:
. realizar estudo da relaçao entre as demais forças (da estratégia competitiva) e o retorno empresarial e sua aderência no mercado brasileiro, a partir de dados das demonstraçoes contábeis, abordando a inter-relaçao entre as forças;
. aplicar o estudo das teorías do posicionamento, setorizando os mercados brasileiros, identificando em quais setores essa análise é relevante para explicar a rentabilidade;
. aplicar o estudo das teorias do posicionamento no mercado brasileiro, agrupado em setores da 'nova' e 'velha' economia, identificando onde a análise é relevante para explicar a rentabilidade;
. testar a relevância das variáveis contábeis, margem de lucro e giro do ativo; identificando em que setores a vantagem de custo ou a diferenciaçào dos produtos sao pontos mais significativos para explicar o retorno.
Artigo recebido em 13.12.2005. Aprovado em 26.05.2006.
Notas
1 Composta por duas abordagens: a tradicional que se preocupa com a análise da indústria por meio do estudo dos componentes: Estrutura, Conduta e Desempenho e suas relaçoes, mas ignora a influência da variável estratégica na estrutura da indústria. A nova abordagem traz a percepçao do efeito de feedback no modelo Estrutura-Conduta-Desempenho, que passa a considerar: as açoes integradas dos negócios, as diferenças na qualidade de informaçao e a estratégia das organizaçoes, contribuindo para que o modelo absorva características dinâmicas.
2 De acordo com Iudícibus et al. (2003), "certos conceitos sao constataçoes sobre o ambiente (cenário) em que a Contabilidade atua e constituem a razao de ser de vários outros conceitos que se seguem" (Por exemplo, os Postulados Ambientais da Entidade e da Continuidade). "Outros, na verdade, complementam, explicam, delimitam e restringem a aplicaçao dos demais; daí serem de uma hierarquia menor", como, por exemplo, os Princípios Propriamente Ditos e as Convençoes. "Os princípios propriamente ditos representam a resposta da disciplina contábil aos postulados, uma verdadeira postura filosófica e também prática diante do que antes apenas contemplávamos e admitíamos (os postulados). Os princípios (... ) delimitam como a profissao irá, em largos traços, posicionar-se diante da realidade social, económica e institucional admitida pelos Postulados. Já as convençôes ou restriçôes, como a própria denominaçao indica, representam, dentro do direcionamento geral dos Princípios, certos condicionamentos de aplicaçao, numa ou noutra situaçao prática" (p. 53).
3 Mintzberg, H. (2000). Safári de estratégia. Porto Alegre: Bookman, fez um estudo das escolas da estratégia, identificando suas principais formulaçôes e estágios. Esse trabalho adotou a Escola do Posicionamento, que tem por objetivo analisar a estrutura do mercado e posicionar a unidade empresarial.
4 O lucro contábil geralmente significa as receitas totais menos os custos incorridos; logo, lucro contábil é um conceito ex post, baseado em transaçôes passadas e nos fatos históricos, enquanto o lucro económico significa a receita total menos todos os custos - nao só despesas efetivamente incorridas pela firma, mas também uma previsao de retorno normal sobre o capital (Thompson & Formby, 1998).
5 Tais conclusôes fundamentam-se também nas observaçôes de Christensen, Andrews e Bower (como citado em Porter, 1986), que afirmaram: "[... ] os pontos fortes e os pontos fracos da empresa podem ser caracterizados pelo perfil de ativos e as qualificaçôes em relaçao à concorrência, composto por: recursos financeiros, postura tecnológica, identificaçao da marca, e assim por diante; [... ] os valores pessoais de uma organizaçao sao as motivaçôes e as necessidades dos seus principais executivos e de outras pessoas responsáveis pela implementaçao da estratégia escolhida; [... ] as ameaças e as oportunidades da indústria definem o meio competitivo, com seus riscos conseqüentes e recompensas potenciais [...]" (p. 17). Também fundamentadas nas observaçôes de Porter (1983), quando afirma que a intensidade dessas forças determina a habilidade das firmas de ganhar, em média, retornos sobre o investimento acima do custo de capital. A intensidade de cada uma dessas cinco forças é funçao da estrutura da indústria, ou das características económicas e técnicas de uma indústria, ou seja, se a estrutura da indústria estiver constituída por uma concorrência hostil, suas margens tendem a ser mais baixas; por outro lado, se a estrutura tiver uma competiçao branda por preço, em média os retornos serao mais altos. A estratégia consiste em fazer com que uma unidade empresarial supere o retorno sobre o investimento médio da indústria em que está inserta.
6 Kolmogorov-Smirnov-Z.
7 Apresenta sensibilidade à presença de valores extremos.
8 "Outro ponto a se observar, nao existe outra medida de sucesso empresarial que tenha maior aceitaçao do que o crescimento em longo prazo (ou seja, crescimento nas vendas, crescimento na produçao e crescimento nos lucros)" (Thompson & Formby, 1998, p. 170).
Referências Bibliográficas
Assaf Neto, A. (2002).
Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro, comércio e serviços industriais, bancos comerciais e múltiplos (7a ed.). Sao Paulo: Atlas.
Beuren, I. (2003).
Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. Sao Paulo: Atlas.
Brigham, E., Gapenski, L., & Ehrhardt, M. (2001).
Administraçao financeira: teoria e prática. Sâo Paulo: Atlas.
Burnard, H. S., & Welsch, G. A. (1958).
Business budgeting. New York: Controllership foundation.
Byrns, R., & Stone, G., Jr. (1996).
Microeconomia. Sâo Paulo: Makron Books.
Chambers, R. (1966).
Accounting, evaluation and economic behavior. Texas: Scholars Book.
Farina, E., Azevedo, P., & Saes, M. (1999).
Competitividade: mercado, estado e organizaçoes. Sâo Paulo: Singular.
Financial Accounting Standards Boards - FASB (1980).
Statement of financial accounting concepts n. 2: qualitative characteristics of accounting information. Norwalk, Co: Author.
Iudícibus, S. (2000).
Teoria da contabilidade (6a ed.). Sâo Paulo: Atlas.
Iudícibus, S., Martins, E., & Gelbcke, E. R. (2003).
Manual de contabilidade das sociedades por açoes (6a ed.). Sâo Paulo: Atlas.
Kaplan, A. D. H., Dirlam, J. B., & Lanzilotti, R. F. (1958).
Princing in big business: a case approach. Washington, D. C.: The Brookings Institution.
Limeira, A. (2004).
Contabilidade para executivos (3a ed.). Rio de Janeiro: FGV.
Lopes, A. (2001).
A relevância da informaçao contábil para o mercado de capitais: modelo de Ohlson aplicado à BOVESPA. Tese de doutorado, Faculdade de Economia, Administraçâo e Contabilidade da Universidade de Sâo Paulo, SP, Brasil.
Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (1999).
Técnicas de pesquisa (4a ed.). Sâo Paulo: Atlas.
Martins, G. (2000).
Manual para elaboraçao de monografías e dissertaçoes (2a ed.). Sâo Paulo: Atlas.
Philips, E. (1963).
The revolution in accounting theory. The Accounting Review, 38(4), 696-708. Recuperado em 16 novembro, 2002, de http://www.jstor.org/ journals/ aom.html
Porter, M. (1981).
The contributions of industrial organization to strategic management. The Academy of Management Review, 6(4), 609-620. Recuperado em 12 novembro, 2002, de http:// www.jstor.org/journals/aom.html
Porter, M. (1983).
Industrial organization and the evolution of concepts for strategic planning: the new learning. Managerial and Decision Economics, 4(3), 172-180. Recuperado em 12 novembro, 2002, de http:// www.jstor.org/journals/aom.html
Porter, M. (1986).
Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência (7a ed.). Rio de janeiro: Campus.
Ronchi, L. (1977).
Controladoria financeira (3a ed.). Sao Paulo: Atlas.
Santanna, D., Teixeira, A., & Louzada, L. (2003).
A relaçao entre market-to-book equity e lucros anormais no mercado de capitais no Brasil. Anais do Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduaçao em Administraçao, Atibaia, SP, Brasil, 27.
Thompson, A., & Formby, J. P. (1998).
Microeconomia da firma: teoria e prática. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil.
Luiz Cláudio Louzada
Flávia Zóboli Dalmácio
Dimitri Pinheiro de Sant'Anna
Aridelmo José Campanharo Teixeira
ARIDELMO JOSÉ CAMPANHARO TEIXEIRA
Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administraçâo e Contabilidade da Universidade de Sâo Paulo (FEA/USP), Diretor-Presidente e Professor da Fundaçâo Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economía e Finanças (FUCAPE). Suas áreas de interesse em pesquisa sâo avaliaçâo de ativos, qualidade dos lucros, accruals, legislaçâo societária e conservadorismo.
Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1358, Goiabeiras, Vitória/ES, 29075-010.
E-mail: [email protected]
DIMITRI PINHEIRO DE SANT'ANNA
Mestre em Ciências Contábeis pela Fundaçâo Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE). Consultor de Controladoria da ArcelorMittal Tubarâo. Suas áreas de interesse em pesquisa sâo controladoria, contabilidade de custos, finanças, avaliaçâo de empresas, mercado de capitais, logística, estratégia e pesquisa operacional.
Endereço: Rua Alda Siqueira Mota, 129, apto. 51, Ed. Alpha, Praia da Costa, Vila Velha/ES, 29100-440.
E-mail: [email protected]
FLÁVIA ZÓBOLI DALMÁCIO
Doutoranda em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de Sâo Paulo (FEA/USP). Professora e Pesquisadora da Fundaçâo Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE). Suas áreas de interesse em pesquisa sâo governança corporativa, finanças, avaliaçâo de empresas, mercado de capitais, controladoria e teoria de agência.
Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1358, Goiabeiras, Vitória/ES, 29075-010.
E-mail: [email protected] / [email protected]
LUIZ CLÁUDIO LOUZADA
Mestre em Ciências Contábeis pela Fundaçâo Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE). Professor e Pesquisador da Fundaçâo Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economía e Finanças (FUCAPE). Suas áreas de interesse em pesquisa sâo controladoria, contabilidade gerencial e estratégia.
Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1358, Goiabeiras, Vitória/ES, 29075-010.
E-mail: [email protected]
You have requested "on-the-fly" machine translation of selected content from our databases. This functionality is provided solely for your convenience and is in no way intended to replace human translation. Show full disclaimer
Neither ProQuest nor its licensors make any representations or warranties with respect to the translations. The translations are automatically generated "AS IS" and "AS AVAILABLE" and are not retained in our systems. PROQUEST AND ITS LICENSORS SPECIFICALLY DISCLAIM ANY AND ALL EXPRESS OR IMPLIED WARRANTIES, INCLUDING WITHOUT LIMITATION, ANY WARRANTIES FOR AVAILABILITY, ACCURACY, TIMELINESS, COMPLETENESS, NON-INFRINGMENT, MERCHANTABILITY OR FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. Your use of the translations is subject to all use restrictions contained in your Electronic Products License Agreement and by using the translation functionality you agree to forgo any and all claims against ProQuest or its licensors for your use of the translation functionality and any output derived there from. Hide full disclaimer
Copyright Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração 2007
Abstract
The article seeks to relate factors of the theory of strategy positioning the parameters of the financial statements, more specifically, it makes use of accounting criteria to verify, in general terms, whether those theories may be applied to the Brazilian market through the relation between barriers to entry (size) and the managerial return. In this bibliographical research, the main concern was to relate the existing concepts in the accounting theory with the competitive strategy concepts of the positioning theory. Furthermore, an empirical test was applied making use of statistical inferences between two averages to verify the existence of positive relations among the variables, size (barriers to entry) and the managerial return into the Brazilian market, using accounting data. The results of these tests show that the return of the bigger companies is superior to the smaller ones. This result includes indicatives for accounting information relevance when related to the competitive strategy of the positioning theory.
You have requested "on-the-fly" machine translation of selected content from our databases. This functionality is provided solely for your convenience and is in no way intended to replace human translation. Show full disclaimer
Neither ProQuest nor its licensors make any representations or warranties with respect to the translations. The translations are automatically generated "AS IS" and "AS AVAILABLE" and are not retained in our systems. PROQUEST AND ITS LICENSORS SPECIFICALLY DISCLAIM ANY AND ALL EXPRESS OR IMPLIED WARRANTIES, INCLUDING WITHOUT LIMITATION, ANY WARRANTIES FOR AVAILABILITY, ACCURACY, TIMELINESS, COMPLETENESS, NON-INFRINGMENT, MERCHANTABILITY OR FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. Your use of the translations is subject to all use restrictions contained in your Electronic Products License Agreement and by using the translation functionality you agree to forgo any and all claims against ProQuest or its licensors for your use of the translation functionality and any output derived there from. Hide full disclaimer