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Quem manda no mundo? de Noam Chomsky Sâo Paulo: Planeta, 2017. 400 p.
Avram Noam Chomsky nasceu em 1928, na Filadelfia, Pensilvânia. É professor emérito de Lingüística e Filosofia do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e reconhecido como um dos mais proeminentes intelectuais da atualidade, sendo notoria, também, sua posiçao política de esquerda e sua crítica radical a maneira como os EUA definem e impôem seus interesses dentro e fora de suas fronteiras. Esse cientista e intelectual, que se descreve como um socialista libertario, é autor, no campo da linguística moderna e da política, de vasta obra traduzida no mundo todo.
No livro em referencia, Chomsky apresenta um conjunto de problemáticas que se estende de Israel-Palestina, Ira, América Latina, África a organizaçao económica, "guerra ao terror", entre tantas outras, para, ao longo de vinte e tres capítulos e um posfácio sobre a eleiçao de Donald Trump e a ascensao dos partidos ultranacionalistas na Europa, discutir a questao de quem comanda o mundo. Com clareza e diversos exemplos, promove a reflexao sobre como os "mestres da humanidade" procedem para realizar essa conquista e exercer essa liderança. Reflete também sobre os tristes resultados desse empenho e sobre as oportunidades e responsabilidades que temos para, quem sabe, sobrepujar o poder dos negócios e a doutrina nacionalista, de modo a manter-nos "vivos e aptos a viver".
Ao discorrer sobre a responsabilidade dos intelectuais, rememora historias como a eleiçao de Jean-Bertrand Aristide, no Haiti, o golpe militar que o depós, seu sequestro após ser reeleito e a vexatória eleiçao de 2010-2011 realizada nesse país; o terror e a tortura na Colómbia, sob o pretexto de combate as drogas, e, entre outros terríveis crimes patrocinados pelos Estados Unidos, o 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo democrático de Salvador Allende no Chile e resultou na destruiçao eco- nômica desse país andino provocando, por meio de tortura e sequestro, muito mais mortes que o 11 de setembro que "mudou o mundo".
Chomsky adverte que, a princípio, a responsabilidade dos intelectuais é de ordem moral, ou seja, cabe-lhes, por serem notoriamente privilegiados, denunciar crimes e contribuir para aplacar seus efeitos danosos. No entanto, nos primeiros relatos presentes neste livro, ilustra a existencia de dois tipos de intelectuais: os orientados por causas...