RESUMO
O objetivo do presente estudo foi avaliar a relaçao entre flexibilidade e a força das articulaçoes do quadril, joelho e tornozelo de praticantes do CrossFit®. Foram investigados 16 individuos de ambos os sexos que praticam CrossFit® em dois boxes sediados na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. Pôde-se observar que 18,75% da amostra total teve classificaçao referente a flexibilidade apresentada como pequena. A pesquisa verificou e identificou que, uma boa flexibilidade influencia no desempenho da força máxima nos praticantes de CrossFit® do grupo amostral.
Palavras-chave: exercício, força muscular, exercicios de alongamento muscular.
ABSTRACT
The aim of the present study was to evaluate the relationship between flexibility and strength of the hip, knee and ankle joints of CrossFit® practitioners. We investigated 16 individuals of both sexes who practice CrossFit® in two boxes located in the city of Fortaleza, in the State of Ceará. It was observed that 18.75% of the total sample had a classification referring to the flexibility presented as small. The research verified and identified that, good flexibility influences the performance of maximum strength in CrossFit® practitioners of the sample group.
Keywords: exercise, muscle strength, muscle stretching exercises.
INTRODUÇÂO
Atualmente a busca por uma melhor qualidade de vida vem aumentando, com isso, a procura por inúmeras atividades físicas vem se tornando maior, dentre essas atividades pode-se destacar o CrossFit®, uma modalidade na qual vem crescendo bastante o seu número de adeptos. CrossFit® é uma metodologia moderna de treinamento caracterizado pela prática de exercicios esportivos e funcionais, frequentemente modificados onde sao realizados em alta intensidade (Glassman, 2003). O treinamento utiliza exercicios do levantamento de peso olímpico (LPO) como arranque (snatch) e arremesso (clean & jerk), exercicios fundamentais tais como os agachamentos, levantamentos terra, exercicios ciclicos como corrida, remo, e movimentos ginásticos como paralelas, barras, paradas de mao, e argolas (Tibana, 2015).
A flexibilidade expðe diversas definiçoes. Segundo Heyward (2013), a flexibilidade representa a habilidade de uma articulaçao, em movimentar-se ao longo de uma amplitude de movimento estabelecida. Simao (2014) afirma que, baixos índices de flexibilidade podem estar relacionados a diminuiçao da vascularizaçao local, problemas posturais, lesðes, dentre outros. Simao (2014) acrescenta ainda que, os exercícios de flexibilidade necessitarao ser incluídos a todos os programas de treinamento, principalmente para aqueles em que haja exigencia maior do desempenho esportivo. Diversos métodos clássicos de exercícios para flexibilidade sao amplamente encontrados na literatura para o treinamento desta valencia (Heyward, 2013; Simao, 2014), tais como os métodos balísticos, estáticos, dentre outros.
Diante disso é de extrema importancia que os praticantes ou atletas de CrossFit® possuam um bom nivel de mobilidade e flexibilidade, para realizaçao dos exercícios de força propostos na modalidade. Com isso em funçao da notoriedade e dos possíveis benefícios a saúde que essa atividade acarreta aos seus praticantes, observamos ser pertinente investigar a prática de tal modalidade.
O presente estudo apresentou como objetivo avaliar a relaçao entre a flexibilidade e a força das articulaçoes do quadril, joelho e tornozelo de praticantes do CrossFit® para realizaçao do exercício proposto (levantamento terra/deadlift).
MÉTODO
Com a finalidade de legitimar a pesquisa, todos os devidos cuidados éticos foram considerados e respeitados como bem-estar físico, social e psicológico dos participantes, de acordo com as Resoluçoes Éticas Brasileiras, em especial a Resoluçao 466/2012 do CNS. Todos os participantes concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde foi esclarecido para os mesmos que todas as informaçoes seriam sigilosas e o anonimato do participante preservado.
Este estudo caracteriza-se como descritivo, quantitativo e transversal. A populaçao dessa pesquisa foi constituída por homens e mulheres com idade entre 25 e 30 anos praticantes de CrossFit®. A amostra por conveniencia contou com 16 indivíduos. Apresentou-se como critérios de inclusao indivíduos que praticam o CrossFit® por um tempo superior a 6 meses, e concordaram em realizar os testes propostos pelo pesquisador. E aqueles que apresentaram frequencia semanal inferior a duas vezes e nao assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram excluídos do estudo.
A coleta de dados foi realizada por meio de testes de força, flexibilidade, medida do peso corporal e medida da estatura, para realizaçao do exercício proposto (levantamento terra/deadlift). Para avaliaçao da flexibilidade dos membros inferiores (MMII) cada indivíduo foi submetido a amplitude máxima passiva de 3 movimentos nas articulaçoes do quadril, joelho e tornozelo. Tal método, confere a cada movimento articular um valor de 0 a 4, onde tal valor está relacionado a posiçao atingida em relaçao ao mapa de referencia (Araújo, 2005). Para classificaçao dos níveis de força dos participantes foi aplicado o protocolo indicado por Nascimento & Brandao (2015). E para avaliaçao da força foi utilizado o teste de uma repetiçao máxima (1 RM) onde os participantes deveriam realizar um aquecimento de 5 a 10 repetiçoes do exercício proposto com 40 a 60 % do valor estimado de 1 RM. Após um intervalo de 1 minuto, foram orientados a realizar de 3 a 4 repetiçoes do exercício com 60 a 80% de 1 RM estimado. O peso foi sendo adicionado moderadamente e o executante tentava desta maneira atingir a sua carga máxima (1 RM). Foi seguido este procedimento até que o executante realizasse apenas uma repetiçao, havendo entre as séries um tempo de intervalo de 3 a 5 minutos antes do acréscimo de mais sobrecarga, onde a repetiçao máxima foi alcançada normalmente entre 3 a 5 tentativas, sendo desta forma registrado o valor de 1 RM na última tentativa bem-sucedida. Para a medida do peso corporal utilizou-se uma balança digital da marca GTECH BALGIFW, com capacidade máxima de 150 kg, e resoluçao em 100g. E para a medida da estatura, foi utilizado um estadiômetro portátil da marca Sanny®, com capacidade de mediçao de 115 cm a 210 cm e com resoluçao de 0,1 cm, sendo o resultado expresso em centímetros.
Os dados obtidos através dos testes foram organizados e tabulados pelo Software Microsoft Office Excel 2013, onde após analisados e representados graficamente, foi realizado a discussao dos resultados da pesquisa com base na análise e interpretaçao dos dados.
RESULTADOS
O presente estudo explorou os níveis de flexibilidade e de força muscular em pessoas jovens, saudáveis, e praticantes de CrossFit onde todos apresentavam um tempo mínimo de 6 meses de pratica da modalidade. O gráfico 1 mostra os resultados dos testes realizados na avaliaçao da flexibilidade e da força dos indivíduos do sexo feminino, onde pôde-se observar que os valores equivalentes a flexibilidade. A Figura 1 mostra os resultados dos testes realizados na avaliaçao da flexibilidade e da força dos indivíduos do sexo feminino, onde pôde-se observar que os valores equivalentes a flexibilidade foi de 12,50% (n=1) sendo classificada como pequena, 62,50% (n=5) foram classificadas como média e de 25% (n=2) como grande. Com relaçao a força foi observado que os valores de 37,50% (n=3) e 25% (n=2) correspondem a classificaçao fraca e boa respectivamente, e 37,50% (n = 3) classificou-se como excelente com relaçao aos seus níveis de força.
Na Figura 2 encontra-se os resultados obtidos do sexo masculino, onde 25% (n=2) apresentaram sua flexibilidade classificada como pequena, 62,50% (n=5) atingiram a média da escala do flexiteste e 12,50% (n=1) da amostra tiveram sua flexibilidade classificada como excelente. Os resultados referentes ao índice de força, foi observado que 100% (n=8) dos homens praticantes de CrossFit que participaram do estudo apresentaram seus níveis de força excelente.
A Figura 3 exibe os resultados dos dois grupos, onde foi observado que 18,75% (n=3) da amostra total teve classificaçao referente a flexibilidade apresentada como pequena, 62,5% (n=10) classificada como boa e 18,75% (n=3) tiveram a flexibilidade classificada como excelente. Com relaçao a força 18,75% (n=3) foi classificado como pequena, 12,5% (n = 2) como boa e 68,75% (n=11) do total conseguiram obter uma classificaçao apresentada como excelente para os níveis de força.
DISCUSSAO E CONCLUSOES
Diante dos resultados encontrados, estudos tais como Araújo (2005) e Heyward, (2013) afirmam que, as mulheres apresentam uma tendencia a possuir uma amplitude de movimento maior e mais desenvolvida que os homens. De acordo com Achour Júnior (2009) e Dantas (2005) a flexibilidade pode variar de acordo com a hora do dia, sexo, idade, temperatura, nivel de atividade física, dentre outros.
Em relaçao a força Meneses et al. (2015) afirmam que, os niveis de força de mulheres praticantes de exercício físico podem ser afetadas em decorrencia das diferentes fases do ciclo menstrual, e de mulheres que utilizam anticoncepcional, onde tais fatores podem influenciar no desempenho da força, em detrimento da mesma durante a fase folicular. Simao et al. (2007) afirmam que, o desempenho no exercício físico melhora nas fases intermediarias do ciclo menstrual (2a e 3a) em relaçao a primeira fase, e na quarta fase, a carga mobilizada tende a diminuir, sugerindo assim que o ciclo menstrual pode afetar a capacidade de produzir força. Tais estudos podem justificar os diferentes níveis de força obtidos nas mulheres praticantes de CrossFit da amostra em questăo, já que nao foi colocado em análise em que fase do ciclo menstrual as mesmas se encontravam.
Segundo Fleck e Kraemer (2006), o aumento de massa muscular em mulheres acontece em menor proporçao quando comparado a homens, mesmo que executando um programa de treinamento de força intenso. O aumento de massa muscular depende de diversos fatores tais como relaçao estrogenio/testosterona, predisposiçao genética, dentre outros (Fleck & Kraemer, 2006). Mulheres possuem valores inferiores de força absoluta, tanto em membros inferiores como nos membros superiores, por apresentarem músculos com tamanhos e pesos diferentes dos homens (Salvador et al. 2005).
Carvalho et al. (1998) asseguram que, os níveis de força máxima sao maiores em homens do que nas mulheres sendo umas das causas a razao hormonal. Carvalho et al. (1998) acrescenta ainda que, em relaçao a flexibilidade, os homens possuem de forma geral, menor flexibilidade do que as mulheres. Portanto, segundo Tibana et al. (2016), os treinadores devem determinar o grau de força dos atletas/alunos, optando assim por sessðes de treinamento de força nos praticantes com baixos índices de força muscular. Vale ressaltar que, em alunos/atletas com anos de prática, os níveis de força dos exercícios básicos sao minimizados, por exemplo, um praticante com experiencia na modalidade, pode nao exibir ganhos nos exercícios do levantamento de peso olímpico por meio exclusivamente da ampliaçao na força dos exercícios de agachamento (Cormie, Mcguigan e Newton, 2011). Por outro lado, Tibana et al. (2016) afirmam que, se o programa de treinamento volume/intensidade nao for apropriado de acordo com a individualidade de cada aluno/atleta, os ganhos de força podem ser afetados.
A pesquisa verificou e identificou que, o nivel de flexibilidade parece influenciar no desempenho da força máxima nos praticantes de CrossFit na realizaçao do exercício proposto (levantamento terra/deadlift) do grupo amostral. Observou-se também que as mulheres possuem um nível de flexibilidade maior do que os homens, em contrapartida os homens apresentaram um nível de força maior do que as mesmas. Sugere-se, diante disto, a realizaçao de novos estudos com amostras maiores, e que os integrem como preditores dos critérios aqui tratado.
Agradecimentos:
Nada a declarar
Conflito de Interesses:
Nada a declarar.
Financiamento:
Nada a declarar
REFERENCIAS
Achour Junior, A. (2009). Flexibilidade e Alongamento: Saúde e Bem-Estar. Sao Paulo: Manola.
Araújo, C. G. S. (2005). Flexiteste: um método completo para avaliar a flexibilidade. Sao Paulo: Manole.
Carvalho, A. C G., Paula, K. C., Azevedo, T. M. C., & Nóbrega, A. C. L. (1998). Relaçao entre flexibilidade e força muscular em adultos jovens de ambos os sexos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 4(1), 2-8.
Cormie, P., Mcguigan, M. R., & Newton, R. U. (2011). Developing maximal neuromuscular power: Part 2 - training considerations for improving maximal power production, Sports Medicine, 41 (2), 125-146.
Dantas, E. H. M. (2005). Alongamento e Flexionamento. Rio de Janeiro: Shape.
Fleck, S. J., & Kraemer, W. J. (2006). Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Artmed.
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Nascimento, M. L., & Brandâo, D. C. (2015). Prescriçao de cargas de treinamento baseado no peso corporal e nos dados da avaliaçao física. Revista Brasileira de Prescriçao e Fisiología do Exercício, 9(54), 430-437.
Salvador, E. P., Cyrino, E. S., Gurjao, A. L. D., Dias, R. M. R., Nakamura, F. Y., & Oliveira, A. R. (2005). Comparaçao entre o desempenho motor de homens e mulheres em series múltiplas de exercícios com peso. Revista Brasileira de Medicina do esporte, 11 (5), 257-261.
Simăo, R. (2014). Fisiologia e Prescriçao do Exercício para Grupos Especiais. Sao Paulo: Phorte.
Simao, R., Maior, A. S., Nunes, A. P. L., Monteiro, L., & Chaves, C. P. G. (2007). Variaçoes na Força Muscular de Membros Superior e Inferior nas Diferentes Fases do Ciclo Menstrual. Revista Brasileira Ciencia e Movimento, 15(3), 47-52.
Tibana, R. A., Almeida, L. M., & Prestes, J. (2015). Crossfit® riscos ou benefícios? O que sabemos até o momento? Revista Brasileira Ciencia e Movimento, 23(1), 182-185.
Tibana, R. A., Farias, D. L., Nascimento, D. C., SilvaGrigoletto, M. E., & Prestes, J. (2016). Relaçao da força muscular com o desempenho no levantamento olímpico em praticantes de CrossFit®. Revista Andaluza de Medicina del Deporte, 11 (2), 84-88. doi: 10.1016/j.ramd.2015.11.005
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Abstract
O objetivo do presente estudo foi avaliar a relaçao entre flexibilidade e a força das articulaçoes do quadril, joelho e tornozelo de praticantes do CrossFit®. Foram investigados 16 individuos de ambos os sexos que praticam CrossFit® em dois boxes sediados na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. Pôde-se observar que 18,75% da amostra total teve classificaçao referente a flexibilidade apresentada como pequena. A pesquisa verificou e identificou que, uma boa flexibilidade influencia no desempenho da força máxima nos praticantes de CrossFit® do grupo amostral.