Abstract

Verdade registral, biológica ou socioafetiva, qual prevalece diante de conflito no caso concreto? A partir do direito constitucionalmente assegurado às crianças e adolescentes à prioritária proteção de seus interesses, pergunta-se sobre quais os efeitos da desconsideração da socioafetividade na determinação jurídica da paternidade. Percebeu-se que no discurso Jurídico, em dois recursos distintos, julgados no Superior Tribunal de Justiça em 2015, posições divergentes coexistiram quanto aos critérios de determinação da paternidade. Algumas categorias nortearam a discussão: flexibilidade de alteração dos Registros de Nascimento, vontade e voluntariedade na manutenção do vínculo paterno, provisão de alimentos para sustento do filho, espontaneidade no registro via ‘adoção à brasileira’, ‘traição’ feminina caracterizando o ‘erro’ que autoriza a Negatória de Paternidade, culpabilização da mulher e proteção à honra subjetiva do homem traído. Observou-se o confronto entre interesses incompatíveis: o do homem de desobrigar-se da parentalidade versus o do filho de ter seu status de filiação preservado.

Details

Title
Desconsideração da socioafetividade e desproteção à infância: regulação e discurso jurídico sobre a paternidade
Author
Mariana Sarmento Lira; Luis Felipe Rios do Nascimento
Pages
292-308
Section
Artigos
Publication year
2018
Publication date
2018
Publisher
Universidade Federal da Paraíba, Revista Ártemis
ISSN
23165251
e-ISSN
18078214
Source type
Scholarly Journal
Language of publication
Portuguese
ProQuest document ID
2418930453
Copyright
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