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RESUMO: Este artigo trata do tema da colonialidade e das Clínicas do Trabalho a partir de uma pesquisa realizada junto a professoras da rede pública de educação básica. Aborda-se a questão desde uma perspectiva da Clínica da Atividade, indicando a proposição de um conceito-ferramenta que chamamos de Estilizações Marginais, o qual indica um processo experimentado por pessoas negras em seu ofício em virtude da operação de estratégias da branquitude. Defende-se, neste estudo, a aposta em uma Clínica Antirracista do Trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Clínicas do trabalho; Colonialidade; Racismo; Relações Raciais; Trabalho.
RESUMEN: Este artículo aborda el tema de la Colonialidad y las Clínicas del Trabajo a partir de una investigación realizada con profesores de la red pública de enseñanza básica. La cuestión es abordada desde la perspectiva de la Clínica de la Actividad, indicando la proposición de una herramienta-concepto que denominamos Estilizaciones Marginales, que indica un proceso vivido por las personas negras en su profesión debido a la operación de estrategias de blancura. Defendemos la apuesta por una Clínica del Trabajo Antirracista.
PALABRAS CLAVE: Clínica del trabajo; Colonialidad; Racismo; Relaciones raciales; Trabajo.
ABSTRACT: This article deals with the theme of coloniality and the Work Clinics from a research conducted with teachers of the public basic education system. The issue is approached from the perspective of the Activity Clinic, indicating the proposition of a concept-tool that we call Marginal Stylizations, which indicates a process experienced by black people in their craft due to the operation of whiteness strategies. With this study, we defend the bet on an Antiracist Work Clinic.
KEYWORDS: Work clinics; Coloniality; Racism; Racial relations; Work.
"O que incomoda é ficar apenas para o negro fazer esse debate" (Participante da pesquisa)
Colonialidade e desafios ao campo das clínicas do trabalho
O sistema colonial e a escravização produzem sujeitos marcados pela raça e justificam a exploração dos povos autóctones, caracterizados como corpos sem mundo e sem-terra. O processo de colonização deu um novo desenho aos países, colocando os colonizadores em posição central e os demais (colonizados) à margem, destinadas à exploração (Mbembe, 2017).
Pelas narrativas oficiais, as sociedades democráticas (a dos povos colonizadores) são pacíficas, diferentes das sociedades selvagens (povos colonizados) (Mbembe, 2017). Aos povos colonizados foi negada a humanidade, sendo vistos como os outros -...