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A presente dissertação é fruto de pesquisa e análise crítica do caso concreto, julgado pelos tribunais brasileiros, que resultou em indeferimento do registro de candidatura do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições presidenciais do Brasil no ano de 2018.
O texto foi elaborado com a preocupação de abstrair, o quanto possível, qualquer viés político-partidário ou proselitismo a ideologias políticas de direita ou de esquerda. Portanto, o objetivo foi realizar um estudo científico, isento e desapaixonado dos fatos e do direito aplicado ao caso concreto para concluir se houve violação aos direitos políticos do pretenso candidato e eventual responsabilidade do Estado Brasileiro perante a sociedade internacional. Os capítulos iniciais tratam da parte teórica com a incursão sobre os direitos humanos, os direitos fundamentais, com especial enfoque para os direitos políticos, tanto sob a perspectiva do direito internacional, quanto do direito interno, principalmente no que diz respeito à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, relativamente à incorporação dos tratados e convenções internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro. Nos capítulos que seguem, é realizada a análise crítica dos fundamentos utilizados nos julgamentos da cortes brasileiras, primeiramente, sob a ótica do direito internacional, mais precisamente a prevalência dos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos em matéria de violação aos direitos políticos; a adesão do Brasil ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e a polêmica a respeito de seu Protocolo facultativo; alguns aspectos da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, no que toca aos princípios da boa-fé e pacta sunt servanda; a natureza das manifestações do Comitê de direitos humanos; a teoria da margem de apreciação; o controle de convencionalidade e a interpretação pro homine,na jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e da Corte Europeia de Direitos Humanos. Aborda-se, ainda, a questão sob o enfoque do direito constitucional, com a evolução da jurisprudência brasileira em matéria de direitos humanos, assim como o confronto entre o controle de constitucionalidade do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos ou controle de convencionalidade da lei da ficha limpa. Ao final, apresentamos as conclusões sobre a violação aos direitos políticos do pretenso candidato e suas consequências no cenário dos organismos internacionais.