It appears you don't have support to open PDFs in this web browser. To view this file, Open with your PDF reader
Abstract
Este artigo tem por cartografar as metáforas da doença (Sontag, 1988), que emergem no surgimento de uma enfermidade, a partir dos atores e das narrativas que mais circularam na eclosão da Covid-19, no Brasil. Para isso, coletamos na ferramenta CrowdTangle as palavras “China and Wuhan”, em perfis públicos no Facebook Brasil, de 20 a 29 de janeiro de 2020, período de repercussão da eclosão da doença no Brasil, com primeiros casos surgidos em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Partimos de revisão bibliográfica sobre o medo, afeto comum no surgimento de outras enfermidades. Verificamos que as metáforas da doença (Sontag, 1988) que surgiram em janeiro de 2020 eram as narrativas que apontavam para o surgimento de um vírus misterioso, o “vírus chinês”, que podia estar correlacionado aos hábitos alimentícios estranhos do país. O sentimento anti-China, já existente anteriormente, foi potencializado na sociedade da plataforma (Van Dijck, Poell, Waal, 2018) e foi fomentado pela imprensa brasileira, principal ator do período.