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Até à atualidade, a última rainha de Portugal D. Amélia de Orléans (1865-1951), nascida princesa de França, manteve-se esquecida por parte da historiografia da arte e, apenas recentemente, despertou maior interesse por parte de biógrafos, primeiro em França e depois em Portugal.
Ao longo dos vinte e quatro anos que viveu em Portugal (1886-1910), a rainha D. Amélia procurou fazer uso da sua função de soberana e do entendimento que tinha das suas funções, numa intensa atividade de beneficência ligada à fundação de hospitais, dispensários, sanatórios e outras instituições de saúde pública.
Todavia, a par da faceta filantrópica social, assegurou ao longo da vida uma atividade e preocupação permanentes em ações mecenáticas em prol da conservação e restauro de monumentos, museus, arqueologia e valorização do património artístico português, ações que continuaria a realizar em França nos anos de exílio.
Menos conhecida é também a artista, quer como pintora apreciadora do desenho de «paisagem ao natural» e do património histórico que reúne em desenhos e aguarelas, organizando um verdadeiro museu de papel, pela recolha e classificação de objetos de arte e arquitetura, essencialmente medievais, quer como fotógrafa.
A sensibilidade artística desta autora revela-nos não só as qualidades plásticas da mesma como um justo posicionamento na história da arte portuguesa de finais do século XIX, princípios do XX.