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A configuração contemporânea da política de ação/assistência social repercute na intervenção do assistente social com famílias, colocando novos desafios à prática profissional. O enfraquecimento das ações do Estado para com o social e o fortalecimento de instituições particulares para responder as refrações da questão social geram consequências para a efetiva proteção social de famílias em situação de vulnerabilidades e riscos. A revisão de literatura permitiu a construção teórica do objeto de estudo e a definição do objetivo geral: sistematizar a prática do assistente social com famílias na política de ação/assistência social em Portugal e no Brasil.
O estudo caracteriza-se por desenvolver uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa, tendo como paradigma a perspectiva interpretativista, pautada na revisão de literatura, análise documental, entrevistas semiestruturadas e questionários. O campo empírico compreende os CAFAP (Portugal) e as Instituições de Acolhimento para crianças e adolescentes (Paraíba/Brasil). Escolha motivada por considerar o CAFAP um serviço diversificado, que trabalha diretamente com as famílias. Por outro lado, as Instituições de Acolhimento têm como foco prioritário o trabalho com família e o processo de reintegração familiar.
Reconhecemos os avanços e as inovações engendradas pelos diversos documentos legais. Contudo, os princípios de parentalidade e convivência familiar desligados da realidade, desobrigam as políticas sociais de responder às refrações da questão social. A intervenção, focada nos problemas e restrita ao núcleo familiar, pode sobrecarregar a responsabilidade das famílias, fortalecendo a perspectiva familista da política. Constatamos que o assistente social pode ser promotor de uma intervenção pautada na perspectiva da cidadania, da participação e do direito à proteção, no fortalecimento de um trabalho interdisciplinar, conforme as diferentes competências e disciplinas.