RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar eventuais relacöes existentes entre a pratica desportiva de estudantes portugueses de uma escola consideradaTerritório Educativode Intervencao Prioritaria eosseus niveis de desenvolvimento positivo dejovensede responsabilidade pessoal e social. Participaram neste estudo 430 alunos, de ambos os sexos (45,6% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos (M= 13,94 e DP = 2,61). Para avaliaro desenvolvimento positivo foi utilizadoo questionario Positive Youth Development, versao portuguesa reduzida PYDp/red e para avaliara responsabilidade pessoal e social foi utilizadoo Questionario de Responsabilidade Pessoal e Social. Os resultados mostra ram que, de uma forma geral, apenas 24,2% dos jovens praticavam desporto com mais regularidade e que, relativamente ao desenvolvimento positivo de jovens, os indivfduos do sexo feminino apresentavam niveis médios mais elevados na dimensao de Cuidado/atencao. Ja no que concerne a dimensao Carater, verificou-se que os jovens dos escalöes mais velhos pareciam apresentar um maior respeito pelas regras, enquanto os do escalao mais novo apresentavam niveis médios mais elevados de Conexao. Constatou-se ainda que a percecao da responsabilidade social era mais elevada do que a da responsabilidade pessoal. Finalmente, foi evidente a existência de uma tendência no sentido de que, quanto mais anos de pratica desportiva e frequência semanal, mais elevados eram os valores de desenvolvimento positivo de jovens e de responsabilidade pessoal e social. PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento positivo; jovens; Portugal; pratica desportiva; responsabilidade pessoal e social..
ABSTRACT
This study aimed to analyze the relationships between the sporting practice of Portuguese students from a school considered a Priority Intervention Educational Territory with their levels of positive youth development and personal and social responsibility. Four hundred and thirty students of bothsexes(45.6%female), aged between 10 and 20 (M= 13.94 and SD = 2.61) participated in this study. To assess Positive Development, was used the PYDp/red questionnaire to assess Personal and Social Responsibility, the PSRQ questionnaire was used. The results showed that only 24.2% of young people practised sports more regularly. Regarding positive youth development, the results showed that female individuals had higher average levels in the Care/attention dimension. Regarding the Character dimension, it was verified that students in older groups seemed to show greater respect for the rules, while the younger ones showed higher average levels of Connection. Also wasfound that the perception of social responsibility was higher than that of personal responsibility. Finally a trend was identified: the more years of sports practice and weekly frequency the higher the positive youth development and personal and social responsibility values. KEYWORDS: positive development; young people; Portugal; sports practice; personal and social responsibility.
INTRODUÇÃO
Contextos de atividade física e de prática desportiva
Neste estudo considerámos a defnição da Carta Europeia do Desporto do Conselho da Europa (2021), recentemente revista, quase 20 anos depois da 1ª versão que foi redigida em 1992. Esta refere que o Desporto é uma forma de atividade física que visa a melhoria da condição física e psíquica, o for-talecimento de relações sociais ou o sucesso em competições em todos os níveis, estimulando o esforço contínuo para a melhoria e consciencialização da importância do exercício físico para o equilíbrio fsiológico e psicológico.
A atividade física é uma construção com múltiplas dimensões ou formas, uma diversidade de atividades estru-turadas e não estruturadas dentro da escola ou fora da escola, local onde as crianças e os jovens brincam, são ativos e gas-tam energia (Weiss & Wiese-Bjornstal, 2009).
No caso concreto deste estudo, os alunos tinham acesso, além da educação física (3 a 4 tempos semanais), também a programas de desenvolvimento de habilidades motoras (e.g., FITescola, Escola Ativa, Escola Comunidade, entre outras modalidades do Desporto Escolar). Todos estes programas fazem parte do programa nacional de educação física ou do desporto escolar.
Segundo Hellison (2011), todos os tipos de atividade física e de prática desportiva anteriormente apresentados são adequados ao desenvolvimento pessoal e social e funda-mentais para motivar os jovens a manterem um estilo de vida fsicamente ativo, o que será sem dúvida benéfco para a sua saúde. Adicionalmente, os autores referiram ser expectável que esta prática traga algo mais aos jovens, nomeadamente melhores relacionamentos com os outros, ou seja, uma melhor integração social.
O desenvolvimento positivo de jovens e a responsabilidade pessoal e social
Na última década do século XX, surgiu um novo paradigma que se designou de Psicologia Positiva que, entre out-ras propostas de mudanças, trouxe uma nova forma de olhar para a educação dos jovens. Em vez de serem vistos como problemas a gerir, acentua-se a ideia de que os jovens sejam encarados como recursos a desenvolver (Damon, 2004). A ênfase será assim essencialmente colocada nos pontos fortes em detrimento dos pontos menos fortes dos indivíduos (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).
As pesquisas relacionadas com as questões do Desenvolvimento Positivo (DP), têm sido intensifcadas neste século parecendo sugerir-se que as artes em geral e o Desporto, em particular, podem desempenhar um papel muito importante no desenvolvimento dos jovens (Almeida et al., 2018; Baptista, 2019; Corte-Real, 2006; Esperança et al., 2016; Jones et al., 2016; Lerner et al., 2014; Martinek & Hellison, 2009; Regueiras, 2012).
Por sua vez, Lerner et al. (2005), salientam a importância de cinco dimensões consideradas essenciais e que designaram como "5C's" (Tabela 1). Estas, constituem os pilares fundamen-tais dos programas de Desenvolvimento Positivo dos jovens e que, quando bem desenvolvidos, segundo os mesmos autores, podem fazer emergir o "6º C" (i.e., contribuição), que consub-stancia a infuência positiva sobre si mesmo, sobre os outros, sobre a sua família, a sua comunidade e a sociedade em geral.
O que Lerner et al. (2009) designaram como "plasticidade" e que prevê a capacidade de os indivíduos possuírem adap-tações sistemáticas ao longo da vida, acentua a importância de se estudar o efeito de práticas específcas em contextos desportivos sobre o Desenvolvimento Positivo nos jovens.
Por outro lado, a Responsabilidade Pessoal e Social (RPS) dos jovens passa por diversas necessidades na fase da adolescência, tais como se relacionarem com os pares, terem um sentimento de pertença no contexto escolar, procurar um ambiente seguro do ponto de vista físico e psicológico, entre outros fatores que podem facilitar experiências positivas de desenvolvimento (Martinek et al., 2006).
Neste sentido, é de extrema importância fazer com que os jovens, de uma forma autónoma, cumpram regras, sejam responsáveis e respeitem o outro ao mesmo tempo que se fazem respeitar. Acreditamos que o desporto se constitui como uma ferramenta indispensável na obtenção destas com-petências sociais e pessoais de cada individuo.
O trabalho na RPS é caraterizado pelo ensino de valores através da atividade física e do desporto tais como caráter, competências para a vida e de responsabilidade (Metzler, 2017; Petitpas et al., 2005).
As escolas dos territórios educativos de intervenção prioritária
A escola de Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP), onde realizámos este estudo, faz parte de um agrupa-mento composto na sua totalidade por 7 escolas com níveis de ensino que vão desde a educação pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico até ao ensino secundário. Está situada numa zona desfavorecida da cidade do Porto, com muitas famílias a viverem em situações instáveis, com empregos precários, com práticas de trabalho atípicas e com um rendimento abaixo do salário mínimo nacional, dependendo de subsídios (e.g., rendimento social de inserção).
Paralelamente, verifcam-se elevados índices de exclusão, quer do sistema educativo, quer do mercado de trabalho (fatores estruturantes no desenvolvimento sustentável de qualquer comunidade). As situações de exclusão social decorrem de um processo mais ou menos avançado de acumulação de ruturas várias: ao nível do trabalho, da habitação, da família e, no geral, ao nível da participação nos modos de vida dominantes, com a consequente interiorização de identidades desvalorizadas. Em grande parte, os alunos vêm deste meio social com todos os problemas anteriormente referidos, bem como de difer-entes etnias, com enfâse para a grande comunidade cigana e de diferentes regiões do mundo (i.e., 11 nacionalidades tais como Portugal, India, Paquistão, China, Angola, Colômbia, Venezuela, Brasil, Gâmbia, Bangladesch e Cabo Verde).
Como referido supra, as atividades físicas e desportivas são propícias à promoção do desenvolvimento físico, psi-cossocial, moral e de competências de vida e cidadania dos jovens (Almeida et al., 2018; Bean & Forneris, 2016; Corte-Real, et al., 2016;). Assim, considera-se pertinente estudar a prevalência da participação dos jovens nas mais varia-das atividades desportivas da escola e fora dela, enquanto espacos socioeducativos de referência e de promocao do Desenvolvimento Positivo dos Jovens.
Com este estudo, pretendemos, assim, lancar um pri-meiro "olhar" sobre a pratica desportiva no contexto desta escola, nas aulas de Educacao Fisica e fora delas, bem como na comunidade/clubes (anos de pratica e frequência sema-nal), analisando diferencas, em funcao das variaveis sexo e idade, e ainda a sua relacao com o DP e a RPS.
Por um lado, assiste-se ao relato diario nas escolas TEIP, nas quais os professores referem a falta de RPS por parte da maioria dos alunos; por outro lado, estudos internacionais (e.g., Baptista, 2019; Gordon & Doyle, 2015), utilizando programas de DP e RPS, apresentam resultados satisfatórios no trabalho desenvolvido com alunos, o que torna ainda mais pertinente proceder a intervencöes com estas carateristicas em escolas portuguesas onde os problemas sao diarios.
MÉTODO
Caraterizagao da amostra
Participaram neste estudo 430 alunos, do 5° ao 12° ano de escolaridade, com idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos (M= 13,94 e DP= 2,61). Destes alunos, 196 sao do sexo feminino (45,6%) e 234 do sexo masculino (54,4%). Foi realizada uma analise do tamanho da amostra a posteriori para a ANOVA, utilizando o software G*Power (versao 3.1.9.6), de acordo com os seguintes parametros: tamanho do efeito f= 0,25; probabilidade de erro a = 0,05; N = 430; numero de grupos = 5. Estas condicöes sugeriram que esta amostra apresenta um poder estatistico de 99%.
Instrumentos e variaveis analisadas
Para avaliar o DPJ foi utilizada a versao portuguesa reduz-ida do Positive Youth Development PYDp/red (Esperanca et al.,2017). O instrumento é composto por 30 itens avaliados através de uma escala de Likert, com base na qual os respon-dentes especificam o nivel de concordancia com o modo que cada afirmacao se aplica a eles próprios, tendo como opcao de resposta quatro possibilidades, de 1 (nada importante) a 4 (muito importante). O valor final apurado em cada um dos cinco fatores (i.e., os 5 Cs) concorre, em igual medida, para o valor final de DPJ. Os itens estao agrupados em cinco dimensöes: Carater (et = 0,829), (6 itens, e.g.,'Ajudar agarantir que todas as pessoas sejam tratadas com justica"); Cuidado e Atencao (et = 0,867), (6 itens, e.g., "Tenho pena das pessoas que nao tenham o que eu tenho"); Conexao (et = 0,727), (6 itens, e.g., "Na minha familia sinto-me ütil e importante"); Confianca (et = 0,820), (6 itens, e.g., "No geral estou contente
comigo mesmo") e Competência (? = 0,842) (6 itens, e.g., "A alguns jovens agrada o tipo de pessoa que são").
Para avaliar a responsabilidade pessoal e social, foi utilizada a versão portuguesa do Questionário de Responsabilidade Pessoal e Social (PSRQ) de Li et al. (2008), desenvolvida por Martins et al. (2015).
Este instrumento integra dois fatores: a responsabilidade pessoal (RP) e a responsabilidade social (RS). A RP inclui 7 itens (? = 0,807), (e.g., "Eu participo em todas as atividades da equipa") e "Eu estabeleço objetivos pessoais"). A RS inclui igualmente 7 itens (? = 0,885), (e.g., "Eu respeito o meu professor" e "Eu ajudo os outros").
Foram ainda consideradas as seguintes variáveis: Sexo, Idade e prática desportiva. De salientar que na variável idade foram constituídos 3 escalões etários, relacionado com os ciclos de escolaridade: Grupo 1 (10 a 12 anos), 2º ciclo; Grupo 2 (13 a 15 anos), 3º ciclo e Grupo 3 (16 ou mais anos), secundário. No que concerne à variável prática desportiva (PD), foram também constituídos diferentes grupos em função dos anos dePD: Grupo I (zero anos de prática); Grupo II (1 a 2 anos de prática); Grupos III (3 a 4 anos) e Grupo IV (5 ou mais anos) e em função da frequência da prática desportiva semanal: Grupo A (0x semana); Grupo B (1 a 2 x / semana); Grupo C (3 a 4 x / semana) e Grupo D (5 ou mais vezes semana).
Recolha de dados
O questionário foi submetido à Direção Geral de Educação com a designação Educação Física e Desporto, Escola e Vida, registado em 06/01/2022 que fcou com o nº 0808000001, tendo sido aprovado. A comissão de ética da FADEUP, aprovou também a aplicação do mesmo (CEFADE, 08 - 2022). Todos os estes procedimentos cumprem a Declaração de Helsínquia e subsequentes revisões.
Por último, após autorização do conselho pedagógico do agrupamento de escolas, foram entregues as autorizações aos encarregados de educação dos alunos envolvidos e realizámos uma sessão de esclarecimento com os coordenadores dos diretores de turma do 2º e 3º ciclo, ensino secundário, ensino profs-sional, turmas do programa integrado de educação e formação e cursos de educação e formação, no sentido de contextualizar a aplicação deste questionário e a uniformização de atuação na aplicação do mesmo em contexto de sala de aula específca para este fm, nomeadamente com equipamento adequado.
Antes de cada aplicação dos questionários, com a duração de 15 minutos para o seu preenchimento, foi explicado aos alunos que a participação era voluntária, que as respostas eram anónimas e que caso tivessem dúvidas deviam perguntar. De modo geral, a recolha de dados decorreu como previsto, com o protocolo acordado a ser respeitado em todos os momentos.
Análises estatísticas
Os procedimentos estatísticos foram efetuados com recurso ao programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) para o Windows 11, versão 27.
A análise preliminar das variáveis em estudo indi-cou que os valores absolutos de assimetria variaram de -1,334 a 0,238, enquanto os valores de curtose variaram de -0,323 a 2,309. Esses resultados estão dentro dos lim-ites de normalidade univariada estabelecidos por Kline (2011), que são de -3 a + 3 para assimetria e de -10 a + 10 para curtose. A análise descritiva foi efetuada a par-tir das medidas descritivas básicas: média, desvio padrão, mínimo e máximo. Nas comparações entre as variáveis nominais, utilizámos o teste do qui quadrado. Aplicou-se, ainda, o teste t para medidas independentes e, quando as variáveis apresentavam mais do que duas categorias, uti-lizou-se a análise de variância (ANOVA) recorrendo ao eta-quadrado parcial (? p2), para determinar o tamanho do efeito com a seguinte interpretação: > 0,26, entre 0,26 e 0,02 e < 0,02 foram considerados como grande, médio e pequeno, respetivamente, (Tullis & Albert, 2008). Além disso, foram utilizados teste post hoc de "Tukey HSD" para identifcar as diferenças entre os grupos de idade e nível de prática desportiva.
O nível de signifcância em todos os testes estatísticos foi fxado em p ? 0,05.
RESULTADOS Prática desportiva
Como referido inicialmente, o objetivo deste estudo foi aferir o DPJ e o RPS dos jovens de uma escola TEIP em função da prática desportiva, do sexo e da idade. No que con-cerne à prática desportiva, constatámos que 35,3% dos alunos apresentavam uma prática situada entre 1 a 2 anos, 19,4% dos alunos apresentavam uma prática situada entre os 3 e os 4 anos e 31% dos alunos apresentavam 5 ou mais anos de prática.
Verifcámos que a maior percentagem das jovens do sexo feminino (39,3%) se situava no grupo 1 relativamente aos anos de prática desportiva (i.e., praticam entre 1 e 2 anos) e que a maior percentagem dos jovens do sexo masculino (32,9%) se situava no grupo 4 (i.e., praticam há 5 ou mais anos). Ainda assim, não foram encontradas diferenças esta-tisticamente signifcativas relativamente aos anos de prática desportiva no que toca à variável sexo.
No que concerne à variável idade, pode constatar-se que os alunos mais velhos (escalão etário 16 ou mais anos) também apresentavam mais anos de prática desportiva. As diferenças destes relativamente aos outros escalões eram mesmo esta-tisticamente signifcativas.
O Quadro 1 apresenta os resultados obtidos na prática desportiva em função do sexo e da idade dos jovens.
Ainda no que toca à prática desportiva, nomeadamente a sua frequência semanal, constatámos que 14,4% dos inquiri-dos situavam-se no grupo A (sem qualquer prática); 38,6% situavam-se no grupo B (1 a 2x); 22,8% situavam-se no grupo C (3 a 4x) e, por fm, 24,2% situavam-se no grupo D (5 ou mais x).
Constatámos ainda que a maior percentagem das jov-ens do sexo feminino (45,6%) se situava no grupo B (1 a 2x por semana) e que a maior percentagem dos jovens do sexo masculino (32,9%) se situava igualmente nesse grupo. Tendencialmente, os elementos do sexo masculino pratica-vam mais vezes por semana do que os elementos do sexo feminino.
Relativamente à idade, verifcámos, igualmente, uma tendência ascendente na frequência da prática semanal.
O Quadro 2 apresenta os resultados obtidos na prática desportiva semanal em função do sexo e da idade dos jovens.
Nesta análise, verifcámos que os alunos do sexo femi-nino praticavam desporto menos vezes por semana (45,6%) ao contrário dos alunos do sexo masculino, que praticavam mais vezes por semana (26,1%). Os alunos mais velhos tinham mais frequência de prática desportiva (28,2%) do que os alunos mais novos (23,9%) e praticavam menos vezes por semana (41,9%).
Em relação aos dados do Desporto Escolar (DE), por sexo e por idade, das 430 respostas validadas, constatámos que 39,7% dos alunos, nunca praticaram uma modalidade no DE. Destes, 40,7% não pratica atualmente, dos quais 35,9% eram raparigas e 43,5% rapazes. Os jovens que "já praticaram e agora não praticam", representavam 40,3%. Destes, 37,5% eram do sexo feminino e 42,6% do sexo masculino. Além disso, 19,8% dos alunos praticavam pelo menos uma modalidade no DE, dos quais 26,6% eram raparigas e 13,9% rapazes. O escalão etário que mais praticava desporto no DE era o grupo 1 com 29,9%, seguido por 16,9% pelo grupo 2 e com menos pratica o escalão dos 16 ou mais anos com 11,9%. No entanto, estes dados não são estatisticamente signifcativos para um p ? 0,05.
Desenvolvimento positivo de jovens
Relativamente às cinco dimensões de DPJ avaliadas, constatámos que os jovens apresentavam valores mais elevados na dimensão Caráter e menos elevados na dimensão Competência.
No que concerne ao sexo, foram verifcadas diferenças estatisticamente signifcativas na dimensão Cuidado/atenção entre os sexos, apresentando o sexo feminino um valor médio (M = 3,49) superior ao do sexo masculino (M = 3,23). De salientar que nas dimensões Caráter e Cuidado/atenção os valores do sexo feminino são superiores aos do sexo masculino. Por sua vez, nas dimensões Confança e Competência veri-fca-se o oposto relativamente ao sexo.
Já no que diz respeito ao escalão etário, verifcámos que existem diferenças estatisticamente signifcativas nas dimensões Caráter e Conexão. Em geral, quanto mais velhos os alunos, maiores os níveis de Caráter. No que concerne à dimensão Conexão, o escalão mais novo (10 a 12 anos), apresentava níveis médios superiores aos restantes, as diferenças foram verifcadas nos testes post hoc.
Quando realizámos as comparações entre os vários escalões etários, verifcámos que existiam diferenças estatis-ticamente signifcativas na dimensão Caráter entre o grupo etário 1 e 3, bem como, entre os grupos 2 e 3. Relativamente à dimensão Conexão, observámos diferenças, estatistica-mente signifcativas entre os escalões etários, dos 10 aos 12 anos e 13 aos 15 anos.
No que concerne aos anos de prática desportiva, nas dimensões, Caráter e Competência foram encontradas dif-erenças estatisticamente signifcativas, os testes Post Hoc sugerem que, à medida que os anos de PD aumentavam, o valor médio destas dimensões dos alunos, por sua vez tam-bém aumentavam.
O mesmo se verifcou com a prática desportiva semanal, em relação ao Caráter e ao Cuidado, porquanto os resultados são estatisticamente signifcativos, ou seja, quanto maior o número de treinos por semana, maiores os valores médios nessas dimensões os alunos apresentaram.
O Quadro 3 apresenta os resultados obtidos no DP, nos anos de prática desportiva e na frequência de prática desportiva semanal.
Responsabilidade pessoal e social
No que concerne à RPS, constatámos que os jovens apre-sentavam valores médios superiores de responsabilidade social do que de responsabilidade pessoal.
No que concerne ao escalão etário, os teste Post Hoc sugerem que, em média, quanto mais velhos os alunos, mais RPS apresentavam, com os resultados a apresentarem diferenças estatisticamente signifcativas entre os grupos etários.
Na responsabilidade social havia uma ligeira superiori-dade no escalão mais novo, relativamente ao intermédio, mas as diferenças estatísticas também não eram signifcativas.
Relativamente à prática semanal desportiva, pudemos verifcar que quantos mais treinos por semana os alunos realizavam maiores níveis de RPS apresentavam, tendo sido encontradas diferenças, estatisticamente signifcativas, conforme podemos verifcar no Quadro 4.
No que concerne aos anos de prática, foi verifcado que em média quanto mais anos os alunos apresentavam mais RPS manifestavam, com os resultados a apresentarem diferenças estatisticamente signifcativas entre os grupos.
O Quadro 5 apresenta os resultados obtidos dos níveis de RPS, por anos de prática e frequência semanal.
Quando analisámos os níveis médios de RPS e os anos de PD, os testes Post Hoc revelam que existia um aumento pro-porcional, ou seja, quantos mais anos de PD mais os alunos ten-diam a apresentar níveis superiores de RPS. Quando analisámos a relação entre estas duas variáveis RPS e PD semanal, veri-fcámos que as diferenças eram estatisticamente signifcativas.
Na análise que efetuámos, verifcámos uma relação entre os níveis de RPS e a regularidade com que os alunos prat-icavam desporto. Os alunos, com menor regularidade de prática, apresentaram valores médios mais baixos de RPS, do que os que praticaram com mais regularidade. Os alunos que praticaram 5/+ vezes por semana foram os que apresentaram valores médios mais elevados de RPS.
DISCUSSÃO
Este estudo teve como objetivo analisar os hábitos de prática desportiva (dentro e fora da escola), a perceção dos alunos relativamente ao Desenvolvimento Positivo e à
Responsabilidade Pessoal e Social, bem como aferir as diferenças as diferenças em função da idade e do sexo.
Constatámos que apenas 48% praticavam desporto com uma regularidade acima de 3 vezes por semana. Ao analisar a prática desportiva em função do sexo, verifcá-mos que as jovens do sexo feminino praticavam menos vezes por semana do que os jovens do sexo masculino. Estes resultados estão em linha com estudos realizados por Esperança (2005) e Corte-Real (2006), ao constata-rem que os rapazes apresentavam maiores níveis de prática desportiva relativamente às raparigas, que vão ao encon-tro das questões culturais e de igualdade de género, que estão na ordem do dia.
Os resultados relativos à regularidade da PD contrariam as indicações da World Health Organitation (WHO, 2020), ao referir que as crianças e jovens devem realizar prática desportiva diária.
De salientar que, em 2022, a WHO, referia que a pan-demia não apenas paralisou iniciativas como também afetou outras implementações de políticas que ampliaram as desigual-dades no acesso e oportunidades de prática de exercícios para muitas comunidades o que corrobora os baixos resultados de PD do nosso estudo.
Relativamente aos resultados obtidos do DPJ, na dimensão cuidado/atenção as jovens do sexo feminino apresentaram maiores níveis relativamente aos jovens do sexo mascu-lino, o que está em conformidade com o estudo de Graber (2023). Este resultado está de acordo com o conhecimento empírico na medida em que a maturidade no sexo femi-nino, quando adolescentes, é atingida mais cedo do que no sexo masculino. Adicionalmente, segundo Graber (2023) o pico de crescimento dos rapazes ocorre por volta dos 12 aos 16 anos, enquanto nas meninas ocorre por volta dos nove anos e meio (9,5 anos) até aos treze e meio (13,5 anos). Relativamente à dimensão Caráter, pudemos verifcar que os escalões mais velhos parecem apresentar um maior res-peito pelas regras, comparativamente com os escalões mais novos. No entanto o escalão mais novo (10-12 anos), apre-sentava níveis médios mais altos de Conexão comparati-vamente com o escalão seguinte mais velho (13-15 anos). No Caráter, os resultados sugerem o contrário, no qual são os mais velhos a apresentar valores mais elevados com-parativamente com os mais novos. Assim, os alunos mais novos apresentavam laços mais positivos com pessoas ou instituições, que se refetem em intercâmbios nos dois sen-tidos, entre o indivíduo e os seus pares, a família, a escola e a comunidade, onde ambas as partes contribuem para a relação (Esperança, 2016).
Por sua vez, relativamente à RPS, os resultados sugerem uma tendência no sentido de que a perceção da RS era con-sistentemente superior relativamente à perceção da RP. Este indicador contraria alguns estudos (e.g., Batista, 2019; Carbonell et al., 2006; Gordon & Doyle, 2015). Sobre este assunto, acreditamos que seria pertinente refetir sobre o modo como se deveria intervir na estrutura da formação de professores para que exista mais RP. Esta poderá ser fomentada através da promoção de um programa específco em que os alunos trabalhem objetivamente a RP.
Desta forma, entendemos pertinente desenvolver estudos de intervenção que levem à promoção dos valores da Responsabilidade Social, não descurando, dada a sua importância, a Responsabilidade Pessoal.
Segundo alguns estudos, uma das caraterísticas mais importante é a intencionalidade, referida na literatura da especialidade como a medida em que as decisões deliberadas são tomadas pelas organizações desportivas, pelos treinadores e professores dentro dessas organizações, para criarem opor-tunidades destinadas a maximizar os resultados do desen-volvimento (Valero-Kerrick, 2015;Walker et al., 2010).
Quando analisámos os anos de PD foram encontradas diferenças estatisticamente signifcativas na perceção de RPS. Quem praticava desporto há mais tempo e com uma maior frequência de prática semanal apresentava níveis de RPS mais elevados. Este parece-nos ser mais um indicador que reforça a importância da promoção de prática desport-iva, sobretudo em crianças e jovens (Aubert et al., 2018). De salientar que a prática regular de educação física nas escolas do primeiro ciclo do ensino básico está longe de ser uma realidade nacional.
Ao analisarem a noção de intencionalidade no tra-balho com crianças e jovens Côté et al. (2014) referiram que esta interfere com ganhos na transferência de com-petências para a vida. Estes, podem ocorrer por meio de processos implícitos e explícitos da tarefa, ou seja, den-tro da abordagem implícita de qualquer desporto, as car-aterísticas inerentes como as regras, a competição, e o clima, são identifcadas como fatores que podem infu-enciar na aprendizagem e transferência de competências para a vida (Bean et al., 2018).
Os nossos resultados relativos à PD confrmam que o desporto pode ser uma ferramenta muito importante para o DPJ e sugerem-nos que o aumento da prática desport-iva é benéfco não só em termos de saúde (física e mental), mas também de DP e de RPS. Estes resultados são semel-hantes aos observados em outros estudos (e.g., Camiré et al., 2012, salientando que a intencionalidade e a qualidade das intervenções nos programas são um fator crucial a ser considerado (Yohalem & Wilson-Ahltrom, 2010).
O National Physical Education Standard 5, que foi desenvolvido a partir do trabalho de Hellison & Martinek (2006), afrma que "o indivíduo fsicamente alfabetizado exibe um comportamento pessoal e social responsável que respeita a si mesmo e aos outros" (Society of Health and Physical Educators America, 2014, p. 4). Este padrão sugere que os resultados de aprendizagem dos alunos e a efcácia instrucional em educação física, devem promover as responsabilidades sociais e pessoais dos alunos. Wright e Irwin (2018) acentuaram que esse padrão "constitui um mandato para os professores de educação física aju-darem os alunos a aprender e praticar um comportamento responsável" (p. 250).
CONCLUSÕES
A realização do presente estudo, permitiu concluir no sentido de a prática desportiva se relacionar positivamente com a responsabilidade pessoal e social. Com efeito, os resul-tados alcançados sugerem que os alunos que mais praticavam desporto e também os que o faziam há mais tempo indicavam índices mais elevados de responsabilidade pessoal e social.
Apesar da contribuição fundamental deste estudo para a compreensão do DPJ e RPS no contexto português, algu-mas limitações poderão ser apontadas. Este estudo utilizou medidas de autorrelato que poderiam ter sido infuenciadas pela desejabilidade social. Deste modo, estudos futuros deverão procurar incluir outro tipo de medidas, por exemplo de heterorrelato, entrevistas, diários, entre outras.
Além disso, parece-nos também fundamental analisar a transferência de competências avaliando quais os valores para a vida que os alunos apreendem com a utilização de um programa de desporto em que o modelo RPS esteja presente. Deste modo, propomos intervenções através da educação física e do Desporto Escolar, onde se utilize um Modelo de DPJ na Educação Física e no Desporto, por forma a aferir se os alunos ao participarem num programa com estas c araterísticas tendem a melhorar os seus comportamentos e atitudes e se colocam em prática nas suas vidas os valores aprendidos.
Com efeito, este estudo destaca a importância da aplicação de um programa em que o modelo RPS esteja incluído, sobretudo em jovens com estas caraterísticas em escolas TEIP portuguesas.
AGRADECIMENTOS
Ao agrupamento de escolas onde decorreu o estudo e aos alunos o meu agradecimento pela colaboracao.
REFERÊNCIAS
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Abstract
Este estudo teve como objetivo analisar eventuais relacöes existentes entre a pratica desportiva de estudantes portugueses de uma escola consideradaTerritório Educativode Intervencao Prioritaria eosseus niveis de desenvolvimento positivo dejovensede responsabilidade pessoal e social. Participaram neste estudo 430 alunos, de ambos os sexos (45,6% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos (M= 13,94 e DP = 2,61). Para avaliaro desenvolvimento positivo foi utilizadoo questionario Positive Youth Development, versao portuguesa reduzida PYDp/red e para avaliara responsabilidade pessoal e social foi utilizadoo Questionario de Responsabilidade Pessoal e Social. Os resultados mostra ram que, de uma forma geral, apenas 24,2% dos jovens praticavam desporto com mais regularidade e que, relativamente ao desenvolvimento positivo de jovens, os indivfduos do sexo feminino apresentavam niveis médios mais elevados na dimensao de Cuidado/atencao. Ja no que concerne a dimensao Carater, verificou-se que os jovens dos escalöes mais velhos pareciam apresentar um maior respeito pelas regras, enquanto os do escalao mais novo apresentavam niveis médios mais elevados de Conexao. Constatou-se ainda que a percecao da responsabilidade social era mais elevada do que a da responsabilidade pessoal. Finalmente, foi evidente a existência de uma tendência no sentido de que, quanto mais anos de pratica desportiva e frequência semanal, mais elevados eram os valores de desenvolvimento positivo de jovens e de responsabilidade pessoal e social.