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Este trabalho tem como objetivo a análise da produção metalúrgica nãopreciosa em Portugal entre os séculos XIII e o início do século XVI, discutindo-se a ideia pré-concebida do Reino enquanto mero importador de produtos metálicos e determinar a aplicabilidade do conceito de “indústria” ao objeto de estudo.
A abordagem adotada será transversal a toda a cadeia operatória, desde a obtenção das matérias-primas até à comercialização de produtos, sem esquecer nenhuma das distintas fases de redução e transformação.
Procurar-se-á compreender a importância desta fileira produtiva na economia e sociedade da época, analisando a sua distribuição geográfica, os modelos de gestão e organização profissional, os custos da produção e as técnicas empregues. Importará também entender o processo de introdução e difusão de novos conceitos e tecnologias, como a utilização da energia hidráulica em contexto metalúrgico, fixando uma cronologia para a sua adoção em Portugal e aferindo o seu impacto. Será também dada relevância ao estudo da mão de obra do setor, abordando-se temas como a aprendizagem e especialização, regulamentação, hierarquias socioprofissionais e a participação de populações minoritárias.
Por último, e sempre que possível, dar-se-á uma vertente comparativa ao estudo, de modo a colocar o caso português no seu contexto peninsular e europeu. Paralelamente, determinar-se-á também que influência fenómenos como introdução da pirobalística ou a expansão ultramarina portuguesa exerceram sobre o setor.