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Lançamentos de Leonardo Fróes e Abel Silva mostram vitalidade da poesia
A prosa poética do baiano Waly Salomão está presente no relançamento do clássico "Armarinho de Miudezas", lançado em 1993, no qual se refere à Bahia e ao Olodum, ao artista Hélio Oiticica, à Semana de Arte Moderna de 22, a Zé Celso Martinez... Lançados pela editora Rocco, os novos livros de poemas de Leonardo Fróes, "Chinês com Sono", e de Abel Silva, "Berro em Surdina", somados a uma reedição ampliada do clássico "Armarinho de Miudezas", de Waly Salomão, apontam para uma tendência de vitalidade na poesia brasileira.
Configuram não só uma inclinação pela experiência, tomada em seus aspectos mais íntimos, mas também pela delicadeza, que assim se torna um método. Sem derramamentos, os poetas oferecem um caminho de volta ao lirismo, que, na poesia atual, costuma ser visto como vício.
"Chinês com Sono", de Fróes, que vem seguido de "Clones do Inglês", é, diz o apresentador Carlos Lima, um livro de assombros. Mas é, também, um livro de assombrações. Não os terrores previsíveis e baratos da literatura gótica e dos best sellers, mas aqueles mais sutis, que se infiltram na existência sem que cheguemos a dar conta disso.
Medos imaginários, que parecem arcaicos e fora do lugar, e que, no entanto, atormentam. Já no primeiro poema, "Língua de Boi", caminhando em terra estranha e cercado de carcaças, o poeta ouve uma voz...