RESUMO
A escolióse é um desvio tridimensional da linha vertical da coluna vertebral, muitas vezes de difícil visualizaçâo e quantificaçâo. Por isso, diversos estudos desenvolveram metodologías para a sua avaliaçâo, mas ainda é incipiente urna discussáo aprofundada, a fim de facilitar a escolha do método. O objetivo dessa revisäo sistemática é verificar a existência de evidéncias científicas sobre os métodos alternativos para avaliaçâo näo invasiva da escolióse. Realizou-se urna busca sistemática ñas bases de dados Scopus, Science Direct e PubMed, com as palavras-chave: Non-invasive Monitoring [OR] Assessing Postural Assessment [OR] Postural Evaluation [OR] Assessing Postural Evaluation Methods [AND] Scoliosis [OR] Spinal Curvatures [OR] Spinal Deformity [OR] Spine Curvatures. Adoptou-se os seguintes critérios de inclusäo: abordar pacientes com escolióse e envolver avaliaçâo postural näo invasiva; e exclusäo: näo descrever o método de avaliaçâo postural, abordar tratamento e näo estar redigidos na lingua inglesa. Foram encontrados inicialmente 200 artigos. Após leitura dos títulos e resumos, 8 artigos foram selecionados e 12 artigos foram incluidos a partir das referencias bibliográficas, totalizando 20 artigos. Desses, 18 estudos foram incluidos por preencher os critérios de qualidade. Os estudos incluidos, em gérai, apresentaram resultados satisfatórios para a avaliaçâo da escolióse, sendo observadas diferenças entre os métodos no tempo de avaliaçâo, custo do sistema, dificuldade técnica e resultados apresentados. No entanto, esses sistemas näo permitem a substituiçâo da radiografía, podendo ser utilizados para a reduçâo da exposiçâo à radiaçâo.
Palavras-chave: escolióse, avaliaçâo, postura, métodos
ABSTRACT
Scoliosis is a three-dimensional deviation of the vertical line of the spine, often difficult to visualize and quantify. Hence, several studies have developed methodologies for its evaluation. Even so, an incipient discussion exists about which one is the most suitable method. The objective of this systematic review is to verify the existence of scientific evidence on alternative methods for noninvasive assessment of scoliosis. It was conducted a systematic search in the databases Scopus, Science Direct and PubMed, with the key-words: Non-invasive Monitoring [OR] Assessing Postural Assessment [OR] Postural Evaluation [OR] Assessing Postural Evaluation Methods [AND] Scoliosis [OR] Spinal Curvatures [OR] Spinal Deformity [OR] Spine Curvatures. Adopting the following inclusion criteria: addressing patients with scoliosis and involve assessment postural noninvasive, and exclusion: not describe the evaluation method used or approach treatment and not be written in English. At the beginning, 200 articles were found. After checking the titles and abstracts, eight articles were selected and 12 articles were included in the bibliographical references (i.e. an overall number of 20 articles). Of these, 18 studies were included in the quality criteria. Overall, the studies showed satisfactory results for the evaluation of scoliosis, being observed differences between the methods in time needed to perform the evaluation, system cost, complexity of the procedures to be carried out and data collected. These systems do not replace X-ray as gold-standard, even though it can be used to reduce the radiation exposure.
Keywords: scoliosis, evaluation, posture, methods
Submetido: 24.07.2012 Aceite: 06.04.2013
A escolióse é o desvio comummente encon- trado no plano frontal, sendo definida como um desvio da linha vertical normal da coluna vertebral, que consiste numa curvatura lateral corn rotaçâo vertebral (Janicki & Alman, 2007). Para o diagnóstico e acompanhamento desse desvio tradicionalmente se utiliza a radiografía (Jefferson, Weisz, Turner-Smith, Harris, & Houghton, 1988), sendo considerada o método padrâo-ouro para a avaliaçâo de des- víos posturais (Mac-Thiong, Pinel-Giroux, de Guise, & Labelle, 2007). Entretanto, a maior preocupaçâo clínica na utilizaçâo desta técnica é que em crianças com escolióse, o acompa- nhamento da evoluçâo da doença é frequente, podendo ser necessária a realizaçâo de exame radiográfico a cada très ou seis meses, acarre- tando elevadas doses indesejáveis de radiaçâo ionizante (Turner-Smith, Harris, Houghton, & Jefferson, 1988). Especialmente se tratando de curvas precoces, o período de acompanha- mento para esses pacientes geralmente é longo e, portanto, torna-se necessário reduzir a expo- siçâo aos raios X, sem prejudicar a avaliaçâo da progressäo da doença e seu tratamento (Weisz, Jefferson, Turner-Smith, Houghton, & Harris, 1988).
Nesse contexto, técnicas näo invasivas para a avaliaçâo das curvaturas da coluna vertebral säo altamente desejáveis (Turner-Smith et al., 1988), urna vez que näo oferecem exposiçâo à radiaçâo ionizante, possibilitam a reduçâo dos efeitos deletérios da utilizaçâo frequente das radiografías e, adicionalmente, apresentam outros méritos comparados à radiografía, como o menor custo e a menor dificuldade técnica (Chen&Lee, 1997).
Por esses motivos, essas técnicas podem ser muito úteis como testes de triagem para esco- lióse, a fim de possibilitar um encaminha- mento médico e diagnóstico precoce, evitando maiores complicaçôes e agravamentos clínicos. Além disso, de posse das informaçôes forneci- das pelas avaliaçôes posturais näo invasivas é possível realizar aconselhamento de atividades físicas adequadas, contribuindo tanto com os treinadores físicos na prescriçâo das atividades físicas, quanto com os fisioterapeutas, no acompanhamento dos tratamentos, urna vez que favorece o conhecimento da evoluçâo clí- nica de cada caso. Segundo Goldberg, Kaliszer, Moore, Fogarty e Dowling (2001) os métodos näo invasivos de quantificaçâo e análise da deformidade poderiam melhorar a compreen- sâo e avaliaçâo do tratamento, fornecendo informaçôes sobre aspetos importantes na ava- liaçâo da escolióse, como a deformidade visivel do tronco.
Por isso, ao longo do tempo, diversos estu- dos têm dado enfoque ao desenvolvimento de metodologías para a realizaçâo da avaliaçâo postural de forma näo invasiva e, por essa razäo, atualmente encontra-se na literatura diferentes metodologías e tecnologías que pos- sibilitam a avaliaçâo da superficie das costas do individuo, com o objetivo de oferecer informa- çôes indiretas sobre o posicionamento da coluna vertebral. Näo obstante, apesar da vasta oferta de instrumentos e metodologías para a avaliaçâo da escolióse, aínda é incipiente urna discussäo aprofundada evidenciando suas van- tagens, limitaçôes, público-alvo e característi- cas dos métodos, com o propósito de facilitar a escolha do método adequado para as diferentes situaçôes clínicas ou na pesquisa científica. Sendo assim, o objetivo desta revisäo sistemá- tica é verificar a existência de evidéncias cien- tíficas sobre os métodos alternativos para ava- liaçâo näo invasiva da escolióse.
MÉTODO
Para responder ao objetivo desse estudo, foi realizada urna busca sistemática de artigos científicos ñas bases de dados Scopus, Science Direct e PubMed. As palavras-chave utilizadas na busca pelos estudos foram: Non-invasive Monitoring [OR] Assessing Postural Assessment [OR] Postural Evaluation [OR] Assessing Postural Evaluation Methods [AND] Scoliosis [OR] Spinal Curvatures [OR] Spinal Deformity [OR] Spine Curvatures. A busca foi realizada no mês de março de 2012, sendo incluidos para análise inicial todos os artigos encontrados na busca. Para integrar a presente revisäo sistemática, os artigos encontrados deveriam preencher os seguintes critérios de inclusâo: a) abordar pacientes com escolióse e b) envolver avaliaçâo postural nâo invasiva. Foram excluidos os artigos que: a) näo descreviam o método de avaliaçâo utilizado para a avaliaçâo postural, b) tinham como foco algum tipo de tratamento ou (c) näo estavam redigidos na íntegra na lingua inglesa.
Inicialmente os estudos foram selecionados a partir da leitura dos títulos, sendo excluidos aqueles que näo apresentavam relaçâo com as palavras-chave definidas para a busca. Poste- riormente foi realizada urna leitura dos resu- mos dos estudos pré-selecionados pelos títu- los. Os artigos que cumpriram com os critérios de inclusâo foram lidos e analisados na íntegra, sendo finalmente incluidos nesta revisäo sis- temática. Além disso, foram analisadas as refe- réncias bibliográficas de cada artigo incluido nessa revisäo com o objetivo de localizar arti- gos aínda näo encontrados na busca eletrónica.
Para realizar a avaliaçâo da qualidade dos estudos foi utilizada a escala QUADAS (Qua- lity Assessment of Diagnostic Accuracy Stu- dies), desenvolvida em 2003, que consiste num questionário com 14 critérios, formulados como perguntas, sendo que cada pergunta deve ser respondida como "sim", "nâo" ou "pouco clara" (Whiting, Rutjes, Reitsma, Bossuyt, & Kleijnen, 2003). Essa escala pode ser utilizada na íntegra ou näo, cabendo ao pesquisador a seleçâo dos itens considerados relevantes ou indispensáveis para o teste em análise (Whi- ting et al., 2004).
Dessa forma, dos 14 critérios avahados pela escala QUADAS, no presente estudo foram utilizados apenas 11 critérios. Näo foram con- siderados os critérios: a) "o padrâo-ouro é independente do teste em avaliaçâo?", por saber-se que as avaliaçôes posturais näo inva- sivas säo tecnologías distintas ao padrâo-ouro, näo havendo propósito na categorizaçâo desse item; b) "os resultados näo interpretáveis foram relatados?", porque este item nâo é apli- cável para instrumentos de avaliaçâo postural; e c) "os dados clínicos foram os mesmos que säo usados na prática rotineira?", pois a inter- pretaçâo dos resultados dos instrumentos de avaliaçâo postural geralmente näo dependem de outros dados clínicos e, por esse motivo, esse critério nâo é aplicável nesses casos (Whi- ting et al., 2003). Além disso, a questâo "os resultados do teste em avaliaçâo foram inter- pretados sem o conhecimento dos resultados do teste padrâo-ouro?" foi adaptada para os artigos que apresentavam avaliaçâo da repro- dutibilidade, a fim de avahar o cegamento entre os avaliadores.
A escala QUADAS näo determina quai o escore mínimo para determinar a qualidade dos estudos, sendo da responsabilidade do pesquisador essa decisäo (Oliveira, Gomes, & Toscano, 2011). Dessa forma, o cumprimento mínimo de très critérios da escala QUADAS foi adotado como critério de exclusäo dessa revi- säo sistemática. Com o objetivo de classificar a evidéncia científica dos estudos foram adota- dos os seguintes critérios: a) artigos corn très a cinco critérios da escala QUADAS foram clas- sificados como "fraca evidéncia"; b) artigos com 6 a 8 critérios da escala QUADAS foram classificados como "moderada evidéncia"; e c) artigos com 9 a 11 critérios da escala QUADAS foram classificados como "forte evidéncia".
RESULTADOS
Foram encontrados inicialmente 200 artigos a partir das palavras-chave utilizadas; desses, näo foram incluidos 169 estudos, 113 por näo abordarem individuos com escolióse e 56 por näo realizarem avaliaçâo postural näo invasiva. Dos 31 artigos restantes, os resumos foram analisados e 23 foram excluidos, 14 por näo descreverem no resumo o procedimento de avaliaçâo postural utilizado ou por ter como foco algum tipo de tratamento e 9 por näo serem redigidos na lingua inglesa. Assim, 8 artigos cumpriram com todos os critérios esta- belecidos. Além disso, foram incluidos mais 12 artigos obtidos por meio da análise das refe- réncias bibliográficas, totalizando 20 artigos pré-selecionados para comporem essa revisäo sistemática (Figura 1).
O fluxograma da estratégia adotada para a inclusâo dos artigos e os motivos de exclusäo para os artigos näo inseridos säo apresentados na Figura 1.
Os 20 estudos pré-selecionados foram ava- liados quanto à sua qualidade metodológica, considerando os critérios da escala QUADAS (Tabela 1). Dos 20 artigos avaliados, dois foram excluidos por näo preencherem o crité- rio mínimo de 3 pontos, o que resultou em 18 artigos incluidos nesta revisäo sistemática. Observando a Tabela 1 nota-se que 6 estudos apresentaram fraca evidéncia científica, 10 estudos apresentaram moderada evidéncia e 2 estudos apresentaram forte evidéncia.
Na Tabela 2 säo apresentados e descritos os 18 estudos selecionados e incluidos nesta revi- säo, os quais apresentaram algum tipo de ins- trumento desenvolvido para a avaliaçâo postu- ral näo invasiva da escolióse. Säo apresentados aspetos relacionados aos objetivos, instru- mento utilizado, metodología do estudo e os resultados.
DISCUSSÄO
A partir da análise dos 18 estudos encon- trados, apresentados na Tabela 2, encontrou- se a descriçâo de 11 métodos distintos para a avaliaçâo da escolióse, sendo que 7 deles apre- sentam avaliaçôes tridimensionais e os demais, avaliaçôes bidimensionais. Essa aparente preo- cupaçâo no desenvolvimento de métodos tri- dimensionais para a avaliaçâo da escolióse pode ser explicada pela dificuldade inerente à sua avaliaçâo, provavelmente associada à sua configuraçâo tridimensional, que termina impondo limitaçôes aos métodos que se pro- pôe avaliar a partir da superficie das costas (D'Osualdo, Schierano, Soldano, & Isola, 2002).
No que se refere aos sistemas bidimensio- nais de avaliaçâo postural foi possível observar que nâo existe uma grande variedade de ins- trumentos que possibilitam a avaliaçâo bidi- mensional da escolióse, sendo descritos apenas o escoliómetro, eletrogoniómetro, fotograme- tria e termografia.
Segundo Turner-Smith, Harris, Houghton e Jefferson (1988), o escoliómetro é uma ferra- menta simples, que pode ser fácilmente ensi- nado e padronizado; seu dispositivo é de fácil utilizaçâo e de baixo custo. Além disso, o for- necimento imediato do resultado angular é outra vantagem descrita desse método (Bun- nell & Delaware, 1984). Por outro lado, como desvantagem, pode-se citar a exigência de que o paciente permaneça em uma postura contro- lada por um extenso período de tempo e a dependéncia crítica dos resultados da habili- dade do operador (Turner-Smith et al., 1988). Por fim, outra desvantagem dessa ferramenta relaciona-se a mediçâo da magnitude da gibo- sidade, que é apenas um índice de postura. (Fortín, Feldman, Cheriet, & Labelle, 2010).
Em relaçâo à reprodutibilidade do instru- mento escoliómetro, Korovessis e Stamatakis (1996) apresentaram uma concordância variando de boa a muito boa para reprodutibi- lidade intra-observador (k de .64 a .97) e uma concordância muito boa para a reprodutibili- dade inter-observador (k de .88 a .93). No estudo de Amendt et al. (1990) foram encon- trados coeficientes de correlaçâo altos e signifi- cativos para a reprodutibilidade intra (r= .86 -.97) e inter-observador (r= .86-.96). Entretanto, nesse mesmo estudo, as correla- çôes com os dados radiográficos variaram de .32 -.46 para a rotaçâo do pedículo e .46 -.54 corn o ángulo de Cobb, demonstrando que o escoliómetro apresenta boa reprodutibilidade da mediçâo, mas a validade do método näo foi suficiente para a sua utilizaçâo isolada no diag- nóstico da escolióse.
Em relaçâo ao eletrogoniómetro, os resulta- dos do estudo de Silvano, Kopansky-Giles, Crowther e Wright (1996) demonstram pouca precisâo para a identificaçâo de curvas de menor magnitude, além de apresentar apenas razoável reprodutibilidade intra-observador. Além disso, as grandes diferenças encontradas em comparaçâo ao ángulo de Cobb näo permi- tem a sua utilizaçâo em substituiçâo ao exame radiográfico da escolióse.
No que se refere à fotogrametria, a litera- tura tem descrito que a partir de fotografías säo realizados cálculos de ángulos e distáncias dos segmentos corporais (Fortin et al., 2010). No estudo de Furlanetto, Candotti, Comerlato, e Loss (2012), ao investigarem a validade e a reprodutibilidade de um software de avaliaçâo postural, que utilizou a fotogrametria, foi observado que essa técnica se mostrou válida e reprodutivel (inter e intra-observador), além de ser urna técnica simples e de baixo custo. Näo obstante, embora vários estudos apontem para a validade da fotogrametria, parece que ainda näo há um consenso sobre os resultados desta técnica. Como exemplo disso cita-se o estudo de Döhnert e Tomasi (2008), no quai a fotogrametria computadorizada näo se mos- trou sensível e específica o suficiente para ser recomendada isoladamente como triagem escolar da escolióse. Dessa maneira, é impor- tante salientar que existem diferentes meto- dologías que utilizam a técnica da fotograme- tria, e por esse motivo, ao optar-se por deter- minado protocolo de avaliaçâo postural é fun- damental atentar-se aos requisitos de valida- çâo, como a validade concorrente e a reprodu- tibilidade intra e inter-observador.
Dessa forma, o escoliómetro parece ser mais adequado para a triagem da escolióse, por ser um instrumento de baixo custo, que pode ser fácilmente ensinado e por fornecer resulta- dos imediatos. Podendo ser considerado útil para avaliaçôes físicas, seja no ambiente escolar ou para treinadores. Por outro lado, o eletro- goniómetro näo parece ser um instrumento adequado para a avaliaçâo da escolióse. Já a fotogrametria fornece resultados mais abran- gentes sobre a postura corporal, näo estando limitada apenas à avaliaçâo da magnitude da gibosidade e, por esse motivo, pode ser útil em ambiente clínico, auxiliando fisioterapeutas em avaliaçôes e acompanhamentos de pacientes, fornecendo maior riqueza de informaçôes.
A termografia, método pouco difundido para a avaliaçâo postural, se propôe a avahar a escolióse a partir da assimetria térmica, utili- zando a radiaçâo infravermelha para avaliar as diferenças na temperatura corporal (Cooke, Carter, Phil, & Pilcher, 1980). Nesse mesmo estudo de Cooke et al. (1980) a precisâo preditiva da termografia para a presença de urna curva escoliótica foi de 95.8% e de 75% para a direçâo da curva, podendo dessa forma ser utilizada como um método de triagem para a escolióse. E importante salientar que näo foram encontrados estudos que descrevessem a validade e a reprodutibilidade dos resultados obtidos com o sistema de termografia. Dessa forma, aínda säo necessários estudos que veri- fiquem esses parámetros, a fim de possibilitar a utilizaçâo dessa técnica para avaliaçôes da coluna vertebral, seja em ambiente clínico como laboratorial.
No que tange a avaliaçâo tridimensional do tronco, os sistemas conhecidos diferem entre si no método de aquisiçâo de dados de imagem, no grau de automaçâo e na sofisticaçâo da aná- lise de dados (Drerup & Hierholzer, 1994). Os sistemas tridimensionais encontrados nessa revisäo sistemática podem ser classificados em: a) topografía de superficie e b) sistema BACES.
Em gérai, os sistemas de topografía utilizam urna projeçâo de luz na superficie das costas do paciente e a partir de urna fotografía digital estimam urna linha dos corpos vertebráis e realizam cálculos em très dimensóes. Dentre esses sistemas, pode-se citar o sistema ISIS, ISIS2, Quantec, Vídeo Stereografia Raster, Mapas ortogonais e sistema de escaneamento a laser, os quais apresentam algumas caracterís- ticas distintas entre si, como por exemplo, a necessidade de marcaçâo de pontos anatómicos e a velocidade de processamento, entre outros.
O sistema ISIS foi substituido pelo sistema ISIS2, pois necessitava de marcaçâo manual de pontos, apresentava baixa resoluçâo espacial e longo tempo de escaneamento (Drerup & Hie- rholzer, 1994; Turner-Smith et al., 1988). O ISIS2 aínda nécessita marcaçâo manual dos pontos anatómicos, mas permite avaliaçâo rápida e fácil. No entanto, como os demais sistemas tridimensionais, esse método néces- sita de um operador experiente (Berryman, Pynsent, Fairbank, & Disney, 2008). Ao anali- sar as questóes referente à validade do sistema ISIS2, Zubovic et al. (2008) näo encontraran! nenhuma diferença estatisticamente significa- tiva entre os ángulos do ISIS2 e os ángulos Cobb. Do mesmo modo, Berryman et al. (2008) também encontraram boa comparaçâo entre os resultados do sistema ISIS2 e os ángulos Cobb. Entretanto, estes resultados näo apresentam validade, pois a concordância näo foi apresentada e os resultados foram referen- tes a apenas dois sujeitos, o que näo permite a extrapolaçâo desses resultados. Além disso, nesse mesmo estudo foi sugerido que a relaçâo entre os resultados do ISIS2 e ángulo Cobb radiográfico poderá ser limitada aos pacientes que säo extremamente obesos ou têm massa musculatura desenvolvida, devido à dificuldade de identificar e marcar os pontos ósseos para a realizaçâo do exame (Berryman et al., 2008). Cabe ressaltar que esta interferência nâo foi mensurada até o presente momento, restando inúmeras questóes a serem investigadas em futuras pesquisas.
No estudo que avaliou a correspondência de exames radiográficos e o exame topográfico de Quantec foi encontrado um elevado coeficiente de correlaçâo, além de demonstrar que 66% da curva topográfica pode ser explicada pela curva da coluna vertebral isoladamente, podendo o restante ser devido a outras variáveis como o erro de mediçâo de ambos os ángulos de Cobb e topográficos, assim como à nâo correspon- dência entre a curvatura da coluna e a forma da superficie das costas (Goldberg et al., 2001).
No estudo de Drerup e Hierholzer (1994), utilizando o sistema Raster, foi observado urna diferença de aproximadamente 4 mm entre as curvas radiográficas e da estereografía Raster, e urna diferença de 3o na avaliaçâo da rotaçâo vertebral. Segundo os autores, essa precisâo deve ser suficiente para a utilizaçâo clínica desse método, entretanto, a determinaçâo de parámetros comparáveis com o ángulo de Cobb aínda nâo foi possível, limitando a sua utiliza- çâo clínica, já que o parámetro Cobb é ñor- malmente o escolhido como referência para o acompanhamento das curvaturas.
O sistema de mapas ortogonais ao avaliar individuos com escolióse apresentou precisäo na classifïcaçâo de alteraçôes posturais de 95.5% (Ajemba, Durdle, Hill, & Raso, 2007). Entretanto, os resultados do sistema de mapas ortogonais foram comparados ao exame médico clínico e näo com o exame radiográfico, fragilizando esses resultados. Além disso, näo foram apresentados resultados referentes à reprodutibilidade do sistema.
No que se refere ao sistema de escanea- mento a laser, foi possível observar urna boa concordância com os parámetros clínicos em detetar a mudança, indicando que os mapas de diferença podem detetar e descrever as altera- çôes nas curvas escolióticas, entretanto, em alguns casos o instrumento apresentou desa- cordó com o exame clínico, o que impossibilita a sua utilizaçâo isolada para fins de diagnóstico (Berg et al., 2002). Além disso, questôes rele- vantes sobre a validade do sistema aínda préci- sant ser investigadas.
Em suma, percebe-se que há urna caréncia na literatura no que se refere aos aspetos de validade dos sistemas de avaliaçâo postural por meio da topografía, näo sendo possível assegu- rar a confiabilidade dos dados gerados por esses sistemas, tornando limitada a sua utiliza- çâo por profissionais da saúde, como médicos, educadores físicos e fisioterapeutas.
Outro sistema que busca avaliar a questäo tridimensional da escolióse também descrito na literatura é o sistema BACES, que é descrito como um "braço articulado", o quai é deslizado sobre a superficie das costas, permitindo o processamento computadorizado da projeçâo das curvaturas da coluna vertebral sobre a superficie do dorso. Esse sistema foi capaz de detetar a rotaçâo da superficie com boa preci- säo, de modo que a escolióse verdadeira pode ser fácilmente identificada através da deteçâo de seu componente rotacional. Além disso, a reprodutibilidade intra e inter-observadores do sistema BACES apresentou pequeños erros na mediçâo de escolióse, geralmente inferiores a 3o, e urna variabilidade inferior a 2o para as rotaçôes (D'Osualdo et al., 2002). Näo obs- tante, esse estudo realizou avaliaçôes apenas em um manequim e em dois voluntários, o que näo permite assegurar a reprodutibilidade do sistema BACES para a populaçâo em gérai e, além disso, questôes referentes à validade con- corrente aínda necessitam ser investigadas.
Segundo Turner-Smith et al. (1988) e Dre- rup e Hierholzer (1994), diferentes métodos de avaliaçâo da postura corporal por meio da superficie das costas tém sido descritos, com o objetivo de reduzir o elemento subjetivo da avaliaçâo postural. Entretanto, até o momento, os autores parecem concordar que qualquer mediçâo de superficie deve ser considerada como um complemento ao exame clínico e de raios-X, pois a relaçâo entre a superficie do dorso e alinhamento do corpo vertebral näo está totalmente estabelecida (D'Osualdo et al., 2002). Além disso, para a utilizaçâo desses instrumentos é necessário primeiramente aten- tar-se aos aspetos de validade, optando por instrumentos que preencham os requisitos básicos de reprodutibilidade e validade, além de selecionar o instrumento que melhor se adapte ás necessidades, como os custos, prati- cidade, número de operadores necessários, tempo de realizaçâo do exame, entre outros.
CONCLUSÖES
A partir desta revisäo sistemática foi possí- vel observar que, em gérai, os métodos de ava- liaçâo da coluna vertebral apresentaram resul- tados satisfatórios para a avaliaçâo näo invasiva da escolióse, sendo observadas diferenças entre os métodos utilizados no que tange: o tipo de instrumento, o tempo necessário para a avalia- çâo, a dificuldade técnica para a avaliaçâo, o custo do sistema e os resultados apresentados, se bidimensionais ou tridimensionais. Näo obstante, considerando que somente dois estudos forneceram fortes evidéncias científi- cas sobre os métodos näo invasivos de avalia- çâo da coluna vertebral, entende-se que os resultados apresentados até o momento näo säo robustos o suficiente para permitir a subs- tituiçâo da radiografía, mas podem ser utiliza- dos como ferramentas importantes para a reduçâo da exposiçâo frequente aos raios X, além de serem alternativas de menor custo para avaliaçâo da escolióse, o que facilita o acesso da populaçâo.
Por fím, esse estudo forneceu urna visuali- zaçâo das evidéncias científicas no que tange os instrumentos de avaliaçâo para escolióse, com o objetivo de fornecer informaçôes que possam facilitar a escolha do instrumento de avaliaçâo para profissionais da saúde. Além disso, obser- vou-se que os aspetos de validaçâo, como a validade concorrente, a reprodutibilidade intra e inter-observador säo aínda pouco investiga- dos, necessitando de investigaçôes futuras que supram essa defíciéncia na literatura.
Agradecimentos:
Nada a declarar.
Conflito de Interesses:
Nada a declarar.
Financiamento:
Nada a declarar.
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Juliana Adami Sedrez, Cláudia Tarrago Candotti. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.
Endereço para correspondencia: Cláudia Tarrago Candotti, Escola Superior de Educaçâo Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Felizardo, 750, Jardim Botánico, CEP: 90690-200 - Porto Alegre, RS, Brasil
E-mail: [email protected]
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Copyright CIDESD/FTCD, Research Centre for Sports Sciences, Health and Human Development; University of Trás-os-Montes and Alto Douro/MotriPress 2013
Abstract
Scoliosis is a three-dimensional deviation of the vertical line of the spine, often difficult to visualize and quantify. Hence, several studies have developed methodologies for its evaluation. Even so, an incipient discussion exists about which one is the most suitable method. The objective of this systematic review is to verify the existence of scientific evidence on alternative methods for noninvasive assessment of scoliosis. It was conducted a systematic search in the databases Scopus, Science Direct and PubMed, with the key-words: Non-invasive Monitoring [OR] Assessing Postural Assessment [OR] Postural Evaluation [OR] Assessing Postural Evaluation Methods [AND] Scoliosis [OR] Spinal Curvatures [OR] Spinal Deformity [OR] Spine Curvatures. Adopting the following inclusion criteria: addressing patients with scoliosis and involve assessment postural noninvasive, and exclusion: not describe the evaluation method used or approach treatment and not be written in English. At the beginning, 200 articles were found. After checking the titles and abstracts, eight articles were selected and 12 articles were included in the bibliographical references (i.e. an overall number of 20 articles). Of these, 18 studies were included in the quality criteria. Overall, the studies showed satisfactory results for the evaluation of scoliosis, being observed differences between the methods in time needed to perform the evaluation, system cost, complexity of the procedures to be carried out and data collected. These systems do not replace X-ray as gold-standard, even though it can be used to reduce the radiation exposure. [PUBLICATION ABSTRACT]
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