Abstract

This article aims to highlight the state of exception in a permanent, a fundamental element of democratic regimes in the contemporary world, which generates the tension between resentment -- fomenting sovereign power -- and the elaboration of a new ethics, with new humanizing principles. The materialization of this incongruity appears in the figure of the homo sacer -- subject who can be radically despised and, at the limit, annihilated, without such an act being liable to punishment to those who have given it cause -- for being paradoxical, inasmuch as is excluded, cast into an indeterminate zone, making it invisible to biopower. On the contrary, its survival denounces the presence of the state of exception, bringing out an urgency of the desecration of the mechanisms that have been sacralized by biopolitics. Between the political and the sacred one faces the politicization of death insofar as the exception experienced in concentration camps and prisons is transplanted out of these realities. This fluctuation of the death from dark areas to theoretically ordinary contexts, provides discrepancies between technique and ethics, medicine and law, preservation of life and human dignity. It is confronted with questions of deep bioethical content when naked life is exposed in its extreme vulnerability.

Alternate abstract:

Este artigo tem como objetivo salientar o estado de exceção em caráter permanente, constituintemedular dos regimes democráticos na contemporaneidade, gerador da tensão entre oressentimento – fomentador do poder soberano – e a elaboração de uma nova ética, com novosprincípios humanizadores. A materialização desta incongruência apresenta-se na figura do homo sacer – sujeito que pode ser radicalmente desprezado e, no limite, aniquilado, sem que talato seja passível de pena àqueles que a isso tenham dado causa – por ser paradoxal, na medida em que é excluído, lançado em uma zona indeterminada, tornando-se invisível para o biopoder.Em contrapartida, sua sobrevivência denuncia a presença do estado de exceção, aflorando aurgência da profanação dos mecanismos que foram sacralizados pela biopolítica. Entre o político e o sagrado depara-se com a politização da morte na medida em que a exceção, vivenciada nos campos de concentração e nos presídios, é transplantada para fora destas realidades. Esta flutuação da morte de zonas sombrias, para contextos teoricamente ordinários, propicia discrepâncias entre técnica e ética, medicina e direito, preservação da vida e dignidade humana. Defronta-se com questões de profundo teor bioético quando a vida nua é exposta em sua extrema vulnerabilidade.

Details

Title
ENTRE O POLÍTICO E O SAGRADO: O HOMO SACER CONTEMPORÂNEO
Author
Barsalini, Glauco 1 ; De Carvalho, Ricardo Geraldo 2 

 Professor Pesquisador do Mestrado em Ciências da Religião e da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: [email protected] 
 Mestrando; Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Instituição financiadora da pesquisa: CAPES e PUC-Campinas. E-mail: [email protected] 
Pages
10-28
Publication year
2017
Publication date
Jan/Jul 2017
Publisher
Pontificia Universidade Catolica de Minas Gera, Programa de Posgraduacao em Ciencias da Religiao
ISSN
19832478
e-ISSN
18098479
Source type
Scholarly Journal
Language of publication
Portuguese
ProQuest document ID
1950014442
Copyright
Copyright Pontificia Universidade Catolica de Minas Gera, Programa de Posgraduacao em Ciencias da Religiao Jan/Jul 2017