Submetido 16/10/2017 - Aceito 20/11/2017
DOI: 10.15628/holos.2017.6424
RESUMO
Ora-pro-nóbis, conhecido popularmente como "carne de pobre", é utilizado pelo potencial alimenticio e medicinal. A propagaçao por estacas caulinares constitui a forma de multiplicaçao usualmente empregada. No entanto, existem poucos estudos sobre o cultivo desse vegetal. Dessa forma, o objetivo com esse trabalho foi avaliar o perfil de brotaçoes estacas caulinares de ora-pro-nóbis em substrato de casca de arroz carbonizada. O estudo foi desenvolvido no Instituto de Ciencias Agrarias da Universidade Federal de Minas Gerais (ICA/UFMG). O experimento foi instalado em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), contendo tres tratamentos, estacas do tipo apical, mediana e basal, com respectivamente 30, 60 e 30 repetiçoes. O substrato constitui-se de casca de arroz carbonizada e areia lavada (1:1). Inicialmente, determinou-se o número de gemas e o diámetro por tipo estaca e porçao, avaliado pelo programa SAEG. O número, comprimento e a taxa de sobrevivencia foram analisados pelo erro padrao em programa Microsoft Excel 2013. As estacas do tipo apical apresentaram mais gemas. As primeiras emissoes de brotos foram observadas após sete dias do plantío para as estacas medianas e basais. Verificou-se menor taxa de sobrevivencia e menor número de brotaçoes em estacas apicais. Quanto ao tipo, as estacas basais destacaram no comprimento nas posiçoes medianas e basais. Estacas basais e medianas apresentaram melhores resultados de número de brotaçoes nas porçoes. Conclui-se que estacas medianas e basais de ramos de P. aculeata foram mais viáveis e apresentaram mais brotaçoes aos 37 dias. Pesquisas como esta constitui um dado novo, sendo necessarios futuros estudos sobre o perfil de enraizamento da espécie.
PALAVRAS-CHAVE: Lobrobó, Estaquia, Pirólise, Oryza sativa.
ABSTRACT
Ora-pro-nóbis, popularly known as "poor meat", is used by the food and medicinal potential. The propagation by stem cuttings is the form of multiplication usually employed, however, there are few studies on the cultivation of this plant. Thus, this work aimed to evaluate the profile of buds of ora-pro-nóbis in substrate of carbonized rice husk. The study was developed at the Institute of Agrarian Sciences of the Federal University of Minas Gerais (ICA / UFMG). The experiment was installed in a completely randomized design (DIC), containing three treatments: apical, medial and basal cuttings, with 30, 60 and 30 repetitions, respectively. The substrate consists of charred rice husk and washed sand (1: 1). Initially, the number of buds and the diameter by cutting type and portion, evaluated by the SAEG program, were determined. The number, length and survival rate were analyzed by the standard error in Microsoft Excel® 2013 program. Apical type cuttings presented more buds. The first shoot emissions were observed after seven days of planting for the medium and basal cuttings. There was a lower survival rate and fewer shoots on apical cuttings. As for the portion of the cutting, basal cuttings stood out in length in the median and basal positions. The basal and median stakes showed better results in the number of shoots in the portions. It was concluded that medium and basal cuttings of P. aculeata branches were more viable and showed more shoots at 37 days. Researches such as this constitute a new data, and future studies on the rooting profile of the species are necessary.
KEYWORDS: Barbados gooseberry, Cutting, Pyrolysis, Oryza sativa.
1 INTRODUÇAO
O ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) - Cactaceae, também conhecido como "carne de pobre" por conter alto teor protéico, aproximadamente 25%, destaca-se em relaçao a outras folhosas como o espinafre, que possui 2,2% de proteínas (Silva Júnior et al., 2010). Esta característica relaciona-se aos usos alimenticios e medicinais. Trata-se de uma trepadeira arbustiva, perene, considerada como hortaliça nao convencional. Possui como principal forma de propagaçao a vegetativa, por estacas caulinares (BRASIl, 2010a).
A alimentaçao é considerada um direito fundamental; o poder público deve realizar açöes para garantir a segurança alimentar e nutricional da populaçao (Brasil, 2006). Assim, entre os motivos que determinaram a escolha deste tema foi contribuir com conhecimentos técnicos e científicos para o crescimento e produçao de ora-pro-nóbis, estes capazes de ajudar nas açöes de combate a fome e desnutriçao.
Apesar da importancia alimenticia, medicinal e cultural, ainda existem poucos estudos a respeito do processo de cultivo desse vegetal. Um exemplo pode ser a utilizaçao da casca de arroz carbonizada (CAC) como substrato para essa cultura. A valorizaçao das pesquisas referentes a ampliaçao dos usos e cultivo de P. aculeata pode possibilitar o aumento da produtividade e envolver beneficios sociais e económicos.
No contexto social, novas pesquisas sao relevantes para produtores rurais obterem mais informaçöes sobre o cultivo de determinadas espécies, em consequencia da escassez de estudos agronómicos. Fortalecer esse aspecto é fundamental para a difusao dessa hortaliça nao convencional para além do cultivo doméstico, ampliando a escala comercial para o uso alimentar e medicinal de ora-pro-nóbis, gerando renda na cadeia dessa hortaliça e preservaçao da cultura alimenticia, especialmente em Minas Gerais, Brasil.
Portanto, objetivou-se com esse trabalho avaliar o tipo de estaca caulinar e a porçao da estaca de P. aculeata que apresenta melhor perfil de brotaçöes em substrato alternativo de casca de arroz carbonizada.
2 REVISAO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Pereskia aculeata: hortaliça nao convencional
De acordo com Brasil (2010a), ora-pro-nóbis, como popularmente é conhecida, significa rogai por nós em latim. Supöe-se que esse nome tenha surgido porque as pessoas colhiam a planta no quintal de um padre, enquanto este rezava o "rogai por nós". O termo aculeata, proveniente do nome científico P. aculeata significa espinho ou agulha (Accorsi & Dosouto, 2006). Outros nomes populares sao azedinha, espinho-preto, Surucucu, cipó-santo, lobolóbó, espinho de Santo António, carne de pobre, groselha-da-américa, jumbeba, cereja-de-barbados, lobodó e lobrobó (Rocha et al., 2008; Silva Júnior et al., 2010; Taylor et al., 2012).
O ora-pro-nobis compreende o genero Pereskia e as espécies P. aculeata e P. grandifolia, (Almeida & Correa, 2012). O vegetal pertence a família das Cactaceae, sendo um dos poucos que apresenta folhas desenvolvidas e nao totalmente modificadas em acúleos (BRASIL, 2010a). Plantas desse genero ocorrem em regiðes áridas ou locais levemente áridos, possuem caules finos, sublenhosos ou lenhosos, dos quais partem folhas largas com alguns espinhos na base, apresentam flores terminais solitárias ou em cimeiras curtas (Duarte & Hayashi, 2005).
Pereskia aculeata é planta perene e com características de trepadeira, apresentando folhas suculentas e lanceoladas, as flores sao pequenas e brancas, os frutos sao amarelos do tipo baga e no caule existem acúleos, sendo que nos ramos mais antigos crescem aglomerados (Accorsi & Dosouto, 2006).
De acordo com Silva Júnior et al., (2010) essa planta é originária da América tropical. Taylor et al., (2012) classificam P. aculeata como planta nativa nao endemica no Brasil, possuindo distribuiçao geográfica nos estados brasileiros de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhao, Pernambuco, Sergipe, Goiás, Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sao Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Na ausencia de controle biológico, P. aculeata pode ser considerada planta daninha na África do Sul, como descrito por Moran & Zimmermann (1991).
As hortaliças nao convencionais nao estao presentes no ciclo produtivo tradicional e limitam-se a algumas localidades, nas quais influenciam diretamente a alimentaçao e cultura local (BRASIL, 2010a). Dentre essas, encontra-se P. aculeata em Minas Gerais, em especial no municipio de Sabará. Anualmente, nessa cidade é realizado o Festival do Ora-pro-nóbis, no qual, por meio de diversas receitas é demostrado como essa hortaliça está arraigada na alimentaçao e na cultura da populaçao (Sabará, 2017).
Embora com alta quantidade de nutrientes como em fibras, carboidratos, sais minerais, vitaminas e água, importantes para o bom funcionamento do organismo, as hortaliças nao convencionais muitas vezes sao pouco utilizadas pela populaçao (BRASIL, 2010b). Isso ocorre por causa do desconhecimento das características nutricionais ou mesmo do modo de preparo, limitando o consumo (Rocha et al., 2008). Assim, a inclusao dessas alternativas na alimentaçao humana, como o ora-pro-nóbis, pode ser fonte de nutrientes acessível e de baixo custo. A pesquisa com vegetais nao convencionais pode contribuir para amenizar carencias nutricionais, principalmente da populaçao desprovida de outras fontes de renda e alimentos, atuando no combate a fome (Pinto, Vilas Boas & Carvalho, 1999; Rocha et al., 2008; Souza et al., 2009). Além disso, Souza et al., (2009) relataram que a produçao de P. aculeata é alternativa para o aumento da renda dos pequenos agricultores, por diversificar a produçao agrícola.
2.2 Propriedades e usos do ora-pro-nóbis
Essa planta é utilizada popularmente pelo seu potencial alimentício e medicinal. E o fato de apresentar elevados teores de proteína, lisina e de mucilagem, tem despertado a atençao da indústria alimentícia e farmacológica (Souza et al., 2009). Além disso, Sartor et al., (2010) e Ramalho & Mannigel (2012) citaram P. aculeata pela importancia ornamental, por ser trepadeira arbustiva. Brasil (2010a) a destaca como cerca viva e a indica para produçao de mel, com a floraçao predominante de janeiro a abril.
O alto teor de nutrientes e a ausencia de toxicidade das folhas dessa espécie a torna importante fonte de alimento para seres humanos e animais (Duarte & Hayashi, 2005; Merce et al., 2001; Rosa & Souza, 2003; Souza et al., 2009). De acordo com Rocha et al., (2008), essa hortaliça nao convencional apresenta folhas suculentas e comestíveis, podendo ser usada na alimentaçao de várias formas, como farinhas, saladas, refogados, tortas e adicionada as massas, como macarrao. Os frutos também sao comestíveis (Ramalho & Mannigel, 2012).
Segundo Merce et al., (2001), as folhas de P. Aculeata apresentam 25,5 % de proteína, alto teor se comparado a couve, com 1,6 % e ao feijao, com 18 a 20 %. Rocha et al., (2008) ao pesquisarem a adiçao de ora-pro-nóbis ao macarrao, determinaram a composiçao química de P. aculeata e encontraram 22,93 % de proteína, além de 12,64 % de fibras, 3,64 % de lipídeos, 36,18 % de carboidratos e 269,16 Kcal em 100 g. Além do aspecto proteico, as industrias alimentícias vem incluindo o ora-pro-nóbis em complementos alimentares, por causa do alto teor do biopolímero arabinogalactano, considerado como fibra funcional (Merce et al., 2001).
Quanto ao aspecto medicinal, as folhas sao empregadas topicamente como emoliente na medicina popular, em razao do alto conteúdo mucilaginoso (Farago et al., 2004); na recuperaçao de processos inflamatórios e queimaduras (Sarto et al., 2010). Os frutos sao utilizados como expectorante e antissifilítico (Duarte & Hayashi, 2005; Rosa & Souza, 2003; Sartor et al., 2010). Silva Júnior et al., (2010) relataram que as folhas possuem atividades antitumorais, antiparasitárias contra Tripanossoma cruzi, além de potenciais efeitos antidiabéticos e antianemicos.
2.3 Propagaçao vegetativa de P. aculeata
Para Kämpf (2005), a estaquia consiste em uma prática muito utilizada, visto a facilidade de muitas plantas produzirem raízes adventícias. De acordo com o mesmo autor, as estacas podem ser classificadas de acordo com o material de origem, se provenientes de caule, folha ou raízes; conforme a posiçao na planta, se apicais ou intermediárias; e segundo a consistencia do tecido, em lenhosa, semilenhosa e intermediária.
Brasil (2010a) orienta que as estacas de P. aculeata devem ser obtidas a partir da regiao intermediária do caule, entre a parte mais tenra e as mais lenhosas da haste, possuindo aproximadamente 20 cm de comprimento. Tres tipos de estacas de ora-pro-nóbis selecionadas conforme a posiçao no ramo como apicais, medianas e basais e em dois tipos de substratos, areia e material comercial tratadas com extrato aquoso de Kalonchoe pinnata do enraizamento demonstraram em estacas apicais menor porcentagem de sobrevivencia (Sarno & Pasin, 2013).
Tofanelli & Resende (2011) utilizaram em experimento para determinaçao de sistemas de conduçao na produçao de folhas de ora-pro-nóbis estacas com 30 cm de comprimento, 10 mm de diámetro e desprovidas de folhas, originárias da parte mediana de ramos maduros na planta matriz. Essas contraversôes devem-se a escassez de informaçöes técnico-científicas sobre o seu cultivo e principalmente em relaçao a métodos de propagaçao do ora-pro-nóbis (Ramalho & Mannigel, 2012; Silva, 2012; Tofanelli & Resende, 2011).
2.4 Substrato
De acordo com Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005), o substrato é empregado com a finalidade de sustentar e evitar a desidrataçao da estaca durante o enraizamento, mantendo a base em ambiente escuro. Além disso, o bom substrato precisa possibilitar a retençao adequada de água, a quantidade de espaço poroso necessária para facilitar o fornecimento de oxigenio, ser de baixo custo e de fácil aquisiçao, além de, preferencialmente, ser inoculo a organismos saprofitos. Esse pode variar de acordo com a dificuldade de enraizamento da espécie a ser plantada. Kämpf (2005) afirma que o substrato pode ser formado por um ou diversos materiais, em mistura.
No experimento de Tofanelli & Resende (2011) utilizou-se como substrato terra de barranco em involucros de polietileno, com 0,25 m de comprimento e 0,15 m de diámetro. Brasil (2010) sugere terra de subsolo e esterco curtido na proporçao de 1:1.
Mazia & Sartor (2012), recomendam para o cultivo de P. aculeata solos argilosos ou ricos em matéria orgánica para obtençao de folhas com alto teor de proteína; em terrenos arenosos identificou-se quantidade menor desse nutriente na parte aérea. Ora-pro-nóbis é considerado vegetal rústico e persistente, que se desenvolve em diferentes tipos de solos, nao sendo exigente em fertilidade e muito tolerante a seca (Brasil, 2010a; Guimaraes et al., 2009; Sartor et al., 2010; Tofanelli & Resende, 2011). No entanto, para o crescimento rápido é necessário manter bom nivel de matéria orgánica no solo, podendo as adubaçöes ser feitas a cada dois meses (Brasil, 2010a).
2.5 Produçao em substrato alternativo: casca de arroz carbonizada e areia
O substrato obtido da carbonizaçao da casca de arroz para o enraizamento de plantas pode ser utilizado de forma pura ou em misturas, possui baixa densidade e baixa retençao de água, porém superior que a areia. Apresenta drenagem rápida e eficiente, exigindo regas frequentes e devido aos macroporos possuirem boa aeraçao (Kämpf, 2005).
A casca de arroz carbonizada (CAC) é considerada substrato estéril devido ao processo de carbonizaçao, sendo utilizada para germinaçao de sementes e enraizamento de estacas (Souza, 1993 apud Chu; Duarte & Tremacoldi, 2007). O uso da CAC possibilita beneficios ambientais, por ser residuo da indústria de arroz, e económicos, pois reduz o custo de matéria prima na produçao de mudas (Souza, Carniel & Fochesato, 2006). Segundo Fermino (2003), o solo pode ser um dos principais meios de transmissao de fitopatógenos, necessitando conhecer novos substitutos para esse substrato.
A areia é um material químicamente inerte de alta densidade, utilizado para o enraizamento de estacas ou para aumentar a densidade de substratos, possui também boa aeraçao, drenagem e baixa retençao de água (Kämpf, 2005). As vantagens dessa como substrato sao o baixo custo, a fácil disponibilidade e a boa drenagem sob nebulizaçao, sendo adequada para enraizamento de estacas herbáceas e semilenhosas, porém é inadequada para o uso em ambientes externos, por reter pouca água (Fachinello, Hoffmann & Nachtigal, 2005).
3MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi desenvolvido no viveiro de mudas do Instituto de Ciencias Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais - ICA/UFMG, Campus Montes Claros. O municipio está situado na Bacia do Alto Médio Sao Francisco, Norte de Minas Gerais, regiao sudeste do país, sendo o local definido pelas coordenadas geográficas: altitude de 630 m latitude de 16°40'59,10"S e longitude de 43°50'26.50"W. O clima é denominado Aw, clima tropical com inverno seco, segundo classificaçao climática de Köppen (Alvares et al., 2013).
O experimento foi instalado em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), contendo trés tratamentos, compostos por trés tipos de estacas seccionadas de acordo com a posiçao do ramo na planta matriz. As estacas foram denominadas como do tipo apical, mediana e basal, e possuíam comprimento de 21 cm cada. O experimento foi composto por 30 repetiçöes para as estacas da parte apical do ramo, 30 repetiçöes para estacas da parte basal e 60 para as estacas da parte mediana, totalizando 120 estacas.
Foram coletados ramos de planta matriz de identificaçao botánica de P. aculetata Mill e n° do tombo 3807, no horto medicinal do ICA/UFMG. Dos ramos, foram retiradas todas as folhas e cortadas, em bisel, estacas com comprimento de 21 cm.
Logo após o corte, cada estaca foi colocada em reservatório com água para evitar a desidrataçao, sendo agrupadas de acordo com a posiçao ocupada no ramo da planta de origem (apical, mediana ou basal), até o plantio. As estacas foram reservadas observando o fluxo de conduçao da seiva, ou seja, durante o plantio foi necessário ter o cuidado de deixar os espinhos P. aculetata direcionados para baixo.
Antes de reservar o material de propagaçao em água, conforme posicionamento no ramo, como mencionado anteriormente, foi aferido o diámetro em diferentes porçöes da estaca, com um paquímetro digital de capacidade 0 a 150 mm e exatidao aproximadamente 0,02 mm. Primeiro na porçao basal de 0 a 7 cm da base da estaca. Segundo na porçao mediana, 7,1 a 14 cm do caule da estaca, correspondendo o meio da estaca. E de 14,1 a 21 cm do caule, sendo considerado o ápice da estaca. Além disso, realizou-se o levantamento do número de gemas existentes nesses trés intervalos, para os trés tratamentos.
O substrato para o plantio foi preparado antecipadamente, sendo composto por dois componentes, CAC e areia de granulometria média na proporçao 1:1. Em um canteiro delimitado inferior e lateralmente por plástico de polietileno preto e também na lateral por madeira, foi colocada a areia e a casca de arroz carbonizada. Esse tipo de substrato é usualmente empregado para propagaçao caulinar no viveiro de plantas do ICA/UFMG.
Seguindo recomendaçao de Brasil (2010a), as estacas, no plantio, foram enterradas na proporçao de 1/3 do comprimento, neste caso correspondendo a 7 cm. E o espaçamento adotado entre estacas foi de aproximadamente 10 cm.
As mudas receberam irrigaçöes diárias por meio de nebulizadores até atingir a capacidade de campo, uma vez que os substratos utilizados possuíam baixa retençao de água. E, dependendo das precipitaçöes, a irrigaçao do dia foi suspensa. Segundo Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005) o sistema de nebulizaçao mantém a umidade relativa do ar elevada o que beneficia a propagaçao por estaquia, juntamente com altas temperaturas aumenta a velocidade de crescimento das plantas.
Após o início das primeiras brotaçöes, que ocorreram no sétimo dia após plantio, realizaram mediçöes quinzenais aos 07, 22 e 37 dias após plantio. Os comprimentos das brotaçöes foram mensuradas com o paquímetro digital e foram anotadas suas medidas, considerando a porçao na qual o broto aparece na estaca e o tipo de estaca correspondente a posiçao no ramo da planta matriz. Considerando a porçao basal localizada próxima ao substrato, a mediana (intermediária) e a porçao apical (distal ao substrato). Além disso, foi avaliado o número de brotos por tipo de estaca viável e por porçao da estaca, como também a taxa de mortalidade.
O levantamento inicial, constituido da caracterizaçao das estacas quanto ao diámetro e número de gemas foi avaliado estatisticamente por análise de variáncia (ANOVA) no programa Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG, 2007). A comparaçao das médias foi realizada pelo teste de Tukey, com nivel de significáncia de 5,0%. Os dados de comprimento, número de brotos e estacas viáveis foram analisados por média e erro padrao, para cada tipo de estaca e para cada porçao da estaca, em programa Microsoft Excel® 2010. A barra de erro padrao da média possibilitou comparar as amostras por dispersao em torno da média, com valores superiores e inferiores.
4 RESULTADOS E DISCUSSÄO
4.1 Análise do número de gemas axiais e diámetro do caule
Na Tabela 1 sao apresentados os resultados para o número médio de gemas axiais nos tres tipos de estacas do caule de ora-pro-nóbis.
Os resultados demonstraram maior número médio de gemas axiais (p<0,05) nas estacas provenientes da regiao apical da planta matriz, independentemente da porçao da estaca considerada. Entretanto, entre as partes mediana e basal, as médias foram similares (Tabela 1).
De acordo com Raven, Evert & Eichhorn (2007), os meristemas apicais localizam-se na porçao apical dos caules e estao relacionados ao crescimento em comprimento da planta. Esse crescimento origina sucessôes de unidades repetidas denominadas fitômeros, compostos por nó, folha, entrenó e gema axilar.
Assim, ao distanciar do meristema apical, os entrenós aumentam de tamanho e consequentemente o número de gemas apresenta-se menor (Raven; Evert & Eichhorn, 2007). Entao, estacas apicais devem possuir número maior de nós e entrenós, enquanto as estacas basais devem possuir menor número de nós e entrenós.
Assim espera-se que as estacas apicais apresentem maior número de brotos que as estacas basais. No entanto, há também a açao do controle hormonal, como as auxinas e citocininas. As auxinas sao produzidas nos ápices caulinares e as citocininas em ápices radiculares, atuando conjuntamente no desenvolvimento do vegetal. Desta forma, as estacas apicais por se encontrarem mais próximas ao ápice da planta matriz, apresentam número de gemas axilares estatisticamente superior ao mesmo de estacas distais.
Conforme Tabela 2, as estacas da parte basal da planta apresentaram diámetro superior (p<0,05) em todas as porçöes avaliadas. Estas diferiram significativamente das estacas medianas, as quais foram maiores, se comparadas as apicais.
Segundo Raven, Evert & Eichhorn (2007), as partes mais velhas do caule e afastadas da regiao apical, apresentam crescimento secundário, em espessura. Para os autores, esse é resultado de atividades dos meristemas laterais, como o cámbio vascular, o qual aumenta o número de células do xilema secundário, deslocando-se externamente, incrementando o diámetro do caule. E os raios vasculares, sao células parenquimáticas capazes de movimentar substáncias nutritivas do floema secundário para xilemas e água do xilema para o floema, possuem também a funçao de reserva, armazenando substáncias como amido, lipídios e proteínas.
Pode-se inferir que as estacas basais e medianas apresentaram crescimento secundário e possivelmente reservaram quantidades de substáncias superiores as apicais, apresentando, dessa forma, média de diámetro do caule maior que as estacas apicais.
4.2 Análise do número brotaçöes por tipo de estaca
As primeiras emissöes de brotos foram observadas nas estacas medianas e basais aos sete dias após o plantio, enquanto para as apicais o inicio das brotaçöes ocorreu entre oito e quinze dias. No ápice caulinar isso pode estar relacionado com a presença do hormônio vegetal auxina, produzido nesta regiao da planta, portanto, mais próximo das estacas do tipo apical. A superioridade de massa verde do caule para as estacas medianas e basais em relaçao as estacas apicais também foram relatados por Tavares et al. (2012) na propagaçao vegetativa da erva cidreira.
De acordo com Taiz & Zeiger (2006), a gema apical é a principal produtora de auxina para a planta e é transportado de forma unidirecional, considerado transporte polar, da extremidade apical para a basal, implicando em diferença de gradiente longitudinal. Essas variaçöes de gradiente interferem nos processos de desenvolvimento do vegetal, como alongamento do caule, inibiçao do crescimento das gemas axilares e determina a dominancia apical. Desta forma, a proximidade da gema apical, nas estacas apicais, propiciaría maior formaçao de raízes, pela presença de auxinas produzidas no meristema apical do caule, como também favorece a menor emissao inicial de brotos. Já nas estacas medianas e basais, a menor quantidade desse fitohormônio por estarem mais distantes do centro produtor de auxina, possibilitaria o crescimento das gemas laterais, causando o comportamento de brotaçao mais rápida.
Outro fator importante a ser levado em consideraçao é que nem todas as gemas axilares identificadas nas estacas desenvolveram em ramos. Para Aguiar (2014), a maior parte dos meristemas axilares nunca serao ativados, sendo abortados ou continuam em dormencia, se isso nao acontecesse o emaranhado de ramos resultante seria energeticamente ineficiente para a planta.
A Figura 1, a seguir apresenta os dados do número de brotaçöes por tipo de estacas após 37 dias de plantio. As estacas apicais apresentaram média de brotos por estaca menor que as medianas e as basais.
Os resultados desta pesquisa com P. aculeata foram semelhantes aos encontrados por Pereira et al., (2015) em diferentes tipos de estacas de pinhao manso. Conforme estes autores a brotaçao pode ser influenciada pela posiçao da estaca no ramo da planta, sendo as basais e medianas capazes de proporcionar maior número de brotos em relaçao as apicais.
Na propagaçao vegetativa de estacas da planta medicinal Hyptis pectinata, Carvalho et al., (2015) observaram maior número de brotaçöes em estacas basais. Este resultado foi 28% superior as medianas e 75% em relaçao as apicais. Dessa forma, mesmo considerando diferentes familias de plantas, estacas basais e medianas apresentaram melhores resultados na multiplicaçao vegetativa.
Higa, Fior & Rodrigues (2012) pesquisando a propagaçao de P. aculeata por estaquia caulinar em diferentes tipos de estaca de acordo com o ramo de origem e substratos compostos por areia lavada, CAC e pó-de-coco verificaram que a multiplicaçao foi satisfatória independentemente dessas variáveis e da presença ou ausencia de nebulizaçao, nao obtendo diferenças significativas entre tratamentos. Portanto, para a especie em estudo, observa-se poucos estudos comparativos e conclusivos quanto o tipo de estaca adequado para propagaçao desta especie.
Ao analisar o diámetro do caule e número de brotaçöes Tofanelli, Rodrigues & Ono (2003) encontraram em mudas mais espessas de pessegueiros cv. Okinawa maior percentual de emissao de brotaçöes em funçao da maior disponibilidade de reservas nesse tipo de estaca, possibilitando o número superior de brotaçöes. Portanto, parece existir consenso na literatura a respeito da parte da planta indicada para a propagaçao vegetativa, pois Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005) recomendaram o uso de estacas medianas e basais para multiplicaçao de plantas frutiferas, por apresentarem maiores concentraçöes de substáncias de reservas.
As quantidades de carboidratos podem relacionar-se ao teor de amido passivel de degradaçao em açûcares solúveis (Fang et al., 2007). Segundo Gibson (2005) esses componentes contribuem com o incremento do número de raizes e influenciam positivamente o desenvolvimento de órgaos e tecidos vegetais. Dessa forma, pode-se inferir que as reservas de nutrientes associaram ao metabolismo mais efetivo de brotaçao nas estacas medianas e basais de P. aculeata.
De acordo com Carvalho et al., (2015) o estudo das brotaçöes é importante quando se trabalha com propagaçao de estacas. A existencia de brotos e folhas permite incrementar a produçao de fotoassimilados e de auxinas que sao fatores primordiais para o desenvolvimento de raizes e crescimento do vegetal (Carvalho et al., 2015; Floss, 2004).
4.3 Análise do comprimento das brotaçöes por tipo de estaca
Na Figura 2, a seguir, ilustra a média de comprimento das brotaçöes de ora-pro-nóbis por tipo de estaca. Os pontos exibidos correspondem as datas das mediçöes durante o experimento.
Conforme a Figura 2, as medias de comprimento das brotaçöes apresentaram-se crescentes, tendo respectivamente os maiores comprimentos as estacas basais, as medianas e as apicais. Resultado semelhante foi obtido por Ferreira et al., (2010), trabalhando com propagaçao vegetativa de maniçoba, observaram maior comprimento das brotaçöes em estacas com maior diámetro. Em conformidade com o discutido anteriormente, parece existir relaçao estreita entre a quantidade de reserva caulinar e o metabolismo das brotaçöes, como descrito por Raven, Evert & Eichhorn (2007) e Tofanelli, Rodruigues & Ono (2003).
4.4 Taxa de sobrevivencia das brotaçöes por tipo de estaca
Na Figura 3 pode ser verificado depois de 37 dias após plantio uma elevada taxa de sobrevivencia para as estacas basais e medianas. Esse resultado está em consenso com Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005), ao afirmarem que as estacas menos lignificadas sao mais susceptíveis a morte por desidrataçao, necessitando assim de manejo mais apropriado quanto ao ambiente, porém as mais lignificadas podem ser enraizadas até mesmo no campo por serem mais resistentes a esse processo de dessecamento.
Assim, verifica-se a brotaçao mais tardia, a maior mortalidade e o menor número médio de brotaçöes em mudas da parte apical do ora-pro-nóbis. Isso pode ser reflexo da fisiología de armazenamento de nutrientes do vegetal mais próxima da raiz, portanto, da parte mediana e basal. Possivelmente esse fato também justifica os maiores valores de número de brotos das partes medianas e basais da planta, conforme discutido anteriormente.
No entanto, deve-se enfatizar que a mortalidade observada, independente do tipo de estaca, também pode estar relacionada aos fungos saprófitos. Higa, Fior & Rodrigues (2012) relatam em experimento de estaquia de ora-pro-nóbis que 6,0% da amostra, aos 20 dias, exibia característica de fungos na parte aérea ou apodrecimento a partir da base da estaca, e aos 40 dias as estacas contaminadas por fungos morreram. Características semelhantes foram observadas neste experimento e após os 37 dias de plantio a mortalidade foi ainda mais alta, comprometendo as mediçöes e impedindo o prosseguimento do projeto.
4.5 Análise por porçao da estaca
Ao analisar cada porçao das estacas, pode-se comparar as amostras por recurso disponibilizado pelo Microsoft Excel®. Nas Figuras 4, 5 e 6 sao apresentadas as médias das brotaçöes de ora-pro-nóbis em diferentes tempos, relacionados a porçao apical, mediana e basal dos diversos tipos de estacas.
Analisando a última mediçao, na porçao apical (Figura 04) houve semelhança para o comprimento dos diferentes tipos de estacas. Portanto, nao foi verificado diferenças entre os tratamentos pelo erro padrao.
Na Figura 4 sao apresentadas as medias de comprimento de brotaçöes na porçao apical de estacas de P.aculeata durante o período de 37 dias após o plantio em substrato alternativo de CAC.
De acordo com o Figura 5, a seguir, na porçao mediana as estacas basais resultaram em brotaçöes de maior tamanho comparadas com as estacas apicais. Assim, aos 37 dias, as estacas basais foram diferentes das apicais, as primeiras obtiverem maiores valores de comprimento.
Para a porçao basal (Figura 6), na última mensuraçao as estacas basais apresentaram comprimento superior de brotaçöes em relaçao aos demais tipos de estacas. As estacas medianas e apicais foram semelhantes.
Observaram-se brotaçöes iniciais nas porçöes inferiores do caule, nao sendo verificada qualquer brotaçao na porçao apical nos diferentes tipos de estacas aos sete primeiros dias após o plantio (Figura 4). Isso remete provavelmente a diferença de reservas presentes na planta, uma vez que em diferentes porçöes da mesma estaca há variaçao do diámetro do caule (Tabela 2). Ramos maduros apresentam teores maiores de carboidratos reservados da planta matriz (Fachinello, Hoffmann & Nachtigal, 2005), possibilitando o desenvolvimento mais rápido das brotaçöes. Além disso, como mencionado anteriormente as estacas advindas de ramos apicais da planta matriz nao apresentaram brotaçöes na primeira mediçao, independentemente do tipo de porçao observada, como pode ser visualizado nas tres figuras seguintes.
Higa, Fior & Rodrigues (2012) trabalhando com diferentes tipos de estacas de ora-pronóbis obtiveram massa fresca de estacas apicais correspondentes a 41% de estacas intermediárias e basais, na fase inicial do experimento. Segundo os autores, com o decorrer dos dias houve aumento da massa fresca das estacas apicais e estabilizaçao nas intermediárias e basais, sugerindo a translocaçao de nutrientes de ramos para a formaçao de raízes. Para este trabalho, os dados sao compatíveis com a fase inicial do experimento descrito por Higa, Fior & Rodrigues (2012), que demostra menor comprimento das brotaçöes em estacas apicais, e possivelmente a estabilizaçao referida seria observada após os 37 dias de plantio.
De acordo ainda com as Figuras 4, 5 e 6, os diferentes tipos de estacas apresentaram desenvolvimento crescente, ilustrado pela linha de tendencia. Esta possibilitou a geraçao da equaçao do gráfico e o valor R2. Em geral, as estacas basais proporcionaram comprimentos superiores as medianas e apicais. Contudo, considerando o erro padrao, nas médias pode haver dispersio em valores superiores e inferiores, desta forma podem existir ou nao diferenças de comprimento dos brotos para os diferentes tratamentos e datas.
Analisando as Figuras 5 e 6, verificou-se que as estacas basais proporcionaram desenvolvimento maior de brotaçöes nas porçöes medianas e basais. Isso pode estar relacionado as características fisiológicas mencionadas anteriormente, pois segundo Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005) estacas basais podem apresentar mais reserva, podendo refletir em diferenças de reservas também entre as porçöes.
Estacas apicais podem estar sobre a açao de auxinas e esse hormônio influenciará no menor desenvolvimento da parte aérea, pois de acordo com Hartmann et al., (2002) a baixa brotaçao de partes vegetativas pode estar correlacionada a fatores como a concentraçao de fitohormônios e de carboidratos nos ramos. Para Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005), a importancia dos carboidratos está relacionada a necessidade de carbono para sintetizar ácidos nucléicos e proteínas, estimulada por auxinas deslocando a necessidade de energia e carbono para formaçao das raízes em ramos para propagaçao.
Esse crescimento pode ainda estar relacionado a morfologia escandente de P. aculeata. Estratégias sao apresentadas por trepadeiras para o apoio ou escalada, como o crescimento escandente favorecido pela presença de acúleos para evitar a queda (Aguiar, 2014; Villagra, 2008). Esse tipo de crescimento em ora-pro-nóbis foi citado por Higa, Fior & Rodrigues (2012).
Também da família Cactaceae a Pitaya também possui hábito escandente ou trepador MARQUES (2008). Para Gonçalves & Lorenzi (2007) as plantas que possuem caule escandente podem subir para facilitar a obtençao de luz e de fotoassimilados.
Quanto ao número médio de brotaçöes, sao apresentados nas Figuras 7, 8 e 9. Analisando-se a terceira mediçao na porçao apical observaram-se em estacas medianas foram contadas mais brotos se comparadas as estacas basais. Porém, as apicais nao foram diferentes das basais e medianas (Figura 7).
Conforme o Figura 8, na porçao mediana as estacas basais foram diferentes dos demais tipos de estacas, obtendo maior número médio de brotaçöes. As estacas medianas e apicais apresentaram valores próximos.
Na Figura 9, na porçao basal, as brotaçöes de estacas medianas foram superiores as demais. Relacionando os valores, as maiores médias de número de emissao de brotaçöes encontraram-se na porçao mediana. No entanto, por esses dados nao se pode afirmar a diferença significativa entre as diferentes porçöes, pois nao foi analisada interaçao entre estas.
Estes resultados demostraram que as estacas medianas e basais, em geral, apresentaram melhores resultados de número de brotaçöes por porçao. Conforme Fachinello, Hoffmann & Nachtigal (2005) a composiçao química varia ao longo do ramo em estacas de diferentes partes de ramos. Dessa forma inferem-se a capacidade de emissao diversa em ramos laterais mesmo que existam variaçöes na mesma estaca de P. aculeata.
Apesar do tempo de análise deste trabalho ter sido curto (37 dias), a observaçao do perfil das brotaçöes de P. aculeata constitui-se um dado novo, uma vez que foi avaliada além do tipo de estaca, a distribuiçao dos brotos. O conhecimento do perfil de enraizamento também torna-se necessário em estudos futuros, pois esse influencia na viabilidade das plantas.
5 CONCLUSÄO
As estacas de P. aculeata provenientes de ramos das posiçöes mediana e basal da planta matriz foram as mais viáveis para a propagaçao vegetativa desta espécie, enquanto as estacas do tipo apical apresentaram maior mortalidade e menor número de brotaçöes;
Quanto a porçao, estacas basais destacaram-se no comprimento das brotaçöes nas porçöes medianas e basais. Em relaçao ao número médio de brotaçöes, estacas basais e medianas demonstraram melhores resultados e a maior média de brotos foi na porçao mediana;
A casca de arroz carbonizada pode ser recomendada como substrato alternativo para a propagaçao desta espécie, constituindo uma alternativa económica e om bons resultados.
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Abstract
The propagation by stem cuttings is the form of multiplication usually employed, however, there are few studies on the cultivation of this plant. [...]this work aimed to evaluate the profile of buds of ora-pro-nóbis in substrate of carbonized rice husk. The number, length and survival rate were analyzed by the standard error in Microsoft Excel® 2013 program. Fang, X., Li, Y., Xu, D., Yang, X., & Wang, G. (2007) Activities of starch hydrolytic enzymes and starch mobilization in roots of Caragana korshinskii following above-ground partial shoot removal. Control of plant development and gene expression by sugar signaling.
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1 Universidade Federal de Viçosa - UFV
2 Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
3 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ





