RESUMO
O objetivo do presente estudo foi analisar o nível de flexibilidade em adolescentes praticantes de treinamento resistido através do Teste Sentar e Alcançar (TSA). Participaram do estudo 30 adolescentes de ambos os sexos que praticam treinamento de força em uma academia sediada na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. Os resultados apresentados na classificaçâo do teste, teve como destaque o resultado abaixo da média em 14(46,7%) dos avaliados. Pode-se concluir que, se torna necessário um melhor acompanhamento desses jovens para que tal capacidade física seja aprimorada.
Palavras-chave: treinamento resistido, flexibilidade, adolescentes.
ABSTRACT
The objective of the present study was to analyze the level of flexibility in adolescents practicing resistance training through the Sit and Go Test (TSA). Participated in the study thirty adolescents of both sexes who practice strength training at an academy based in the city of Fortaleza, in the State of Ceará. The results presented in the test classification had the result below average in 14 (46.7%) of the evaluated adolescents. It can be concluded that, it is necessary to better follow these young people so that this physical capacity is improved.
Keywords: resistance training, flexibility, adolescents.
INTRODUÇÂO
A prática de atividade física entre adolescentes sempre foi algo comum na sociedade. De acordo com Guedes (2001), a falta de atividade física no dia a dia dos adolescentes pode trazer riscos a possíveis patologias e ao desenvolvimento de disfunçoes orgánicas relacionadas ao sedentarismo, e o implemento da atividade física está diretamente associado a saúde e bem-estar. Portanto, a busca por uma atividade física é primordial para os praticantes desta faixa etária. De acordo com ACSM (2014), a aptidao física é a capacidade que um indivíduo possui em um conjunto de atributos ou características alcançadas, e que se relaciona diretamente com sua habilidade em realizar uma atividade física.
Segundo Fontoura (2013) o teste sentar e alcançar (TSA) proposto por Wells e Dillon (1952), é um dos mais utilizados para aferiçao de flexibilidade, devido sua fácil aplicaçao e baixo custo operational, utilizado e padronizado nas principais baterias de teste do mundo como por exemplo o Canadian Standardized Test of Fitness (1986). De acordo com Fleck (1999), o termo "treinamento com pesos", refere-se ao treinamento realizado com resistencias normals, equipamentos com pesos ou pesos livres, como barras e halteres. Com isso, o mesmo autor se refere que o principal objetivo dos praticantes de treinamento resistido é o aumento dos níveis de força, aumento do tamanho dos músculos (hipertrofia muscular), melhor desempenho esportivo, e diminuiçao da gordura corporal. Portanto, observamos ser pertinente investigar se a flexibilidade recebe interferencia do treinamento de força.
O objetivo do presente estudo foi analisar o nivel de flexibilidade em adolescentes praticantes do treinamento de força através do teste de sentar e alcançar (TSA).
MÉTODO
Com a finalidade de legitimar a pesquisa, todos os devidos cuidados éticos foram considerados e respeitados como bem-estar fisico, social e psicológico dos participantes, de acordo com as Resoluçoes Éticas Brasileiras, em especial a Resoluçao 466/2012 do CNS. Todos os participantes concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde foi esclarecido para os mesmos que todas as informaçoes seriam sigilosas e o anonimato do participante preservado, é relevante salientar que todos os participantes receberam informaçoes acerca das investigaçoes realizadas pelo pesquisador, especialmente como se daria a coleta de dados, assegurando que os riscos na atuaçao no referido estudo seriam minimizados ao máximo.
Participaram do estudo 30 adolescentes com idades entre 15 e 18 anos, sendo 13 do sexo masculino e 17 do sexo feminino, praticantes de musculaçao. Trata-se de uma amostra nao probabilistica por conveniencia. Apresentou-se como critérios de inclusao possuir frequencia semanal de no minimo tres vezes. E como critério de exclusao foi utilizado qualquer condiçao aguda ou crónica tais como doenças ortopédicas, reumatologias relacionadas aos membros inferiores, pelve ou coluna lombar que impedisse a realizaçao (TSA), evitando assim, comprometer os resultados.
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário com as seguintes perguntas (Sexo; Idade; Quanto tempo de prática; Frequencia semanal de treino e se pratica outra atividade/esporte). E o teste de sentar e alcançar (TSA) para verificar o nivel de flexibilidade dos músculos ísquiostibiais e paravertebrais. Originalmente proposto por Wells & Dillon (1952), o teste é bastante utilizado e aceito no meio cientifico, por possuir boa praticidade, fácil aplicaçao e nao requer material de alto custo. Onde foi seguida a padronizaçao canadense para os testes de avaliaçao da aptidao física do Canadian Standardized Test of Fitness (CSTF, 1986).
O banco de Wells utilizado tinha 40 cm de largura, 32 cm de altura, 40 cm de profundidade e 23 cm de avanço, da marca Sanny. O ponto zero encontra-se na extremidade mais próxima ao avaliado e o 23 cm coincide com o ponto de apoio dos pés. O avaliado tocava os pés na caixa descalço e com os joelhos estendidos. Com os ombros flexionados, cotovelos estendidos e maos sobrepostas, executava a flexao do tronco, devendo tocar o ponto máximo da escala com as maos. Foram realizadas tres tentativas sendo considerada apenas a melhor marca. Os sujeitos foram submetidos a uma única sessao de avaliaçao. Abaixo seguem os valores de referencia. A tabela 1 mostra os valores do teste de sentar e alcançar, de acordo com o protocolo CSTF (Canadian Standarlized Test of Fitness, 1986), classificando os avaliados em ruim até excelente.
Para análise dos resultados foi utilizado o Programa SPSS 23.0® sendo realizada a estatística descritiva através de frequencia, média e desvio padrao. E a inferencial através do Teste t para amostras independentes com nivel de significancia (p<0,05) e o Teste QuiQuadrado com nivel de significancia p<0,05 comparando o sexo com as variáveis cujas respostas eram sim ou nao.
RESULTADOS
Entre os 30 avaliados, 13 (43,3%) eram do sexo masculino e 17 (56,7%) do sexo feminino, com idades variando entre 15 a 18 anos com média de 17,03±0,8 anos. A frequencia semanal de treino foi de 4 dias.
O tempo de treinamento dos avaliados, teve como predominio 14 (46,7%) dos avaliados, que praticavam treinamento resistido até 3 meses, onde prevaleceu 9 (30%) do sexo feminino, enquanto apenas 5 (16,7%) do sexo masculino. Seguido por 11 (36%) que praticavam entre 3 a 6 meses, sendo que 6 (20%) do sexo masculino e 5 (16,7%) do sexo feminino. Apenas 5 (16,7%) realizavam há mais de 6 meses, sendo que 2 (6,7%) eram do sexo masculino e 3 (10%) do sexo feminino (Tabela 2).
Pôde-se observar também que, o intervalo de até 3 meses, predominou o grupo feminino 9 (30%) sobre o grupo masculino. No intervalo de 3 a 6 meses o grupo feminino caiu para 5 (16,7%), e o masculino subiu em 6 (20%), e após 6 meses, o grupo feminino 3 (10%) apresentou-se em baixa, mas mesmo assim, mais perseverante na prática da musculaçao do que o sexo masculino 2 (6,7%).
Através do Teste t pôde-se concluir que, nao houve diferenças significativas entre as médias da variável tempo de treinamento nos grupos definidos pelo fator sexo com (t=0,440947, p=0,662770).
Sobre os resultados do teste de sentar e alcançar, dos 30 investigados quase metade da amostra 14 (46,7%) teve a classificaçao abaixo da média, sendo 7 (23,3%) do sexo masculino e 7 (23,3%) do sexo feminino. 9 (30%) dos investigados apresentaram classificaçao fraco, sendo 1 (3,3%) do sexo masculino e 8 (26,7%) do sexo feminino. 4(13,3%) obtiveram classificaçao média, sendo 3 (10%) do sexo masculino e 1(3,3%) do sexo feminino. E apenas 3(10,0%) classificaçao acima da média, sendo 2(6,7%) do sexo masculino e 1 (3,3%) do sexo feminino (Tabela 3).
Sobre a pratica de outra atividade física ou esporte, a maioria dos avaliados 22 (73,3%) responderam que nao realizavam outra atividade/ esporte, enquanto que 8 (26,7%) informaram que praticavam outra atividade física/esporte, além do treinamento resistido.
Na tabela 4, os valores apresentados na variável de tempo de treinamento até 3 meses foram: classificaçao "fraco" entre os homens 1 (7,69%) e as mulheres 4 (23,5%). Classificaçao "Abaixo da média", entre as mulheres 5 (29,4%) e entre os homens 3 (23,08%). Classificaçao "média" entre os homens 1 (7,69%) e nenhum resultado feminino. Nenhum dos investigados atingiu a classificaçao "acima da média". De 3 a 6 meses, classificaçao "fraco" para os homens nenhum resultado e entre as mulheres 1 (5,88%). 2 (15,3%) dos homens e 2 (11,7%) das mulheres foram classificados "abaixo da média". A classificaçao média foi de 2 (15,3%) e 1 (5,8%) entre homens e mulheres respectivamente. O mesmo foi encontrado na classificaçao acima da média, 2 (15,3%) e 1 (5,8%) para homens e mulheres. A variável de acima de 6 meses de treinamento apresentou no índice classificatório "fraco" para 3 (17,65%) das mulheres, sendo o valor total nessa variável e os homens foram classificados em abaixo da média 2 (15,38%), apresentando um valor total.
DISCUSSAO E CONCLUSOES
De acordo com Corbeta et al. (2008), a flexibilidade é influenciada por diversos fatores, tais como hora do dia, temperatura do ambiente, idade e o genero. Platonov (2008) afirma que, o organismo feminino condiciona um maior nivel de flexibilidade que nos homens. Segundo Leard cit. Platonov (2008), correlaciona o nivel de flexibilidade durante as fases de crescimento. Leard cit. Platonov (2008) afirma que, no periodo de seis a dez anos sao os indicadores mais elevados na infancia, a partir desse momento, a flexibilidade diminui um pouco devido ao periodo da puberdade, voltando a aumentar no periodo entre 15 a 17 anos e em seguida estabiliza-se. Com isso, Platonov (2008) assegura que, é de extrema importancia a combinaçao de exercicios de flexibilidade com o treinamento de força. Onde sempre se deve buscar a amplitude máxima dos movimentos, sendo condiçao obrigatória para o desenvolvimento simultaneo da flexibilidade (Platonov, 2008).
Para Mcardle, Katch, e Katch (2016), havia um mito com relaçao aos exercícios de fortalecimento muscular tradicionais, onde se afirmavam que os mesmos reduziam a velocidade de movimento ou a amplitude da movimentaçao articular. Recentemente, o ACSM (2014), lançou recomendaçoes especificas para as idades em relaçao a importancia de atividades de fortalecimento neuromuscular e da flexibilidade. O ACSM (2014), recomenda o treinamento de resistencia e de flexibilidade 2 a 3 dias por semana, onde as recomendaçoes sao semelhantes para as faixas etárias adultas (18 a 64 anos), idosos (> 65 anos), bem como crianças e adolescentes (6 a 17 anos).
Corroborando com os achados de nossa pesquisa, um estudo realizado por Silva e Brandao (2013), 50 individuos praticantes de exercicios fisicos resistidos de ambos os sexos, apresentaram estabilidade do nivel de flexibilidade após os 7 meses consecutivos da prática do treinamento resistido. Confirmando desta forma, com os resultados encontrados em nosso estudo, em que apresentou um declinio para aqueles que praticam musculaçao acima de 6 meses.
Pôde-se concluir que, a flexibilidade em adolescentes entre 15 a 18 anos apresentou classificaçao abaixo da média como predominante, apresentando um declínio para aqueles que praticam musculaçao a mais de 6 meses. Levando a conclusao de que apenas o treinamento resistido nao aprimora a flexibilidade. Diante disso, torna-se necessário mais estudos para tal populaçao, a fim de verificar novos resultados utilizando o treinamento de força e de flexibilidade.
Agradecimentos:
Nada a declarar
Conflito de Interesses:
Nada a declarar.
Financiamento:
Nada a declarar
* Autor correspondente: Centro Universitário Estácio do Ceará. Rua Eliseu Uchôa Beco, 600, Água Fría. CEP: 60810-270, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]
REFERENCIAS
ACSM, American College of Sports Medicine. (2014). Diretrizes do ACSM para prescriçâo os testes de esforço e sua prescriçâo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
CSTF, Canadian Standardized Test Of Fitness (1986). Operations manual Fitness and Amateur Sport. (3rd ed.). Ottawa: Minister of State.
Corbeta, A. R. (2008). Os Testes de flexibilidade do banco de wells realizados em jovens no processo de recrutamento obrigatório demonstraram que a atividade física nao influencia na flexibilidade muscular. Revista Brasileira de Prescriçâo e Fisiología do Exercício, 2 (10), 409-414.
Fleck, S. J., & Kraemer, W. J. (1999). Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed.
Fontoura, A. S., Formentin, C M., & Abech, E. A. (2013). Guia Prático de Avaliaçâo Física. Sao Paulo: Phorte Editora.
Guedes, D. P. (2001). Níveis de prática de atividade física habitual em adolescentes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 7(6), 187-199.
Mcardle, W. D., Katch, F. I., & Katch, V. L. (2016). Fisiologia do exercício: energia, nutriçâo e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Platonov, V. N. (2008). Tratado Geral de Treinamento Desportivo. Sao Paulo: Phorte Editora.
Silva, G. X., & Brandâo, D. C. (2013). Análise do nivel de flexibilidade dos praticantes de treinamento resistido do centro de atividade física da cidade do Crato, CE. Revista Digital. Buenos Aires, 16(156). Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd181/analisedo-nivel-de-flexibilidade.htm>
Wells, K.F., & Dillon, E. K. (1952). The sit and reach - a test of back and leg flexibity. Research Quarterly, 23(8), 115-118.
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Abstract
O objetivo do presente estudo foi analisar o nível de flexibilidade em adolescentes praticantes de treinamento resistido através do Teste Sentar e Alcançar (TSA). Participaram do estudo 30 adolescentes de ambos os sexos que praticam treinamento de força em uma academia sediada na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. Os resultados apresentados na classificaçâo do teste, teve como destaque o resultado abaixo da média em 14(46,7%) dos avaliados. Pode-se concluir que, se torna necessário um melhor acompanhamento desses jovens para que tal capacidade física seja aprimorada.