It appears you don't have support to open PDFs in this web browser. To view this file, Open with your PDF reader
Abstract
Durante a ABM Week 2017, uma importante discussão passou-se em torno da “Indústria 4.0”. Um grande número de temas e problemas foram discutidos, mas chamou-me a atenção o frequente comentário de que crescentemente o País precisará mais de gestores e, em contrapartida, menos de “técnicos”. O conceito foi abordado de diferentes formas e expresso em diferentes palestras. A aparente necessidade de mais gestores e a menor necessidade de técnicos me remeteu, neste contexto, ao livro do Prof. Waldimir Pirró e Longo, professor e coordenador do curso de metalurgia à minha época de estudante, no IME, Professor Emérito da UFF e um grande pensador dos problemas Brasileiros, em especial na área de tecnologia. Em 1984, em seu livro “Tecnologia e Soberania Nacional”1 , Longo (p. 61) discutiu a telemática, que hoje é uma realidade e viabiliza a “Indústria 4.0”.
Modernamente, tem-se denominado [...] de telemática a associação das telecomunicações com o processamento de dados, cujo emprego indiscriminado pode ampliar dramaticamente a dependência tecnológica dos países periféricos face aos países centrais. Através de tal associação, é possível comandar inteiramente uma unidade fabril num país subdesenvolvido mantendo todo o cérebro do empreendimento no exterior [...]. Recentemente, uma multinacional local justificava [...] sua ligação eletrônica total com a matriz pelo decréscimo de custos operacionais que isto resultaria aqui...pois passariam a ser controlados pela matriz: os custos, as rotinas...etc. Em outras palavras: com máquinas, dois ou três capatazes bem treinados (em geral engenheiros que não executam função de engenharia), operários [...] e um terminal de computador poderiam fazer funcionar o empreendimento fabril inteiramente dependente do exterior.
Longo (1984, p. 73), desde aquela época, preconizava que não era suficiente ter um plano de C&T Nacional, mas que tal plano
[...] seja precedido por um planejamento explicito [...] em que fique claro qual o papel reservado para a criatividade local, onde é para valer o esforço da inteligência nacional.
Infelizmente, de 1984 para cá, não obstante a luta continuada de visionários como o Prof. Longo, vieram novas maneiras de ocultar o problema, sendo a afamada “globalização” uma das mais notáveis. Adotamos “liberalismos”, tanto comercial como na área de ciência e tecnologia, difíceis de compreender dentro de uma estratégia Nacional. Nos consolidamos como um provedor de commodities (um dos mercados historicamente mais assimétricos do mundo) e abandonamos diversos nichos tecnológicos que chegamos a dominar nas décadas de 1970-1990. Ocorre que, infelizmente, o desenvolvimento tecnológico na indústria de commodities (agricultura, mineração, etc.) causa a redução do número de postos de trabalho, colocando o País diante do conflito já antecipado no livro mencionado. O que fará do Brasil uma Nação efetivamente rica (para seu povo)? Basta procurar, dentre os Países do mundo, os modelos de crescimento da riqueza bem-sucedidos e verificar se, algum deles, decidiu prescindir de tecnologia própria e transformar-se num grande provedor de commodities municiado de gestores nacionais e dependendo de tecnologia vinda do exterior. Seremos o primeiro? Devemos orientar nossos cursos de engenharia para formar mais gestores ao invés de técnicos?
A Revista TMM da ABM tem, nestes anos, tentado ser uma ferramenta para o desenvolvimento da tecnologia em nosso País: publicando em Português trabalhos que tem sido, preferencialmente, de origem nacional, tanto da indústria como da academia e que, acreditamos, possam ajudar na disseminação do que está sendo feito nesta área estratégica para a Soberania Nacional.
You have requested "on-the-fly" machine translation of selected content from our databases. This functionality is provided solely for your convenience and is in no way intended to replace human translation. Show full disclaimer
Neither ProQuest nor its licensors make any representations or warranties with respect to the translations. The translations are automatically generated "AS IS" and "AS AVAILABLE" and are not retained in our systems. PROQUEST AND ITS LICENSORS SPECIFICALLY DISCLAIM ANY AND ALL EXPRESS OR IMPLIED WARRANTIES, INCLUDING WITHOUT LIMITATION, ANY WARRANTIES FOR AVAILABILITY, ACCURACY, TIMELINESS, COMPLETENESS, NON-INFRINGMENT, MERCHANTABILITY OR FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. Your use of the translations is subject to all use restrictions contained in your Electronic Products License Agreement and by using the translation functionality you agree to forgo any and all claims against ProQuest or its licensors for your use of the translation functionality and any output derived there from. Hide full disclaimer