RESUMO: A grande extensão territorial do Brasil, aliada às condições adequadas de clima e do solo, permite que o país se destaque como o terceiro maior produtor mundial de frutas. Entretanto, constata-se que durante o processamento de polpas, sucos e outros derivados de frutas são gerados toneladas de resíduos, os quais são na maioria das vezes descartados de maneira inadequada, acarretando poluição ambiental. Sendo assim, objetivou-se com o presente estudo investigar a capacidade antioxidante e a presença de fatores antinutricionais em farinhas elaboradas a partir de resíduos de polpas de abacaxi, acerola, cajá, manga e maracujá, visando agregar valor comercial e mitigar seus impactos sobre o meio ambiente. Avaliou-se a capacidade antioxidante utilizando os ensaios da co-oxidação do β-caroteno e ácido linoleico e a degradação da 2-desoxirribose (2-DR). Dentre os fatores antinutricionais, investigou-se as determinações de oxalatos, nitratos, fitatos, atividade hemaglutinante (AHE) e saponinas totais. As farinhas de manga e maracujá destacaram-se com expressiva capacidade antioxidante. Todas as farinhas apresentaram baixos teores de fatores antinutricionais. Constata-se a partir desses resultados que há um amplo campo de possibilidades de investigação, relacionados com o aproveitamento integral de frutas tropicais.
PALAVRAS-CHAVE: Antinutrientes; Farinhas; Fitoquímicos bioativos; Reaproveitamento.
ABSTRACT: Brazil's great territorial extension and its climate and soil conditions make the country the third fruit producer worldwide. However, during the processing of pulp, juices and other fruit derivates, tons of wastes are produced which are normally discarded inadequately, with consequent environmental pollution. Current study investigates the antioxidant capacity and anti-nutrition factors in flour prepared from the wastes of the pulp of pineapple, acerola, cajá, mangoes and passionflower to aggregate commercial value and decrease impacts on the environment. Antioxidant capacity was assessed by assays involving co-oxidation of ß-carotene and linoleic acid and the degradation of 2-desoxyrribose (2-DR). The amounts of oxalates, nitrates, phytates, hemaglutinant activity (HGA) and total saponins were investigated within the context of anti-nutrition factors. Mango and passionflower flours were highlighted for their antioxidant capacity. All types of flour had low rates of anti-nutritional factors. Results reveal a broad investigation field related to the integral reuse of tropical fruits.
KEYWORDS: Anti-nutrients; Phytochemical bioactive agents; Reuse.
(ProQuest: ... denotes formulae omitted.)
INTRODUÇÃO
A fruticultura no Brasil encontra-se em expansao, além da vasta abundancia de espécies produzidas nas diversas regióes, a modernização da agricultura, bem como as formas de apresentaçao e de industrialização colocam as frutas em destaque no agronegócio nacional (ANUARIO BRASILEIRO DA FRUTICULTUTRA, 2015).
Embora o consumo de frutas no Brasil (33 kg por habitante ao ano) seja bem inferior ao recomendado pela Organizaçao Mundial de Saúde (100 kg por habitante ao ano), tem-se observado nas últimas décadas um aumento considerável na ingestao de frutas e hortaliças. Esse aumento é resultante da crescente preocupaçao do consumidor quanto a saúde e alimentaçao, aliado a melhoria na renda e maior qualidade das frutas. No entanto, a perecibilidade desses produtos corresponde a uma das principais barreiras para sua comercializaçao, principalmente no que se refere a exportaçao para longas distancias (NEUTZLING et al., 2009; ANUARIO BRASILEIRO DA FRUTICULTUTRA, 2015).
Uma das principais alternativas empregadas na busca pelo aproveitamento e conservação de frutas durante a safra é a fabricação de polpas de frutas congeladas, as quais possibilitam o armazenamento dos frutos, que poderao ser utilizados fora da sua época. O mercado de polpas no Brasil é promissor, pois a procura por produtos de fácil e rápido preparo é cada vez maior. Contudo, o aumento deste processamento gera residuos que levam a preocupaçao quanto a sua forma de descarte, uma vez que os mesmos sao potenciais poluidores por apresentarem, em sua maioria, elevado valor orgánico, por fornecerem nutrientes para microrganismos e, também, devido as perdas de biomassa e energia (ABUD; NARAIN, 2009; DENG et al., 2012).
Sendo assim, estudos que visem o aproveitamento desses residuos sao de grande importáncia, haja vista que podem contribuir para minimizar o seu impacto ambiental. Ademais, apresentam potencial nutricional e económico. A elaboraçao de farinhas a partir de residuos de frutas corresponde a uma alternativa viável de reaproveitamento, uma vez que estas podem ser utilizadas como ingredientes no preparo dos mais diversos produtos (biscoitos, bolos, paes, doces, dentre outros). Além disso, podem atuar como fonte enriquecedora de nutrientes (ZANATTA et al., 2010).
Diversos estudos explorando a utilizaçao de residuos industriais oriundos do processamento de alimentos (inclusive transformaçao de residuos de frutas em farinhas) tem sido realizados, destacando-se a busca por substáncias naturais bioativas, principalmente os antioxidantes naturais, uma vez que estes sao capazes de prevenir ou reduzir os danos do estresse oxidativo, como envelhecimento precoce e desenvolvimento de diversas doenças (OLIVEIRA et al., 2016; FREITAS et al., 2017).
Entretanto, observa-se que existe na literatura uma lacuna no que se refere ao estudo dos fatores antinutricionais presentes nesses residuos. Tais estudos sao de relevante importáncia, pois fornecem informações sobre a segurança na utilizaçao desses produtos.
Como o próprio nome sugere, os fatores antinutricionais sao substáncias que tem a capacidade de reduzir o valor nutritivo de um alimento, podendo atuar de diferentes maneiras no organismo, seja interferindo na digestibilidade do alimento, na sua absorçao ou na utilizaçao dos nutrientes presentes. Esses compostos, quando ingeridos em elevadas concentrações podem causar maleficios a saúde e até mesmo levar a morte (SANTOS, 2006; BENEVIDES et al., 2011).
Pelo exposto, objetivou-se com esse trabalho investigar a capacidade an- tioxidante e a presença de fatores antinutricionais em farinhas produzidas a partir dos residuos de abacaxi, acerola, cajá, manga, e maracujá, obtidos de uma empresa processadora de polpas de frutas congeladas, situada na cidade de Vitória da Conquista, Bahia.
2MATERIAL E MÉTODOS
2.1 MATÉRIA-PRIMA
Os residuos das frutas foram doados por uma empresa processadora de polpas de frutas congeladas, situada na cidade de Vitória da Conquista (BA). Os residuos foram coletados em tres lotes, congelados (-18±2 °C), que foram acondicionados em refrigerador a temperatura de 10 ± 2 °C para descongelamento durante 24 horas. Posteriormente as amostras foram submetidas ao processo de desidratação em estufa com drculação e renovação de ar (Solab Científica, SL 102), a temperatura de 50 ± 2 °C, até atingir umidade inferior a 10%. Posteriormente, foram colocadas em dessecador por duas horas.
Para obtenção das farinhas triturou-se os residuos desidratados em moinho de facas (Willye, Marconi, Brasil). Para a padronização granulométrica das farinhas utilizou-se peneira com malha de 80 mesh. Visando evitar a degradação de compostos as farinhas foram armazenadas em temperatura de -18 ± 2 °C, até as análises.
2.2 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS HIDROETANÓLICOS
Os extratos hidroetanólicos (80:20 v. v1) foram obtidos de acordo com o procedimento proposto por Zhao e Hall (2008), com adaptações. Em um Becker foram adicionados 3 g da farinha do residuo e 15 mL da solução extratora hidroetanólica. A mistura foi imersa em banho ultrassônico (UltraCleaner, USC-1400, Unique, Brasil), durante 25 minutos a temperatura ambiente. Posteriormente, o conteúdo foi centrifugado (Centrifuga Universal 320 R) a 8981 RCF - Força Centrifuga Relativa, por 5 minutos, e o sobrenadante foi recolhido. Em seguida, a farinha do residuo foi submetida a mais duas reextrações sucessivas. Os extratos foram concentrados em evaporador rotativo (Fisaton, modelo 802, Brasil) com a temperatura da água a 50 °C ± 1 °C, após a evaporação do solvente foram armazenados em frasco de vidro âmbar ao abrigo da luz a -4 °C ± 2 °C, onde permaneceram até o momento das análises de atividade antioxidante.
2.3AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE OXIDANTE
2.3.1Co-oxidação do Beta-caroteno e Ácido linoléico
Adotou-se a metodologia descrita por Marco (1968), modificada por Emmons e Peterson (1999). Esse ensaio espectrofotométrico fundamenta-se na perda da coloração amarela do ß-caroteno, provocada pela reação com os radicais formados da oxidação do ácido linoleico pela aeração do meio. A reação é acompanhada por espectrofotometria no visível em comprimento de onda de 470 nm. A atividade antioxidante foi calculada como percentual de inibição, relativa ao controle, sendo utilizada a equação: % de inibição = 100 x DTc - DTa/DTc, onde DTc = Taxa de degradação do controle (Absorbância final do controle menos a absorbância inicial do controle) e DTa = Taxa de degradação da amostra (Absorbância final da amostra menos a absorbância inicial da amostra).
2.3.2. Degradação Oxidativa da 2-desoxi-D-ribose (2DR)
Determinou-se a capacidade antioxidante dos extratos pelo método da degradação oxidativa da 2-desoxi-D-ribose, proposto por Aruoma (1994). O ensaio consiste na degradação oxidativa da 2-desoxi-D-ribose (2-DR) pelo radical hidroxil, formado pela reação de Fento. A reação inicia-se com a redução do íon (Fe3+ - EDTA) pelo ascorbato, gerando o complexo (Fe2+- EDTA). Este reage com H2O2 formando o radical hidroxil, o qual provoca a degradação oxidativa da 2-DR, resultando na formação do malonaldeído (MAD) e dentre outros produtos secundários, o qual reage em meio ácido com o ácido 2-tiobarbitúrico (TBA) na proporção estequiométrica de (2:1) formando um éster com absorção máxima a 532 mn. Calculou-se a % de inibição da formação do radical hidroxil de acordo com a Equação 1.
... Eq. 1
2.4AVALIAÇÃO DOS FATORES ANTINUTRICIONAIS
2.4.1 Determinação do Teor de Ácido Oxálico
Determinou-se o ácido oxálico segundo a metodologia proposta por Loures e Jokl (1990). O método consiste na extração do ácido oxálico sob aquecimento, com ácido clorídrico a 6 N. Titulou-se o precipitado resultante com solução de permanganato de potássio 0,01 M. Os resultados foram expressos em mg.100 g-1 de amostra.
2.4.2 Determinação do Teor de Ácido Fítico
Para a determinação do ácido fítico adotou-se o a metodologia proposta por Ruiz de Lope et al. (1982). O método fundamenta-se na determinação complexométrica do Fe3+ com EDTA, utilizando o ácido sulfosalicílico como indicador. Determinou-se a percentagem de ácido fítico na amostra utilizando-se a equação 2. Os resultados foram expressos em mg.g-1 de peso seca.
... Eq. 2
Onde:
V = volume da solução de EDTA em mililitros;
P = peso da amostra em gramas;
Utilizou-se a razão atómica (4:6 Ferro/Fósforo = 0,66).
2.4.3 Determinação de Nitratos
Adotou-se a metodologia proposta por Cataldo et al. (1975). O ensaio fundamenta-se na complexação do ácido salicílico pelo íon nitrato sendo as absorbâncias medidas em espectrofotômetro (Shimadzu UV mini-1240) a 550 nm. Para quantificação do nitrato foram construidas curvas analíticas, utilizando como padrao analítico uma solução de nitrato de potássio, variando as concentrações de 1 a 10 mg.mL-1. Os resultados foram expressos em mg.100 g-1.
2.4.4 Determinação Espectrofotométrica de Saponinas Totais
Empregou-se o procedimento proposto por Vigo et al. (2003), utilizando-se como reagente cromogenico cloreto de cobalto em meio ácido. Esse ensaio espectrofotométrico é realizado no comprimento de onda de 284 nm. Para quantificação das saponinas totais foram construidas curvas analíticas utilizando soluçao de saponina nas concentrações variando de 0,08 a 0,32 mg.mL-1. Os resultados foram expressos em g.100g-1.
2.4.5 Atividade Hemaglutinante
Utilizou-se metodologia proposta por Figueroa e Lajolo (1997), o ensaio consiste na extraçao da hemaglutinina das farinhas em soluçao de NaCl, agitando-se por tres horas, a temperatura ambiente e filtrando-se o extrato. A estimativa da atividade aglutinante foi realizada em placa de microtitulaçao, adicionando-se suspensao de eritrocitos (sangue humano A+) com o extrato das farinhas, em uma série de diluições, deixando em repouso por 1 hora, a temperatura ambiente, com verificação, por meio da leitura visual, da presença ou nao de aglutinação de células sanguíneas. Como controle negativo foi utilizado apenas suspensao de eritrocitos, e como controle positivo foi utilizado extrato de feijao preto.
2.3ANÁLISE ESTATÍSTICA
Utilizou-se um delineamento de experimento inteiramente casualizado (DIC), com tres repetições. Os resultados obtidos de tres determinações foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas utilizando o teste de Tukey a 5% de significância (p < 0,05) por meio do software Assistencia Estatística ASSISTAT, versão 7.7 (SILVA, 2016).
3RESULTADOS E DISCUSSAO
3.1 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE
Os resultados relativos a capacidade antioxidante pelos métodos de co-oxidação do ß-caroteno e ácido linoleico e o da degradação da 2-desoxirribose estão apresentados na Tabela 1.
Hassimotto et al. (2005) propuseram uma classificação para a capacidade antioxidante pelo método de co-oxidação do betacaroteno como sendo alta quando o percentual de inibição de oxidação for maior que 70%, intermediaria quando estiver entre 40 e 70%, e baixa quando o percentual de inibição da oxidação for menor que 40%. Com base nessa classificação, encontrou-se nesse estudo elevada capacidade antioxidante para farinha do residuo de maracujá (75,42%). As farinhas dos residuos de cajá, abacaxi e manga apresentaram capacidade antioxidante moderada, enquanto que a farinha de acerola apresentou atividade antioxidante baixa.
Bergamaschi et al. (2010), ao avaliarem a capacidade antioxidante de diversos residuos vegetais, encontraram valores bem inferiores ao desse trabalho em cascas de maracujá: 5,38% no extrato etanólico e 13,53% no extrato aquoso. Esses diferentes valores podem estar relacionados a varios fatores, tais como as condições do ambiente onde o experimento foi realizado, a espécie do fruto, o local de origem da matéria-prima, a presença de sinergismo, entre outras (LAGOURI; BOSKOU, 1995).
Araújo (2014), por sua vez, ao avaliar a atividade de farinhas obtidas de cascas de manga da variedade Tommy Atkins, encontrou 51,75% de inibição da oxidação, valor bem semelhante ao desse trabalho (51,0%). Enquanto Rufino et al. (2010), ao avaliar a capacidade antioxidante de diversas frutas, encontraram 84,9% de inibição da oxidação para cajá; Melo et al. (2008) verificaram menos de 20% da inibição da oxidação em extratos acetônicos e aquosos de polpas de abacaxi, acerola e manga.
Pelo método da desoxirribose, o maior percentual de atividade antioxidante foi encontrado para farinha do residuo de manga (69,17%), seguido da farinha de maracujá (39,09%), as demais farinhas apresentaram baixa atividade antioxidante. Na literatura consultada até o momento, observou-se ausencia de dados referentes a atividade antioxidante, por esse método, em residuos de frutas. Barros (2012), ao avaliar a atividade antioxidante em vários frutos, encontrou em extratos aquosos de cajá capacidade antioxidante maior (79,90%) que a encontrada nesse trabalho (39,09%) para farinha do residuo dessa fruta. O mesmo autor observou elevada atividade antioxidante em extratos aquosos de seriguela (92,6%), sapoti (92,2%), carambola (92,2%), e mangaba (76,0%).
3.2 AVALIAÇAO DA PRESENÇA DE FATORES ANTINUTRICIONAIS
Na Tabela 2 estão expostos os resultados obtidos na avaliaçao dos fatores antinutricionais nas farinhas estudadas.
Os teores de oxalato encontrados em todas as farinhas nao foram expressivos, o maior valor foi encontrado na farinha do residuo de acerola (13,50 mg.100 g-1), seguido da farinha de cajá (5,6 mg.100 g-1). De acordo com Ogbadoyi et al. (2006), o oxalato apresenta baixo limiar de toxicidade, sendo que a dose mínima considerada letal para adultos é em torno de 5 g. Sousa et al. (2014) encontraram 12 mg.100g-1 de oxalato em farinha produzida a partir de residuos de acerola, valor semelhante ao encontrado nesse trabalho. Contudo, Sena et al. (2014) encontraram 24,93 mg.1QQ g-1 de oxalato em farinhas de manga e 23,75 mg.100 g-1 em farinhas de cajá, valores superiores ao desse trabalho. Na literatura consultada nao foram encontrados dados relativos ao teor de oxalato em farinhas de residuos de abacaxi e maracujá, tampouco na polpa desses frutos.
Em relação aos fitatos os teores mais elevados foram encontrados nas farinhas de abacaxi (1,97 g.100 g-1), maracujá (1,24 g.100 g-1) e acerola (0,95 g.100 g-1). Segundo Davis (1981), a partir de 1000 mg.100 g-1, os fitatos já podem diminuir a biodisponibilidade de minerais bi e trivalentes. O Regulamento Técnico para a Fixação de Identidade e Qualidade de Mistura a Base de Farelos de Cereais determinava 0,1 g.100 g-1 como sendo o limite máximo permitido de fitato. De acordo com esse regulamento todas as farinhas estudadas apresentaram alto teor de fitato. Contudo, a Resolução n° 263 de 22 de setembro de 2005 (Regulamento Técnico para Produtos de Cereais, Amidos, Farinhas e Farelos) revogou a Resolução anterior e nao mais determina limites para o ácido fítico, justificando que este é um componente natural de cereais, raízes, tubérculos e leguminosas (BRASIL, 2000; BRASIL, 2005; LEAL et al., 2010). Marques et al. (2013), ao avaliarem o teor de fitatos em farinhas produzidas a partir de sementes e bagaços de acerola, encontraram 0,23 g.100 g-1 nas farinhas da semente e 0,18 g.100 g-1 nas farinhas do bagaço, valores menores que os encontrados nesse trabalho na farinha do residuo dessa fruta. De acordo com Brune et al. (1992), o teor de fitatos em farinhas é muito variável, sendo maior em farinhas nao refinadas e obtidas de farelos do que em farinhas refinadas, isto porque durante o processamento das farinhas refinadas as camadas externas dos grâos são retiradas, enquanto que nas demais o ácido fítico continua presente na camada externa do grâo.
Os teores de nitrato encontrados foram baixos em todas as farinhas, inclusive na farinha de residuo de manga, que apresentou o maior teor de nitrato (9,34 mg.100 g-1). De acordo com a Organização Mundial de Saúde a ingestão diária aceitável de nitrato é de 5 mg.kg-1 de peso corporal. Dessa forma, um adulto com 70 kg precisaría ingerir diariamente mais de 3,7 kg de farinha de residuo de manga para ultrapassar esse limite aceitável. Marques et al. (2010) encontraram em farinhas de semente de acerola (0,08 g.100 g-1) e em farinhas do bagaço de acerola (0,20 g.100 g-1) valores de nitrato superiores ao da farinha de resíduos de acerola encontrados nesse trabalho (0,51 mg.100 g-1). Pereira et al. (2003) verificaram em folhas de cenoura 649,50 mg.100 g-1 de nitrato. O local de origem das matérias-primas pode ser um dos fatores responsáveis pelos teores tão baixos de nitrato encontrados em todas as farinhas, isso porque esses teores na amostra podem variar com a quantidade de nitrato disponível no solo e água.
Os teores de saponinas encontrados em todas as farinhas foram baixos e se assemelham com os resultados de outros trabalhos com diferentes frutos e residuos. Marques et al. (2013) verificarăm os seguintes teores de saponinas nas farinhas das sementes de acerola: 0,49 g.100 g-1, e na farinha do bagaço dessa fruta: 0,26 g.100 g-1. Naves et al. (2010) verificaram 0,35 g.100 g-1 em farinhas de semente de abóbora e teores variando de 0,24-0,31 g.100 g-1, quando essa farinha foi submetida a diferentes tratamentos térmicos. Lima et al. (2008), ao avaliarem o teor de saponinas no fruto inteiro, na polpa, na casca e na semente de duas variedades de jabuticaba (Sabará e Paulista) verificaram na variedade Sabará os seguintes teores de saponinas: fruto inteiro, 0,68 g.100 g-1; polpa, 0,67 g.100 g-1; casca, 0,63g.100-1; e sementes, 0,34 g.100-1. Na variedade Paulista os teores encontrados foram: fruto inteiro, 0,62 g.1001; polpa, 0,66g.100 g-1; casca, 0,78g.100 g-1; e sementes, 0,35 g.100 g-1; em ambas as variedades os mais baixos niveis de saponinas foram encontrados nas sementes.
Quanto as hemaglutininas, nao foi detectada atividade hemaglutinante em nenhuma das farinhas estudadas, o que corresponde a um resultado favorável para consumo, haja vista que as hemaglutininas podem provocar efeitos degenerativos nas membranas celulares, dificultar a ação de enzimas digestivas e assim afetar a absorção de nutrientes, bem como interferir na eficácia do transporte de oxigenio para o organismo devido a aglutinaçao de células sanguíneas (PEREIRA et al., 2008; NAVES et al, 2010).
As análises foram realizadas com sangue humano tipo A+, conforme recomendado pela metodologia, entretanto nao se pode eliminar a possibilidade que as mesmas farinhas apresentem atividade hemaglutinante em indivíduos com sangue do tipo B. Isso porque as células sanguíneas encontradas em sangues humanos de tipo A e B possuem diferentes carboidratos em sua superficie, e como as hemaglutininas sao glicoproteínas com propriedade de ligar-se específicamente a certos carboidratos, há possibilidade de divergencia entre os resultados com esses diferentes tipos sanguíneos (FUDENBERG et al., 1980; SHARON; LIS, 2004).
4CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos constata-se que as farinhas analisadas apresentam potencial para aproveitamento como ingrediente na industria alimenticia e farmaceutica, considerando sua expressiva capacidade antioxidante além de apresentarem baixos teores de fatores antinutricionais.
Assim sendo, abre-se um amplo campo de investigação quanto as possibilidades de aproveitamento integral de frutas tropicais. Ademais, constitui uma alternativa viável para minimizar os impactos ambientais decorrentes do descarte inadequado dos residuos da industria processadora de polpas de frutas.
5AGRADECIMENTOS
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES), pela concessao da bolsa de mestrado.
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Recebido em: 11/04/2016
Aceito em: 24/05/2018
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© 2019. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/ (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.
Abstract
A grande extensão territorial do Brasil, aliada às condições adequadas de clima e do solo, permite que o país se destaque como o terceiro maior produtor mundial de frutas. Entretanto, constata-se que durante o processamento de polpas, sucos e outros derivados de frutas são gerados toneladas de resíduos, os quais são na maioria das vezes descartados de maneira inadequada, acarretando poluição ambiental. Sendo assim, objetivou-se com o presente estudo investigar a capacidade antioxidante e a presença de fatores antinutricionais em farinhas elaboradas a partir de resíduos de polpas de abacaxi, acerola, cajá, manga e maracujá, visando agregar valor comercial e mitigar seus impactos sobre o meio ambiente. Avaliou-se a capacidade antioxidante utilizando os ensaios da co-oxidação do β-caroteno e ácido linoleico e a degradação da 2-desoxirribose (2-DR). Dentre os fatores antinutricionais, investigou-se as determinações de oxalatos, nitratos, fitatos, atividade hemaglutinante (AHE) e saponinas totais. As farinhas de manga e maracujá destacaram-se com expressiva capacidade antioxidante. Todas as farinhas apresentaram baixos teores de fatores antinutricionais. Constata-se a partir desses resultados que há um amplo campo de possibilidades de investigação, relacionados com o aproveitamento integral de frutas tropicais.