RESUMO
Objetivo: Analisar os efeitos do treinamento funcional sobre o desempenho em atividades da vida diária de idosas ativas. Método: Vinte e cinco idosas concluíram o estudo, distribuídas aleatoriamente em dois grupos: Treinamento Funcional (GF n=15; 65,40±5,82 anos; 30,31±5,65 KG/m2) que realizou um protocolo multicomponente com exercícios voltados para as atividades do cotidiano, Controle (GC n=10; 66,10±6,40 anos; 29,54±3,62 KG/m2) que realizou atividades de alongamento com mínimo esforço físico. Para verificaçâo das respostas funcionais foram utilizados os testes Time up And Go (TUG), caminhada de seis minutos (Cm6), levantar da posiçâo decúbito ventral (LPDV), Gallon Jug Shelf Transfer (GJST). Os dados foram analisados a partir de uma ANOVA 2x2 com post hoc test de SIDAK. Resultado: Ao final de doze semanas de intervençao, o GF apresentou diferença significativa quando comparado ao GC melhorando em todos os testes aplicados (p<0,05), mostrando uma reduçao do tempo no TUG de 4,6%, LPDV de 28,9%, GJST de 10,5% e um aumento de 8,6% no teste Cm6 em relaçao aos valores obtidos inicialmente. Conclusâo: Tendo em vista as condiçoes analisadas, o treinamento funcional mostrou-se eficaz na melhora dos indicadores da aptidao física para atividades diárias em idosas ativas físicamente. Palavras-chave: envelhecimento, exercício físico, funcionalidade, qualidade de vida.
ABSTRACT
Objective: To analyze the effects of functional training on performance in activities of the daily life of active elderly women. Methods: Twenty-five elderly women were randomly assigned to two groups: Functional Training (GF n = 15, 65.40 ± 5.82 years, 30.31 ± 5.65 KG / m2), who performed a multicomponent protocol with (GC n = 10, 66.10 ± 6.40 years, 29.54 ± 3.62 KG / m2), who performed stretching activities with minimal physical effort. To verify the functional responses, we used the Time Up And Go (TUG), Sixminute Walk (Cm6), Ventral Recumbent Positioning (LPDV), Gallon Jug Shelf Transfer (GJST) tests. Data were analyzed from a 2x2 ANOVA with post hoc SIDAK test. Results: At the end of twelve weeks of intervention, GF presented a significant difference when compared to CG, improving in all applied tests (p <0.05), showing a reduction in TUG time of 4.6%, LPDV of 28, 9%, GJST of 10.5% and an increase of 8.6% in the Cm6 test in relation to the values obtained initially. Conclusion: In view of the conditions analyzed, functional training proved to be effective in improving physical fitness indicators for daily activities in physically active elderly women. To evaluate the effect of training on the performance of life activities in physically active children.
Keywords: aging, physical exercise, functionality, quality of life.
INTRODUÇÂO
Na sociedade atual, o baixo nivel de natalidade e o crescente aumento da expectativa de vida, tem contribuido para o envelhecimento populacional (Fechine & Tropieri, 2012). O envelhecimento humano é um processo multidimensional que, do ponto de vista biológico, caracteriza-se por perda de massa muscular e diminuiçao da capacidade cardiorrespiratória, força, potencia, equilibrio, agilidade e flexibilidade, afetando negativamente a aptidao funcional e favorecendo a manifestaçao de diversas doenças crónicas nao transmissíveis (Hunter et al., 2016; Garatachea et al., 2015).
Nessa perspectiva, a inclusao de exercícios físicos na rotina de idosos tem sido utilizada como forma de minimizar os efeitos deletérios oriundos da senescencia, já que essa intervençao pode ser capaz de atenuar declinios fisicos por meio de incrementos na composiçao corporal e na aptidao física (Daskalopoulou et al., 2017; Westcott. 2012; Civinski et al., 2011). Específicamente, visando adaptaçöes multisistemicas e consequente melhoria do desempenho em atividades do dia a dia, ChodzkoZajko, et al. (2009) recomendam a inclusao de exercícios de força, potencia, equilibrio, resistencia e flexibilidade na mesma sessao de treinamento físico para idosos, considerando que os protocolos multicomponentes tem demonstrado resultados positivos na funcionalidade e autonomia de idosos (Cadore et al., 2013; De Labra et al., 2015).
O treinamento funcional (TF), caracterizado por utilizar exercícios integrados, multisegmentares e multiarticulares, com padróes de movimento que se assemelham com as tarefas realizadas no cotidiano (La Scala Teixeira et al., 2017; Da Silva-Grigoletto et al., 2014), se mostra compatível com as recomendaç0es referidas anteriormente, por utilizar exercícios que estimulam desenvolvimento das capacidades físicas de forma simultánea, buscando melhorar a funcionalidade para tarefas diárias, além de favorecer a interaçao social e ser acessível (Okada et al., 2011; Filho et al., 2015).
Os benefícios do TF relacionados as melhoras nos componentes da aptidao física, como também na manutençao da saúde, independencia e qualidade de vida foram demonstrados por Resende-Neto et al., 2016 e Bouaziz et al., 2016. No entanto, na literatura cientifica existe uma carencia de padronizaçao do método, fato que pode colocar em risco os resultados almejados (Liu et al., 2014), sobretudo, na populaçao idosa. Ademais, nessa populaçao, os declínios tanto funcionais quanto relacionados a saúde de modo geral, requerem maior discernimento quanto a escolha dos exercícios utilizados e ao planejamento geral do TF, com vistas as melhorias na independencia e autonomia durante a realizaçao das atividades diárias (Stenger et al., 2018).
Nessa perspectiva, é interessante compreender se um protocolo de treinamento funcional com enfase nos componentes da aptidao física em exercícios que se assemelham com as atividades cotidianas é capaz de proporcionar melhorias significativas no desempenho das atividades diárias em idosas. Sendo assim, o objetivo da presente investigaçao foi analisar os efeitos do treinamento funcional sobre as atividades diárias em idosas físicamente ativas. Cogita-se a hipótese de que protocolos de treinamento específicos para as atividades da vida diária, com exercícios integrados e multisegmentares sao mais eficazes nas respostas adaptativas relacionadas a performance funcional de idosas ativas.
MÉTODO
Tratar-se de um ensaio randomizado com duraçao de quatorze semanas, com aplicaçao de treinamento funcional em idosas, buscando controlar fatores intervenientes e descrever o comportamento das variáveis analisadas.
Participantes
Concluíram a intervençao 25 idosas fisicamente ativas recrutadas por mídia social, distribuídas por randomizaçao blocada em dois grupos: Grupo Funcional (GF: n = 15) e Grupo controle (GC: n = 10) como podemos observar na figura 1.
Todas as participantes foram avaliadas por médico e consideradas aptas para realizaçao de exercícios físicos de alta intensidade e submetidas a avaliaçöes física e nutricional. Foram incluidas no estudo mulheres com idade > 60 anos e que nao possuíam nenhuma condiçao musculoesquelética ou cardiovascular que impossibilitasse a realizaçao do treinamento. Nao foram incluidos nas análises os dados das participantes que nao alcançaram frequencia igual ou superior a 85% das sessðes.
No ato da inscriçao as participantes informaram seu histórico de saúde e uma anamnese cognitiva foi realizada por meio do Mini Exame do Estado Mental (Folstein et al., 1975). Os procedimentos experimentais foram explicados verbalmente e as idosas concordaram em participar voluntariamente da pesquisa, assinando para isto, o termo de consentimento livre e esclarecido. Este estudo foi aprovado pelo Comite de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (n° 2.897.793, CAAE: 97652918.7.0000.5546) e está de acordo com a Declaraçao de Helsinki para pesquisa envolvendo seres humanos.
Protocolo de treinamento
O período de intervençao durou quatorze semanas, sendo as duas primeiras destinadas as sessðes de familiarizaçao nas quais utilizou-se 50% da intensidade planejada para 1a sessao. As sessðes de treinamento ocorreram tres vezes por semana, em dias alternados, totalizando 36 sessðes, com duraçao de aproximadamente 45 minutos cada. Para o controle da intensidade foi aplicada a escala OMNI-GSE (Da Silva-Grigoletto et al., 2013) em que as participantes foram orientadas a informar uma pontuaçao que reportasse seu grau de esforço durante e após cada bloco de exercício.
O grupo funcional realizou exercícios integrados e multisegmentares específicos para atividades da vida diária com protocolo organizado em quatro blocos: 1° (5 min): mobilidade articular e ativaçao muscular, bloco com finalidade de aquecer e preparar o corpo para atividades subsequentes, composto por tres a cinco exercício para principais articu^ðes com uma série de dez segundos por exercício; 2° (15 min): Atividades em circuito com enfase na agilidade, coordenaçao motora e potencia muscular, composto por tres passagens em cinco exercícios (Tabela 1); 3° (20 min): Circuito com exercícios multiarticulares de força com enfase na transferencia para as atividades diarias, todos realizados a máxima velocidade concentrica, composto por duas passagens em oito exercícios (Tabela 2); 4° (5 min): Composto por atividades intermitentes de caráter cardiometabólico sendo elas: Cabo de guerra, corrida intermitente e ginástica aeróbica. Por se tratar de atividades intermitentes, durante o momento de trabalho as participantes foram incentivadas a realizar as atividades com vigor, para que fosse mantida a intensidade. A densidade aplicada foi de 1/1, isto é, o tempo de descanso igual ao tempo de trabalho.
Procedimentos
Os testes foram realizados no mesmo local e hora, seguindo a mesma ordem e mantendo os mesmos avaliadores no momento pré e pós intervençao. Os avaliadores foram cegados em relaçao as interve^ðes recebidas pelas idosas. Antes da realizaçao dos testes foi realizado a manutençao dos aparelhos e as participantes receberam orientaçðes sobre as técnicas de execuçao dos exercícios, postura corporal e a vestimenta adequada.
Para a caracterizaçao antropométrica, a estatura (cm) foi verificada através de um estadiômetro (Sanny, ES2030, Sao Paulo, Brasil) com intervalo da escala de 0,10cm e a massa corporal (kg) foi mensurada com a utilizaçao de uma balança (Lider®, P150C, Sao Paulo, Brasil) com precisao de 0,1 kg, a fim de estimar o índice de massa corporal (IMC), dividindo a massa corporal pelo quadrado da estatura (medida em metros).
Para avaliar a funcionalidade utilizou-se o teste Gallon Jug Shelf Transfer (GJST), que consiste em transferir sequencialmente cinco galðes plásticos, com peso igual a 4kg, o mais rápido possível da prateleira inferior de um armário para a prateleira superior, ao nivel do ombro da idosa. Orientaçðes de como realizar o teste foram fornecidas pelo avaliador, bem como uma demonstraçao para melhor entendimento. Após a demonstraçao foi realizado um ensaio de familiarizaçao e foi oportunizado um momento para esclarecer possíveis dúvidas. Durante a realizaçao do teste só foi permitido mover um galao por vez sem alternar o uso das maos, sendo que o registro do tempo começou a ser computado após o manuseio inicial da idosa no galao e interrompido quando a participante concluiu a transferencia do último galao (Signorile et al., 2007).
Também foi aplicado o teste funcional de Levantar da posiçao decúbito ventral (LPDV), que tem como proposta avaliar a habilidade que a participante possui de levantar do chao. O teste iniciou com a avaliada na posiçao decúbito ventral no solo, com os braços estendidos ao longo do corpo, após a autorizaçao do avaliador, a idosa levantou-se, ficando de pé o mais rápido possível. Foram realizadas duas tentativas com um intervalo de um minuto. Para o registro do tempo foi utilizado um cronometro manual, sendo adotado o menor tempo em segundos como resultado final (Alexander et al., 1997).
A fim de avaliar a agilidade e equilibrio dinámico o teste Timed Up and Go (TUG) foi utilizado. Para tal, a participante iniciou o teste sentada em uma cadeira, com as maos posicionadas sobre as coxas e os pés paralelos apoiados no solo. Após o sinal do avaliador a participante se levantou e caminhou o mais rápido possível, sem correr, em direçao a um cone a 3 metros de distância, contornando e retornando a posiçao inicial. O tempo começou a ser cronometrado quando a idosa iniciou o teste e parado quando a participante concluiu o percurso, sentando-se totalmente na cadeira. Uma familiarizaçao foi realizada e logo após, outras tres exec^ðes foram computadas, sendo utilizado o menor escore entre as tres tentativas (Bischoff et al., 2003).
Para avaliar a resistencia cardiorrespiratória utilizou-se o teste de caminhada em 6 minutos (CM6). Para realizaçao do teste, um percurso retangular medindo 45,72 metros foi demarcado por cones a cada 4,57 metros de distância. As participantes foram orientadas a caminhar o mais rápido possível em torno desse percurso durante seis minutos para que fosse obtido a distância máxima percorrida. Em nenhum momento foi permitido correr ou caminhar por outro percurso contrário ao determinado. As participantes foram monitoradas por avaliadores durante todo trajeto e informadas quando faltavam dois e um minuto para término do tempo. Após o término dos seis minutos, o avaliador deu o comando de parada, sendo as participantes instruídas a parar de imediato, se mantendo no local para que computasse a medida da distância percorrida, com o auxilio de uma trena métrica (Rikli & Jones, 1999).
Análise estatística
O tamanho amostral foi calculado por meio do software G·Power versao 3.1.9.2 com base em resultados prévios de Feitosa Neta et al., (2016) no teste de caminhada de 6 minutos, esperando uma mudança em torno de 5% nessa variável, assim, consideramos para tamanho da amostra do presente estudo um poder de 0,80 para as análises executadas.
Os dados foram expressos como média, desvio padrao e percentual de mudança. Analisados por meio de uma ANOVA 2x2, com o teste de post hoc de SIDAK. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para afirmar a normalidade e homogeneidade também foi confirmada pelo teste de Levene. Também foram tratados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versao 23, adotando nível de significáncia de 5%.
RESULTADOS
Os protocolos de exercícios realizados tiveram aderencia de 85% das voluntarias, sendo que o GF teve uma perda por dispensa médica e o GC teve quatro perdas por nao cumprimento de todas as etapas do estudo. A taxa de participaçao média foi de 35 sessðes de 42 totais. As características iniciais da amostra expostas na Tabela 3, nao evidenciaram diferenças estatisticamente significativas entre grupos.
Conforme demonstrado na tabela 4, 14 semanas de intervençao foram suficientes para promover alteraçðes estatisticamente significativas (p<0,05) no GF para todos os testes da aptidao física, relacionados as atividades da vida diaria. Essas respostas também formam estatisticamente diferentes do GC (p<0,05).
O GC nao apresentou nenhuma alteraçao estatisticamente significativa do pré para o pósteste (p>0,05).
DISCUSSAO
O presente estudo trouxe como principal achado o fato de que o protocolo proposto de TF foi eficaz para promover melhora da capacidade funcional, confirmando a hipótese inicial.
O protocolo de TF com enfase em exercícios multicomponentes e multisegmentares realizados a máxima velocidade concentrica, estao associados a beneficios multisistemicos, conforme evidenciado na literatura científica (Cadore et al., 2013; Correa CS et al., 2012).
No teste Time up and go que avalia agilidade e equilibrio dinámico, o GF obteve melhora de 4,6%. Essa melhora no desempenho pode estar associada a estrutura do protocolo de exercícios do TF, que se caracterizou por exigir maior controle postural, possibilitando um maior domínio do centro de massa sobre a base de sustentaçao, bem como, uma maior ativaçao dos músculos estabilizadores do tronco, possibilitando assim o desenvolvimento e aprimoramento da agilidade e do equilibrio dinámico (Granacher et al., 2013). Em relaçao ao desempenho no teste Time up and go, Alexandre et al. (2012) estabeleceram um ponto de corte de 12,47 segundos como valor preditivo de risco de queda para populaçao idosa brasileira. Bohannon et al. (2006) descreveram valores normativos de referencia para o teste TUG encontrando valores médios de 8,1 segundos para idosos entre 60-69 anos e 9,2 segundos para idosos entre 70-79 anos. Todos os valores normativos descritos acima estao de acordo com os nossos achados, uma vez que no tanto no pré quanto no pós-teste os valores encontrados na amostra estudada foram melhores que os valores de referencia.
O TF é uma sistematizaçao com enfase na melhora da funcionalidade global dos seus praticantes com exercícios que possuam transferencias para as atividades diarias (DaSilva- Grigoletto, Brito & Heredia, 2014), o protocolo aplicado contou com exercícios de coordenaçao, equilíbrio e força realizados de forma integral no 2° e 3° blocos, a máxima velocidade concentrica, promovendo incrementos na capacidade de desenvolver força rapidamente, melhorando a coordenaçao neuromuscular e consequentemente, a funçao física das praticantes (Pereira et al., 2012).
No teste levantar da posiçao decúbito ventral, observou-se uma reduçao de 28,9% no tempo de realizaçao do teste no GF. Acreditamos que os exercícios realizados no 3° bloco foram os principais responsáveis pelo resultado encontrado, por dar enfase na força e potencia muscular dos membros inferiores e superiores, como também, no fortalecimento dos músculos estabilizadores, através de açöes funcionais (puxar, empurrar, transportar, agachar e levantar) que parecem melhorar o controle motor durante a realizaçao da tarefa (Dantas & Vale, 2004; Shahtahmassebi et al., 2017). Nossos achados estao de acordo com Leal et al., (2009) que demonstraram que 12 semanas de TF produziram resultados satisfatórios sobre o equilíbrio postural, autonomia funcional e qualidade de vida de idosos. Os autores também evidenciaram uma reduçao de 3,7 segundos no tempo total do teste de levantar-se da posiçao de decúbito ventral.
Em relaçao a capacidade cardiorrespiratória, notou-se um aumento de 8,6% da distancia total percorrida pelo GF no teste de caminhada de seis minutos. Acreditamos que as características metabólicas do treinamento associada a alta intensidade, junto com o dinamismo das atividades realizadas em circuito de forma intervalada, podem ser uma possível explicaçao para esse resultado, uma vez que podem melhorar a capacidade do organismo captar e transportar oxigenio, como também promove incrementos no processo de ressíntese oxidativa de ATP (Romero-Arenas et al., 2013; Milanović, Sporiš & Weston., 2015). Nossos resultados corroboram com os achados de Feitosa Neta et al., (2016) que compararam os efeitos de doze semanas de TF com um grupo controle sobre indicadores de aptidao física em idosas, apresentando um aumento de 41 metros na distancia percorrida no mesmo teste de caminhada, enquanto no presente estudo foi constatado um aumento de 47 metros no total percorrido após intervençao em comparaçao ao controle. Por outra perspectiva, vale mencionar que existe uma associaçao importante entre a capacidade de andar e a distancia total percorrida no teste de seis minutos com a coordenaçao motora, equilíbrio e mobilidade dos membros inferiores (Caballer et al., 2015). E o programa de TF aplicado, também abrange esses componentes da aptidao física visando melhorar o desempenho funcional e reduzir a fadiga durante essa atividade simples do cotidiano (Milton et al., 2008; Hunter, Pereira, Keenan, 2016).
A presente investigaçao concentrou-se em analisar as adaptaçöes a um protocolo de treinamento funcional com características bastante específicas ainda nao investigadas em outros estudos. Em que pese os importantes resultados apresentados no presente estudo, pesquisas futuras devem aplicar intervençöes mais prolongadas e comparar com protocolos de treinamento tradicionais (fase concentrica lenta) para uma análise mais robusta da dose-resposta.
CONCLUSÖES
Tendo em vista as condiçöes analisadas, o protocolo de treinamento funcional aplicado mostrou-se eficaz na melhora da agilidade/equilibrio dinámico, funcionalidade global e capacidade cardiorrespiratória. A presente investigaçao mostra que um programa de treinamento físico pensado para estimular os diversos sistemas que promovem beneficios a saúde do idoso deve focar no aprimoramento dos componentes da aptidao física em padrðes de movimento comumente utilizados nas atividades da vida diária e realizados a máxima velocidade concentrica, respeitando critérios de segurança e funcionalidade.
* Autor correspondente: Departamento de Educaçâo Física, Centro de Ciencias Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe - Av. Marechal Rondon, s/n, CEP: 49100-00, Sao Cristóvao. E-mail: [email protected]
REFERENCIAS
Alexander, N. B.; Ulbriche, J. M. D.; Raheja, A.; Channer, D. M. S. (1997). Rising from the floor in older adults. Journal of the American Geriatrics Society, V. 45, n. 5, p. 564-9, May.
Alexandre, T.S.; Meira D. M.; Rico, N. C.; Mizuta, S. K. (2012). Accuracy of Timed Up and Go Test for screening risk of falls among communitydwelling elderly. Revista Brasileira de Fisioterapia. V.16, n. 5, p. 381-8.
Balachandran, A.; Martins, M. M.; De Faveri, F. G.; Alan, O.; Cetinkaya, F.; Signorile J. F. (2016).Functional strength training: Seated machine vs standing cable training to improve physical function in elderly. Experimental Gerontology, V. 82, p. 131-8, Sep.
Bischoff, H. A.; Stähelin, H. B.; Monsch, A. U.; Iversen, M. D.; Weyh, A.; Von Dechend, M.; Akos, R.; Conzelmann, M.; Dick, W.; Theiler, R. (2003). Identifying a cut-off point for normal mobility: a comparison of the timed 'up and go' test in community-dwelling and institutionalised elderly women. AGE and AGEING. V. 32, n. 3, p. 315-20.
Bohannon, R.W. (2006).Reference values for the timed up and go test: A descriptive meta-analysis. Journal of Geriatric Physical Therapy. V.29, n.2, p.64-68.
Bouaziz, W.; Lang, P. O.; Schmitt, E.; Kaltenbach, G.; Geny, B.; Vogel, T. (2016). Health benefits of multicomponent training programmes in seniors: a systematic review. Int J Clin Pract. 70(7):52036.
Caballer, V. B.; Lisón, J. F.; Rosado-Calatayud, P.; Amer-Cuenca, J.J.; Segura-Orti, E. (2015). Factors associated with the 6-minute walk test in nursing home residents and community-dwelling older adults. Journal of Physical Therapy Science. V.27, n.11, p.3571-3578, Nov.
Cadore, E. L.; Rodríguez-Mañas, L.; Sinclair, A.; Izquierdo, M. (2013). Effects of Different Exercise Interventions on Risk of Falls, Gait Ability, and Balance in Physically Frail Older Adults: A Systematic Review. Rejuvenation Research. V.16, n.2.
Chodzko-Zajko, W. J.; Proctor, D. N.; Fiatarone Singh, M. A.; Minson, C. T.; Nigg, C. R.; Salem, G. J.; Skinner, J. S. (2009). American College of Sports Medicine position stand. Exercise and physical activity for older adults. Medicine & Science in Sports & Exercise. V. 41, n. 7, p. 1510-30.
Civinski, C.; Montibeller, A.; Braz, A. L. O. A importância do exercício físico no envelhecimento. Revista da Unifebe. V.9, n.1, p.163-75, (2011).
Correa, C. S.; LaRoche, D. P.; Cadore, E. L.; ReischakOliveira, A.; Bottaro, M.; Kruel L. F. M.; Tartaruga, M. P.; Radaelli, R.; Wilhelm, E. N.; Lacerda, F. C.; Gaya, A. R.; Pinto, R. S. (2012).
3 Different types of strength training in older women. International Journal of Sports Medicine. V.33, n.12, p. 962-9, Dec.
Da Silva-Grigoletto, M. E.; Viana-Montaner, B. H.; Heredia, J.; Fernando, M. O.; Peña, G.; Brito, C. J.; Vaamonde, D.; García Manso, Juan Manue (2013). Validación de la escala de valoración subjetiva del esfuerzo OMNI-GSE para el control de la intensidad global en sesiones de objetivos múltiples en personas mayores. EActividad Fisica y Salud-Kronos. V. 12, n. 1, p. 32-40.
Da Silva-Grigoletto, M. E.; Brito, C. J.; Heredia, J. R. (2014). Treinamento funcional para que e para quem? Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. V. 16, n. 6, p. 714.
Dantas, E. H. M.; Vale, R. G. S. (2004). Protocolo GDLAM de avaliaçâo da autonomia funcional. Fitness & Performance Journal. V.3, n.3, p.175182.
Daskalopouloua, C.; Stubbs, B.; Kralj, C.; Koukounari, A.; Prince, M.; Prina, A.M. (2017). Physical activity and healthy ageing: A systematic review and meta-analysis of longitudinal cohort studies. Ageing Research Reviews. V. 38, p. 6-17, Sep.
De Labra, C.; Guimaraes-Pinheiro, C.; Maseda, A.; Trinidad, L.; Millan-Calenti, J. C. (2015). Effects of physical exercise interventions in frail older adults: a systematic review of randomized controlled trials. BMC Geriatrics. Dezembro.
Fechine, B. R. A.; Trompieri, N. O processo de envelhecimento: as principais alteraçoes que acontecem com o idoso com o passar dos anos. International Scientific Journal. V. 1, n. 7, p. 10632, (2012).
Feitosa-Neta, M. D. L.; Resende-Neto, A. G.; Dantas, E. H. M.; Almeida, M.B; Wichi, R. B.; Da SilvaGrigoletto, M. E. (2016). Treinamento funcional versus treinamento de força tradicional: efeitos sobre indicadores da aptidao física em idosas préfrágeis. MOTRICIDADE. V. 12, n. s2, p. 44-53.
Filho, M. L. M.; Aidar, F. J.; Matos, D.; Moreira, O. C.; Souza, A. L. L.; Santos, M. D. M; Oliveira, C. E. P.; Pamponet, M. A.; Sousa, N. (2015). Efeito de 20 sessðes de treinamento funcional sobre variáveis cardiovasculares e funcionais de mulheres idosas. Motricidade.V. 11, n. 1, p. 137145.
Folstein, M. F.; Folstein, S. E.; Mchugh, P. R. (1975). "Mini-mental state". A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research. V. 12, n. 3, p. 189-98, Nov.
Garatachea, N.; Pareja-Galeano, H.; Sanchis-Gomar, F.; Santos-Lozano, A.; Fiuza-Luces , C.; Moran, M.; Emanuele, E.; Joyner, M. J.; Lucia, A (2015). Exercise attenuates the major hallmarks of aging. Rejuvenation Res. Feb;18(1):57-89.
Granacher, U.; Gollhofer, A.; Hortobágyi, T.; Kressig, R. W.; Muehlbauer, T. (2013). The importance of trunk muscle strength for balance, functional performance, and fall prevention in seniors: a systematic review. Sports Medicine (Auckland, N. Z.). V.43, n. 7, p. 627-41, Jul.
Hunter, S. K.; Pereira, H. M.; Keenan, K G. (2016). The aging neuromuscular system and motor performance. Journal of Applied Physiology. V.121, n.4, p. 982-995.
La Scala Teixeira C. V.; Evangelista, A. L.; Novaes, J. S.; Da Silva-Grigoletto, M. E.; Behm D. G. (2017). "You're Only as Strong as Your Weakest Link": A Current Opinion about the Concepts and Characteristics of Functional Training. Frontiers in Physiology,; V.8, p. 643.
Leal, S. M. O.; Borges, E. G. S.; Fonseca, M. A.; Junior, A. E. D.; Carder, S.; Dantas, E. H. M. (2009). Efeitos do treinamento funcional na autonomia funcional, equilíbrio e qualidade de vida de idosas. Revista Brasileira de Ciencia e Movimento. V. 17, n. 3, p. 61-69.
Liu , C.; Shiroy, D. M.; Jones, L. Y.; Clark, D. O. (2014). Systematic review of functional training on muscle strength, physical functioning, and activities of daily living in older adults. Eur Rev Aging Phys Act. V.11(2), p.95-106.
Milanović, Z.; Sporiš, G.; Weston, M. (2015). Effectiveness of High-Intensity Interval Training (HIT) and Continuous Endurance Training for VO2max Improvements: A Systematic Review and Meta-Analysis of Controlled Trials. Sports Medicine (Auckland, N.Z.). V.45, n.10, p. 14691481.
Milton, D. (2008). The Effect of Functional Exercise Training on Functional Fitness Levels of Older Adults. Gundersen Lutheran Medical Journal. V. 5, n.1, Jul.
Okada, T.; Huxel, K. C.; Nesser, T. W. (2011). Relationship between core stability, functional movement, and performance. Journal of Strength and Conditioning Research. V.25, n. 1, p. 252261, Jan.
Pereira, A.; Izquierdo, M.; Silva, A. J.; Costa, A. M.; Bastos, E.; González-Badillo, J. J.; Marques, M. C. (2012). Effects of high-speed power training on functional capacity and muscle performance in older. Experimental Gerontology. V.47, n.3, p. 250-255, Mar.
Resende-Neto, A. G.; Da Silva-Grigoletto, M. E.; Santos, M. S.; Cyrino, E. S. (2016).Treinamento funcional para idosos: uma breve revisao. Revista Brasileira de Ciencia e Movimento. V. 24, n. 3, p. 167-177.
Rikli, R.E.; Jones, C.J. (1999). Development and validation of a functional fitness test for community-residing older adults. Journal of aging and physical activity. V. 7, n. 2, p. 129-161.
ROMERO-ARENAS, S.; Blazevich, A. J.; MartínezPascual, M.; Pérez-Gómez, J.; Luque, A. J.; LópezRomán, F. J.; Alcaraz, P. E. (2013). Effects of high-resistance circuit training in an elderly population. Experimental gerontology. V.48, n.3, p. 334-340.
Shahtahmassebi, B.; Hebert, J. J.; Hecimovich, M. D.; Fairchild, T. (2017). Associations between trunk muscle morphology, strength and function in older adults. Scientific reports. V.7, n. 10907, Sep.
Signorile, J. F.; Sandler, D.; Ma, F.; Bamel, S.; Stanziano, D. C.; Smith, W.; Sandals, L.; Ross, B. A. (2007). The gallon-jug shelf-transfer test: an instrument to evaluate deteriorating function in older adults. Journal of Aging and Physical Activity. V. 15, n. 1, p. 56-74, Jan.
Stenger, L. (2018). What is functional/neuromotor fitness? ACSM's Health & Fitness Journal. V.22(6), p.35-43.
Westcott, W. L. (2012). Resistance training is medicine: effects of strength training on health. Current sports medicine reports. V.11, n.4, p. 209-216.
You have requested "on-the-fly" machine translation of selected content from our databases. This functionality is provided solely for your convenience and is in no way intended to replace human translation. Show full disclaimer
Neither ProQuest nor its licensors make any representations or warranties with respect to the translations. The translations are automatically generated "AS IS" and "AS AVAILABLE" and are not retained in our systems. PROQUEST AND ITS LICENSORS SPECIFICALLY DISCLAIM ANY AND ALL EXPRESS OR IMPLIED WARRANTIES, INCLUDING WITHOUT LIMITATION, ANY WARRANTIES FOR AVAILABILITY, ACCURACY, TIMELINESS, COMPLETENESS, NON-INFRINGMENT, MERCHANTABILITY OR FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. Your use of the translations is subject to all use restrictions contained in your Electronic Products License Agreement and by using the translation functionality you agree to forgo any and all claims against ProQuest or its licensors for your use of the translation functionality and any output derived there from. Hide full disclaimer
© 2019. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/ (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.
Abstract
Objetivo: Analisar os efeitos do treinamento funcional sobre o desempenho em atividades da vida diária de idosas ativas. Método: Vinte e cinco idosas concluíram o estudo, distribuídas aleatoriamente em dois grupos: Treinamento Funcional (GF n=15; 65,40±5,82 anos; 30,31±5,65 KG/m2) que realizou um protocolo multicomponente com exercícios voltados para as atividades do cotidiano, Controle (GC n=10; 66,10±6,40 anos; 29,54±3,62 KG/m2) que realizou atividades de alongamento com mínimo esforço físico. Para verificaçâo das respostas funcionais foram utilizados os testes Time up And Go (TUG), caminhada de seis minutos (Cm6), levantar da posiçâo decúbito ventral (LPDV), Gallon Jug Shelf Transfer (GJST). Os dados foram analisados a partir de uma ANOVA 2x2 com post hoc test de SIDAK. Resultado: Ao final de doze semanas de intervençao, o GF apresentou diferença significativa quando comparado ao GC melhorando em todos os testes aplicados (p<0,05), mostrando uma reduçao do tempo no TUG de 4,6%, LPDV de 28,9%, GJST de 10,5% e um aumento de 8,6% no teste Cm6 em relaçao aos valores obtidos inicialmente. Conclusâo: Tendo em vista as condiçoes analisadas, o treinamento funcional mostrou-se eficaz na melhora dos indicadores da aptidao física para atividades diárias em idosas ativas físicamente. Palavras-chave: envelhecimento, exercício físico, funcionalidade, qualidade de vida.