RESUMO
A percepçâo e uso de espaços verdes é importante para compreensâo das contribuiçöes que estes locáis exercem na vida da populaçâo.
Objetivo do estudo: O presente estudo avaliou o uso e a percepçâo de frequentadores sobre o Parque Mário Pimenta Camargo (conhecido como Parque do Povo).
Metodologia: Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas realizadas com 100 frequentadores do parque localizado na cidade de Sâo Paulo, Brasil. As entrevistas foram gravadas, transcritas e categorizadas. Utilizou-se o software Iramuteq para análise de conteúdo.
Resultados: A percepçâo sobre o parque é positiva, destacando-se desde as áreas verdes, playground, aparelhos de ginástica, segurança, acessibilidade, bem como sanitários e bebedouros. O uso do parque está relacionado para os frequentadores com a prática de atividade física e contato com natureza, sendo relacionado com melhor qualidade de vida. A falta de estacionamento e opçöes de alimentaçâo foram considerados aspectos negativos.
Conclusăo: Conclui-se que o Parque do Povo é percebido e utilizado pela populaçâo de forma satisfatória tanto em relaçâo ao contato com a natureza quanto a melhoria no bem-estar e saúde, implicando em uma melhor qualidade de vida.
Contribuiçöes: Ressalta-se a relevancia de se considerar as informaçöes sobre percepçâo, usos e preferencias de frequentadores e aplicá-las para melhoria de parques urbanos.
Palavras-chave: Espaços verdes urbanos, Percepçâo ambiental, Biodiversidade, Saúde, Sustentabilidade.
RESUMEN
La percepción y uso de espacios verdes es importante para comprender las contribuciones que estos locales tienen en la vida de la población.
Objetivo del estudio: El presente estudio evaluó el uso y la percepción de los frecuentadores sobre el Parque Mário Pimenta Camargo (conocido como Parque do Povo).
Metodología: Fueron realizadas entrevistas estructuradas con 100 frecuentadores del parque localizado en la Zona Sur de la ciudad de Säo Paulo, Sureste de Brasil. Las entrevistas fueron grabadas, transcritas y categorizadas. Se utilizó el software Iramuteq para el análisis de contenido.
Resultados: La percepción sobre el parque es positiva, destacándose desde la importancia de esas áreas verdes, playground, aparatos de gimnasia, seguridad, accesibilidad, así como sanitarios y bebederos. El uso del parque está relacionado para los frecuentadores con la práctica de actividad física y contacto con la naturaleza, y es entendido, por los mismos, con mejor calidad de vida. La falta de estacionamientos y opciones de alimentación fueron considerados aspectos negativos.
Contribuciones: Se resalta la relevancia de considerarse las informaciones sobre percepción, usos y preferencias de los frecuentadores para la mejora y adecuación de planes de manejo y gestión local de parques urbanos.
Conclusiones: El Parque do Povo es percibido y utilizado por la población de forma satisfactoria tanto en relación al contacto con la naturaleza como en la mejora del bienestar y salud, implicando en una mejor calidad de vida.
Palabras-clave: Espacios verdes urbanos, Percepción ambiental, Biodiversidad, Salud, Sostenibilidad.
ABSTRACT
The perception and use of green spaces are important factors that help understand the contributions that these places exert to the life of the population.
Objective of the study: The present study assessed the use and environment perception of the regulars of the Mário Pimenta Camargo Park (known as Parque do Povo).
Methodology: Structured interviews were carried out with 100 regulars of the Parque do Povo, located in the Southern Zone of São Paulo City, southeastern Brazil. The interviews were recorded, transcribed and categorized. The software Iramuteq was used for the analysis of the contents.
Results: The perception of the park by its regulars is positive - they who highlighted not only the importance of green areas, playground, fitness equipment, security, and accessibility, but also restrooms and drinking fountains. The use of the park is related to physical activities and contact with nature, which are perceived by the regulars as better quality of life. The lack of parking places and food kiosks were considered negative aspects.
Contributions: The relevance of considering the information on the regulars' perception, uses and preferences is pointed out as a contribution to the betterment and adequacy of management plans and local administration of urban parks.
Conclusion: The Parque do Povo is satisfactorily perceived and used by the population, both in respect to contact with nature and improvement of well-being and health, implying a better quality of life.
Keywords: Urban green spaces, Environment perception, Biodiversity, Health, Sustainability.
Introduçâo
Os espaços verdes urbanos estäo se tornando, ao longo dos anos, importantes instrumentos de pesquisa e conservaçâo por conta das diversas funçöes ecológicas, sociais e estéticas que oferecem as metrópoles. Eles säo considerados um dos itens imprescindíveis para o bem-estar da populaçâo que reside nas grandes cidades. Segundo Loboda e De Angelis (2009), essas áreas säo materializadas pela produçâo de praças e parques, que passam a ser espaços de aproximaçâo dos seres humanos com a natureza. Além de oferecerem estrutura para a prática de atividades de lazer e recreaçâo, contribuindo para o envelhecimento ativo da populaçâo (Gaikwad & Shinde, 2019).
Gaudereto, Gallardo, Ferreira, Nascimento e Mantovani (2018) observaram que na busca por um desenvolvimento mais sustentável, a preservaçâo das florestas urbanas, como ocorre nos parques urbanos, se faz importante. Dentre os beneficios para as cidades destacam-se a conservaçâo de espécies da fauna e da flora nativa, melhoria da qualidade do ar e da água, equilibrio climático e consequentemente, conforto térmico. Além disso, essas áreas verdes se destacam entre os ambientes construidos, característicos das grandes cidades, proporcionando também beneficios estéticos. De acordo com Wang, Zhao, Meitner, Hu e Xu (2019), as pessoas tem preferencia por locais com maior número de árvores e flores.
Priego, Breuste e Rojas (2008), discutem que o contato com a natureza contribui para a melhoria da qualidade de vida por proporcionar a populaçâo urbana a oportunidade de relaxar da agitaçâo, além de contemplar e desfrutar de um ambiente natural. Os autores acrescentam que as áreas verdes, como os parques, devem satisfazer os anseios dos moradores urbanos que frequentam esses espaços, e estas necessidades devem ser refletidas nas políticas de planejamento urbano. De acordo com Pereira (2013), desde o surgimento dos parques, esses espaços verdes urbanos tem assumido múltiplas configuraçöes e consequentemente, diferentes significados. Entretanto, os principais motivos de visitaçâo relatados por frequentadores de parques em Sheffield, UK, ainda estäo relacionados a saúde e bem-estar, conforme relatou Irvine, Warber, Devine-Wright e Gaston (2013).
Compreender a percepçâo ambiental permite o entendimento de como se dá a relaçâo do ser humano com o ambiente. Essa compreensäo possibilita a formulaçâo de políticas de conservaçâo e a tomada de decisäo em estratégias de gestäo de áreas verdes públicas, mais eficientes, pois estaräo voltadas aos desejos e anseios da populaçâo que frequenta o local, como os parques urbanos (Suess, Bezerra & Carvalho Sobrinho, 2013; Dorigo & Lamano-Ferreira, 2015). Desse modo, será possível articular e legitimar estratégias de sustentabilidade urbana que podem servir como referencia para os tomadores de decisäo (Chiesura, 2004). Pois, os espaços verdes representam importantes recursos para planejar e desenvolver um ambiente urbano mais saudável (Sandifer, Sutton-Grier & Ward, 2015).
Para Brito, Régis e Lamano-Ferreira (2016) a percepçâo ambiental é uma importante ferramenta, capaz de orientar a formulaçâo de políticas públicas adequadas as necessidades e ansiedades da populaçâo. De acordo com Dorigo e Lamano-Ferreira (2015), a percepçâo do ambiente é baseada na realidade de cada indivíduo. Dessa forma, reconhecer as diferentes percepçöes pode auxiliar na compreensäo das interaçöes estabelecidas por diversos indivíduos com espaços verdes públicos e se essas interaçöes acontecem de forma sustentável ou näo.
Diante do exposto acima, o Parque Municipal Mário Pimenta Camargo (Parque do Povo) foi selecionado para análise de percepçâo ambiental, com o objetivo de avaliar como os frequentadores percebem e utilizam este espaço público. Conhecer os anseios e percepçöes da populaçâo que utiliza o espaço é uma importante ferramenta, pois serve de orientaçâo para políticas públicas compatíveis a sua populaçâo, bem como diagnóstico para identificar problemas ambientais.
Referenciái teórico
Percepçâo Ambiental
Percepçâo Ambiental pode ser definida como o modo que cada individuo visualiza e interage com determinado ambiente, além das sensaçöes que este o desperta. De modo que esta percepçâo promova, em cada individuo, a vontade de proteger e cuidar, da melhor maneira possivel, do ambiente onde está inserido (Fernandes, Souza, Pelissari e Fernandes, 2004). Para Sousa, Araújo e Lopes (2012), o estudo da percepçâo ambiental permite compreender a dinámica de troca entre homem e ambiente, na qual o individuo absorve sensaçöes, a partir de aspectos subjetivos existentes em um determinado espaço, representados por elementos culturais e pelo entendimento do observador sobre estes.
Estudos sobre percepçâo ambiental säo necessários para identificar qual papel os espaços verdes, introduzido nas metropoles, desempenham na sociedade. Quais os beneficios os espaços verdes trazem aos grupos populacionais, como a gestäo pública e/ou privada podem garantir sua conservaçâo e manutençâo, ou até mesmo, se há indicios de degradaçâo ambiental. Tais dados se fazem necessários para direcionamento e tomada de decisöes sobre soluçöes para os problemas, visando a melhoria continua das áreas verdes urbanas.
Segundo Sousa et al. (2012) quando uma pessoa visita determinado local, dá-se inicio a uma reverencia oriunda de sentimentos envolvidos ao meio natural, decorrentes da admiraçâo de belas paisagens. No entanto cada pessoa tem uma visäo particular do mundo (Tuan, 2012). Assim, cada individuo percebe, reage e responde de maneiras diferentes as questöes ambientais (Cunha & Canan, 2015), ainda que estejam convivendo na mesma cidade, no mesmo bairro, as pessoas percebem ambientes distintos (Tuan, 2012).
As percepçöes entre individuos säo distintas, pois leva-se em consideraçâo fatores socioeconómicos e culturais, que resultam em pensamentos, expectativas e julgamentos diferentes. Desta forma, entende-se a importáncia dos estudos de percepçâo ambiental para compreensäo das relaçöes entre o homem e a natureza, por meio de diferentes pensamentos e julgamentos de individuos de diferentes planos sociais. O que reforça a premissa de que as pessoas de diferentes origens e culturas usam e percebem as áreas verdes urbanas de maneiras distintas (Priego et al., 2008).
O constructo da percepçâo ambiental passou a ser utilizado nos estudos sobre parques públicos nos grandes centros urbanos. A investigaçâo científica proporciona oportunidades de compreender como os individuos formam suas percepçöes sobre o ambiente natural (Petrosillo, Zurlini, Corliano, Zaccarelli & Dadamo, 2007). Bi, Zhang e Zhang (2010) acrescentaram que a compreensäo da natureza, pode ser vista como uma ferramenta importante na formaçâo do ambiente baseada nas escolhas e comportamentos dos seres humanos.
A investigaçâo sobre a percepçâo ambiental, pode ser usada como uma ferramenta pelos gestores públicos, gerando subsidios e envolvendo a sociedade (Viana, Lopes, Neto, Kudo, Silva Guimaräes & Mari, 2014; Dorigo & Lamano-Ferreira, 2015; Mak & Jim, 2019) nas estrategias de gestäo das áreas verdes, como os parques urbanos. Pois como ressaltaram Bi et al. (2010) a participaçâo pública na tomada de decisöes a respeito de políticas que visam o desenvolvimento sustentável tem sido cada vez mais reconhecida.
Parques Urbanos
Os fragmentos florestais, como áreas verdes urbanas (Barros, Bisaggio & Borges, 2006), nas últimas décadas vem se tornando os principais defensores do meio ambiente, pelo espaço que lhes é destinado nas grandes cidades (Loboda & De Angelis, 2009), pois de acordo com Fiera (2009), essas áreas säo caracterizadas por muitas pressöes, como: espaço limitado, condiçöes climáticas adversas, poluiçâo do ar, dentre outras.
Para Jankovska, Straupe e Panagopoulos (2010) o papel desses espaços verdes urbanos diverge entre algumas cidades, devido aos distintos aspectos ambientais e socioculturais. Consistindo em um valioso recurso para as cidades superlotadas, conforme define Ryan (2005). Como parte do ecossistema urbano (Li, Wang, Paulussen & Liu, 2005), os parques urbanos oferecem beneficios ambientais como contato com a natureza e oportunidades de lazer (Lo & Jim, 2012). Além de promoverem melhorias na qualidade de vida dos cidadäos que habitam as grandes cidades (Acar & Sakici, 2008).
Segundo Chiesura (2004) os parques urbanos representam uma importante estrategia na qualidade de vida da populaçâo que reside nas áreas urbanas, por fornecerem serviços ambientais como a purificaçâo do ar e estabilizaçâo do microclima. Para Chaves e Amador (2015), as áreas verdes urbanas, como os parques, proporcionam um ambiente agradável para recreaçâo e lazer por filtrarem a poluiçâo do ar e amenizarem as altas temperaturas. Além disso, promovem interaçöes sociais nas grandes cidades.
Pensando na melhoria da qualidade de vida dos cidadäos paulistanos, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), decidiu ampliar o sistema de áreas verdes no Municipio de Säo Paulo (Branco, Brischi, Souza, Silva, Pereira, Ferreira, Neves, Sepe, Garcia, & Geraldi, 2011), criando o Programa 100 Parques para Säo Paulo, e posteriormente, o Plano Diretor Estratégico do Municipio de Säo Paulo. Atualmente a Cidade dispöe de 107 parques (SVMA, 2019), distribuidos pelas regiöes metropolitana. Porém, näo basta apenas criar e distribuir os parques pela cidade, é preciso se atentar a formaçâo de cidadäos mais conscientes e sensibilizados ambientalmente (Viana et al., 2014).
As políticas públicas precisam ser muito bem articuladas, para efetivamente envolver a popu^äo na defesa pela qualidade ambiental (Mello-Théry, 2011). Dessa forma, a realizaçäo de estudos sobre a percepçäo ambiental de frequentadores de parques urbanos, gera importantes resultados que podem ser usadas como estratégia de gestäo, por serem embasados nos desejos e anseios da popu^äo que frequenta, usufrui dos serviços, atividades, eventos e da infraestrutura oferecida em parques urbanos (Régis, 2016).
Metodología
Área de estudo
O estudo foi realizado no Parque Municipal Mário Pimenta Camargo (conhecido como Parque do Povo), localizado no distrito do Itaim Bibi, regiäo nobre da zona Sul da Cidade de Säo Paulo (Figura 1). Segundo a Prefeitura de Säo Paulo, sua área de formato orgánico é de 133.547 m2 e sua infraestrutura possui quadras esportivas, aparelhos de ginástica, playground infantil, ciclovia (que faz ligaçäo com outros parques da Cidade, como o Villa-Lobos e o Ibirapuera), pista de caminhada, sanitários, roteiros botánicos (Jardim Sensitivo) e outras particularidades. Quanto a flora, sua vegetaçäo possui exemplares arbóreos adultos e mudas de espécies exóticas, madeiras nobres, trepadeiras e um jardim sensitivo com plantas aromáticas. Sobre a fauna, foram localizados, aproximadamente, 37 tipos de especies de aves típicas em ambientes abertos (PMSP, 2014).
O parque funciona diariamente das 6h as 22h e está próximo de diversos estabelecimentos comerciais, centros empresariais e residenciais. Possui boa localizaçâo e acessibilidade, como a presença de pontos de taxi, ônibus e a estaçâo de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no entorno do espaço. O Parque estava instalado numa área pertencente a Caixa Económica Federal e ao Instituto Nacional de Seguro Social. Durante duas décadas, diversas agremiaçöes irregulares fizeram o uso do local, até que em 2006 a Prefeitura da Cidade de Säo Paulo conseguiu a cessäo do espaço. Foi reinaugurado em 2008, pertencente agora a Prefeitura Municipal de Säo Paulo (PMSP), sob administraçâo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) e direçâo do Departamento de Parques e Áreas Verdes (DEPAVE 5).
Coleta de dados
As visitas ao Parque, para a coleta de dados, ocorreram em dias aleatorios entre os meses de outubro de 2016 e maio de 2017. O público alvo foram os frequentadores do Parque do Povo com idade acima de 18 anos, e as entrevistas foram realizadas no método face a face (como no estudo de Lo & Jim, 2012), onde o pesquisador fala diretamente com o entrevistado (Creswell, 2014). As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas pela autora.
Cabe destacar, que respondentes foram escolhidos aleatoriamente dentre os frequentadores que estavam no Parque durante o período de coleta dos dados. Para cada participante foram explicados os propósitos da entrevista e entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este foi lido e assinado por cada entrevistado, permitindo o uso das informaçöes. O roteiro e o TCLE foram aprovados pelo Comité de Ética em Pesquisa com Humanos (CoEP), da Universidade Nove de Julho, sob o protocolo n° 848.248.
O roteiro das entrevistas (Quadro 1), consistiu em duas seçöes, sendo uma delas a caracterizaçâo do perfil dos entrevistados e a outra a avaliaçâo da percepçâo ambiental. Para traçar o perfil dos frequentadores, foram identificadas as seguintes variáveis: 1. Faixa etária; 2. Escolaridade; 3. Situaçâo conjugal; 4. Número de filhos; 5. Número de habitantes por residéncia; 6. Frequéncia de uso do Parque; 7. Companhia; 8. Período que frequenta o Parque; 9. Facilidade de acesso ao Parque; e 10. Transporte utilizado. Nessa pesquisa optou-se por näo questionar informaçöes sobre a renda dos entrevistados, uma vez que outras variáveis pesquisadas (como a 2 e 5), indicam condiçöes socioeconómicas.
Para a segunda seçâo, foi avaliada a percepçâo e uso do parque pelos frequentadores. Nesta etapa, utilizou-se métodos mistos, e foi dividida em dois blocos. No bloco 1: Assertivas sobre a infraestrutura do parque, avaliadas pelos entrevistados por uma escala likeri (escala psicométrica usada em pesquisas de opiniäo) com as seguintes opçöes: 1. Muito ruim; 2. Ruim; 3. Razoável; 4. Boa e 5. Muito boa.
E no bloco 2, para a avaliaçâo e compreensäo da percepçâo ambiental do entrevistado, foram realizadas as seguintes perguntas: "Para voce, como é o Parque do Povo?" e "Como voce descreveria o parque para alguém que nunca o visitou?". Estas foram perguntas abertas, em que as falas dos entrevistados foram analisadas e categorizadas, em como eles percebem e utilizam este espaço público. Após a transcriçâo, os dados foram processados no software IRAMUTEQ® (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), o que a análise estatística de dados textuais (Kami et al., 2016), bem como o tratamento mais organizado e rigoroso aos dados qualitativos (Duarte, 2004).
As respostas de cada pergunta foram processadas e analisadas separadamente no software IRAMUTEQ®, e utilizado o método de análise de conteúdo. Para a análise da pergunta "Para voce, como é o Parque do Povo?", utilizou-se os recursos do IRAMUTEQ® para a elaboraçâo de fluxograma das palavras ativas das entrevistas por similitude e dendograma de classes. Os resultados foram expressos em quadros, fluxogramas de similitude de palavras e figuras explicativas (nuvem de palavras), mediante ao uso de palavras-chave de maior incidencia no discurso dos entrevistados (Camargo & Justo, 2013; Brito, 2017).
Resultados obtidos e análise
Perfil socioambiental dos entrevistados
No período em que foram realizadas as entrevistas, 100 frequentadores aceitaram voluntariamente responder o roteiro, sendo 61 (61%) mulheres e 39 (39%) homens, conforme apresentado na Tabela 1. Foi perguntado aos entrevistados sua idade, e a faixa etária de maio ocorrencia, tanto em mulheres (39,34%) quanto homens (41,03%), foi a faixa etária entre 30 e 39 anos. Entretanto, säo encontrados no Parque do Povo frequentadores de todos os grupos etários, ou seja, adolescentes, adultos e idosos.
Kim e Jin (2018) enfatizam que as vantagens de parques urbanos sobre o bem-estar das pessoas, e apontam que os beneficios säo muito maiores para idosos do que para jovens adultos. Estes autores ressaltam ainda que idosos demonstram disposiçâo para pagar por parques urbanos. Entretanto, um dos primeiros estudos com adolescentes também indicam beneficios que espaços verdes exercem sobre a saúde mental desta faixa etária na California, EUA (Wang, Meng, Lam & Ponce, 2019). Neste contexto, cabe sugerir que visitas aos parques urbanos na cidade de Säo Paulo poderiam ser orientadas, em especial para idosos, uma vez que a cidade possui 107 parques e um número crescente de idosos. E desta forma, os parques contribuiriam com o envelhecimento ativo da populaçâo, como apontado por Gaikwad e Shinde (2019).
Quanto ao nivel de escolaridade, a maior ocorrencia em ambos os generos prevaleceu o grau de instruçâo de nivel superior, onde 65,57% das mulheres e 71,79% dos homens possuem ensino superior completo. A alta incidencia de frequentadores de nivel superior pode ser justificada pelo local em que o parque está implantado, pois de acordo com o Centro de Estudos da Metropole (CEM, 2016), o distrito de Itaim Bibi possui baixos registros de favelas e nenhum registro de loteamento irregular. Além disso, cerca de 76% dos habitantes da área possuem renda domiciliar superior a 5 salarios mínimos (Infocidade, 2010). Sobre a situaçâo conjugal, 47,54% das mulheres responderam que säo solteiras e 53,85% dos homens säo casados ou estäo em uniäo estável.
Ainda sobre a Tabela 1, é possível observar que aproximadamente metade das mulheres e homens näo possuem filhos, e 75,41% das mulheres e 82,05% dos homens residem com até tres pessoas. Tanto a escolaridade quanto o número de moradores na residencia, indicam que os frequentadores entrevistados do Parque do Povo possuem um bom poder aquisitivo, sugerindo uma classe económica média alta.
Quando perguntados sobre a frequentabilidade de uso do Parque do Povo, 57,38% das mulheres e 48,72% dos homens declararam que costumam frequentar o parque somente aos finais de semana, e 83,61% das mulheres e 76,92% dos homens alegaram que costumam frequentar o parque sozinho, conforme demonstrado na Tabela 2. Quanto ao período que utilizam o parque, a maioria das mulheres (54,10%) preferem o parque no período da manhä e os homens (53,85%) preferem a noite.
Sobre a acessibilidade, 90,16% das mulheres e 84,62% dos homens disseram que possuem fácil acesso ao parque, e o tipo de transporte mais utilizados pelas mulheres (57,38%) e homens (46,15%) é o carro. Baum e Palmer (2002) relatam que um dos fatores que levam as pessoas a frequentarem as áreas verdes é a facilidade de se chegar ao local, bem como o conforto e a segurança. Para Zhang e Zhou (2018), que estudaram a acessibilidade de parques em Pequim, na China, a acessibilidade via transporte público influencia o uso de parques, assim com a distancia e número de ónibus afetam as visitas.
Percepçâo sobre a Infraestrutura
Os dados levantados demonstram que das dez assertivas realizadas para identificar como os frequentadores do Parque do Povo avaliam a infraestrutura, os equipamentos e os serviços oferecidos nesse espaço, nove foram consideradas um cenário Bom, pois foram atribuidas a elas a resposta: 4. Boa. Enquanto um foi considerado um cenário Ruim, por ter recebido a resposta: 2. Ruim, conforme demonstra a Figura 2.
É possivel observar que os cenários avallados como Bom pelos entrevistados, tanto do genero masculino quanto do genero feminino, foram: Qualidade das áreas verdes (52,0%) - 1A; Infraestrutura do Parque (60,6%) - 1B; Qualidade dos banheiros (50,6%) - 1C; Disponibilidade de bebedouros (41,6%) - 1D; Qualidade dos brinquedos - playground (61,1%) - 1E; Disponibilidade de bancos (46,5%) - 1F; Disponibilidade de equipamentos de ginástica (51,1%) - 1G; Qualidade da pista de caminhada (47,0%) - 1H; e Segurança do parque (61,6%) - 1J.
A avaliaçâo positiva sobre a infraestrutura, equipamentos e serviços encontrados no Parque do Povo (tanto pelos homens, quanto pelas mulheres), indica que os entrevistados percebem e utilizam o Parque, como um espaço de lazer e recreaçâo. Uma vez que este oferece bons equipamentos para a realizaçâo dessas e de outras atividades, assim como observado no estudo de Régis, Lamano-Ferreira, Ramos e França (2016). E mesmo com a duplicaçâo do número de parques municipais criados na última década, este parque está sendo bem avaliado e utilizado pelos frequentadores.
Quanto ao cenário avaliado como ruim, observa-se na figura 2, que 34,8% dos homens e mulheres entrevistados consideram a "Disponibilidade de estacionamento" como ruim. A avaliaçâo negativa sobre esse elemento, apresenta um aspecto que podem influenciar, significativamente, os visitantes a deixarem de frequentar o Parque do Povo, pois como demonstra a tabela 2, 56,45% das mulheres e 47,37% dos homens utilizam carro para chegar ao Parque.
Esses resultados indicam que a aproximaçâo com a natureza e a facilidade de acesso näo säo os únicos aspectos que atraem e influenciam a populaçâo estudada a frequentar o Parque do Povo. Mas também, as características particulares deste local, como as condiçöes de funcionamento, da manutençâo e dos equipamentos, bem como, os serviços oferecidos ao público que o frequenta, conforme observa Costa (2012). O Parque também conta com vigias que atuam durante todo o período de funcionamento do espaço, aspecto percebido como local seguro e tranquilo a populaçâo que frequenta.
Santos et al. (2016a), também ressaltam que o Parque do Povo tem ótima infraestrutura esportiva e inferem que o parque foi destinado ao público que busca praticar atividades físicas, como o futebol, os circuitos de ginástica e CrossFit, corridas e caminhadas, yoga, massagem, artes marciais, entre outras práticas. O Parque também é frequentado por adultos acompanhados de crianças que fazem uso de playgrounds, bem como, por idosos que utilizam as academias da terceira idade. As autoras também observaram a presença de visitantes passeando com animais, e outros utilizando os espaços mais sombreados para prática de piquenique e de descanso.
Ainda de acordo com as palavras de Santos et al. (2016b), em toda a área do Parque do Povo säo encontradas placas informativas identificando as espécies de plantas, os equipamentos e infraestrutura do local (pistas, banheiros, bebedouros, quadras, administraçâo, entre outros). Bem como, informativos sobre as normas de cada ambiente do parque. As autoras destacam que o Parque näo dispöe de pontos de venda de alimentos, telefones públicos e estacionamento, assim justificando os entrevistados (34,8%) perceberem a disponibilidade de estacionamento como um aspecto ruim do Parque (tabela 2).
A análise dos resultados permite enfatizar que os entrevistados interagem, utilizam e percebem o Parque do Povo de forma positiva. E o fato de terem apontado um aspecto negativo confirma que esses individuos percebem o Parque baseados em suas reais experiencias e interaçöes estabelecidas com o local, näo em aspectos fantasiosos e ilusorios, assim como descrito por Régis (2016).
Percepçâo e Uso do parque
Quando perguntado aos frequentadores "Para voce como é o Parque do Povo?", foram geradas uma lista de palavras, e optou-se por colocar somente as seguintes classes gramáticas: nominal (nom), adjetivos (adj), verbos (ver) e advérbios (adv). A Tabela 3 demonstra as vinte palavras de maior ocorrencia nas falas dos frequentadores.
No fluxograma da análise da similitude (Figura 3) nota-se que a palavra "parque" é a mais citada pelos frequentadores, que possui conexăo com as palavras "gostoso", "organizado", "bonito", "organizado", "calmo", "seguro". Nesse sentido, é possível inferir que os frequentadores associam o parque a algo ótimo, e por isso recomendariam. A palavra "muito" está associada com as palavras "bom", "nao", "cheio", "tranquilo" e "pequeño". No discurso geral dos frequentadores, o parque é visto como um bom parque, tranquilo e näo muito cheio e pequeno quando comparado com outros parques da cidade, podendo observar nas opiniöes dos entrevistados: "Excelente, muito bom."; "É um parque bem localizado no meu entendimento, é um parque com jardins bem cuidados, pista bem cuidada também, frequentado por familias, enfm, muito bom, gosto bastante."; "É um lugar bem tranquilo, bonito, e nao é muito cheio, é isso."; "Pra mim é de fácil acesso, que eu moro a menos de ¡km daqui, eu acho ele bem conservado, bem frequentado, nao muito cheio, entăo eu gosto bastante."; "Relativamente pequeno comparado a outros parques, e proximidade boa com área grande de circulaçao.".
A palavra "bem" está fortemente ligada com as palavras "estruturado", "agradável", "cuidado" e "conservar". Compreende-se que os frequentadores consideram o parque estruturado e bem conversado, conforme os relatos dos entrevistados: "Vista excelente a agradável, pessoal simpático, educado, nivel muito bom. Bem cuidado os bancos, brinquedos, arvores, folhas, gramado, bom para animais."; "O parque do povo ele é bem estruturado, bem distribuído é...Tem local para caminhada, pra bike, pra piquenique, pra crianças, porém eu acho que ele peca um pouco no sentido de mais arvores, falta de mais vegetaçao mas no geral ele é bom. "; " Um parque bem conservado, tem boas áreas verdes, tem área de caminhada, e... eu acho um parque bom, um bom parque".
Outra palavra bastante citada pelos frequentadores foi o verbo "achar", que pode ser usada para julgar ou opinar algo. No discurso dos frequentadores, ela foi usada principalmente para expressar as melhorias que podem ser aplicadas no espaço: "Parque do Povo é um lugar agradável, com muita segurança, mas que eu acho que faltam mais áreas de sombra pra as pessoas poderem descansar, e eu acho que falta um pouco de... alguma coisa pra voce se alimentar, uma lanchonete aqui dentro, mas nao é... ambulante, uma coisa fixa, pra voce ir lá e comprar."; "Olha, eu considero uma localizaçao boa, pois eu moro aqui perto, eu acho que é um parque bacana, mas que está faltando mais árvores né, mas eu gosto dele e acho muito importante para a regiao aqui."; "O Parque do Povo funciona bem, a gente aproveita bastante as estruturas de quadra e eu acho que ele poderia estar mais direcionado a essa pratica de esportes para crianças.".
O software forneceu cinco classes que contém as palavras que obtiveram maior porcentagem quanto a frequencia média entre si e diferente entre elas (Figura 4). Na Classe 1, explicitou-se na importancia do parque para os frequentadores que praticam atividades físicas, relatando a área como adequada para a prática de exercícios físicos. As Classes 2 e 3 foram relacionadas com as sensaçöes e características despertadas pelos frequentadores que visitam o Parque do Povo. As opiniöes sobre a acessibilidade que o parque garante aos frequentadores foram expressos na Classe 4, e a Classe 5 expressou a avaliaçâo dos entrevistados sobre a infraestrutura geral.
A análise realizada a partir do dendograma de classes possibilitou a construçâo do Quadro 2, onde os dados apresentados foram sustentados pela narrativa qualitativa por meio de interpretaçâo pessoal, e sustentada pela literatura conforme realizado por Souza et al. (2018).
Observa-se que os entrevistados, quando perguntados sobre como eles descreveriam o local para uma pessoa que nunca o visitou, atribuíram qualidades ao Parque do Povo, caracterizando o parque como "agradável", "seguro", "gostoso", "limpo", "sossegado", "familiar" e "organizado", conforme Figura 5. Näo foram identificados adjetivos que qualifique negativamente o parque. Chiesura (2004) realizou um estudo em um parque na Holanda e constatou que os homens relatam sentimentos positivos quando questionados sobre suas experiencias com a natureza urbana. Tais experiencias se assemelham com as do Parque do Povo, por conta da alta proporçâo de respostas positivas informadas pelos entrevistados desta pesquisa.
O uso e percepçâo de frequentadores sobre parques urbanos, e outras áreas verdes, raramente säo coletados e analisados visando melhorar o planejamento e gerenciamento do espaço público. Estes resultados se assemelham com o estudo de Mak e Jim (2019), em que seus resultados permitiram a formulaçâo de uma estrategia abrangente, socialmente relevante e sensível, adequando os parques as necessidades de lazer daqueles que realmente utilizam estes espaços. Sugere-se a construçâo de indicadores sociais que avaliem os usos de áreas verdes urbanas e estimem usos como o cultivo de hortas comunitárias.
Considerares finais
Os dados de percepçâo ambiental do parque mostraram que os frequentadores entrevistados estäo satisfeitos com a infraestrutura e serviços oferecidos no parque, destacando o papel e os beneficios destas áreas verdes para a cidade e sociedade. Durante as visitas ao parque, foi observado bom estado de conservaçâo em todos os ambientes do local e a presença de vigias, que inspira aos frequentadores tranquilidade, segurança e o contato com a natureza. O único aspecto negativo identificado durante o levantamento de dados foi a disponibilidade de estacionamento, já que o parque näo possui o serviço disponível e a maioria dos frequentadores utilizam o carro como meio de transporte para acesso ao espaço.
É importante ressaltar alguns cenários que os voluntarios estudados apontaram que necessitam de melhorias no local, como a disponibilidade de estacionamento, visto que muitos frequentadores utilizam o carro como meio de transporte para visita ao parque, relatando a dificuldade de estacionar o veículo. Outro aspecto citado pelos frequentadores foi sobre a área arbórea, que apesar diversidade na composiçâo floristica de especies nativas, exóticas, frutíferas e madeiras nobres, nota-se a baixa densidade dessas especies, tornando o espaço uma área aberta e com pouca sombra.
Conclui-se que o Parque do Povo é percebido e utilizado pela populaçâo de forma satisfatória tanto em relaçâo ao contato com a natureza quanto a melhoria no bem-estar e saúde, implicando em uma melhor qualidade de vida. Sugere-se a gestäo pública ofereça manutençâo para a conservaçâo destes espaços nas cidades, uma vez que os beneficios a saúde da populaçâo estäo relacionados com a qualidade e quantidade de parques disponíveis nas cidades. Ressalta-se a importancia de se considerar e aplicar as informaçöes sobre a percepçâo e preferencias de frequentadores para melhorar os parques urbanos.
Cite como:
Santos, T. B., Nascimento, A. P. N. & Regis, M. M. (2019). Áreas verdes e qualidade de vida: uso e percepçâo ambiental de um parque urbano na cidade de Sâo Paulo, Brasil. Rev. Gest. Ambient. Sustentabilidade-GeAS, 8(2), 363-388. https://doi.org/10.5585/geas.v8i2.1316
Referencias
Acar, C. & Sakici, Ç. (2008). Assessing landscape perception of urbana rocky habitats. Building and Environmental, 43(6), 1153- 1170.
Barros, R. S. M. D., Bisaggio, E. L., & Borges, R. C. (2006). Morcegos (Mammalia, Chiroptera) em fragmentos florestais urbanos no municipio de Juiz de Fora, Minas Gerais, Sudeste do Brasil. Biota Neotropica, 6(1), 1-6.
Baum, F. & Palmer, C. (2002). "Opportunity structures": urban landscape, social capital and health promotion in Australia. Health promotion international, 17(4), 351-361.
Bi, J., Zhang, Y. & Zhang, B. (2010). Public perception of environmental issues across socioeconomic characteristics: A survey study in Wujin, China. Frontiers of Environmental Science & Engineering in China, 4(3), 361 372.
Branco, A. M., Brischi, A. M., Souza, A. C., Silva, E. P., Pereira, F. G., Ferreira, G. M. P., Neves, H., Sepe, P. M., Garcia, R. J. F. & Geraldi, V. C. (2011). Açöes pela biodiversidade da cidade de Säo Paulo. Säo Paulo: Secretaria Municipal de Verde e do Meio Ambiente.
Brito, E. N., Régis, M. M., Lamano-Ferreira, A. P. N. (2016). Perfil e percepçâo ambiental de frequentadores do Parque do Guarapiranga - Säo Paulo/SP. Revista Científica ANAP Brasil, 9(14).
Brito, E. N. (2017). Estudo comparativo da percepçâo ambiental dos frequentadores dos parques municipais do Guarapiranga e Burle Marx da cidade de Säo Paulo, SP. Säo Paulo, 2017. 84 p. Dissertaçao (Mestrado em Gestäo Ambiental e Sustentabilidade) - Programa de Mestrado Profissional em Administraçâo - Gestäo Ambiental e Sustentabilidade, Universidade Nove de Julho.
Camargo, B. V.; Justo, A. M. IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em psicología, v. 21, n. 2, p. 513-518, 2013.
CEM - CENTRO DE ESTUDOS DA METRÓPOLE. Estimativas Relativas a Precariedade Habitacional e ao Déficit Habitacional no Municipio de Säo Paulo - Sehab/PMSP. 2016. Disponível em (http://web.fflch.usp.br/centrodametropole/upload/arquivos/relatorio2.CEMSehab2016.pdf). Visualizado em 05/10/2018.
Duarte, R. Interviews in qualitative research. Educar em Revista, n. 24, p. 213-225, 2004.
Chaves, A, M. S., & Amador, M. B. M. (2015). Percepçâo ambiental de frequentadores dos espaços livres públicos: um estudo no municipio de Correntes-PE. Caminhos de Geografia,16(53).
Chiesura, A. (2004). The role of urban parks for the sustainable city. Landscape and Urban Planning. 68, 129-138.
Costa, B. V. (2012). Parques urbanos municipais de Säo Paulo: Distribuiçâo e segregaçâo. Dissertaçâo de Mestrado, Universidade Anhembi Morumbi, Säo Paulo, SP.
Creswell, J. W. (2014). Investigaçäo qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. Porto Alegre. Penso.
Cunha, M. C. & Canan, B. (2015). Percepçäo ambiental de moradores do bairro Nova Parnamirim em Parnamirim/RN sobre saneamento básico. Holos, 1, 133 - 143.
Dorigo, T. A. & Lamano-Ferreira, A. P. N. (2015). Contribuiçöes da percepçäo ambiental de frequentadores sobre praças e parques no Brasil (2009-2013): revisäo bibliográfica. Revista de Gestäo Ambiental e Sustentabilidade, 4(3).
Fernandes, R. S., Souza, V. J. D., Pelissari, V. B., & Fernandes, S. T. (2004). Uso da percepçäo ambiental como instrumento de gestäo em aplicaçöes ligadas as áreas educacional, social e ambiental. Encontro Nacional de Pós-Graduaçäo e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, 2(1), 115.
Fiera, C. (2009). Biodiversity of Collembola in urban soils and their use as bioindicators for pollution. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44(8), 868-873.
Gaudereto, G. L., Gallardo, A. L. C. F., Ferreira, M. L., Nascimento, A. P. B., & Mantovani, W. (2018). Aval^äo de serviços ecossistemicos da Gestäo de áreas Verdes: promovendo cidades saudáveis e sustentáveis. Ambiente & Sociedade, v.21, 1-20.
Irvine, K. N., Warber, S. L., Devine-Wright, P., & Gaston, K. J. (2013). Understanding urbangreen space as a health resource: A qualitative comparison of visit motivation and derivedeffects among park users in Sheffield, UK. International journal of environmental researchand public health, 10(1), 417-442.
Infocidade. Economia: domicilios por faixa de rendimento, em salários minimos. 2010. Disponível em(http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/htmls/13_domicilios_por_faixa_de_rendimento_em_sa _2010_233.html). Visualizado em 05/10/2018.
Kami, M. T. M.; Larocca, L. M.; Chaves, M. M. N.; Lowen, I. M. V.; Souza, V. M. P.; Goto, D. Y. N. (2016). Trabalho no consultorio na rua: uso do software IRAMUTEQ no apoio a pesquisa qualitativa. Escola Anna Nery, v. 20, n. 3.
Kim, D.; Jin, J. (2018). Does happiness data say urban parks are worth it?. Landscape and Urban Planning, v. 178, n. 1, 1-11.
Jankovska, I. Straupe, I. & Panagopoulos, T. (2010). Naturalistic forest landscape in urban áreas: Challenges and solutions. In 3ed. Conf. on Urban Planning and Transportation, Corfu, Greece July (pp. 22 -25).
Li, F., Wang, R., Paulussen, J., & Liu, X. (2005). Comprehensive concept planning of urban greening based on ecological principles: a case study in Beijing, China. Landscape and urban planning, 72(4), 325-336.
Loboda, C. R., & De Angelis, B. L. D. (2009). Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funçöes. Ambiencia, 1(1), 125-139.
Lo, A. Y., & Jim, C. Y. (2012). Citizen attitude and expectation towards greenspace provision in compact urban milieu. Land Use Policy, 29(3), 577 - 586.
Londe, P. R. (2014). A influencia das áreas verdes na qualidade de vida urbana. Hygeia, 10(18), 264-272.
Mello-Théry, N. A. D. (2011). Conservaçâo de áreas naturais em Säo Paulo. Estudos Avançados, 25(71), 175-188.
Moura, S. R. B.; Junior, M. A. S. S. M.; Rocha, A. K. L.; Vieira, J. P. P. N.; Mesquita, G. V.; Brito, J.N.P.O. (2015). Análise de similitude dos fatores associados a queda de idosos. Revista Interdisciplinar, v. 8, n. 1, p. 167-173.
Pereira, D. A. (2013). Valores e sentidos atribuidos a paisagem ambiental urbana no parque ecológico olhos d'água, em Brasilia-DF. Dissertaçâo de mestrado, Universidade de Brasilia, Brasilia-DF.
Petrosillo, I., Zurlini, G., Corliano, M. E., Zaccarelli, N., & Dadamo, M., (2007). Tourist perception of recreational environmental and management in a marine protected area. Landscape and Urban Planning, 79(1), 29 - 37.
PMSP. Prefeitura do Municipio de Säo Paulo. Povo - Mário Pimenta Camargo. 2014. Disponivel em (http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/regiao_centrooeste/i ndex.php?p=22396). Visualizado em 17/03/2018.
Priego, C., Breuste, J. H. & Rojas, J. (2008). Perception and value of nature in urban landscapes: A comparative analysis of cities in Germany. Chile and Spain. Landscape Online, (7).
Régis, M. M. (2016). Percepçâo ambiental e uso de parques urbanos por frequentadores do Parque Jardim da Conquista, Säo Paulo/SP. Dissertaçâo de Mestrado, Universidade Nove de Julho, Säo Paulo, SP.
Régis, M. M., Lamano-Ferreira, A. P. N., Ramos, H. R. & França, J. U. B. (2016). Aval^äo, percepçäo e uso do Parque Jardim da Conquista, Säo Paulo/SP, por seus frequentadores. Anais do XVIII ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestäo Empresarial e Meio Ambiente, 1-16.
Ryan, R. L. (2005). Exploring the effects of environmental experience on attachment to urban natural areas. Environmental and behavior, 37(1), 3 - 42.
Santos, T. B., Régis, M. M. & Lamano-Ferreira, A. P. N. (2016a). Parque do Povo: levantamento quantiqualitativo da infraestrutura e lazer. In Constantino, N. R. T., Biernath, K. G., & Mattos, K. A. (Orgs) Espaços Livres de Uso Público na Cidade Contemporánea (pp. 97 - 110). Tupä, SP: ANAP - Assoc^äo Amigos da Natureza da Alta Paulista.
Santos, T. B., Régis, M. M. & Lamano-Ferreira, A. P. N. (2016b). Levantamento Qualitativo e Quantitativo dos Equipamentos e Estrutura do Parque do Povo, Säo Paulo-SP. Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta Paulista, 12(2).
Silva, T. S. D., Cándido, G. A., & Freire, E. M. X. (2009). Conceitos, percepçöes e estratégias para conservaçäo de uma estaçäo ecológica da Caatinga nordestina por populaçöes do seu entorno. Sociedade & Natureza, Uberlándia, 21(2), 23-37.
Sousa, A. R. P., Araújo, J. L. L. & Lopes, W. G. R. (2012). Percepçâo ambiental no turismo do Parque Ecológico Cachoeira do Urubu nos municipios de Esperantina e Batalha no estado do Piauí. Raega - O Espaço Geográfico em Análise, 24.
Suess, R. C., Bezerra, R. G. & Carvalho Sobrinho, H. (2013). Percepçâo ambiental de diferentes atores sociais sobre o Lago do Abreu em Formosa - GO. Holos, 6.
SVMA - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Disponivel em < https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/programacao/index. php?p=144010 > Recuperado em 13, Maio, 2019.
Tuan, Yi-Fu. (2012). Topofilia: um estudo da percepçâo, atitudes e valores do meio ambiente.Traduçâo: Lívia de Oliveira. ISBN 978-85-7216-627-0. Londrina: Eduel.
Viana, Á. L., Lopes, M. C., Neto, N. F. D. A. L., Kudo, S. A., da Silva Guimaräes, D. F., &Mari, M. L. G. (2014). Análise da percepçâo ambiental sobre os parques urbanos da cidade de Manaus, Amazonas. Revista Monografías Ambientais, 13(5), 4044 - 4062.
Wang, P.; Meng, Y.Y.; Lam, V.; Ponce, N. (2019). Green space and serious psychological distress among adults and teens: a population-based study in California. Health & Place, 56, 184-190.
Zhang, S.; Zhou, W. (2018). Recreational visits to urban parks and factors affecting park visits: Evidence from geotagged social media data. Landscape and Urban Planning, v. 180, n. 1, p. 2735.
You have requested "on-the-fly" machine translation of selected content from our databases. This functionality is provided solely for your convenience and is in no way intended to replace human translation. Show full disclaimer
Neither ProQuest nor its licensors make any representations or warranties with respect to the translations. The translations are automatically generated "AS IS" and "AS AVAILABLE" and are not retained in our systems. PROQUEST AND ITS LICENSORS SPECIFICALLY DISCLAIM ANY AND ALL EXPRESS OR IMPLIED WARRANTIES, INCLUDING WITHOUT LIMITATION, ANY WARRANTIES FOR AVAILABILITY, ACCURACY, TIMELINESS, COMPLETENESS, NON-INFRINGMENT, MERCHANTABILITY OR FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. Your use of the translations is subject to all use restrictions contained in your Electronic Products License Agreement and by using the translation functionality you agree to forgo any and all claims against ProQuest or its licensors for your use of the translation functionality and any output derived there from. Hide full disclaimer
© 2019. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.
Abstract
A percepçâo e uso de espaços verdes é importante para compreensâo das contribuiçöes que estes locáis exercem na vida da populaçâo. Objetivo do estudo: O presente estudo avaliou o uso e a percepçâo de frequentadores sobre o Parque Mário Pimenta Camargo (conhecido como Parque do Povo). Metodologia: Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas realizadas com 100 frequentadores do parque localizado na cidade de Sâo Paulo, Brasil. As entrevistas foram gravadas, transcritas e categorizadas. Utilizou-se o software Iramuteq para análise de conteúdo. Resultados: A percepçâo sobre o parque é positiva, destacando-se desde as áreas verdes, playground, aparelhos de ginástica, segurança, acessibilidade, bem como sanitários e bebedouros. O uso do parque está relacionado para os frequentadores com a prática de atividade física e contato com natureza, sendo relacionado com melhor qualidade de vida. A falta de estacionamento e opçöes de alimentaçâo foram considerados aspectos negativos. Conclusăo: Conclui-se que o Parque do Povo é percebido e utilizado pela populaçâo de forma satisfatória tanto em relaçâo ao contato com a natureza quanto a melhoria no bem-estar e saúde, implicando em uma melhor qualidade de vida. Contribuiçöes: Ressalta-se a relevancia de se considerar as informaçöes sobre percepçâo, usos e preferencias de frequentadores e aplicá-las para melhoria de parques urbanos.