RESUMO: O cultivo de plantas de cobertura na entressafra ou em rotaçâo de culturas pode ser adotado como estrategia para melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo, além de preservá-lo contra os processos erosivos. Diversas espécies de gramíneas e leguminosas podem ser utilizadas para esta finalidade, e cada uma apresenta uma dinámica peculiar em relaçâo a velocidade de cobertura e persistencia de sua palhada no solo. Objetivou-se com este trabalho analisar a dinámica das taxas de cobertura e decomposiçâo de plantas de cobertura e o efeito do sistema radicular dessas especies sobre atributos físicos do solo. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com onze tratamentos e quatro repetiçöes, constituídos pelas especies de plantas de cobertura Brachiaria brizantha Hochst. (Stapf), Crotalaria bleviflora, Crotalaria juncea, Crotalaria ochroleuca, Stylosanthes capitata + Stylosanthes macrocephala, Canavalia ensiformis, Cajanus cajan cv. IAC/Fava-larga, Cajanus cajan cv. IAPAR 43, Pennisetum glaucum, Mucuna cinereum e Mucuna aterrima. As taxas de cobertura do solo foram avaliadas aos 20, 40, 60 e 80 dias após a semeadura. As taxas de decomposiçâo dos resíduos vegetais foram analisadas em intervalos regulares de 15 dias, contadas a partir do corte das plantas. As espécies Canavalia ensiformis, Mucuna cinereum e Mucuna aterrima cobriram plenamente o solo aos oitenta dias após semeadura e o Pennisetum glaucum apresentou a maior persistencia da palhada decorridos sessenta dias após o corte.
Palavras-chave: Física do solo. Gramíneas. Leguminosas. Plantas de cobertura.
ABSTRACT: The culture of cover crops in the off-season or in crop rotation may be a strategy to improve the physical, chemical and biological characteristics of the soil and prevent erosion processes. Several grass and leguminous species may be employed for such end. Each has a peculiar dynamic with regard to cover speed and persistence in the soil. The dynamics of cover rates and decomposition of cover crops and the effect of the species' root system on the soil's physical features are analyzed. Assay design was totally randomized, with eleven treatments and four replications, with cover crop species Brachiaria brizantha Hochst. (Stapf), Crotalaria bleviflora, Crotalaria juncea, Crotalaria ochroleuca, Stylosanthes capitata + Stylosanthes macrocephala, Canavalia ensiformis, Cajanus cajan cv. IAC/Fava-larga, Cajanus cajan cv. IAPAR 43, Pennisetum glaucum, Mucuna cinereum and Mucuna aterrima. Soil cover rates were evaluated at 20, 40, 60 and 80 days after seeding. Decomposition rates of vegetal wastes were analyzed at 15-day regular intervals as from the cutting of the crop. Canavalia ensiformis, Mucuna cinereum and Mucuna aterrima covered the soil totally after eighty days of seeding and Pennisetum glaucum had the greatest resistance after sixty days from cutting.
Keywords: Cover crops. Graminea. Leguminosae. Soil's physical features.
Recebido em: 25/04/2020
Aceito em: 29/01/2021
INTRODUÇAO
As plantas de cobertura são potencialmente benéficas para os agroecossistemas agrícolas, podendo aumentar e estabilizar a produtividade das culturas de sucessão (ZHOU et al, 2016). A utilizaçâo dessas espécies contribui para a conservaçâo do solo e promove aumento de sua fertilidade através de alteraçöes favoráveis nos ciclos do carbono e nitrogenio (LEÓN CASTRO; WHALEN, 2019).
Esses beneficios são potencializados em regiöes tropicais, como a Amazonia brasileira, onde predominam solos ácidos, com baixa fertilidade natural, baixos teores de matéria orgánica e extensas áreas agricultáveis em avançado estágio de degradaçâo (DIAS-FILHO, 2014).
As culturas de cobertura reduzem a lixiviaçâo do nitrogenio, absorvendo e estocando esse nutriente na sua biomassa (ARONSSON et al., 2016), que após ser decomposta e mineralizada, reduz a necessidade de aplicaçâo de formas nitrogenadas inorgánicas nos cultivos de sucessão (ZHU et al., 2014), além de reciclar outros nutrientes essenciais das camadas mais profundas do solo (HOOKER et al., 2008).
Suas raízes criam bioporos que alteram as propriedades físicas do solo, gerando aumento da porosidade e reduçâo da densidade e resistencia mecánica a penetraçâo (ALVES; SUZUKI, 2004), principalmente quando são utilizadas espécies da família das gramíneas, que tem sistema radicular fasciculado, bastante eficiente em promover a estruturação do solo (SALTON; TOMAZI, 2014).
A palhada residual, oriunda das culturas de cobertura, atua na supressão de plantas daninhas (WELLS et al., 2014), mantém umidade no sistema, dado a red^ão das taxas evaporativas e previnem processos erosivos (BAETS et al, 2011). Segundo Bertol et al. (2002) a cobertura de 20% do solo com resíduos vegetais pode reduzir em aproximadamente 50% as perdas de solo em re^ão ao mesmo local descoberto. Isso porque reduz o impacto das gotas das chuvas, a desagregação e arrasto das partículas do solo (SUZUKI; ALVES, 2006).
Dessa forma, a aval^ão da taxa de cobertura do solo é uma ferramenta importante para indicação de espécies potenciais, capazes de cobrir e proteger o solo em um menor intervalo de tempo. No mesmo contexto, o conhecimento sobre a dinámica da decompos^ão desse material vegetal é de suma importancia, principalmente em sistema de plantio direto, que depende da persistencia da palhada para manute^ão do solo coberto durante todo o ano (TEIXEIRA et al., 2011).
Diversas espécies das famílias Fabaceae (leguminosas) e Poaceae (gramíneas) são utilizadas como plantas de cobertura, e a escolha deve seguir critérios técnicos, como alta produtividade de biomassa, rusticidade e lenta decompos^ão (ARAÚJO et al., 2015).
Algumas dessas especies são exigentes em temperaturas, água e nutrientes, além de solos preparados para boa germinaçâo das sementes e crescimento da planta. Entretanto, as condiçöes de cultivo, após a colheita das safras, não são favoráveis. Por isso, é desejável que as plantas de cobertura sejam mais tolerantes as condiçöes adversas de cultivo, como baixa fertilidade, seca e solos compactados, mas ainda garantam um crescimento vegetativo vigoroso (BRUST et al, 2014).
A alta prod^ão de biomassa, com elevada re^ão C/N, é uma das principais vantagens da utilização de especies gramíneas (CHAVARRIA et al., 2016). O milheto e sorgo são rotineiramente utilizados como gramíneas de cobertura, produzem elevadas quantidades de fitomassa, com alto teor de fibras e mais carbono nos tecidos, apresentam decompos^ão mais lenta, proporcionando residuos mais persistentes no solo (TEIXEIRA et al., 2011).
Já as especies leguminosas, que tem menor re^ão C/N, apresentam decompos^ão e liberação de nutrientes mais acelerada, principalmente de nitrogenio (MATHEIS et al., 2006). Entretanto, especies como a crotalária juncea, guandu forrageiro e mucuna preta são viáveis para regiöes onde os solos apresentam baixa fertilidade natural (ESPINDOLA et al., 2005), como a Amazonia Brasileira. Além da proteção do solo, essas leguminosas atuam na frx^ão biológica de nitrogenio, aumentam o teor de matéria orgánica e fornecem alimento e energia para os micro-organismos, melhorando também as características biológicas do solo (CHAVARRIA et al, 2016).
Apesar do conhecimento sobre os ciclos vegetativos e os processos de decompos^ão e liberação de nutrientes de diversas espécies de plantas de cobertura, são escassos os trabalhos em condiçöes de alta temperatura e pluviosidade, como ocorrem na região amazónica. Assim, objetivou-se com este trabalho analisar as dinámicas das taxas de cobertura e decompos^ão de resíduos de plantas de cobertura e o efeito do sistema radicular dessas espécies sobre atributos físicos do solo.
2MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido entre outubro de 2014 e março de 2015 na área experimental da Universidade Federal de Rondónia, Campus Rolim de Moura (RO), nas coordenadas geográficas 11°43' 18" S e 61°46' 00" W, Figura 1.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo distrófico (Embrapa, 2018), de textura média argilosa com as seguintes características químicas: pH (H2O): 5,4; 3,7 mg dm-3 de P; 0,26 cmolc dm-3 de K; 4,1 cmolc dm-3 de Ca; e 1,4 cmolc dm-3 de Mg.
O clima local, segundo a classificaçao de Köppen, é do tipo Am, caracterizado como tropical de monçao (ALVARES et al., 2013), com estaçao seca bem definida, temperatura média anual de 26 °C, precipitaçao média de 2.250 mm, e umidade relativa em torno de 85%. Os dados de precipitaçao e temperatura média mensal, ocorridos durante o experimento, estão descritos na Figura 2.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com onze tratamentos e quatro repetiçöes. Os tratamentos foram constituidos pelas seguintes espécies de plantas de cobertura: braquiária brizanta (Brachiaria brizantha Hochst. Stapf), crotalária breviflora (Crotalaria breviflora), crotalária juncea (Crotalaria juncea), Crotalária ochroleuca (Crotalaria ochroleuca), estilosantes campo-grande (Stylosanthes capitata + Stylosanthes macrocephala), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), guandu-anão (Cajanus cajan cv. IAC/Fava-larga), guandu-comum (Cajanus cajan cv. Iapar 43), milheto (Pennisetum glaucum), mucuna-cinza (Mucuna cinereum) e mucuna-preta (Mucuna aterrima).
As parcelas experimentais foram de 2,0 m x 6,0 m, com espaçamento entre linhas de 0,25 m para o milheto e estilosantes campo grande e de 0,50 m para os demais tratamentos. As avaliaçöes das taxas de cobertura do solo foram realizadas aos 20, 40, 60 e 80 dias após a semeadura, com a captura de imagens fotográficas a 4,0 m de altura, abrangendo toda a parcela experimental. Essas imagens foram posteriormente segmentadas para analisar apenas a área útil, equivalente a 4,0 m2. A taxa de cobertura foi definida como o percentual de área de solo que cada espécie vegetal cobriu no intervalo entre as avaliaçöes.
O processamento das imagens foi realizado com auxilio do software SIARCS 3.0, e os dados expressos em porcentagem, comparando o percentual de solo coberto no momento da avaliaçao em relaçâo ao inicio do experimento, quando o solo estava totalmente descoberto.
As avaliaçöes da massa fresca, altura de plantas, massa seca e relaçâo massa fresca: massa seca foram realizadas na fase de floraçâo, aos 90 dias após a semeadura. A altura de plantas foi determinada antes do corte, através da média aritmética de cinco plantas por parcelas, medindo-se do solo ao ápice da planta.
O corte foi realizado a 0,10 m do solo, e o material vegetativo acamado na parcela. Para quantificaçâo da massa fresca, foram coletadas, com auxílio de um quadrado metálico de 0,5 m x 0,5 m, quatro subamostras por parcela, totalizando 1,0 m2, e o material imediatamente pesado em balança analítica, com precisão de 0,001 g. Posteriormente, para obtençâo da massa seca, esse material vegetal foi seco em estufa com ventilaçâo forçada de ar a 65 °C até atingir massa constante.
As avaliaçöes das taxas de decomposiçâo foram realizadas com auxílio de "litter bags'" confeccionado em polietileno com 5 mm de malha. Cada litter bag recebeu 100 g do material vegetal seco, sendo posteriormente devolvidos a área experimental, alocando-se quatro recipientes por parcela, um para cada período de avaliaçâo. As taxas de decomposiçâo foram mensuradas aos 15, 30, 45 e 60 dias após o corte, utilizando o material remanescente de um litter bag por parcela. Os restos vegetais contidos nestes recipientes foram secos em estufa, e a taxa de decomposiçâo obtida pela diferença entre a massa seca do período avaliado e a massa seca inicial. Adicionalmente foram mensurados a quantidade absoluta de biomassa decomposta (QD) (t ha-1) aos 15, 30, 45 e 60 dias após o corte, utilizando a seguinte equaçâo: QD=TDCP/100·MS onde TDCP é a taxa de decomposiçâo do período avaliado e MS é a massa seca total da cultura (t ha-1).
Para mensuraçâo do efeito dos tratamentos sobre os atributos físicos, foram coletadas amostras de solo com estrutura preservada nas entrelinhas de plantio, a 0,1 m das plantas, em tres profundidades, 0,0 a 0,10 m, 0,10 a 0,20 m e 0,20 a 0,30 m. Para fins de comparaçâo dos atributos, um tratamento testemunha, com solo exposto, sem plantas de cobertura e sem controle da vegetaçâo espontánea foi adicionado. A densidade do solo foi determinada pelo método do anel volumétrico (100 cm3), a microporosidade e macroposidade foram determinadas pelo método da mesa de tensâo, conforme descrito pela Embrapa (2011).
Os dados obtidos foram submetidos a verificaçâo da presença de outliers pelo teste de Grubbs, a normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro-Wilk e homogeneidade das variáncias pelo teste de Cochran. Após verificaçâo dos pressupostos, realizou-se a análise de variância pelo teste F para verificaçâo de efeitos dos tratamentos, e, quando significativos, foram comparados pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
3RESULTADOS E DISCUSSAO
A taxa de cobertura do solo variou (p < 0,05) em funçâo da espécie cultivada em todos os períodos avaliados. Aos 20 dias após a semeadura (DAS), o feijâo-de-porco (C ensiformis) proporcionou a maior taxa cobertura, com 32%, seguido das mucunas cinza e preta (M. cinereume e M. aterrima), com 24,33% e 22,66% respectivamente (Tabela 1).
Carvalho et al. (2013) também observaram as potencialidades do feijão-de-porco, tanto em cultivos solteiros quanto em consórcio com gramíneas e leguminosas. Segundo os autores, essa espécie, em cultivos solteiros, apresenta taxas de cobertura do solo, até a ocasião do corte, superiores a outras leguminosas como guandu-anão e a crotalária anagiroide. Missio et al. (2004), trabalhando com nove (09) espécies de leguminosas, também destacaram o feijão-deporco como a espécie mais efetiva na cobertura do solo, com taxas de 50% aos 14 DAS e aos 84 DAS cobria totalmente a área. Além da rusticidade e adaptabilidade do feijão-de-porco, suas folhas apresentam área maior que as demais espécies testadas, favorecendo a cobertura do solo de forma mais rápida.
Na segunda avaliaqão, aos 40 DAS, a crotalária juncea, embora tenha apresentado desenvolvimento inicial lento, já cobria 58% do solo, se assemelhando estatisticamente ao feijão-de-porco e as mucunas preta e cinza. Esse fato pode estar associado a uma maior exigencia nutricional dessa espécie, já que o solo do experimento não foi adubado e apresentava baixa fertilidade natural, principalmente de fósforo (3,7 mg dm-3), elemento essencial as plantas, cuja deficiencia pode prejudicar o desenvolvimento inicial das plantas e o rendimento das culturas (PRESTON et al., 2019).
Por outro lado, a cultura do milheto, aos 40 DAS apresentou 52% de taxa de cobertura, indicando ser uma espécie promissora, visto produzir elevada quantidade de massa seca, com alta relaqão C/N, resultando em uma palhada espessa e de decomposiqão lenta, mantendo o solo protegido por um período mais longo (CALVO et al., 2010). Porém, por apresentar hábito de crescimento ereto e folhas lanceoladas, a cobertura superficial do solo, principalmente nas entrelinhas, no inicio de seu desenvolvimento é prejudicada.
As espécies crotalária breviflora, guandu anão, guandu comum, braquiária brizanta e estilosantes campo grande apresentaram as menores taxas de coberturas nas duas primeiras avaliaçöes, entretanto, entre os periodos de 40 e 60 DAS foram as que mostraram as maiores velocidades de cobertura, demonstrando que são espécies de desenvolvimento inicial lento, mas que após esta fase, apresentam alto potencial, mesmo em solos com baixa fertilidade natural.
Aos 60 DAS, as espécies crotalária breviflora, milheto, guandu anão e guandu comum atingiram resultados semelhantes as mucunas preta e cinza e também ao feijão-de-porco (p > 0,05), sendo as espécies com maior taxa de cobertura do solo aos 60 DAS.
Todas as espécies apresentaram taxas de cobertura acima de 90% aos 80 DAS, com destaque para a mucuna preta, mucuna cinza e feijão-de-porco, que cobriram totalmente o solo. A braquiária brizanta foi influenciada pelo processo de acamamento após os 70 DAS, por isso, o processamento das imagens capturadas foi comprometido, apresentando falhas nas entrelinhas, contribuindo para a red^ão da área coberta.
O milheto, braquiária e guandu comum foram as espécies que apresentaram o maior aporte de massa fresca, com 86,0; 83,6; e 88,3 t ha-1 respectivamente (Tabela 2).
Em virtude da alta disponibilidade de chuvas durante todo o experimento e faixas adequadas de temperaturas (Figura 2), esses valores são superiores aos encontrados por Finholdt et al. (2009), que obtiveram massa fresca de 58,1 t ha-1 de milheto, 18,4 t ha-1 de braquiária brizanta, 14,9 t ha-1 de crotalária juncea e 9,5 t ha-1 de feijão guandu.
As mucunas preta e cinza, como mencionado anteriormente, são excelentes opçöes para proteger o solo, com elevada taxa de cobertura já nos primeiros dias, entretanto, juntamente com o estilosantes campo grande, são espécies com baixo aporte de massa seca, com média de 8,3 t ha-1. Além disso, apresenta hábito de crescimento trepador, podendo cobrir as demais espécies em seu entorno, por isso, deve ser utilizada com cautela em sistema de consórcio com outras espécies comerciais, como o café e frutíferas por exemplo.
Em re^ão ao acúmulo de massa seca da parte aérea, as espécies que mais produziram foram a crotalária juncea, com 18,5 t ha-1, seguido de guandu comum e milheto com 16,65 t ha1 1 16,60 t ha-1 respectivamente. O estilosantes campo grande e as mucunas preta e cinza foram as espécies que acumularam as menores quantidades de massa seca, explicado pelo porte vegetativo e crescimento em altura dessas espécies, que é sensivelmente inferior (p < 0,05) as demais avaliadas (Tabela 2).
A crotalária juncea apresentou também a menor relaçâo MF:MS, fato que explica porque, mesmo tendo valores inferiores de massa fresca que a braquiária e o milheto, tenha maior valor para massa seca. Embora nâo tenham sido realizadas análises bromatológicas, infere-se que este fato esteja associado a presença de fibras de alta densidade em seus tecidos, visto que esta espécie também é utilizada na industria textil, fornecendo fibras liberianas semelhante a juta e celulose (AZZINI et al., 1981).
A mucuna preta é a espécie com maior relaçâo MF:MS, ou seja, possui baixa produçâo de massa seca, sendo boa alternativa para cobertura do solo, visto se estabelecer rapidamente, entretanto, para sistemas de plantio direto nâo é o mais indicado, pois a quantidade de material aportado e a persistencia de sua palhada no solo sâo baixos.
A estrutura das plantas é fator importante, interferindo diretamente na quantidade de biomassa acumulada. Dessa forma, espécies com morfologia de crescimento em altura superior acabam produzindo mais fitomassa. A crotalária juncea foi a espécie que apresentou a maior altura de planta (p < 0,05), com 2,45 m, dessa forma é natural que apresente valores de biomassa superiores as mucunas preta e cinza, feijâo-de-porco, crotalária breviflora e estilosantes campo grande com as menores alturas observadas (Tabela 2).
Aos 15 dias após o corte (DAC), o feijâo-de-porco apresentou a maior taxa de decomposiçâo (p < 0,05), com 42,09% (Tabela 3). De sua massa seca inicial, 9,97 t ha-1, 4,19 t ha-1 já havia sido decomposta nessa primeira avaliaçâo. Os resultados obtidos nas tres avaliaçöes seguintes, aos 30, 45 e 60 DAC, foram similares, com destaque para a análise dos 60 DAC, onde mais de 86% da biomassa dessa cultura já estavam decompostas, restando apenas fraçöes grosseiras do material vegetal como talos e pecíolos de folhas.
As observaçöes referentes a dinámica de decomposiçâo dos residuos dessa especie sugerem sua indicaçâo em situaçöes que necessitem de rápida disponibilidade de nutrientes, principalmente para culturas exigentes em nitrogenio, e de ciclo rápido, como o milho e o feijâo por exemplo.
Aos 15 DAC, o milheto foi a especie que apresentou a menor taxa de decomposiçâo, com 17%, seguido do guandu anâo, braquiária e estilosantes campo grande, com 22,65%, 24,99% e 25,66% respectivamente. Resultados similares foram observados aos 30 DAC, sendo o milheto, novamente, a especie com a menor taxa de decomposiçâo, 30,12%, seguido por estilosantes campo grande e guandu comum com 34,37% e 36,11% respectivamente. Boer et al. (2008), avaliando a decomposiçâo da biomassa de plantas de cobertura, indicaram o milheto para a formaçâo de sistemas de plantio direto, visto que aos 240 DAC 17,3% da palhada dessa especie ainda persistía no solo.
Nas duas últimas avaliaçöes, os resultados foram mais homogeneos, e os valores de decomposiçâo dividiram as especies em dois grupos distintos (p < 0,05). O primeiro foi composto por crotalária breviflora, crotalária ochroleuca, mucuna preta, mucuna cinza, estilosantes campo grande e feijâo-de-porco que apresentaram as mais altas taxas de decomposiçâo, ao passo que o segundo grupo, formado pelas demais especies, sâo as que possuem a palhada mais persistente.
A rápida decomposiçâo da palhada das especies leguminosas e explicada pela relaçâo C/N desses materiais, que de forma geral e baixa, persistindo pouco no solo. Alem disso, a elevada temperatura local e a alta pluviosidade podem ter contribuido para acelerar o processo de decomposiçâo dessas especies (ACOSTA et al., 2014).
Já as gramíneas, como a braquiária e o milheto, possuem alta relaçâo C/N e elevado teor de lignina, levando mais tempo para serem decompostas (DUARTE JÚNIOR; COELHO, 2008). Ziech et al. (2015) mencionam que as gramineas, em cultivos solteiros ou consorciados, deixam palhada no solo por longo tempo, favorecendo a proteçâo contra os efeitos erosivos das chuvas e dos ventos. Dessa forma, sao boas opçöes para regiöes quentes e úmidas como a Amazonia brasileira, onde a decomposiçâo e ciclagem de nutrientes sao mais rápidas.
Na última avaliaçâo, aos 60 DAC, a crotalária breviflora, crotalária ochroleuca, mucuna preta, mucuna cinza, estilosantes campo grande e feijao-de-porco foram as especies com maior taxa de decomposiçâo, nâo diferindo entre si (p > 0,05). Em termos relativos, fica evidente que essas especies apresentaram as mais altas taxas de decomposiçâo, entretanto, analisando os valores absolutos (t ha-1) (Tabela 3), nota-se que a crotalária juncea é aquela que tem as maiores quantidades de fitomassa decomposta nos quatro periodos de avaliaçâo, iniciando com 5,98 t ha-1 aos 15 DAC e terminando com 13,98 t ha-1 acumulados aos 60 DAC.
O tempo decorrido entre a semeadura e o corte nâo foi suficiente para os sistemas radiculares das especies avaliadas alterarem os atributos físicos do solo, que nâo diferiram entre os tratamentos (p > 0,05), assim como do solo com vegetaçâo espontánea, em nenhuma das tres profundidades analisadas. A estatistica descritiva com os valores mínimos, medios e máximos está descrita na Tabela 4.
A densidade media do solo, nas tres profundidades avaliadas (0-0,1, 0,1-0,2 e 0,2-0,3 m), foram respectivamente 1,26 g cm-3, 1,29 g cm-3 e 1,33 g cm-3, valores tidos como adequados por Reichert et al. (2003), que consideram 1,55 g cm-3 como densidade crítica para o bom crescimento do sistema radicular em solos com textura média.
A microporosidade média foi a mesma em todas as camadas, 0,34 m3 m-3, e a macroporosidade e porosidade total decresceram nas camadas subsuperficiais, demonstrando correlaçao inversa com a densidade do solo. Essa reduçâo do volume total de poros está associada a reduçâo da macroporosidade, já que não se constataram diferenças na microporosidade. Segundo Kiehl (1979), valores de porosidade total de 0,50 m3 m-3 sao ideais para o desenvolvimento das plantas, e a distribuiçao de poros por tamanho devem ser representadas por 1/3 de macroporos e 2/3 de microporos.
O volume total médio de poros na camada de 0-0,1 m apresentou valores adequados, acima de 50%, e nas camadas de 0,1-0,2 e 0,2 a 0,3 m, abaixo do ideal, constatando-se leve compactaçao que pode comprometer o desenvolvimento radicular das culturas de sucessao.
Segundo Lima et al. (2013) as mudanças nos atributos físicos ocorrem a longo prazo, a medida que aumentam a quantidade de residuos vegetais na superficie e os estoques de carbono orgánico no solo. Sá et al. (2004) mencionam que no sistema plantio direto, onde as raízes das plantas cultivadas e sua palhada residual sao responsáveis por manter a qualidade física do solo, os principais beneficios para o solo sao obtidos após a fase de consolidaçao do sistema de plantio, que pode variar entre 11 e 20 anos, quando ocorre aumento dos teores de carbono orgánico, aumento da capacidade de troca catiônica e estabilizaçao na densidade e porosidade do solo.
4CONCLUSÖES
O feijao-de-porco, mucuna preta e mucuna cinza sao espécies de rápido desenvolvimento vegetativo, cobrindo o solo no menor tempo entre as culturas avaliadas.
A crotalária juncea produz a maior quantidade de massa seca, entretanto, mais de 75% sofre decomposiçao até os 60 dias após o corte.
As espécies crotalária breviflora, crotalária ochroleuca, feijao-de-porco e mucunas preta e cinza possuem as maiores taxas de decomposiçao até os 60 dias, e o milheto a maior persistencia de palhada.
O sistema radicular das plantas de cobertura, avaliadas até os 90 dias após a semeadura, nao alterou os atributos físicos de Latossolos Vermelho Amarelo distrófico nas condiçöes edafoclimáticas da Amazônia Sul Ocidental.
Autor correspondente: Reginaldo Almeida Andrade: [email protected]
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Abstract
O cultivo de plantas de cobertura na entressafra ou em rotaçâo de culturas pode ser adotado como estrategia para melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo, além de preservá-lo contra os processos erosivos. Diversas espécies de gramíneas e leguminosas podem ser utilizadas para esta finalidade, e cada uma apresenta uma dinámica peculiar em relaçâo a velocidade de cobertura e persistencia de sua palhada no solo. Objetivou-se com este trabalho analisar a dinámica das taxas de cobertura e decomposiçâo de plantas de cobertura e o efeito do sistema radicular dessas especies sobre atributos físicos do solo. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com onze tratamentos e quatro repetiçöes, constituídos pelas especies de plantas de cobertura Brachiaria brizantha Hochst. (Stapf), Crotalaria bleviflora, Crotalaria juncea, Crotalaria ochroleuca, Stylosanthes capitata + Stylosanthes macrocephala, Canavalia ensiformis, Cajanus cajan cv. IAC/Fava-larga, Cajanus cajan cv. IAPAR 43, Pennisetum glaucum, Mucuna cinereum e Mucuna aterrima. As taxas de cobertura do solo foram avaliadas aos 20, 40, 60 e 80 dias após a semeadura. As taxas de decomposiçâo dos resíduos vegetais foram analisadas em intervalos regulares de 15 dias, contadas a partir do corte das plantas. As espécies Canavalia ensiformis, Mucuna cinereum e Mucuna aterrima cobriram plenamente o solo aos oitenta dias após semeadura e o Pennisetum glaucum apresentou a maior persistencia da palhada decorridos sessenta dias após o corte.