Resumo
Introdução: Os adolescentes representam parcela significativa da populaçãocom particularidades concernentes ao estilo de vida, tornando-se necessário promover ações que estimulem hábitos saudáveis. Nesta perspectiva, compreender as subjetividades que permeiam comportamentos de saúde típicos da adolescência torna-se essencial para o cuidado em saúde e de enfermagem, uma vez que as escolhas para o cuidado de si são permeadas por singularidades. Objetivo: Desvelar sentidos do adolescente acerca do cuidado de si no contexto da promoção da saúde e da enfermagem. Materiais e Métodos: Pesquisa de abordagem fenomenológica Heideggeriana com 17 adolescentes de uma escola pública em Minas Gerais realizada entre outubro/dezembro/2016. O movimento analítico-hermenêutico possibilitou a emersão do fenômeno em estudo. Resultados: Acerca do cuidado de si, os adolescentes significaram: Ir ao médico só quando precisa, saber que tem que cuidar da saúde, mas não fazer exercício nem se alimentar de modo saudável eCuidar da saúde agora porque no futuro pode ter problema. Dos participantes, 68% afirmaram desenvolver atividade física durante as aulas de educação física e 30% afirmaram consumir álcool. Discussão e Conclusões: Ao compreender as subjetividades do adolescente acerca do cuidado de si, o enfermeiro encontra maiores subsídios para realizar ações em saúde com vistas ao estímulo de comportamentos saudáveis que impactarão em melhor qualidade de vida no presente e futuro.
Palavras chave: Saúde do Adolescente; Cuidados de Enfermagem; Promoçao da Saúde.
Abstract
Introduction: Adolescents represent an important part of the population with lifestyle-related specificities, which is why actions to promote healthy habits are required. In this view, understanding the perceptions that influence typical adolescent health behaviors becomes essential for health and nursing care, considering that self-care decisions are marked by singularities. Objective: To expose the perceptions of adolescents regarding self-care in the context of health promotion and nursing. Materials and Methods: A Heideggerian phenomenological research approach with 17 adolescents from a public school in Minas Gerais was conducted between October and December 2016. The analytical hermeneutic movement allowed the appearance of the phenomenon under study. Results: On self-care, adolescents expressed that they see a doctor only when needed; they know that they have to take care of their health, but not to exercise or eat healthy and take care of their health now, but because it may be an issue in the future. 68% of the participants reported being physically active during PE classes and 30% reported drinking alcohol. Discussion and Conclusions: When understanding adolescents' perceptions on self-care, nurses find more elements to carry out health actions aimed at stimulating healthy behaviors that will lead to a better quality of life in the present and the future.
Key words: Adolescent Health; Nursing Care; Health Promotion.
Resumen
Introducción: Los adolescentes representan una parte importante de la población con particularidades relacionadas con el estilo de vida, por lo que es necesario promover acciones que fomenten hábitos saludables. En esta perspectiva, comprender las subjetividades que influencian los comportamientos de salud típicos de la adolescencia se vuelve esencial para la salud y la atención de enfermería, ya que las opciones de autocuidado están marcadas de singularidades. Objetivo: Exponer las subjetividades de los adolescentes sobre el autocuidado en el contexto de la promoción de la salud y la enfermería. Materiales y Métodos: Enfoque de investigación fenomenológica heideggeriana con 17 adolescentes de una escuela pública en Minas Gerais realizada entre octubre y diciembre de 2016. El movimiento analítico hermenéutico permitió la aparición del fenómeno en estudio. Resultados: Sobre el autocuidado, los adolescentes expresaron que van al médico sólo cuando se necesita; saben que tienen que cuidar su salud, pero no hacer ejercicio o comer de forma saludable y cuidar su salud ahora, sino porque en el futuro puede convertirse en un problema. De los participantes, el 68% reportó haber desarrollado actividad física durante las clases de educación física y el 30% informó haber consumido alcohol. Discusión y Conclusiones: Al comprender las subjetividades de los adolescentes sobre el autocuidado, las enfermeras encuentran mayores elementos para realizar acciones de salud dirigidas a estimular comportamientos saludables que resultarán una mejor calidad de vida en el presente y a futuro.
Palabras clave: Salud del Adolescente; Atención de Enfermería; Promoción de la Salud.
INTRODUÇÃO
Os adolescentes representam uma parcela significativa da populaçao com diversas particularidades e susceptibilidades concernentes ao estilo de vida, tornando-se necessário promover açöes que estimulem a aquisiçao de hábitos saudáveis desde a infância, de modo que na fase adulta ocorra reduçao de agravos transmissíveis, nao transmissíveis e crónicos1-2. Neste interim, distúrbios vasculares ou endócrinometabólicos sao condiçöes secundárias ocasionadas pelos hábitos alimentares irregulares, obesidade e sedentarismo, tendo como consequencias a hipertensao arterial sistemica (HAS) e o diabetes (DM)3. A reduçao do excesso de peso e de alimentos com alto teor calórico associado a prática regular de atividade física na adolescencia proporciona a diminuiçao dos altos índices de doenças crônicas nao transmissíveis (DCNT) na vida adulta4.
Ainda nesse panorama, o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes evidenciou que em municipios com mais de 100 mil habitantes, 24% dos adolescentes brasileiros possuem pressao arterial elevada em estágios de pré-hipertensao ou hipertensao e 25% encontramse obesos5. Independente da formaçao escolar, se pública ou privada, aponta-se pelo menos um fator de risco como sedentarismo, dislipidemia, excesso de peso, etilismo e histórico familiar para doenças cardiovasculares entre escolares6. Cabe salientar que a adolescencia é um período da vida marcado por curiosidades, desejos e construçao de identidade associadas a pouca vivencia e informaçao deficitária em assuntos relacionados a comportamentos adequados de saúde7. O consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas entre os adolescentes é maior do que na populaçao em geral, representando por vezes, a busca de aceitaçao no grupo de afinidade, impactando negativamente no desenvolvimento psicológico e social8.
Diante das vulnerabilidades dos adolescentes, diretrizes nacionais ensejam a garantia de direitos no desenvolvimento da cidadania e construçao de estratégias que influenciem positivamente na saúde. Significa dizer que a promoçao da saúde juvenil deve envolver a participaçao direta do adolescente como protagonista do cuidado a saúde em favor de maior autonomia, de seus familiares, comunidade e escola, além de atuaçao interdisciplinar por meio de açöes de atençao integral9.
De modo ampliado e transcendendo a assistencia biomédica, a integralidade deve aceder a dialogicidade em torno das subjetividades motivadoras para a adoçao de hábitos de vida, tanto para aqueles que comprometem quanto para os que protejem a saúde, bem como valorizar condiçöes internas individuais para enfrentamento e tomada de decisao ante as pressöes sociais9.
Sabe-se que a adoçao de comportamentos saudáveis pode ter maior exito no inicio da adolescencia quando sao desenvolvidas mudanças de hábitos no seio familiar e entre seus pares com beneficios tanto para o corpo, quanto para a mente10-11.
Nos diversos espaços de encontro com o adolescente, especialmente no ambiente escolar, o enfermeiro tem a possibilidade de maior busca e aproximaçao das subjetividades, favorecendo a promoçao de comportamentos saudáveis por meio do planejamento de açöes e práticas educativas em saúde12.
Entretanto, o fato de o adolescente adquirir conhecimentos acerca dos fatores de risco e medidas protetoras a saúde nao assegura a mudança de estilo de vida, pois ainda nao sente as consequencias do que estes hábitos podem trazer no futuro13.
Nesta perspectiva, conhecer comportamentos e atitudes de saúde típicas da adolescencia torna-se essencial para o cuidado em saúde e de enfermagem, uma vez que as escolhas para o cuidado de si sao permeadas por singularidades, as quais para além dos aspectos biológicos, abrangem valores, crenças e atitudes que influenciam substancialmente no cotidiano. Assim, constituiu-se objetivo do presente artigo, desvelar sentidos do adolescente acerca do cuidado de si no contexto da promoçao da saúde e da enfermagem.
MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo de natureza qualitativa, de abordagem fenomenológica fundada no pensamento teórico e metodológico de Martin Heidegger14. A fenomenologia como metodologia propöe a compreensao do fenómeno a ser investigado, interrogando contextos e situaçöes específicas. Através deste método buscou desvelar o sentido do adolescente no cuidado de si com vistas a promoçao da saúde e da enfermagem.
O cenário do estudo foi uma escola pública de uma cidade da Zona da Mata Mineira. A escolha desta escola foi por estar localizada no centro do municipio, receber alunos de diversas regiöes da cidade e de diferentes contextos sociais, econômicos e culturais.
Foram delineados os seguintes critérios de inclusao: adolescentes matriculados no ensino médio, com idade entre 14 a 18 anos, de qualquer raça/etnia, cor, sexo, genero e religiao. Foram excluidos aqueles que nao apresentassem condiçöes de verbalizar.
O período de desenvolvimento da etapa de campo foi de outubro a dezembro de 2016. Participaram do estudo 17 adolescentes, cuja amostra foi selecionada por conveniencia, sendo a escolha dos participantes por meio de sorteios entre as turmas de Ensino Médio do turno da manha. Os alunos da turma sorteada foram informados sobre a pesquisa e convidados a participaçao e aqueles que manifestavam interesse era feito um agendamento do dia e horário da entrevista.
A técnica de coleta de dados foi a entrevista fenomenológica de modo a buscar a abertura do participante, a qual poderia ser prejudicada pelo conhecimento dos pais acerca da entrevista. Sendo assim, considerou-se oportuna a solicitaçao da dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) expressa na Resoluçao 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, a qual preve a autorizaçao quando, dentre outros motivos, a obtençao do TCLE possa se associar a prejuízo dos "vínculos de confiança entre pesquisador e pesquisado"15, 6.
Utilizou-se o Termo de assentimento, sendo este um "documento elaborado em linguagem acessível para os menores ou para os legalmente incapazes, por meio do qual, após os participantes da pesquisa serem devidamente esclarecidos, explicitam sua anuencia em participar da pesquisa [ ]"15, 3
Antes de iniciar a coleta de dados foi realizada a ambiencia de modo a conhecer o espaço que os participantes passam a maior parte do tempo e estabelecem vínculos afetivos. A fim de não interferir no horário de aula, os encontros aconteceram durante o intervalo em um espaço separado dentro da biblioteca, o qual permitiu a confidencialidade necessária.
Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados um roteiro orientador da entrevista e o diário de campo. O roteiro continha questöes para caracterizaçâo dos participantes e outras para o encaminhamento da temática em foco no estudo: Conte para mim, como voce tem cuidado de si? Agora me fale sobre o significado desse cuidado para voce? Como se sente cuidando de si? Voce gostaria de falar mais alguma coisa?
As entrevistas foram gravadas em meio digital e transliteradas na íntegra com duraçâo média de seis minutos. O diário foi utilizado de modo a resgatar expressöes, interjeiçöes, gestos e emoçöes do encontro. A transcriçâo dos depoimentos, assim como das entrevistas em sua totalidade, foi desenvolvida após a cada encontro com a finalidade de resgatar o momento de interaçâo com o adolescente16. O anonimato foi garantido a partir identificaçâo pela letra P e número arábico (1 a 17), seguindo ordem estabelecida pela pesquisadora.
O movimento analítico hermeneutico, conforme o referencial de Martin Heidegger14, iniciou-se com leituras e escutas repetidas das entrevistas para apreensão dos significados essenciais, os quais constituíram duas Unidades de Significaçâo, a saber: Ir ao médico só quando precisa... saber que tem que cuidar da saúde, mas não fazer exercício nem se alimentar de modo saudável e; Cuidar da saúde agora porque no futuro pode ter problema. Posteriormente, foram realizadas as etapas metódicas de compreensão vaga e mediana e, hermeneutica por meio da operacionalização de conceitos17, alcançando o desvelamento do fenómeno do cuidado de si do adolescente com vistas a promoção da saúde.
O adensamento teórico foi alcançado mediante análise dos depoimentos dos dezessete adolescentes, permitindo atender ao objetivo proposto e revelando a consistencia pretendida. Esta pesquisa é parte de disserlção, cujo projeto foi aprovado pelo Comite de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora, sob o parecer número 1.744.532.
RESULTADOS
Entre os dezessete adolescentes que participaram do estudo a idade média foi de 16 anos, declarandose saudáveis e sem patologias prévias. A maior parte foram mulheres (82,36%) e relativo a renda, 60% apresentavam renda mensal de um a dois salários mínimos. Quanto a prática de atividades físicas, 68% afirmaram desenvolve-las durante as aulas de educação física, duas vezes por semana. Acerca do consumo de tabaco e álcool, 5% e 30%, respectivamente, relataram fazer uso.
Em Ir ao médico só quando precisa... saber que tem que cuidar da saúde, mas não fazer exercício nem se alimentar de modo saudável, os adolescentes significaram que não procuram o médico periodicamente para fazerem exames de rotina, somente quando passam mal. Em suas compreensöes, afirmam não cuidarem de sua saúde, apesar de saberem e serem alertados pelos familiares sobre exercícios e alimentação, conforme denotam os textos constituintes:
[...] tem que ir no médico de rotina, eu nao vou [...] Minha avó fala para mim fazer exercício, mas nao faço. P1
[...] a gente fez exame, o médico falou que pode passar para mim [...] é para eu parar de comer as coisas que fazem mal para minha saúde, comer verdura, mas eu nao gosto [...] vou ter que cuidar da minha saúde, porque minha mae já tem pressao alta e diabetes e, é assim de família, passou do meu avô e avó para minha mae e para o meu tio [...] P5
[...] vou ao médico quando, de seis e seis meses assim, para ver se tem alguma coisa [...] coraçao, saúde, pressao [...]P6
[...] Vou muito pouco no médico [...] sempre que passo mal nao vou ao médico, tomo remédio por contaprópria, em casa [...] Eu acho que é importante sim, cuidar da saúde[...] Eu tenho dezesseis anos, nao posso ficar contando com minha mae para tudo mais [...] para cuidar da minha alimentaçao, cuidar das atividades físicas que eu faço, porque eu já tenho dezesseis anos, eu já trabalho! [...] E, está dependendo de mim isto e, está sendo irresponsável. P8
[...] eu nao tenho cuidadoperiodicamente da minha saúde [...]porque tem muito tempo que nao vou no médico [...]P9
[...] eu nao vou no médico [...] só vou quando épreciso mesmo, quando estoupassando mal [...] tem muito tempo que eu nao faço exame de sangue! P10
[...] Porque eu tenho que fazer certas coisas que eu nao faço [...] eu nao preocupo com minha saúde! [...] só vou no médico quando eu tenho que ir mesmo [...] Eu nao vou lá á toa, fazer exame. P13
[...] Na alimentaçao [...] eu descontrolo um pouco, minha mae sempre está no meu pé! [...] se eu estou vendo a comida, eu estou comendo! Nao deixo sobrar. P15
Em Cuidar da saúde agora porque no futuro pode ter problema, os adolescentes significaram que precisam se cuidar agora, porque no futuro podem ter diabetes, obesidade e problema cardíaco. Os textos a seguir revelam esta compreensão:
[...] lá no juturo posso ter, consequendas [...] Ficar mal, eles falam diabetes [...]. P1
Porque depois eu posso ter algum problema na saúde [...] aí vai ter que cuidar da minha alimentaçao agora [...] com isso tudo, eu me sinto bem agora [...] Vamos ver daqui uns anos. P5
Ah, para quando tiver mais velha, para ter uma saúde boa, para eu nao ficar preocupando de ir no médico, tomar remédio [...]P6
[...] se eu tivesse com certeza um cuidado maior com minha saúde, eu teria uma qualidade de vida bem melhor. P10
Porque sei que depois no futuro vou estar com um corpo melhor, vou estar com a saúde boa! P11
Procuro me manter saudável, tanto que eu tenho medo de obesidade, muita gente da minha família é obesa [...] colesterol, então, eu como aquela carne ali com dois dedos de gordura, masfico pensando, gente isso vai entupir minha artéria! Eu posso ter um problema de coraçao! P14
[...] Agora eu estou nova, mas quando eu for mais velha isso (alimentagão) vai me trazer muitos riscos, né? Vaipiorar muito. P16
[...]eu não sinto nada, mas eu tenho certeza que isso, se continuasse assim, por exemplo meu percentual de gordura, no futuro eu ia ter problema cardíaco, obesidade [...] P17
De igual modo, compreendem que o uso do álcool faz mal a saúde e pode causar dependencia, expressos pelos trechos a seguir:
Traria malpara minha saúde [...]Não acho certo fazer essas coisas (álcool e drogas) [...] que acaba que voce usa, vai querendo mais, mais e mais, entendeu? P4
[...] acho que eu poderia me cuidar mais! [...] Mas, acho que o único erro que tenho é de beber [...] tudo que leva álcool, eu já provei, e já passei um pouco do limite também! Acho que isso pode me prejudicar [...] Eu posso virar uma dependente disso! P15
DISCUSSÃO
A hermeneutica permitiu o desvelamento dos sentidos do ser-adolescente, apontando que este se mostra regido pelo sentido do falatório14 quando repetidas vezes, aponta aspectos do que pensa saber sobre cuidar de si no contexto da promoçâo da saúde. No entanto, tais referencias apenas representam a simples repetiçao do que já foi dito, pois nao sao praticadas no dia a dia, aumentando os riscos de agravos pela ausencia de incorporaçao do comportamento saudável.
Ao descrever como os adolescentes percebem a realidade em termos da vulnerabilidade na saúde, evidenciou-se condutas propiciadoras de risco como a falta de conhecimento e de autocuidado. Para além, condiçöes sociais inseguras e dificuldades de acesso aos serviços de saúde prejudicam o desenvolvimento saudável nessa fase de vida8.
Em paralelo, reforça-se a família como principal fonte de apoio e cuidado a saúde juvenil por meio da conduçao aos serviços de saúde e preocupaçao com a prevençao de doenças, constituindose como parte da rede de apoio junto aos profissionais de saúde, de educaçao e governo. Quando da falta de articulaçao dessa rede, há maior implicaçao na qualidade de vida, déficit de proteçao nas dimensöes biopsicossociais e consequentemente, desatençao a saúde integral do adolescente18.
Na análise das percepçöes dos adolescentes sobre as redes de apoio as suas necessidades de saúde, houve referencia a acessibilidade dificultada pela distância entre os serviços e seus domicilios ou por nao serem atendidos pelos profissionais. Desses últimos, ainda acrescentaram o déficit do número, ausencia de equipe multidisciplinar e falta de capacitaçao para o atendimento das singularidades da adolescencia18.
Cabe mencionar que o enfermeiro atuante nos diversos espaços de cuidado tem a possibilidade de ser um agente mobilizador de educaçao permanente junto aos demais profissionais de saúde, ampliando o escopo de saberes e práticas que otimizem a assistencia integral a saúde do adolescente em face das DCNT18.
Frente a essas doenças, tem-se a prática de atividades físicas regulares, os hábitos alimentares saudáveis, o abandono do tabagismo e a reduçao do consumo de álcool como algumas das medidas protetoras que vem sendo avaliadas entre adolescentes pelo alto índice de morbimortalidade na idade adulta associado a prematuridade de exposto aos fatores de risco para agravos crónico19. No presente estudo foi possível desvelar o sentido da ambiguidade-, quando no cotidiano o adolescente relata hábitos de saúde inadequados, contradizendo o conhecimento prévio contido nos seus depoimentos sobre a importancia de realizar atividade física, de que é preciso ter um horário para cuidar de si e também ter uma alimentaçao mais adequada.
No tocante a investigaçâo de fatores de risco cardiovasculares a partir de dados comportamentais e histórico familiar, estudo realizado com 224 estudantes apontou como prevalentes o sedentarismo (75,4%), dislipidemia (68,3%), gordura corporal elevada (67%), etilismo (36%), histórico familiar para cardiopatias (30%), obesidade (20%) e hipertensão arterial (16,5%)6. Arrolados a estes aspectos, a maioria dos participantes afirmaram desenvolver atividades físicas apenas durante as aulas de educaçâo física. Em paralelo, de cem estudantes com idades entre 14 e 18 anos, 65% não praticavam atividade física fora do ambiente escolar e 31% apresentaram excesso de peso20. Em pesquisa na Inglaterra, realizada com 931 adolescentes, constatou-se associaçâo entre sedentarismo e relaçöes de amizade, uma vez que a falta de amigos leva-os as atividades sem gastos de energia, como o uso da internet, celular e videogames9.
De modo ambíguo, os adolescentes referem saber da importancia de consumir alimentaçâo saudável e praticar atividades físicas de modo a não adoecerem como seus familiares. Evidencias apontam que jovens que são fisicamente ativos ingerem alimentos com baixo índice calórico, como cereais, frutas, leite, legumes, verduras, carnes e ovos. De modo inversamente proporcional, em pesquisa desenvolvida com 476 adolescentes, dentre os que não praticavam exercícios regularmente, 60% foi apontado com prevalencia de sobrepeso, sendo 80% consumidores ativos de óleos, gorduras, açÛcares e doces em excesso21.
Destaca-se na atualidade, a epidemia de obesidade que já alcança os adolescentes por meio do consumo elevado de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras e sódio, além da substituto das refeiçöes regulares por lanches do tipo fastfood e baixa ingestão de alimentos naturais22. No Brasil, a obesidade está associada com a hipertensão arterial na adolescencia (17,8%) com significativa prevalencia nas regiöes Norte e Nordeste. Quanto maior o índice de massa corporal, mais elevado será o nível pressórico, com maiores chances de desenvolvimento de cardiopatias e doença renal crônica na idade adulta-.
Segundo as representaçöes sociais de 40 adolescentes, entre os fatores que inviabilizam uma alimentaçâo saudável rotineira está a falta de tempo para tomar o café da manhã associado ao fato de não gostar dessa refeiçâo. Aos finais de semana, os jovens apontam consumir mais alimentos hipercalóricos e inadequados do ponto de vista nutricional, especialmente fora do ambiente domiciliar13.
A prática alimentar saudável também deve ser estimulada pela escola, local em que os adolescentes referem ter horários regulares para se alimentarem, cardápio variado e com alto valor nutricional. A propagaçâo da importancia deste hábito também pode ser observada durante as explanaçöes dos professores, que de modo intersetorial junto aos profissionais de saúde, contribuem para o ensino do tema alimentaçâo e promoçâo de melhores hábitos13.
O enfermeiro da Atençâo Básica encontra campo fértil para a promoçâo da saúde juvenil junto aos professores das escolas abrangidas pelo seu território de atuaçâo, bem como por espaços socioeducativos nas comunidades. Por meio de estratégias de arte e educaçâo, possibilitam-se vivencias capazes de promover o cuidado de si, desenvolvendo conscientizaçâoe autonomia24.
A família é outro ponto da rede de apoio que deve ser considerado pelo enfermeiro, posto querepresenta um importante alicerce para as mudanças comportamentais relacionadas a má alimentaçâo e consumo de álcool. Relativo a primeira, o hábito de realizarem as refeiçöes em conjunto é o principal responsável por agregar valor nutricional a alimentaçâo e reduzir o índice de massa corporal do adolescente25.
Acerca do consumo de álcool entre os adolescentes entrevistados, 30%relataram fazer uso. Dados de pesquisa com mais de 59.000 adolescentes escolares mostrou que a família desempenha papel relevante em relaçâo ao aumento do consumo de álcool na adolescencia, especialmente se os pais, na visâo dos filhos, nâo se importariam se esses chegassem bebados em casa e desconhecem o que os filhos fazem no tempo livre26.
O uso de álcool na adolescencia pode acarretar prejuízos a saúde mental e física, além de propiciar envolvimento em eventos de violencia urbana e doméstica, colocando suas vidas e de outras pessoas em risco. Conforme o consumo contínuo, as neoplasias e outras condiçöes crónicas podem se estabelecer na idade adulta27. Diante disso, face a promoçâo da saúde, o enfermeiro tem a possibilidade de utilizar o espaço escolar como ambiente de convívio direto com o adolescente, promovendo qualidade de vida por meio de orientaçöes e educaçâo em saúde para a mudança de comportamento negativo e adoçâo de hábitos saudáveis entre os adolescentes28,30. Pode também colaborar diretamente como promotor da convivencia com familiares e comunidades de adolescentes, auxiliando suas fontes de apoio.
CONCLUSÖES
O desvelamento de sentidos do adolescente acerca do cuidado de si no contexto da promoçâo da saúde permitiu evidenciar sentidos que implicam em maior atençâo por parte dos profissionais de saúde e de enfermeiros no que tange a prevençâo de agravos tanto na adolescencia, quanto na fase adulta. Porquanto, o ser-aí-adolescente encontrase regido pelo falatório e ambiguidade, denotando conhecer de maneira superficial comportamentos e hábitos de vida saudáveis, apesar de nâo incorporá-los no cotidiano.
Nesse contexto, os resultados apontam que para o planejamento efetivo de açöes em saúde e enfermagem, torna-se necessário compreender as subjetividades que permeiam o mundo da vida do adolescente. De outro modo, orientaçöes profissionais não surtirão o efeito desejado, diante da alta exposiçao nesta etapa de vida a fatores prejudiciais a saúde como drogas, álcool, tabaco, hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. A escuta qualificada, a humanizaçao e o acolhimento devem ser práticas inseridas no cotidiano de prática clínica da enfermagem de modo a conhecer atitudes, crenças e hábitos de saúde do adolescente nos diversos espaços que se insere. Tal postura assistencial-existencial favorece a tomada de decisão para o planejamento de cuidados que alcancem a promoçâo da saúde. Neste ponto, ressalta-se a necessária interface com os familiares e coletividades da comunidade, a exemplo das escolas.
Aponta-se como limitaçâo deste estudo o cenário único, embora os resultados alcançados com o devido rigor epistemológico, falem a favor da integralidade da atençâo a saúde em vias da promoçâo e prevençâo de agravos, podendo balizar reflexöes e práticas de enfermagem. Com o olhar voltado para o futuro, o enfermeiro deve estimular comportamentos de saúde de modo a evitar o adoecimento por causa preveníveis, estimulando o cuidado de si para que adolescentes se tornem adultos com uma melhor qualidade de vida.
Considera-se por fim a possibilidade de desenvolvimento de outros estudos que valorizem a dimensão subjetiva, tal qual a fenomenologia heideggeriana em face dos apontamentos que permite acerca do poder-ser mais próprio do adolescente.
Conflito de interesses: Os autores declaram que nao houve conflitos de interesse.
Histórico
Recibido:
29 de mayo de 2019
Aceptado:
6 de noviembre de 2019
Cómo citar este artículo: Paula JA, Melo MCSC, Amorim TV, Salimena AMO, Paiva ACPC, Nascimento RCN. Subjetividades de adolescentes face à promoção da saúde: contribuições para a enfermagem. Rev Cuid. 2020; 11(1): e895. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.895
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© 2020. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.
Abstract
Introdução: Os adolescentes representam parcela significativa da populaçãocom particularidades concernentes ao estilo de vida, tornando-se necessário promover ações que estimulem hábitos saudáveis. Nesta perspectiva, compreender as subjetividades que permeiam comportamentos de saúde típicos da adolescência torna-se essencial para o cuidado em saúde e de enfermagem, uma vez que as escolhas para o cuidado de si são permeadas por singularidades. Objetivo: Desvelar sentidos do adolescente acerca do cuidado de si no contexto da promoção da saúde e da enfermagem. Materiais e Métodos: Pesquisa de abordagem fenomenológica Heideggeriana com 17 adolescentes de uma escola pública em Minas Gerais realizada entre outubro/dezembro/2016. O movimento analítico-hermenêutico possibilitou a emersão do fenômeno em estudo. Resultados: Acerca do cuidado de si, os adolescentes significaram: Ir ao médico só quando precisa, saber que tem que cuidar da saúde, mas não fazer exercício nem se alimentar de modo saudável eCuidar da saúde agora porque no futuro pode ter problema. Dos participantes, 68% afirmaram desenvolver atividade física durante as aulas de educação física e 30% afirmaram consumir álcool. Discussão e Conclusões: Ao compreender as subjetividades do adolescente acerca do cuidado de si, o enfermeiro encontra maiores subsídios para realizar ações em saúde com vistas ao estímulo de comportamentos saudáveis que impactarão em melhor qualidade de vida no presente e futuro.