INTRODUÇÃO
O suicídio é uma das principais causas de mortes não naturais no mundo. Estima-se que anualmente 800.000 pessoas cometem suicídio, com taxa de mortalidade de 10,5 por 100.000 habitantes (hab.) em 2016. No Brasil, a taxa de suicídio aumentou de 3,5 (1990) para 5,3 por 100.000 hab. (2015).
A prevenção do suicídio constitui um desafio para as políticas de saúde pública. O Plano de Ação da Organização Mundial da Saúde estabelece o objetivo global para redução da mortalidade por suicídio em 10,0% até 2020. Esta iniciativa para reduzir a morbimortalidade associada ao comportamento suicida requer a disponibilidade de dados precisos e confiáveis que possam evidenciar a gravidade do problema, os grupos de risco e o impacto dos esforços de prevenção.
O padrão-ouro para coleta de informações é o registro de mortalidade. Em países de alta renda, esse registro é 100,0% completo, diferentemente dos países em desenvolvimento. Erros de notificação nas estatísticas vitais são descritos em muitos desses países, e dentre as falhas mais comuns estão: a incompletude dos dados e o registro incorreto da causa básica de morte.
No Brasil, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) tem como instrumento de coleta de dados a Declaração de Óbito (DO), cujas variáveis possibilitam a construção de indicadores e a realização de análises epidemiológicas. Todavia, problemas relacionados à qualidade dos dados registrados no SIM, como baixa cobertura, falhas na declaração da causa básica e baixa completude são discutidos na literatura-.
A agenda de ações estratégicas para a vigilância e a prevenção do suicídio no do Brasil propõe como um dos seus eixos de atuação a qualificação da informação. A completude dos dados é essencial para a qualidade dessas informações. O objetivo do estudo foi analisar a tendência da completude dos registros de suicídio do Sistema de Informações sobre Mortalidade em Pernambuco, entre 1996 e 2015.
MÉTODO
Estudo ecológico de série temporal, que teve como fonte de dados o SIM, compreendendo as categorias X60 a X84 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10ª. A área de estudo foi constituída pelo estado de Pernambuco.
Analisou-se a completude das variáveis das DO por suicídios de residentes com idade ≥10 anos. Foram analisadas as variáveis demográficas (“idade”, “sexo”, “raça/cor”, “estado civil”, “escolaridade” e “ocupação”) e relacionadas com a ocorrência do óbito (“local de ocorrência”, “assistência médica”, “necropsia”, “circunstância do óbito/tipo” e “fonte de informação”).
Completude é o grau de preenchimento do campo analisado, mensurado pela proporção de notificações com campo preenchido com categoria distinta daquelas indicadoras de ausência do dado (ignorados e em branco). Para cada variável estudada foi calculado o percentual de completude, analisado conforme adaptação dos escores propostos por Romero e Cunha saber: excelente quando a presença de informação era maior que 95%; bom quando a presença era maior que 90% até 95%; regular quando era acima de 80% até 90%; ruim com mais de 50% até 80%; e muito ruim ≤50% de completude.
Aplicou-se a técnica de regressão por pontos de inflexão (joinpoint regression) para modelagem das séries históricas anuais da completitude das seguintes variáveis: “raça/cor”, “estado civil”, “ocupação”, “assistência médica”, “necropsia” e “fonte da informação”. As demais variáveis não foram consideradas devido a sua estacionaridade explícita.
A regressão por pontos de inflexão consiste em um método não paramétrico para encontrar pontos em que a série muda de forma significativa a sua tendência. Para decidir quantos joinpoints uma determinada série terá, utilizou-se o teste de razão de verossimilhanças. O teste foi computado até que a inserção de um novo ponto de inflexão não fosse mais necessária. O nível de significância foi de 5%, e os níveis descritivos de cada teste foram obtidos a partir de uma simulação de Monte Carlo com 100 réplicas. Todos os cálculos e gráficos foram feitos com a linguagem de programação estatística R, versão 3.6.0. O modelo de regressão foi empregado por meio das rotinas disponíveis no pacote ljr versão 1.4.0.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências de Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (Parecer nº 2.045.304).
RESULTADOS
No período analisado foram registrados no SIM 6.232 suicídios. A completude das variáveis no ano inicial (1996) e final (2015), juntamente com os resultados da análise do joinpoint, mostrou quatro variáveis com tendência estacionária e preenchimento classificado como excelente (“idade”, “sexo”, “local de ocorrência” e “circunstância do óbito”) (Tabela 1).
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A maioria das variáveis analisadas apresentou tendência temporal de crescimento estatisticamente significante (Tabela 1 e Figura 1). No ano inicial, quatro foram classificadas com excelente completude, e no ano final seis obtiveram essa classificação. Destacaram-se as variáveis “raça/cor” e “estado civil”.
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A variável “raça/cor” apresentou série com tendência positiva para os períodos (1996-1999) e (2000-2015), com mudança relativa anual (MRA) de 215% para o primeiro período e 10% para o segundo, com completude de 98,4% (excelente) (Tabela 1 e Figura 1).
Para a variável “estado civil”, o modelo identificou quatro joinpoints significantes, com tendências distintas (Tabela 1 e Figura 1). No primeiro período (1996 e 1997), a tendência constatada foi de queda na MRA de 27%. Para o segundo período (1998 a 2009), o modelo identificou uma tendência de crescimento, com MRA de 8%. No terceiro período (2010 a 2013), constatou-se redução na completude de 16% ao ano. Por fim, o último período (2014 e 2015) caracterizou-se por um crescimento de 138% ao ano, e com isso a variável atingiu completude de 96,1% (excelente). A variável “necropsia” foi a que obteve menor tendência de crescimento (3%) para o período final, com preenchimento considerado ruim. A Figura 1 expõe a tendência temporal estimada pelo modelo para as variáveis analisadas.
DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo apoiam as evidências de melhora na completude das variáveis do SIM para os suicídios ao longo de 20 anos. A análise de tendência temporal mostrou que a maioria das variáveis apresentou aumento da completude, todavia ocorreram alternâncias com períodos de estabilidade e crescimento e diferenças de intensidade no incremento entre as variáveis. Destaca-se que todas as variáveis mudaram positivamente a sua classificação de completude, porém persistem variáveis com completude ruim e regular.
Estudos que analisaram a completude dos dados de suicídios no SIM têm demonstrado tendência semelhante-. Medidas como investigações complementares em diferentes fontes de informação (Instituto de Medicina Legal, cartórios de registro civil e CadSUS) têm sido desenvolvidas para melhorar a qualidade dos dados do SIM. AbouZahr et al. afirmam que parte dos avanços relacionados às melhorias da qualidade das informações geradas pelos sistemas de registro de mortalidade deve-se aos investimentos financeiros e aprimoramento na funcionalidade desses sistemas.
As variáveis demográficas tiveram excelente preenchimento, de certa forma previsível, corroborando outros estudos-. As variáveis “sexo” e “idade” tiveram 100,0% de preenchimento, com escore excelente. A relativa simplicidade na obtenção dessas informações, seja por meio de documento oficial ou caracterização biológica, contribui para elevada completude. Estudo internacional também demonstrou alto nível de completude das variáveis sociodemográficas nos registros de suicídio.
A elevada completude da variável “raça/cor” merece ser ressaltada, cujo preenchimento passou de regular para excelente. Esta variável foi introduzida na DO a partir de 1996, e em seus primeiros anos de vigência o preenchimento foi baixo, mas, com o passar do tempo, a completude tem melhorado. Outros estudos também demonstraram o crescimento da completude dessa variável,.
A herança histórica de discriminação e exploração tornou a cor da pele um determinante socioeconômico e uma condição de desigualdade nas situações de vida, saúde e morte. Pesquisa sobre a morte autoprovocada apontou que a distribuição da raça/cor no Brasil não é igual nas regiões, e observou maior proporção de pardos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O suicídio na população negra sofre forte carga das questões sociais; além disso, o racismo estrutural e institucional, determinantes da baixa qualidade de vida e iniquidade no acesso à saúde, são fatores de risco para o suicídio.
A variável “estado civil” destaca-se pela mudança positiva de classificação, que passou de ruim para excelente. Pesquisas que avaliaram a qualidade das informações dos óbitos por causas externas demonstraram avanços no preenchimento desta variável,,. .O fato de ser casado está associado à diminuição do risco do suicídio, e entre as explicações para o papel protetor que o casamento proporciona ao suicídio, estão o suporte social, econômico e emocional.
Em contrapartida ao excelente preenchimento das variáveis demográficas, têm-se as variáveis “assistência médica” e “necropsia” que evoluíram na completude, porém, mantiveram classificação ruim. Estudo sobre a completude dos registros de suicídios no SIM em idosos observou que as variáveis ligadas ao óbito tiveram as maiores incompletudes durante todo o período analisado. Pesquisa sobre causas externas realizada no estado Pernambuco apontou a variável assistência médica como a de pior preenchimento. Uma hipótese indica a pouca relevância dada pelos médicos com relação ao correto preenchimento da DO, ignorando-se, por vezes, o fato desse instrumento ser valoroso para a saúde pública e estudos epidemiológicos.
A completude classificada como ruim da variável “necropsia” é preocupante e levanta dúvidas sobre a negligência no preenchimento da variável pelos profissionais do Instituto Médico Legal (IML) ou se parte dos óbitos por causas externas não foram encaminhados ao IML. O Ministério da Saúde estabelece que, para os óbitos decorrentes ou suspeitos de causa externa, o preenchimento da DO deve ser realizado por um perito ou médico-legista do IML, ou por um perito designado para localidades sem IML. No período estudado, Pernambuco contava com três IML, localizados nos municípios de Petrolina, Caruaru e Recife.
Estabelecer a causa da morte é um requisito fundamental para as ações de prevenção. Os suicídios constituem um desafio particular para os sistemas de estatísticas vitais. Deve ser evidente que a morte foi autoinfligida. Para determinação de um suicídio, os médicos-legistas necessitam de elevados padrões de evidências, com a incorporação de elementos que confirmem a intenção, tais como: depoimento de testemunhas confiáveis, história de tentativas de suicídio, registros psiquiátricos ou uma carta de suicídio. Quando essas informações estão ausentes, a morte é classificada como acidental ou indeterminada.
A falta do registro das variáveis pode influenciar, mascarar ou distorcer informações sobre mortalidade, dificultando o conhecimento da sua gravidade. Estratégias de prevenção do suicídio podem ser dificultadas pela qualidade das informações dos sistemas de estatísticas vitais,. Medidas que visam à otimização dessas informações têm sido adotadas, como o adequado treinamento dos profissionais responsáveis pelo preenchimento dos dados e a realização de auditorias com o intuito de verificar a precisão e consistência dos dados. A busca de informações em múltiplas fontes também é indicada para a melhoria da qualidade das informações.
As conclusões do estudo estão sujeitas a limitações. Primeiro, a mudança da DO ocorrida no ano de 2011, a qual ocasionou alterações na estrutura de algumas variáveis. Segundo, os suicídios podem estar subnotificados, e o número real subestimado. A avaliação da completude dos registros de suicídio no SIM é relevante por contribuir com o sistema vigilância do suicídio e para o aprimoramento das estatísticas relacionadas às causas externas. Portanto, pesquisas que avaliem a qualidade dessas informações são necessárias e colaboram para a contínua adequação das informações do SIM.
CONCLUSÃO
A tendência temporal mostrou consideráveis avanços na completude das variáveis, porém, com aumento mais acentuado para as demográficas quando comparadas às relacionadas com a ocorrência do óbito. Em adição, ainda persiste o desafio de alcançar a classificação excelente para todas as variáveis. Para tanto, são necessárias a adoção de medidas do setor público que busquem aumentar a completude dos dados na DO, como a realização de treinamentos direcionados aos médicos que fortaleçam a prática do preenchimento adequado desse instrumento; além de manter o controle e monitoramento contínuo do preenchimento desses dados no SIM, a realização de investigação em múltiplas fontes e o relacionamento do SIM com os registros de violência autoprovocada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Destaca-se que a completude dos dados de suicídio é essencial para o acompanhamento, definição de ações estratégicas e de prevenção.
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Bárbara Marcela Beringuel
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Recife (PE), Brasil.Universidade Federal de Pernambuco
http://orcid.org/0000-0003-3303-8729
Heitor Victor Veiga da Costa
Centro de Informática, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Recife (PE), Brasil.Universidade Federal de Pernambuco
http://orcid.org/0000-0003-2525-6689
Marcella de Brito Abath
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco - Recife (PE), Brasil.Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco
http://orcid.org/0000-0002-0712-532X
Amanda Priscila de Santana Cabral Silva
Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Vitória de Santo Antão (PE), Brasil.Universidade Federal de Pernambuco
Departamento de Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães - Recife (PE), Brasil.Instituto Aggeu Magalhães
http://orcid.org/0000-0003-2337-9925
Cristine Vieira do Bonfim
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Recife (PE), Brasil.Universidade Federal de Pernambuco
Diretoria de Pesquisas Sociais, Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ/MEC) - Recife (PE), Brasil.Fundação Joaquim Nabuco
http://orcid.org/0000-0002-4495-9673
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©2023. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.
Abstract
Background
Suicide represents an important public health problem in the world. Considered a complex phenomenon it is associated with social, biological and demographic factors. The quality of the data registered in the Death Certificate is fundamental to know the magnitude of this problem and subsidizes the construction of epidemiological indicators that contribute to the efficiency of health management.
Objective
To analyze the evolution of the completeness of suicide records in the mortality information system (SIM) of the state of Pernambuco, between 1996 and 2015.
Method
The proportion of completeness of the death certificate variables was calculated. For the analysis of the completeness trend, the Joinpoint Regression model was used.
Results
There was a tendency to increase the completeness of the variables analyzed, with an emphasis on “race/color”, “marital status”, and “education level”, with an increase of more than 60%.
Conclusion
Analysis of temporal trends showed an improvement in the filling of suicide data into the SIM. However, the challenge remains to reach less than 5% incompleteness across all variables. The assessment of the completeness of suicide records in the SIM is relevant for contributing to the suicide surveillance system and for the improvement of vital statistics related to external causes.