Resumo: As lacunas existentes nos dados sobre gênero e computação no Brasil dificultam a compreensão das realidades das mulheres na área. Isto posto, este artigo propõe uma plataforma de dados abertos denominada SimininaData, por meio da engenharia de uma solução. O objetivo da plataforma permeia a disponibilização de dados abertos relacionados às mulheres brasileiras nas áreas de Tecnologia da Informação e Computação. A plataforma conta com funcionalidades que permitem às pessoas usuárias acessarem bases de dados com dados de gênero sobre a temática, favorecendo novas pesquisas e estudos sobre o tema.
Palavras-chave: Equidade de gênero; Dados abertos; Mulheres na área de
Tecnologia da Informação e Computação; Engenharia de Software.
Abstract: The existing gaps in data on gender and computing in Brazil make it difficult to understand the multiple realities of women in this area. In this way, this work proposes an open data platform called SimininaData, through the engineering of a solution. The platform's objective is to make open data related to Brazilian women in computer science and I.T. available. The platform has functionalities that allow users to access databases on the subject in order to benefit the community and, as a consequence, stimulate new research and studies on the subject.
Keywords: Gender Equity; Open Data; Woman in the field of Information and Computing Technology; Software Engineering.
1. Introdução
A quantidade de mulheres inseridas nos cursos de Computação tem diminuído com o passar dos anos (Moreira, 2018) e alguns dos fatores que influenciam na redução são a baixa representatividade e os estereótipos de gêneros associados à ciência (Makarem & Wang, 2020). Tendo em vista que toda tecnologia possui um sistema de valores individuais e coletivos (Whelchel, 1986), carrega as impressões de quem a criou e a sua visão de mundo, além das características do contexto em que foi desenvolvida, tais como a época, o local e cultura (Ribeiro et al., 2020), torna-se evidente que há uma defasagem grande na representatividade do gênero feminino no contexto da área de Computação no Brasil, que impacta diretamente nas soluções tecnológicas e aplicações computacionais produzidas.
É necessário levantar os fatores que contribuem para a perpetuação das desigualdades de gênero na tecnologia por meio de dados de gênero confiáveis, para que mais pesquisas relacionadas à temática da equidade de gênero nas áreas da Computação sejam realizadas e, assim, o problema da defasagem de gênero nos cursos destas áreas seja reduzido. Com bons dados de gênero é possível compreender as desigualdades que afetam mulheres e meninas, identificar os motivos e as consequências da iniquidade de gênero nas diversas regiões do Brasil (Cursino & Martinez, 2021).
No entanto, como acontece em outros domínios da sociedade, há lacunas para os dados de gênero na área e estas podem ser classificadas entre (Open Data Watch & Data2X, 2023) lacuna de disponibilidade, na qual os dados não estão disponíveis; lacuna de granularidade, quando os dados não podem ser desagregados por gênero e/ou sexo ou outras características relevantes para análise; lacuna de frequência, quando os dados não são produzidos ou atualizados com as frequências necessárias e lacuna de aderência a padrões, quando os dados não possuem metadados explicativos e/ou não seguem padrões internacionais de apresentação.
Neste contexto, este artigo propõe uma plataforma de dados abertos chamada SimininaData, por meio da engenharia desta solução. Justifica-se a utilidade desta plataforma dada a necessidade da disponibilização de dados de gênero na área de Tecnologias da Informação no Brasil, para compreender melhor a realidade em que as mulheres estão inseridas e fomentar a formulação de pesquisas e políticas públicas nesta área. A SimininaData foi inicialmente concebida durante as atividades propostas pela disciplina de Engenharia de Software, realizada no curso de Bacharelado em Ciência da Computação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no campus Cuiabá, na qual foram elaborados os protótipos da plataforma, e tem avançado enquanto solução para o desenvolvimento científico e tecnológico. Do ponto de vista da pesquisa, essa é do tipo aplicada e qualitativa, utilizando como técnicas o levantamento dos trabalhos relacionados e a engenharia de requisitos.
O principal propósito da SimininaData é servir como uma plataforma para a coleta e disponibilização de dados de gênero nas áreas de Tecnologia da Informação no Brasil. Inicialmente, serão utilizadas as bases de dados existentes que abordam questões relacionadas às mulheres brasileiras na área das tecnologias para fazer os primeiros estudos e análises dos dados que já estão disponíveis, tais como os dados disponíveis pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no World Bank's Gender Data Portal.
Além disso, a plataforma também disponibilizará formulários interativos para serem feitas coletas de dados diretamente com pessoas usuárias, bem como seções para apresentação de dados com resultados, motivação, outros trabalhos e estudos realizados e iniciativas relacionadas à promoção da equidade de gênero nas Tecnologias da Informação.
A partir desta introdução, este artigo está organizado da seguinte forma: a próxima Seção apresenta uma análise breve sobre os trabalhos relacionados; a Seção 3 discute a elicitação e a análise dos requisitos da plataforma SimininaData; a Seção 4 apresenta a visão geral da modelagem operacional e de arquitetura da plataforma; a Seção 5 exibe os elementos da interface e seus protótipos e a Seção 6 expõe as considerações finais acerca deste trabalho.
2. Trabalhos Relacionados
Na literatura, encontram-se esforços de pesquisa e desenvolvimento de sistemas neste campo, como as da rede de pesquisa internacional ELLAS, que executa o projeto Latin American Open Data for gender equality policies focusing on leadership in STEM (Berardi et al., 2023). O objetivo do projeto se permeia no desenvolvimento de uma plataforma de dados abertos sobre a presença de mulheres em STEM, para contribuir na formulação de pesquisas e políticas públicas nessa área (Maciel et al., 2023). A proposta do projeto se une aos esforços deste trabalho, com vistas à disponibilização de dados neste campo.
Como etapa inicial, foi realizada uma revisão de literatura (Grant & Booth, 2009) para identificar trabalhos similares à SimininaData. O levantamento foi feito por meio dos navegadores web, a partir das palavras "mulheres" e "dados". Foram encontrados alguns sistemas de dados abertos, como o IBGE, o Portal de Dados Abertos, o Data2X e o World Bank's Gender Data Portal, que contém dados associados ao domínio desta pesquisa.
O IBGE é um instituto público cuja função é realizar censos, organizar os dados coletados e distribuí-los para órgãos governamentais, instituições e população brasileira. Na plataforma do IBGE é possível visualizar notícias envolvendo a ação da instituição e, também, baixar estatísticas e bases de dados sobre diversas temáticas. Nela, há indicadores demográficos e sociais genéricos sobre mulheres no Brasil, tais como "Taxa de participação na força de trabalho", "Mulheres entres os docentes de ensino superior", "Mulheres entre vereadores eleitos", entre outros n.d.(IBGE, 2021).
O Portal de Dados Abertos é um portal do Governo Federal que serve como repositório de dados abertos, coletados por instituições governamentais, para busca, acesso e uso dos dados abertos governamentais, que podem ser baixados diretamente do portal (Governo Federal, n.d.). A plataforma disponibiliza dados de diversas temáticas, como: agricultura, ciência, comércio, saúde, cultura, entre outros.
O Data2X é uma plataforma que trabalha em conjunto com instituições do setor privado e público para melhorar a produção e uso de dados de gênero a partir de parcerias, pesquisa, advocacia e comunicação. O objetivo da plataforma é melhorar a qualidade, disponibilidade e uso dos dados de gênero, a fim de provocar diferenças nas vidas de meninas e mulheres pelo mundo. Em seu site é possível pesquisar as diversas políticas criadas em parceria com o Data2X (Data2X, 2020).
O World Bank's Gender Data Portal é um portal eletrônico que disponibiliza estatísticas
de gênero mais recentes de diversas agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Estas podem ser acessadas por meio das visualizações de dados já prontas. É possível escolher tópicos de interesse, regiões, estatísticas e gráficos. O portal visa melhorar o acesso aos dados de gênero e facilitar o acesso às análises 2.
Apesar das iniciativas promoverem a disponibilização de dados sobre gênero, foi observado que a plataforma Data2X não apresenta dados sobre o Brasil ou sobre Tecnologias da Informação. Já no caso do World Bank's Gender Data Portal, apesar de ter um número considerável de estatísticas de gênero do Brasil, como "Alfabetização de adultos no Brasil é quase a mesma entre mulheres e homens", quanto à área de Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM), os dados se resumem a indicar a parcela feminina de graduandos da área (World Bank Gender Data Portal, 2020).
Considerando o exposto, os diferenciais da plataforma SimininaData são: 1) ser proposta inicialmente para a obtenção de dados sobre o Brasil; 2) servir como uma plataforma para coleta e disponibilização dos dados de gênero na área de Tecnologias da Informação em diversos aspectos; 3) explorar diferentes indicadores, a fim de expor as realidades das mulheres brasileiras nesta área. A Tabela 1 faz uma comparação entre as iniciativas discutidas e a proposta da plataforma SimininaData.
3. Elicitação e Análise de Requisitos da Plataforma
Para realizar o levantamento dos requisitos da plataforma, foram utilizadas duas técnicas de elicitação: questionário e brainstorming (Pressman & Lowe, 2009). A técnica do questionário foi escolhida para buscar entender as necessidades das pessoas usuárias, caracterizar os perfis que irão utilizar a plataforma, as funcionalidades que deverão estar presentes e as suas opiniões de como devem ser estruturadas as informações e as interfaces.
Dados brasileiros - SIM SIM SIM SIM
Dados de gênero SIM SIM SIM SIM SIM
Dados sobre T.I. - ALGUNS SIM - SIM Dados sobre mulheres na T.I. - ALGUNS - - SIM Baixar dados SIM SIM SIM SIM SIM Visualização gráfica dos dados - SIM SIM - SIM Redes sociais/comunidade SIM SIM SIM - SIM Questionários - - SIM - SIM
Paralelamente, optou-se pela técnica de brainstorming para que a equipe de desenvolvimento do projeto pudesse gerar soluções criativas para a plataforma. A análise de requisitos seguiu orientações de autores da área, como Sommerville (2019). Na Seção
3.1 serão mostrados os resultados gerados a partir da aplicação do questionário e na Seção 3.2 os requisitos resultantes.
3.1. Resultados do Questionário para Levantamento de Requisitos
O questionário foi aplicado online durante 17 dias no mês de novembro de 2022 e obteve 64 respostas. Vale ressaltar que estes resultados representam as opiniões de pessoas próximas ao convívio das pessoas autoras da pesquisa, uma vez que sua aplicação se deu de forma limitada via o compartilhamento do instrumento em canais de grupos e chats no WhatsApp, não sendo um resultado que represente de fato uma visão generalista da população brasileira. Contudo, são resultados válidos para um estudo preliminar, pois expressam as opiniões reais de um dado grupo de pessoas e serviu aos propósitos do estudo, investigando características para a plataforma.
3.1.1. Dados Demográficos
Neste tópico, buscou-se caracterizar o público participante do questionário. Desta forma, com relação ao gênero, observa-se que 70,3% dos participantes se identificaram como gênero feminino, mostrando o grande interesse deste público pelo tema. O restante do público se identificou como gênero masculino, não havendo a manifestação de outros gêneros no questionário. Com relação ao grau de escolaridade, 45,3% declararam que possuem Ensino Superior Incompleto, 20,3% declararam que possuem Ensino Superior Completo, e 18,9% possuem Ensino Médio Completo. Desta forma, mais da metade das participantes possuem ou estão cursando o nível superior de escolaridade.
Com relação à classe econômica, houve maior participação da Classe C - com a renda de 4 a 10 salários mínimos (29,7%), seguido de 21,9% da Classe D, 20,3% da Classe B, 20,3% da Classe E, e 7,8% da Classe A. Isso mostrou que houve uma variedade maior de público nas classes de B a E, com pouca participação do grupo da Classe A - com renda acima de 20 salários mínimos.
Com relação à raça-etnia, as pessoas participantes se dividem em brancas (56,3%), pardas (37,5%) e pretas (6,3%). No que se refere à ocupação profissional das pessoas participantes, pode-se perceber que mais de 60% se enquadram como estudantes.
Por fim, as 4 áreas de atuação com o maior número de respostas são: Tecnologia (43,8%), Saúde (20,3%), Educação (13,1%) e Administração (12,55%), demonstrando que houve não só uma grande participação e interesse do grupo que pertence à área de tecnologia, mas também de áreas que não são necessariamente correlatas a ela, tais como a área da saúde.
3.1.2. Familiaridade com o tema: Mulheres nas Áreas de Tecnologia da Informação
Este tópico foi pensado com o propósito de verificar a familiaridade das pessoas participantes com o tema de mulheres nas áreas de Tecnologia da Informação. Com relação a isso, 51,6% responderam que já ouviram ou participaram de discussões acercado tema. Dentro desse grupo, 29 pessoas descreveram sobre quando, onde e como aconteceram essas discussões, dentre elas, mais de 20 respostas envolviam os ambientes educacionais, como faculdades e escolas. Também, houve relatos de discussões a partir das próprias vivências e ambientes de trabalho.
Nesta seção do questionário, foram compartilhadas 10 afirmações sobre o tema listadas na Tabela 2. Assim, a participante deveria escolher a coluna que mais se aproximava da sua opinião ou da sua realidade, com base na escala Likert (Likert, 1932). Na Tabela 2, são apresentadas por afirmação a quantidade de pessoas que assinalaram cada coluna. Destacou-se em cada coluna o item com maior percentual de respostas.
3.1.3. Plataforma SimininaData
Para levantar e registrar as perspectivas das pessoas participantes sobre as características principais da plataforma SimininaData, foi inicialmente apresentada uma descrição breve sobre a plataforma. Posterior a isso, para saber quais eram as funcionalidades que deveriam estar presentes na plataforma, foi disponibilizada uma lista de funcionalidades elaborada pela equipe durante o brainstorming para que as participantes indicassem aquelas que elas consideravam essenciais. Na Tabela 3 é mostrado o ranking das respostas, da funcionalidade com a maior quantidade de votos para a que possui a menor quantidade.
Sobre a portabilidade da plataforma, foi perguntado se esse tipo de ferramenta seria acessado pelos usuários em dispositivos móveis. Com relação a isso, mais de 70% dos participantes responderam que fariam o acesso. Ademais, foi pedido para que as participantes selecionaram quais informações gostariam de visualizar em quadros interativos, uma vez que esse tipo de ferramenta gráfica é uma ótima alternativa de apresentação de dados, auxiliando na compreensão e visualização das informações mostradas (Vashisht & Dharia, 2020). Na Tabela 4, é apresentado o ranking das informações mais votadas, da maior quantidade de respostas para a menor.
Por fim, foi proposto às participantes a possibilidade de elencar outras funcionalidades que seriam interessantes, mas não prioritárias, para serem implementadas na plataforma. A funcionalidade mais citada, com 6 menções dentre as 21 respostas coletadas, foi a de criar uma comunidade ou chat integrado para que as pessoas usuárias pudessem conversar e trocar experiências.
3.2. Requisitos da Plataforma
A plataforma do SimininaData foi idealizada como uma aplicação web e irá utilizar ferramentas gratuitas como forma de reduzir os custos de desenvolvimento e manutenção da plataforma. Essencialmente, o sistema vai permitir que os todos os usuários - cadastrados ou não - interajam com todas as funcionalidades, exceto as que são necessárias o cadastro, como responder aos questionários. Alguns dos requisitos funcionais principais da plataforma SimininaData são listados a seguir:
1. O sistema conterá quatro seções inicialmente: Sobre nós, Base de Dados,
Publicações e Questionários;
2. O sistema deve permitir que os usuários realizem o download das bases dedados disponíveis;
3. O sistema deve enviar as atualizações da plataforma, como renovação de termos e políticas de acesso, nos e-mails cadastrados dos usuários.
4. Com relação aos requisitos não funcionais, pode-se listar alguns deles:
5. A pessoa usuária pode realizar configurações da plataforma para garantir melhor
usabilidade e acessibilidade, tais como tamanho da fonte e leitura com voz ativa;
6. Todos os dados das pessoas usuárias serão tratados conforme definido pela Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais (ABMES, 2018);
7. O sistema operará com um sistema principal integrando seis sistemas adjacentes(explicados na próxima Seção);
8. O formato dos arquivos baixados das bases de dados serão em .xlsx, .pdf, .csv, .tsv.
4. Visão Geral da Plataforma
A partir do estabelecimento dos requisitos foi elaborado o modelo operacional do sistema. De modo geral, a plataforma operará com seis sistemas modulares que estão conectados, constituindo o sistema da plataforma. Na Tabela 5, são elencados os sistemas e a descrição das suas finalidades.
Data A seguir, realizou-se a modelagem da arquitetura em camadas do sistema (Figura 1), que foi escolhida devido ao apoio que ela oferece ao modelo de desenvolvimento iterativo incremental (Sommerville, 2019). O projeto da arquitetura é o artefato principal que guiará o desenvolvimento deste software.
5. Prototipação da Plataforma SimininaData
Nesta seção, são apresentadas a logo e os protótipos de alta fidelidade da plataforma, desenvolvidos com base nos requisitos listados na Seção 3. Cabe ressaltar que, para concluir estes protótipos, foram inicialmente desenvolvidos protótipos de baixa fidelidade, que permitiram o detalhamento dos requisitos entre os stakeholders (Barbosa et al., 2021). Os protótipos foram desenvolvidos na ferramenta gráfica Figma, por ser um software de código aberto e permitir o design colaborativo.
A logo da plataforma SimininaData, Figura 2, foi feita por meio da junção de dois ícones disponibilizados pela Flaticon. O primeiro ícone representa a diversidade das mulheres, bem como a singularidade das suas existências, já o segundo ícone representa todas as análises, informações e levantamentos que podem ser explorados com os dados dentro do contexto em que a plataforma está inserida. Além disso, por meio das cores realçadas que performam a sensação de vividez, buscou-se fazer alusão à cultura brasileira e a abundância de cores presentes nas artes regionais.
As interfaces da Plataforma SimininaData foram desenvolvidas com o propósito de serem intuitivas e garantirem sua melhor usabilidade. Na Figura 3.a é possível visualizar o protótipo da página inicial da plataforma, denominada "Sobre nós". Nesta página, são mostradas as principais informações sobre a plataforma, assim como os seus objetivos. Independentemente da tela em que a pessoa usuária se encontre, é possível acessar as outras seções da plataforma, como as páginas de "Questionários" (Figura 3.b), "Bases de Dados" (Figura 3.c) e "Publicações" (Figura 3.c). Ademais, estará sempre disponível o acesso rápido da funcionalidade de login na parte superior à direita. Já o rodapé da plataforma será dedicado aos ícones de redes sociais e outras informações de contato da Plataforma.
Na página "Questionários" há uma breve descrição dos questionários disponíveis na plataforma, com a indicação dos seus objetivos e as razões pelas quais as pessoas usuárias deveriam colaborar. Apesar do login não ser obrigatório para o uso das funcionalidades gerais da plataforma, para participar dos questionários é uma etapa necessária. Já na página de "Publicações", na primeira seção são apresentados os principais trabalhos gerados pelos estudos com as bases de dados disponibilizadas na plataforma. A seção "Notícias" traz as principais notícias relacionadas aos temas que a plataforma aborda, como gênero e área STEM. Por fim, na página "Base de Dados" se encontram as bases de dados disponíveis, com a opção de adicionar filtros para apresentação dos resultados encontrados.
6. Considerações finais
Em síntese, este trabalho propõe uma plataforma de dados abertos denominada SimininaData através da engenharia de uma solução que oferece a disponibilização de dados abertos sobre as mulheres nas áreas de Tecnologia da Informação no Brasil. Este artigo concentrou-se na fase de requisitos e de prototipação da solução. A plataforma conta com funcionalidades de visualizações gráficas, comunidade própria, questionários, publicações e notícias relacionadas ao tema de gênero e as áreas de tecnologia.
A plataforma é uma ferramenta que pode colaborar de modo satisfatório com a disponibilização dos dados de gênero já existentes na área de Tecnologias da Informação ao facilitar o acesso a eles, como também contribuir com a diminuição das lacunas de dados sobre gênero e tecnologia no Brasil. Deste modo, a plataforma pode apoiar e contribuir com novas pesquisas e estudos sobre o tema, permitindo que medidas e ações sejam criadas e realizadas para estimular o protagonismo feminino nas áreas tecnológicas. Como trabalhos futuros, pretende-se realizar a avaliação do público sobre a plataforma desenvolvida; expandir a granularidade e a pluralidade das bases de dados da plataforma; viabilizar parcerias com instituições públicas e privadas a fim de garantir um maior alcance da plataforma; a criação de uma comunidade e um chat dentro da plataforma e a disponibilização de painéis gráficos que apresentem dados relacionados à temática abordada pela plataforma.
Por fim, é válido ressaltar a relevância de projetos como a plataforma SimininaData no atual contexto da baixa participação de mulheres nas áreas de Tecnologia da Informação no Brasil. Para mais, destaca-se também a insuficiência das atuais medidas de políticas institucionais, públicas e privadas, sobre outros fatores que influenciam, ainda que indiretamente, a temática abordada pela plataforma, fatores como a falta de oportunidades educacionais e a desigualdade de gênero que precisam ser minimizados.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao IDRC (International Development Research Centre) pelo suporte financeiro.
Referências
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Abstract
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1 Instituto de Computação, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, Brazil