Resumo: Após décadas de rejeiçao por parte dos educadores, no final dos anos 1990 as histórias em quadrinhos começaram a conquistar seu espaço nas salas de aula brasileiras. No entanto, apesar dos avanços conseguidos, ainda é preciso adequar as aplicaçoes possíveis deste produto cultural às necessidades do processo de aprendizado. Nesse sentido, neste ar- tigo temos por objetivo fomentar e nortear o uso apropriado das narrativas sequenciais nas práticas educativas, discutindo os possíveis caminhos para sua implementaçao.
Palavras-chave: Educaçao. Histórias em quadrinhos. Práticas educativas.
Abstract: After decades of rejection by the educators, comics began to conquer their place in the Brazilian classrooms in the late1990s. However, despite the progress achie- ved, it is still necessary to adjust the possible applications of this cultural product to the needs of the learning process. In this sense, this article aims to encourage and guide the appropriate use of sequential narratives in the educational practices, discussing possible ways to implement them.
Key words: Comics. Education. Educational practices.
1 Introduçâo
A data de 1996 é um marco importante para a trajetória de aceitaçâo das histórias em quadrinhos como ferramenta pedagógica no Brasil. Nesse ano ocorreu a promulgaçâo da Lei de Diretrizes e Bases da Educaçâo Nacional (LDB) que, de certa forma, propunha um pacto entre este pro- duto cultural midiático e a educaçâo formal. Nesse sentido, ela "[...] já apontava para a necessidade de inserçâo de outras linguagens e mani- festaçoes artísticas nos ensinos fundamental e básico". (VERGUEIRO; RAMOS, 2009, p. 10)
De fato, a relaçâo entre quadrinhos e educaçâo nem sempre foi ami- gável, passando por momentos de grande hostilidade e outros de tími- da cumplicidade, quando alguns professores mais ousados se atreveram a utilizá-los em sala de aula. Tratava-se de aplicaçoes esporádicas, marcadas muito mais pela ousadia e entusiasmo de seus propositores do que propria- mente por correçâo metodológica.
Djota Carvalho (2006, p. 32) documenta o inicio do estranhamento entre os quadrinhos e o ambiente escolar no Brasil:
Aqui no Brasil, já em 1928, surgiram as primeiras críti- cas formais contra as historinhas: a Associaçâo Brasileira de Educadores (ABE) fez um protesto contra os quadrinhos, por- que eles "incutiam hábitos estrangeiros nas crianças". Na dé- cada seguinte, em 1939, diversos bispos reunidos na cidade de Sâo Carlos (SP) deram continuidade à xenofobia, propondo até mesmo a censura aos quadrinhos, porque eles traziam "temas estrangeiros prejudiciais às crianças.
Pode-se dizer que os educadores brasileiros já antecipavam algu- mas das críticas feitas aos quadrinhos em países da Europa (FREMION; JOUBERT, ci989), embora nâo fossem tâo longe quanto pôde ser pre- senciado durante o auge da rejeiçâo aos quadrinhos, que ocorreu nos Estados Unidos, na década de i950, com a publicaçâo do livro Seduction of the Innocent (Seduçâo do inocente), do psiquiatra Fredric Wert ham (apud NYBERG, i998), que trabalhava com menores infratores. A visâo desse autor, exageradamente crítica à cultura de massa, levou pais e professores a queimar revistas nos pátios das escolas, enquanto que os editores, para im- pedir a censura oficial e reverter a queda nas vendas, tiveram que criar um Código de Ética para suas publicaçoes (BEATY, 2005; NYBERG, 1998).
Com o tempo, contudo, os conf litos entre histórias em quadrinhos e educaçâo foram se amenizando. A partir dos anos 1970, já era possível en- contrar narrativas gráficas sequenciais em livros didáticos brasileiros, ela- boradas por artistas consagrados, como Eugenio Colonnezze ou Rodolfo Zalla (1992). Esses quadrinhos sintetizavam ou exemplificavam, em uma ou mais vinhetas, o conteúdo do tópico ou do capítulo. Utilizando a lin- guagem característica dos quadrinhos (baloes de fala, recordatórios etc.), estes eram usados para suavizar a diagramaçâo e complementar de forma mais leve o texto didático.
No entanto, além desse uso "suavizante" dos quadrinhos nos livros didáticos e no processo avaliativo dos alunos, é possível defender outras aplicaçoes, mais eficientes, dos quadrinhos no processo de aprendizado (SANTOS, 2001) que possibilitam, entre outras coisas, o incentivo à leitu- ra, o aprendizado de línguas estrangeiras, a instigaçâo ao debate e à refle- xáo sobre determinado tema, ou mesmo a realizaçâo de atividades lúdicas, como a dramatizaçâo a partir de uma história em quadrinhos.
Apesar do empenho dos educadores, do aval e incentivo dos Parámetros Curriculares Nacionais (PCNs) e da compra e distribuiçào, por meio do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), de publi- caçoes de quadrinhos (VERGUEIRO; RAMOS, 2009), a utilizaçâo dos quadrinhos na educaçâo ainda necessita de reflexoes que subsidiem práti- cas adequadas e levem a resultados concretos em relaçâo ao aprendizado. Ter álbuns e revistas de quadrinhos disponíveis nas salas de aula ou nas bibliotecas escolares náo implica, necessariamente, no uso correto do ma- terial por parte dos professores.
É sempre bom lembrar que as histórias em quadrinhos sáo produ- zidas para públicos diferenciados (infantil, adolescente ou adulto) e, por- tanto, náo podem ser usadas indiscriminadamente. Além disso, mesmo aquelas que se destinam apenas ao entretenimento e ao lazer, cujo conteú- do náo foi gerado com a preocupaçâo de informar ou passar conhecimen- to, podem ser utilizadas em ambiente didático, mas exigem um cuidado maior por parte dos professores. Por isso, este trabalho tem como objetivos apresentar reflexoes sobre a utilizaçâo de histórias em quadrinhos na edu- caçâo e indicar algumas práticas pedagógicas que aproveitem melhor o potencial dos quadrinhos.
2 Leituras de histórias em quadrinhos
Orozco-Gomes (2011, p. 169), ao refletir sobre a vinculaçâo das novas tecnologias de informaçâo aos processos educativos, identifica dois tipos de racionalidades, a eficientista e a da relevância. O autor afirma que o objetivo principal da segunda - que parte do sujeito educando e de seu contexto e tem como ponto de chegada o conteúdo - "[...] náo estaria no ensino, mas no aprendizado, entendido aqui náo somente um resultado a partir de certos insumos, mas sim como processo realizado em situaçoes específicas que procuram abertamente estimulá-lo." A apli- caçâo das histórias em quadrinhos em ambiente escolar deve ser encara- da da mesma forma.
Assim, um primeiro desafio colocado ao educador é conhecer a linguagem dos quadrinhos. Nesse sentido, Ramos (2009, p. 14) afirma que "[...] ler quadrinhos é ler sua linguagem, tanto em seu aspecto verbal quanto visual (ou nao verbal)", ressaltando, ainda, que dominar essa lin- guagem, "[...] mesmo que em seus conceitos mais básicos, é condiçao para a plena compreensao da história e para a aplicaçao dos quadrinhos em sala de aula e em pesquisas científicas sobre o assunto."
Dessa forma, entende-se que náo basta "ler" apenas o elemento tex- tual (diálogos e textos narrativos) de uma história em quadrinhos. É preci- so ir além. Segundo Groensteen (2004, p. 44), "É nas articulaçoes internas em elos de imagens que se fixa o sentido, jogando o texto, por este ângulo, frequentemente, apenas um papel complementar." É necessário, portanto, identificar os tipos de baloes (de fala, de pensamento etc.), as metáforas vi- suais (lámpada acesa sobre a cabeça quando o personagem tem uma ideia, estrelas indicando dor etc.) ou as onomatopeias (representaçoes de sons: explosáo, tapa etc.).
Os formatos das histórias em quadrinhos também influenciam na maneira como elas podem ser lidas. As tiras de quadrinhos, normalmente humorísticas, desenvolvem uma história curta apresentada em uma ou, no máximo, seis vinhetas. Há uma situaçâo inicial e uma reversáo das expec- tativas do leitor (presente no texto ou na imagem), gerando o efeito cômico.
Já os quadrinhos publicados em revistas, álbuns ou livros ocupam um espaço maior (de uma a centenas de páginas) e apresentam uma nar- rativa mais complexa. A leitura de uma página de quadrinhos também é um exercício de percepçào mais apurada - embora boa parte das histórias apresente uma estrutura mais tradicional, em que um quadrinho segue o outro horizontalmente e de cima para baixo - há histórias que sáo diagra- madas de maneira diferente, forçando o leitor a descobrir a sequência certa de imagens e textos.
Um exemplo é a história A guerra do reino Divino (Figura 2), criada por Jô Oliveira (2001): no alto, sobre a imagem dos soldados avançando com armas em punho, quatro vinhetas invadem o espaço (o oficial gri- tando "Fogo!", o canháo atirando, a bala rasgando o corpo do beato e o povo percebendo a sua morte); no meio da página uma vinheta horizontal apresenta o desespero das pessoas com o avanço da polícia e, na parte de baixo, sáo usadas duas vinhetas, sendo que uma delas está sem o requadro (fio que contorna o quadrinho). Do ponto de vista temático, é possível relacionar o conteúdo à repressáo sofrida pelos habitantes de Canudos e à religiosidade popular do Nordeste. Já no que concerne à estética, o estilo gráfico do autor assemelha-se aos desenhos da literatura de cordel, típica da cultura nordestina.
Desse raciocinio, é possível desenvolver três atividades práticas. A primeira é a leitura de uma história em quadrinhos para identificar sua lin- guagem e a dispos^áo de seus elementos narrativos. O professor também pode retirar os textos dos baloes e solicitar aos estudantes que elaborem novos diálogos, trabalhando a articu^áo texto-imagem. Outro exercí- cio, que pode ser conduzido conjuntamente com docentes de Artes e de Língua Portuguesa, é a criaçáo de histórias em quadrinhos pelos próprios alunos, utilizando cartolina ou sulfite. Individualmente ou em grupo, eles sao orientados a desenvolver o argumento (tema, personagens, tempo e espaço da narrativa etc.) e o roteiro (quais açoes e diálogos devem ocupar cada vinheta) da história e a fazer a arte (desenho e colorizaçao). Ao final, pode-se organizar uma exposiçao dos trabalhos na escola, que, inclusive, servirá de incentivo a outros estudantes. A esse respeito, Edgar Franco (2011, p. 115-116) indica técnicas alternativas para a criaçao de quadrinhos nas escolas, com fotografias (fotonovela) e com softwares gratuitos dispo- níveis na internet.
3 Quadrinhos e literatura
Embora as histórias em quadrinhos impliquem na leitura, nao é cor- reto dizer que elas constituem uma forma literária. No entanto, por com- partilharem elementos narrativos típicos do texto literário, os quadrinhos têm-se prestado para a adaptaçao de contos ou de romances. Lielson Zeni (2009, p. 128) identifica a origem da quadrinizaçao da literatura:
Ela começou no final da primeira metade do século passado, com a coleçao Classics Illustrated, título da revista norte-ameri- cana voltada para a publicaçao de clássicos da literatura mun- dial em quadrinhos. Inicialmente chamada de Classic Comics, a revista surgiu em 1941 e durou até 1971, tornando-se cultuada na área e abrindo espaço para quadrinizaçoes de romances [...]
No Brasil, a Editora Brasil-America Ltda. (EBAL) publicou por mais de uma década a revista Ediçâo Maravilhosa e, por algum tempo, o título Álbum Gigante, ambos dedicado a adaptaçoes de obras literárias para os quadrinhos. Além de traduzir o material da Classics Illustrated, essas publicaçoes também ofereciam ao leitor quadrinizaçoes de romances brasileiros, a exemplo de A escrava Isaura, de Bernardo Guimaráes (1954), O Guarani, de José de Alencar (1950), entre outros. No início do século XXI, com a compra de publicaçoes de quadrinhos por meio do PNBE, várias editoras passaram a produzir álbuns com quadrinizaçoes literárias (VERGUEIRO; RAMOS, 2009).
O mais importante, entretanto, náo é a qualidade da transcodifica- 9áo da literatura para a narrativa gráfica sequencial, mas a maneira como o educador emprega esse material, que náo deve substituir o texto literário. Nesse sentido, Zeni (2009, p. 131, grifo do autor) adverte:
Mas, tratada sob o ponto de vista paradidático, é bastante im- portante recuperar a leitura em relaçao em relaçao à obra ori- ginal proposta pela adapta9áo, pois nosso foco de interesse está no original. A adapta9áo aqui é um apoio, uma ferramenta, uma outra leitura. E náo podemos nos esquecer disso: a adapta- 9áo traz apenas uma leitura da obra original e náo a sol^áo ou a interpreta9áo definitiva para ela.
A história em quadrinhos, por seu caráter icônico, acrescenta infor- maçoes visuais ao elemento verbal. Em O alienista, de Machado de Assis, versáo realizada pelos artistas Fabio Moon e Gabriel Bá (2007), além da história originalmente concebida pelo Bruxo do Cosme Velho, o leitor tam- bém encontra dados sobre o comportamento social no final do século XIX. Na Figura 3, por exemplo, vê-se um garoto negro acompanhando a senhora branca e segurando seu guarda-chuva, o que evidencia a divisáo racial existente na época.
Por meio de sua iconicidade, a história em quadrinhos pode oferecer ao leitor elementos que o texto literário apenas descreve ou nâo apresenta: na mesma adaptaçâo, podem ser vistos o vestuário (Figura 3), o mobiliário, a decoraçâo das casas e o estilo arquitetônico daquele período (Figura 4). Cabe ao professor ressaltar esses aspectos presentes em narrativas quadri- nhísticas, para que a leitura extrapole os limites do aspecto verbal e seja enriquecida pelo visual.
4 Outras áreas de ensino
As aplicaçoes dos quadrinhos no processo de aprendizado nâo de- vem ser restritas às adaptaçoes literárias. Por ser o resultado de um proces- so artístico, os quadrinhos levam à compreensâo de técnicas e conceitos estéticos da área de Artes. Para Alexandre Barbosa (2004, p. i3i)
Todos os principais conceitos das artes plásticas estâo embuti- dos nas páginas de uma história em quadrinhos. Assim, para o educador, as HQs podem vir a ser uma poderosa ferramenta pedagógica, capaz de explicar e mostrar aos alunos, de forma divertida e prazerosa, a aplicaçao prática de recursos artísticos sofisticados, tais como perspectiva, anatomia, luz e sombra, ge- ometria, cores e composiçao.
De fato, considerada a Nona Arte, a história em quadrinhos possui uma perspectiva estética que deve ser considerada pelos professores. Nesse sentido, no entender de Will Eisner (1989, p. 5), ela é "[...] um veículo de expressao criativa [...] uma forma artística e literária que lida com a disposiçao de figuras ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia." Assim, o conteúdo expressivo é relevante na lei- tura dos quadrinhos, acrescentando componentes artísticos à narrativa. Na adaptaçao de textos escritos por Franz Kafka, por exemplo, o artista estadunidense Peter Kuper (2008) empregou técnicas do Expressionismo - movimento que envolveu as artes plásticas, o teatro e o cinema, do final do século XIX até a década de 1920 -, como o contraste entre luz e sombra e a deformaçao, para ressaltar o clima de absurdo e de repressao retratado pelo autor tcheco.
Para as aulas de História há muitas narrativas em quadrinhos que podem ser utilizadas pelos professores. Neste rol enquadram-se tanto as ficcionais - como é o caso de Adeus, chamigo brasileiro, de André Toral (1999), história ambientada na Guerra do Paraguai, como aquelas baseadas em fatos reais - das quais Maus, de Art Spiegelman (2005), que aborda o extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial, é um exemplo de destaque. Para Túlio Vilela (2004, p. 109-110), o uso dos quadrinhos pode ser feito de diferentes maneiras: para ilustrar ou fornecer uma ideia de aspectos da vida social de comunidades do passado; como registros da época em que foram produzidos e como ponto de partida de discussoes de conceitos da História. Eventos pouco conhecidos sáo temas de álbuns de quadrinhos, sendo um bom exemplo Chibata! (Figura 6), de Olinto Gadelha e Hemeterio (2008), sobre a Revolta da Chibata, acontecida em 1910, quando marinheiros negros amotinaram-se no Rio de Janeiro para forçar o governo a abolir os castigos físicos aplicados por oficiais brancos nos navios.
Os quadrinhos também propiciam a divulgaçáo científica e a abor- dagem de questoes inerentes à ciência, que podem subsidiar as aulas: a trajetória do filósofo inglés Bertrand Russell e as bases da Lógica sáo te- mas do livro de quadrinhos Logicomix, realizado por professores gregos (DOXIADIS; PAPADIMITRIOU; PAPADATOS, DI DONNA, 2010). A constituyo e o desenvolvimento da Física, assim como a vida de seus principais teóricos, sáo tratados no álbum Ombros de gigantes (Figura 7), dos professores Annibal Hetem Junior e Jane Gregorio-Hetem e o dese- nhista Marlon Tenório.
No caso das cartilhas científicas quadrinizadas, Márcia Mendonça (2010, p. 118), analisando aquelas voltadas para a área da saúde constatou que a trama dessas publicaçoes em geral abarca situaçoes de perigo, envol- vendo heróis e viloes, para apresentar a preve^áo ou o tratamento de do- enças específicas. A conclusáo semelhante chegou Waldomiro Vergueiro (2009, p. 97) ao analisar as histórias em quadrinhos para educaçáo popular no Brasil, identificando, inclusive, uma estrutura típica dessas publicaçoes:
1) há uma situaçáo-problema - ocorre uma calamidade como resultado de uma falta de ate^áo coletiva ou governamental com respeito a certas precauçoes elementares quanto à preser- vaçáo de recursos naturais, um personagem se mostra desatento ou reage diretamente contra um comportamento desejado, as- sumindo uma atitude anti-social -, que tem suas raízes e solu- çoes explicadas por um dos personagens da historia;
2) os protagonistas sáo colocados em uma situaçáo em que en- tram em contato com as peculiaridades de um determinado problema, ambiente ou instituiçâo, sendo conduzidos por um personagem em direçâo ao conhecimento das principais carac- terísticas daquele objeto - em uma das historias, os protagonis- tas sâo contratados para elaborar uma produçâo cinematográfi- ca sobre uma determinada instituiçâo;
3) um personagem é criado com o objetivo específico de expli- car as características de um ambiente, situaçâo ou empresa para os leitores.
5 Consideraçoes fináis
Com base nas questoes tratadas neste texto, pode-se asseverar que as histórias em quadrinhos podem ter um papel considerável no processo educativo, mas é preciso que educadores e estudantes saibam como em- pregá-las. É necessária uma triagem do material, separando o que é apro- priado às diferentes faixas etárias ou que contém informaçoes relevantes. Empreender atividades práticas a partir das histórias torna as aulas mais dinâmicas e o aprendizado mais prazeroso. E, por fim, é importante lem- brar que a leitura de quadrinhos é complexa e nâo deve se restringir ao tex- to ou ao enredo; ler e perceber os recursos da linguagem, da estética e da narrativa das narrativas quadrinizadas amplia as significaçoes que podem ser extraídas de seu conteúdo.
Recebido em 9 mar. 2012 / Aprovado em 24 abr. 2012
Para referenciar este texto
SANTOS, R. E.; VERGUEIRO, W. Histórias em quadrinhos no processo de aprendizado: da teoria à prática. EccoS, Sáo Paulo, n. 27, p. 81-95. jan./abr. 2012.
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Roberto Elísio dos Santos
Jornalista, com doutorado e pós-doutorado em Comunicaçao - ECA-USP;
Vice-coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos - ECA-USP;
Professor da Escola de Comunicaçao e do
Programa de Mestrado em Comunicaçao - USCS.
Sao Caetano, SP - Brasil.
Waldomiro Vergueiro
Doutor em Ciências da Comunicaçao e
Professor titular da Escola de Comunicaçoes e Artes - ECA-USP;
Coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos - ECA-USP.
Sao Paulo, SP - Brasil.
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Copyright Universidade Nove de Julho (UNINOVE); Programa de Pós-Graduação em Educação Jan-Apr 2012
Abstract
After decades of rejection by the educators, comics began to conquer their place in the Brazilian classrooms in the late1990s. However, despite the progress achie- ved, it is still necessary to adjust the possible applications of this cultural product to the needs of the learning process. In this sense, this article aims to encourage and guide the appropriate use of sequential narratives in the educational practices, discussing possible ways to implement them. [PUBLICATION ABSTRACT]
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