RESUMO
Este trabalho foi elaborado com o propósito de resgatar e compreender o elo de ligação existente entre o pensamento weberiano e a teoria das organizações ocidentais, fortemente influenciadas pela ética capitalista. Apresenta as conexões causais e os tipos ideais e seu respectivo papel na elaboração de instrumentos de pesquisa em ciências sociais. A teoria weberiana considera as organizações como sistemas burocráticos, que constituem o ponto de partida para sociólogos e cientistas políticos no estudo das organizações. O trabalho aborda também a sociologia compreensiva da ação social e apresenta as características positivas e negativas da burocracia. Enfatiza ainda a dominação ideológica do capitalismo, que vem sendo cada vez mais reforçada pelos programas de treinamento e desenvolvimento nas empresas.
Palavras-chaves: pensamento weberiano; tipos ideais; burocracia; teoria organizacional; hermenêutica.
ABSTRACT
This paper is concerned with recovery and comprehension of the linking between Max Weber's thought and the Organizational Theory. It outlines the causal connections of ideal types as research's instruments in social sciences. The theory considers the organizations as bureaucratic systems, which are the departure's point for sociologists and politic scientists on the Organizational Studies. It approaches the comprehensive sociology of the social action and show's the both sides of the bureaucracy with the positive and negative characteristics. So, it emphasizes also the ideological domination of the capitalism that has become very stronger in the training and development programs of the human resources.
Key words: Weber's thought; ideal types; bureaucracy; organizational theory; sense making.
INTRODUCAO
Este trabalho foi elaborado com o propósito de resgatar e compreender o elo de ligaçâo existente entre o pensamento webenano - construido à luz de debates travados naquela época entre os defensores da corrente positivista até entäo dominante e críticos da natureza das ciências do espirito, quanto ao papel dos valores e possibilidades de formulaçâo de leis - e a teoria das organizares ocidentais, fortemente influenciadas pela ética capitalista. O paradigma da açâo social pode ser estendido para todas as áreas das ciências humanas e, especificamente, para as ciências administrativas, considerando que a própria açâo humana decorre de dois fatores (variáveis): os valores e os fins (objetivos).
Na obra de Weber (1984) destacam-se duas matrizes de estudo, a neokatiana e a nietzschiana, onde a categoria da açâo, embora complexa, demanda análise mais cuidadosa dos aspectos relativos à vontade humana, desejos humanos, razâo (entendida como a eleiçâo de fins e meios) e, finalmente, as motivaçôes humanas (tidas como irracionais) aliadas às tradiçôes sociais.
Além de introduzir as idealidades, Weber (1979) utiliza a hermenéutica, embora nâo mencione o termo, substituindo-o pela sociologia compreensiva, por meio da qual busca a interpretaçâo do sentido da açâo social sintetizada no método de interpretaçâo, no qual estâo unidas a compreensâo e a explicaçâo dos fenô- menos sociais.
Ao identificar os tipos ideais, Weber (1979) dá a conhecer e a compreender os aparatos ideológicos que perpetuam e justificam a racionalidade no capita- lismo ocidental, retirando o véu que ocultava as relaçôes e comportamentos dos individuos no interior das organizaçôes (teoria da burocracia, formas de dominaçâo, formas do protestantismo etc). Nas conclusöes finais serâo abor- dados rapidamente alguns temas atuais discutidos com veeméncia no campo da administraçâo que, no nosso entendimento, podem ser interpretados pelo método hermenêutico, à semelhança dos estudos weberianos, objetivando com- preender o seu sentido e até, quem sabe, no campo das novas tecnologias gerenciais, sugerir a construçâo de tipos ideais que possibilitem a explicaçâo de novas formas de dominaçâo hoje tâo presentes nas organizaçôes ditas modernas, camufladas sob a égide de técnicas de gestâo e reforçadas pelo caráter ideológico da açâo de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos.
ASPECTOS GERAIS DA OBRA DE MAX WEBER
Max Weber, ao lado de Émile Durkheim e Karl Marx, constitui-se num dos grandes expoentes da sociologia moderna. Weber viveu na época dos grandes debates travados entre os defensores do positivismo, que dominavam os meios científicos, e os seus críticos. O cerne das discussöes estava na caracterizaçâo das ditas ciências da natureza e sua diferenciaçâo em relaçâo às chamadas ciências do espirito (históricas, sociais, culturais) ou humanas. Outro aspecto importante naqueles debates consistia na definiçâo do papel dos valores e na possibilidade da formulaçâo de leis que pudessem ser aplicadas nas ciências humanas.
Weber procurou construir um esquema interpretativo fundamentado na neutralidade axiológica, ou seja, buscou construir uma ciência social sem pressupostos. Preocupado com o problema da açâo, desenvolveu o conceito de açâo social significativa, tendo como ponto de partida o individuo. Assim, definiu a sociologia como a ciência da açâo social, estruturando os níveis da açâo em três tipos básicos: (1) açâo frente a uma situaçâo concreta; (2) açâo prescrita com base em regras determinadas; (3) açâo decorrente da compreensâo informal das regras. Para a análise dos valores, Weber &ndamentou-se em Rickert (1943), objetivando distinguir juízo de valor da relaçâo de valor, possibilitando-lhe demarcar os limites e a área de pesquisa nas ciências sociais. Weber acreditava que a explicaçâo causal pudesse chegar a conclusöes de validade universal. Por sua vez, Rickert (1943) nâo considerava o mundo dos valores como portador de caráter absoluto e objetivo, centrado na açâo humana que o realiza como resultante de sua práxis. Na captaçâo do sentido da açâo social, Rickert (1943) sustentava que cada indivíduo constrói sua personalidade, define e decide seu destino, ou seja. define uma causa ou ideal a que se dedica, à semelhança da criaçâo do valor preconizado por Weber no ato da escolha. Weber desenvolveu o conceito de açâo social significativa a partir do indivíduo, sendo este conceito estendido às instituées como Estado, empresa ou sociedade anónima, que se transformam em palcos onde a açâo é desenvolvida.
Ao abordar a açâo social, Weber (1979) utilizou construçôes de tipos ideais despidas de sentido histórico, porém solidamente concebidas no que se refere à elaboraçâo dos conceitos e fundamentadas no desencanto do mundo e na busca e produçâo de um sentido (sensemaking). Estes construtos, adequados à realidade, criam a possibilidade de aplicaçâo teórica e prática. Na sua obra Weber (1979) substituiu a razâo universal pela contingência histórica, na qual a história aparece com sentido variável em fonçâo do sujeito da açâo, cuja coerência estabelece que o mundo dos valores é infinito e cabe ao homem escolher seus valores. O grande destaque weberiano consistía na compreensäo da flutuaçâo do sentido que, adicionada à açâo, fundamentava a sociología compreensiva (método hermenêutico).
Ao estabelecer o método de interpretaçâo da realidade social, Weber uniu compreensäo e explicaçâo, emergindo daí a decifraçâo do sentido da açâo. Para o autor, o campo de estudo da sociologia deve ser definido segundo as formas sociais e nunca por meio de conteúdos, o que o leva a realçar os indivíduos, comportamentos e açôes, independentemente da necessidade de um conhecimento universal e de um sistema de valores. A ciência acompanhada do desencanto é, para ele, uma das manifestaçôes da vida. Ao estabelecer uma estrutura lógica de análise, ele classifica a racionalidade em formal e material. Para Weber o racional e o irracional sâo encarnaçôes da razäo racionalista, isto é, säo os lados da mesma moeda, os opostos complementares. Daí decorrer a possibilidade de mudar o racional, abstraindo-se da razäo. No caso da ciência, esta afirmaçâo fica clara, na medida em que a exclusäo dos juízos de valor de seu contexto só justifica a eficácia de seus meios e näo fundamenta, necessariamente, a legitimidade de seus fins. Segundo o autor se, por um lado, a ciência ensina ao homem formas de utilizaçâo racional dos meios e sua respectiva escolha para atingir os fins desejados. por outro lado, exclui qualquer juízo de valor com relaçâo à sua legitimidade e racionalidade.
Ao privilegiar o predomínio da razäo racionalista, Weber cristaliza a visäo existente na realidade, que é reforçada pela separaçâo entre ciência natural e cultural (compreensiva). É importante lembrar que, para Weber, a história näo representa o processo da razäo triunfante e sim a oposiçâo razäo-näo razäo, em freqüente tensäo, constataçâo esta inspirada nos estudos de Dilthey (1994), considerado um dos mais importantes representantes da facçâo contrária ao positivismo. Este autor contrapôs à razäo científica, defendida pelos positivistas, a razäo histórica, que pressupöe a recuperaçäo do sentido sempre atrelado temporariamente e ligado a uma visäo de mundo e a um ponto de vista. Entretanto, foram Karl Marx e Friedrich Nietzsche que chegaram a ser reconhecidos pelo próprio Weber como importantes pensadores de sua época, aqueles que influenciaram de forma relevante a obra daquele sociólogo.
No caso de Marx, a identify da influência deve-se ao compartilhamento do tema relativo ao capitalismo ocidental, que se tornou objeto de estudo por parte de ambos, dentro de uma perspectiva histórica, económica, sociológica e ideológica. Outro aspecto convergente entre os dois estudiosos consiste na proposta feita por Weber, quando pretendeu verificar a capacidade que teria o materialismo histórico de encontrar explicaçôes adequadas à história social e, em particular, no que se refere às relaçôes entre a infra-estrutura e a superestrutura.
Com efeito, Weber procurou compreender de que forma as idéias, bem como os fatores de ordem material, cobravam força na explicaçào sociológica, apesar de imputar críticas ao monismo causal considerado como uma das características marcantes do materialismo marxista, examinado nas suas causas mais vulgares. A herança da percepçào de Nietzshe também se faz presente na obra weberiana (1980), na medida em que ele concorda com a afirmaçào de que a vontade de poder, manifestada na luta entre valores e idéias antagônicas, constituía chave para a compreensào da realidade social, política e econômica. É importante lembrar que este fato refletia as preocupaçôes de historiadores, sociólogos e psicólogos alemàes contemporâneos de Weber, todos eles preocupados e interessados pelo conflituoso, presente de forma implícita no chamado pluralismo democrático. Foi, entretanto, o gênio original de Weber que avançou metodologicamente na questào da racionalidade. Ele interpretou o desenvolvimento histórico do ocidente como conseqüéncia da marcha evolutiva da racionalidade. Sempre afirmou seu racionalismo, nunca procurou uma terceira via para conciliaçào entre idealismo e materialismo. Conforme menciona Tragtenberg (1980), "em Weber reflete-se a crise ideológica da consciência social burguesa. É uma reaçào lúcida à quebra da razào, àqueles que preferem fazer o sacrificio do intelecto, para o qual as velhas igrejas estào misericordiosamente abertas"
A obra de Weber é caracterizada pela polêmica, se se considerar que a realidade social é contraditória. Assim, ao proceder-se uma reflexào intelectual sobre sua obra, com certeza estará também presente, nesta reflexào, a contradiçào. A contradiçào fundamental na obra de Weber está evidenciada nos seus postulados metodológicos derivados do neokantismo e sua sociologia das formas de dominaçào, na qual emerge a sombra de Marx.
Weber foi o criador da sociologia da religiào, vinculando a açào religiosa a diferentes estamentos e classes, terminando por considerar a religiào como elemento de legitimaçào do poder e de domesticaçào das massas. Metodologicamente, pode-se dizer que Weber se aproxima do idealismo filosófico. Por outro lado, quanto ao aspecto da análise ética das religiôes, poder-se-ia dizer que ele se aproxima do idealismo histórico. No plano político, considerando a sua busca por uma elite à altura da Alemanha da sua época, e levando em conta a sua vocaçào política, oriunda de uma burguesia sem capacidade de exercer o poder, pode-se dizer que ela acentua o idealismo político.
Na obra de Weber, o indivíduo constitui a unidade explicativa, tornando-se ponto de partida e de chegada. Os conceitos sociológicos sào elaborados (compostos) pouco a pouco e seus componentes sào retirados da realidade histórica; assim, o processo do conhecimento fundamenta-se no individuo.
O MÉTODO WEBERIANO DE ESTUDO DA AÇÃO SOCIAL
A Sociologia Compreensiva de Weber: o Estudo da Ação Social e do Sentido
Para Weber (1979) a sociologia é a ciência que pretende entender a açâo social, interpretando-a, e busca explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos. Segundo Colliot-Thélenè (1995) "a compreensâo da açâo social, longe de constituir um simples elo da exemplificaçâo causal, é o método especifico da sociologia, que dai extrai, por essa razâo, sua denominaçâo".
Conforme Weber (1979), a sociologia deve ser compreensiva, porque seu objeto de estudo é a açâo humana. A açâo humana, por sua vez, possui uma característica especial, que demanda procedimentos mais abrangentes se comparados àqueles comumente utilizados pelas ciências da natureza, isto é, a açâo humana é dotada de sentido e cabe ao cientista social metodizar a compreensâo por meio da elaboraçâo e do estabelecimento de conexôes causais (esquemas), que possibilitem a decifraçâo do sentido imaginado e subjetivo do sujeito da açâo.
Ele afirma que a açâo objetiva ao sentido e a hermenêutica passam a ser o método ideal na busca da resposta para a pergunta do sentido social da açâo. Portanto a explicaçâo sociológica busca compreender o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou mais individuos referida à do outro, nâo se propondo a julgar a validade de tais atos, nem a compreender o sujeito enquanto pessoa. A explicaçâo é definida como sendo a captaçâo e interpretaçâo da conexâo do sentido em que se inclui uma açâo (Quintaneiro et al., 1999). Uma primeira classificaçâo da açâo social estabelecida por Weber levou em consideraçâo a natureza da racionalidade segmentada em relaçâo aos fins e valores envolvidos no processo desta açâo. A açâo social de um individuo ou grupo será entendida como racional em relaçâo a fins se, para atingir um objetivo previamente definido, lançar-se mâo dos meios adequados e necessários. É o caso de uma conduta científica ou de uma açâo económica (modelos típicos de açâo que permitem uma interpretaçâo racional).
De um lado, Weber afirma que a conexâo entre fins e meios é tanto mais racional quanto mais se elimine a interferência perturbadora de erros e afetos que possam desviar seu curso. De outro lado, a açâo social (conduta) será racional em relaçâo a valores, quando o sujeito orienta-se por fins últimos, agindo em conformidade com seus próprios valores e convicçôes, mantendo sua fidelidade a estes valores que inspiram sua conduta ou, ainda, na medida em que acredita na legitimidade intrínseca de um comportamento válido por si mesmo. É o caso do cumprimento de um dever, de um imperativo ou exigência ditados por seu próprio senso de dignidade, por suas crenças religiosas, políticas, morais ou estéticas ou por valores nos quais acredita (justiça, honra, ética, fidelidade etc). Entretanto, cabe ressaltar que Weber deixava claro que o sentido da açào flutua demais, nào se fixa; daí a possibilidade de existir certa racionalidade tanto maior quanto mais absoluto for para o sujeito da açào o valor que a inspira. Assim, o sentido da açào nào se encontra no seu resultado e sim na própria conduta, como é o caso daqueles grupos que lutam em prol de valores considerados acima de qualquer outra coisa (movimentos ecológicos, paz mundial, exercício da liberdade etc).
A açào social pode ainda ser classificada tomando-se como referência a natureza da motivaçào. Nesta classificaçào temos as açôes do tipo afetivo (sem qualquer motivaçào racional) e do tipo tradicional (determinada por costumes arraigados). Diz-se, portanto, que uma açào é considerada estritamente tradicional, quando hábitos e costumes arraigados levam a que se aja em funçào deles (como sempre se fez), tratando-se de uma reaçào a estímulos habituais. A açào de tipo afetivo é inspirada em emoçôes e medidas, tais como orgulho, inveja, desespero, vingança etc., e nào leva em consideraçào os meios ou fins a atingir. Ao sociólogo compete a compreensào do sentido que um sujeito atribui à sua açào e seu significado social. Weber, entretanto, chama a atençào para o fato de que, muito raras vezes, a açào social está exclusivamente orientada por um outro dos tipos aqui classificados. Segundo ele, tais tipologias nào passam de meros modelos conceituais puros.
Os Tipos Ideais Weberianos e as Conexões Causais
Para Weber (1979) obtém-se um tipo ideal acentuando unilateralmente um ou vários pontos de vista e encadeando uma multidào de fenómenos isolados, difusos e discretos, que se encontram ora em grande número, ora em pequeno número, até o mínimo possível, que ordenam certos pontos de vista escolhidos unilateralmente para formar um quadro de pensamento homogéneo. Assim, visando a dar aos conceitos utilizados pelo método histórico rigor suficiente, Weber criou a noçào do tipo ideal, que designa o rol de conceitos que o especialista em ciências humanas constrói unicamente para fins de pesquisa.
O tipo ideal é outro momento de seleçào utilizado pelo historiador e pelo sociólogo, na medida em que abandonem o real a partir de certos pontos de vista, em funçâo da relaçào com os valores. Como nào é possível a explicaçào de uma realidade social particular, única, por meio da análise exaustiva das relaçôes causais que a constituem, uma vez que sào infinitas, escolhem-se algumas delas por meio da avaliaçào das influências ou efeitos que delas se costuma esperar. O cientista social atribui a alguns desses fragmentos um sentido, destacando aspectos julgados importantes, baseando- se em seus valores. A elaboraçâo de um instrumento que sirva de orientaçâo para o cientista social na sua busca pelas conexöes causais, representa um trabalho muito valioso do ponto de vista heurístico. Este modelo (construto) nada mais é do que o tipo ideal, cuj a finalidade é servir de baliza, de instrumento de colimaçâo para o cientista se guiar, ao se enveredar na infinitude do real.
Desta maneira, o verdadeiro papel do tipo ideal é constituir-se num fator de inteligibilidade nos níveis da pesquisa e da exposiçâo. Com relaçâo à pesquisa, a construçâo de um tipo ideal permite ao cientista a formaçâo de julgamentos de imputaçâo causal que, embora nâo considerando aspectos qualitativos, serve de guia para a elaboraçâo de hipóteses com base na imaginaçâo fundamentada na experiência e disciplinada por um método rigoroso. No tocante à exposiçâo, o tipo ideal nâo pretende, absolutamente, reproduzir a realidade, mas dotar a descriçâo de meios de expressâo unívocos e precisos.
De modo geral, os tipos ideais possuem três características básicas que definem suas possibilidades e limites: (1) racionalidade (ou estrutura lógica) - quando sâo avaliados os meios e as conseqûências previsíveis, examinadas as condiçôes que podem afetar o plano construído abstratamente sob a forma de tipo ideal da açâo futura; (2) unilateralidade - permite dar rigor ao tipo ideal, por ser a condiçâo ao mesmo tempo de amplificaçâo dos traços característicos e da elaboraçâo do quadro de pensamentos em conjunto coerente e nâo contraditório; (3) caráter utópico - o tipo ideal nâo é, e nem pretende ser, reflexo ou repetiçâo da realidade.
O principal exemplo da aplicaçâo do tipo ideal por Weber na sua obra é demonstrado na Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, onde ele parte de uma descriçâo provisória e vai definindo, gradualmente, ao longo da sua pesquisa, o que entende por espirito do capitalismo, para chegar ao conceito definitivo apenas no final do trabalho. Ele começa com uma inter-relaçâo e termina com uma causa açâo, afirmando que a ética protestante é o espírito do capitalismo.
A Sociologia da Religiâo: o Ascetismo Secular (A Ética Protestante e o Espirito do Capitalismo)
Uma das grandes preocupaçôes de Weber consistia na compreensâo das especificidades das sociedades ocidentais que levaram ao desenvolvimento do capitalismo. Ele afirmava que o capitalismo ocidental teria surgido por meio da racionalidade aplicada às empresas, à contabilidade, à técnica e ao direito, acrescida ainda da sua aplicaçâo à vida, ideologia, ética e economia. A presença acentuada de empresários e trabalhadores qualificados protestantes nos países mais industrializados, sugeriu a Weber a possivel existência de uma grande afinidade particular entre alguns valores identificados à época do surgimento do capitalismo moderno e a decantada ética calvinista. Assim, por meio de estudos e pesquisas nas obras de autores que representavam os valores aceitos e disseminados pelos calvinistas, ele se concentrou na identificaçâo da relaçâo existente entre uma ética religiosa, fundamentada na atividade incessante no mundo, e as condiçôes ideais para o estabelecimento do capitalismo.
Com o intuito de fundamentar as conexöes causais estabelecidas entre a mudança ocorrida na esfera religiosa e as transformaçôes eminentes na economia, Weber apoiou-se nas publicaçôes de Benjamim Franklin, no século XVIII. O trabalho passou a ser um valor em si mesmo, dignificador e enobrecedor do homem. Tanto o operário quanto o capitalista, detentor dos meios de produçâo, passaram a viver em funçâo de sua atividade (trabalho) ou negócio e só assim possuiam a chamada sensaçâo irracional da tarefa cumprida. O reino dos céus só seria atingido com o trabalho sem descanso pela vontade de Deus, glorificando-o por meio de suas atividades produtivas, que se tornaram um fim em si mesmas. Para Weber a adoçâo desta perspectiva ascética permitiu que os empresários pioneiros revertessem a sua imagem perante a sociedade e se tornassem heróis na nova ordem emergente. Ao avaliar uma entre as várias relaçôes possiveis do ascetismo secular com a cultura contemporánea, Weber deixou claro que em nenhum momento teve a pretensâo de contrapor-se ao materialismo histórico de Marx. O seu objetivo principal foi estabelecer e evidenciar as demais conexôes causais que contribuiram para o desenvolvimento do capitalismo ocidental, utilizando um construto mental (modelo abstrato) ou tipo ideal que chamou de espirito do capitalismo (compreensâo do sentido da açâo social).
As Relaçôes Sociais: as Formas de Dominaçâo
A questâo analisada por Weber quando constrói o tipo ideal relativo às formas de dominaçâo, abrange o problema da continuidade das relaçôes sociais, isto é. qual é a base de sustentaçâo e manutençâo da legitimidade destas relaçôes, considerando que o social se origina no individuo e é manifestado pela açâo individual. A resposta para esta questâo encontra-se na base da organizaçâo social, estritamente ligada ao poder e à dominaçâo, estudados por Weber em diferentes aspectos. Para ele, enquanto o conceito de poder é socialmente amorfo (nâo se limita a nenhuma circunstáncia social especifica), a dominaçâo está baseada numa probabilidade de obediência a um certo mandato. A dominaçâo pode ser identificada por dois tipos de representaçâo: (1) numa situaçâo de monopólio, mediante uma constelaçâo de interesses, como é o caso do mercado monopolista; (2) por meio da autoridade (poder de mando e dever de obediência), como é o caso do poder exercido pelo pai de família, pelo funcionário ou pelo príncipe.
Portante, a domn^äo pode justificar-se em diversos motivos de submissäo ou princípios de autoridade. Weber estudou as estruturas de domn^äo especialmente caracterizadas em duas formas básicas: a burocrática e a carismática. Quanto à domlnaçäo carismática, pode-se dizer que ela está centrada na crença da santidade, do heroísmo ou exemplaridade (arquétipo) de determinada personalidade e nas ordenaçôes ou regras por ela criadas ou reveladas por meio da devoçâo, como dizia Weber. A forma de domn^äo burocrática é caracterizada pela autoridade que encarna o direito, onde a luta pelo poder é a luta pela influência decisiva sobre as ordenaçôes jurídicas que säo instituídas.
O Tipo Ideal da Burocracia Weberiana: uma Iucursäo na Teoria das Organizaçôes
O traço marcante da obra de Weber com relaçäo ao estudo das sociedades ocidentais contemporáneas pressupôe que o mundo tenda inexoravelmente para a racional^äo em todas as esferas da vida social. A burocracia, portante, representa o meio por intermédio do qual esta tendência à racional^äo se mantém presente nas sociedades ocidentais. Weber afirma que em todas as instituiçôes sociais, tenham elas fins materiais ou ideais, a burocracia está presente e estas instituiçôes se organizam e atuam por intermédio de um instrumento cada vez mais universal e eficaz do exercício da domn^äo, que é a própria burocracia.
Como foi dito anteriormente, a sociologia weberiana distingue três tipos de domn^äo legítima na sociedade: a tradicional, a carismática e a racional ou legal. A domn^äo racional ou legal, para a qual tendem os dois outros tipos, dá- se quando o sistema de leis e normas aplicadas judicial ou administrativamente de acordo com determinados princípios, vale para todos os membros do grupo social. A organ^äo fondamentale em normas e a racional^äo tende a reduzir a importáncia relativa de outras influências (riqueza, costumes, parentesco e amigos) e a substitui por leis ou regulamentos de administro.
É importante ressaltar que a razäo fundamental para que Weber estudasse o tipo ideal da burocracia, foi a preo^äo com a sua expansäo no sistema social, representando, no seu entendimento, grande perigo para o homem. Weber entendia a burocracia como um tipo de poder, igualada à organ^äo, considerada como um sistema racional onde a divisäo do trabalho se processa racionalmente em furn?äo dos fins propostos, no qual predomina a açäo racional burocrática que demanda coerência da re^äo entre meios e fins (objetivos estabelecidos). Além disso, ele entendia que a burocracia implicava predomínio do formalismo, da existência de normas escritas, da estrutura hierárquica, da divisào horizontal e vertical do trabalho e, finalmente, da impessoalidade do recrutamento de pessoal.
O tipo do burocrata na análise weberiana pressupöe, por um lado, um indivíduo que age em cooperaçào com os outros, cujo oficio é separado de sua vida familiar e pessoal, regulamentado por mandatos, exigência de competência e conhecimento, bem como perícia. Por outro lado, a organizaçào burocrática é hierárquica, a admissào e ascensào profissional se dào por meio de critérios objetivos. Nela predomina a dominaçào racional-legal e sào eliminados todos os elementos irracionais, nào passíveis de cálculo. O estudo de Weber sobre o tipo ideal da burocracia evidencia que o seu desenvolvimento nào implica uma democratizaçào ativa, podendo colocar-se a serviço de diversos interesses de dominaçào, o que o leva a propor estudos particularizados para a busca do sentido da burocratizaçào, embora reconheça que o fenómeno burocrático e o cesarismo sejam, de certo modo, o destino inevitável de um povo governado num Estado de massas.
No campo da teoria das organizaçôes e, em particular, nas ciéncias da administraçào, os estudos de Weber sobre a burocracia representam um marco histórico, pois foi esse sociólogo o sistematizador do trabalho geral mais importante a respeito do tema, cuja repercussào provocou reflexöes e debates sobre as organizaçôes em geral, levantando questöes fundamentais sobre sua natureza, padröes de racionalidade, caráter instrumental da burocracia, o papel da especializaçào, separaçào do administrador dos meios administraçào, fidelidade impessoal ao cargo e até mesmo aspectos relativos à remuneraçào. Weber se tornou, na verdade, um dos principais responsáveis pelo salto qualitativo na evoluçào do conhecimento sobre a teoria da administraçào, na medida em que encaminhou suas idéias por meio do tipo ideal da burocracia, na direçào da sociología da organizaçào. O modelo weberiano de estudo da burocracia é considerado o ponto de partida para os sociólogos e cientistas políticos no estudo das organizaçöes. Weber é tido como o precursor do estruturalismo fenomenológico nas teoria das organ^öes. A partir da sua abordagem, foi possível fazer a síntese ou a fusào da organizaçào formal com a informal (tipo ideal das re^öes sociais), que representa a base fundamental do estruturalismo na administraçào.
CONCLUSÕES
O entendimento das re^öes sociais como um campo fértil de múltiplas facetas, sempre apresenta ao estudioso novas perspectivas de análise quanto à questào social. O estudo de sociedades cada vez mais complexas implica na adoçâo de lógicas e modelos sem, contudo, jamais abandonar o conceito de dominaçâo como parte integrante das relaçôes sociais. A variedade de possibilidades e temas abertos pela obra de Weber nos permite, sem exageros, considerá-lo um clássico no estudo da sociologia moderna.
Ao longo da história da teoria da administraçâo, vários têm sido os posicionamentos com relaçâo ao tipo ideal de burocracia. Entendida como sendo uma maneira consciente de organizar pessoas e atividades na busca de objetivos específicos, a burocracia enfatiza a organizaçâo racional e eficiente em fonçâo destes objetivos. Já há algum tempo, muitos críticos de Weber têm procurado atribuir à burocracia e ao modo burocrático (tipo ideal) a principal responsabilidade pelos problemas enfrentados pelas empresas privadas e principalmente pelas estatais, que sâo tidas como eminentemente burocráticas. A burocracia passou, assim, a ser considerada como a causa máter de todos os problemas que impedem o funcionamento adequado, eficiente e eficaz, das organizaçôes, tais como bloqueio e inibiçâo da criatividade dos empregados, atraso na tomada de decisöes importantes, aumento da papelada por meio da utilizaçâo de documentos desnecessários ou inúteis etc. O fato é que nâo faltam críticos ao modelo (tipo ideal) da burocracia criado por Weber. Entretanto, a maioria dos problemas que efetivamente ocorrem no processo administrativo das mais diversas organizaçôes nâo invalida, de forma alguma, a adoçâo do modelo weberiano, pois os erros nâo estâo no modelo, mas no modo ineficiente pelo qual ele foi introduzido ao longo do tempo nas organizaçôes. Toda organizaçâo deve estabelecer para si mesma objetivos e padröes de desempenho a alcançar e as normas, registros e controles têm como finalidade principal auxiliar no atingimento dessas metas.
Evidências têm mostrado que as tendências à informatizaçâo nas várias áreas das atividades humanas (comércio, indústria, sistema financeiro, Estado etc) podem ser analisadas com sucesso aplicando-se os conceitos weberianos de burocratizaçâo e racionalizaçâo. Nos últimos anos, a teoria da administraçâo tem incorporado novas propostas de açâo, mediante o surgimento de novas tecnologias gerenciais, cujas formas de viabilizaçâo passam por processo de qualidade total, reengenharia, organizaçâo de aprendizagem, downsizing, network e outros. Porém, na essência, a organizaçâo mantém e manifesta as formas de dominaçâo analisadas magistralmente por Weber, perpetuadas por meio da ideologia disseminada nos programas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos.
Se, por um lado, é possível estabelecer nexos causais entre as formas de dominaçâo atualmente manifestadas (ou camufladas) dentro e fora das organizaçôes, na tentativa de compreender (decifrar) o sentido da açâo administrativa (social) dos gerentes profissionais (tipos ideais), por outro lado, para a compreensâo deste sentido, podemos aplicar a metodologia weberiana, atentando para o fato de que o sujeito da açâo nâo é mais o capitalista proprietário (dono) e sim o gerente professional (tipo ideal de burocrata) contratado como seu preposto.
Aprofundando mais a questâo da relaçâo entre as formas de dominaçâo (pensamento weberiano) e as novas formas de organizaçâo e gestâo, pode-se fazer uma leitura critica das práticas sociais presentes nas organizaçôes, levando- se em consideraçâo três dimensöes fondamentais apontadas por Srour (1999): económica, politica e simbólica. Na dimensâo económica, os fenómenos organizacionais sâo abordados em seus aspectos racionais que, embora manifestem a intençâo de analisá-los de forma independente da vontade social, acabam por promover uma adaptaçâo do conjunto organizacional à vontade do capital, deixando intencionalmente de lado a relaçâo capital versus trabalho, ocultando o conflito e tornando-se veiculo de manutençâo da ideologia dominante.
A dimensâo económica de análise funciona como legitimadora da distribuiçâo de poder, manifestada por intermédio de novas tecnologias de gestâo anteriormente referidas. Como exemplo, pode-se citar a gestâo participativa, a co-gestâo e as equipes autónomas, utilizadas nas organizaçôes para, em última análise, legitimar as relaçôes de poder.
Quanto à dimensâo politica, observa-se uma disputa de interesses e pressôes com o propósito de satisfazer alguns interesses em detrimento de outros, o que faz com que algumas decisôes tomadas se tornem imperativas como ocorre, por exemplo, em organizaçôes que praticam a reengenharia ou o downsizing, onde os agentes organizacionais medem força na disputa de cargos e funçôes dentro da estrutura organizacional. Assim, proprietários e gestores formam, por um lado, a chamada coalizâo dominante e, por outro, os trabalhadores opôem resistências, reivindicando participaçâo nas decisôes e nos resultados, ao mesmo tempo em que clientes e fornecedores, investidores, autoridades, sindicatos, associaçôes e comunidades tendem a funcionar como sustentáculos neste jogo de poder.
Tal como ocorre nas dimensôes anteriores, a dimensâo simbólica também possui capacidade de intervir na realidade organizacional. Assim, esta dimensâo fondamentale num processo de induçâo, levando os atores organizacionais a fazer o que é julgado correto ou conveniente, sem o uso da força. Trata-se da influência baseada em algum conhecimento ou saber especial, visando a convencer os outros, persuadindo-os a alterar suas concepçôes e convicçôes. Esta dimensâo baseia-se ainda na capacidade de inculcar idéias, transmitir propósitos, inspirar valores, induzir opiniôes, aliciar etc. Pode-se citar como exemplo a tecnologia de gestâo, que utiliza alguns dos elementos da dimensâo simbólica nos processos de TQC (Total Quality Control), bem como as redes organizacionais, onde se destacam a persuasâo racional e o convencimento.
Como ficou evidenciado nas três dimensöes descritas, ainda prevalece no seio das organizaçôes a dicotomia entre valores e fins. Assim, as práticas atuais de gestâo empresarial têm como objetivo implícito a regulaçâo do conflito entre capital e trabalho, muitas vezes camuflado por intermédio de açôes desenvolvidas que reforçam a dominaçâo da ideologia organizacional sobre as pessoas. Portanto, os princípios do paradigma weberiano da açâo social, que visa à compreensâo do sentido dessa dominaçâo refletida nas práticas de gestâo empresarial, sugerem debates e conversaçôes no ámbito da teoria organizacional (Reed, 1998).
Enfim, o que se constata na realidade é a presença de um discurso novo legitimado por práticas de gestâo empresarial ditas modernas, mas que, em essência, demonstram a predomináncia dos velhos conceitos burocráticos, que se manifestam sob nova e pretensiosa forma de ideologia.
Ressalte-se, ainda, que nâo era preocupaçâo de Weber estabelecer uma definiçâo para as organizaçôes e tampouco padronizar procedimentos a serem seguidos por elas. O seu tipo ideal (burocracia) nâo tem a pretensâo de ser um modelo prescritivo. Trata-se de uma abstraçâo descritiva, um esquema que sintetiza os pontos comuns à maioria das organizaçôes formais modernas, em que ele procurou desenvolver a base, o alicerce formal-legal sobre o qual as organizaçôes se assentam.
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ANTONIO DEL MAESTRO FILHO
É Mestre e Doutorando em Administração na Universidade Federal de Minas Gerais. Professor Assistente do Departamento de Ciências Administrativas e Pesquisador do Núcleo de Estudos Avançados em Comportamento Organizacional do Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais, além de Consultor de Empresas. Suas áreas de interesse em pesquisa são qualidade de vida humana e qualidade de vida no trabalho, estresse organizacional, comportamento humano nas organizações, abordagem holística na administração, pedagogia do treinamento empresarial, comprometimento organizacional, habilidades e competências, cultura e clima organizacional. Endereço: Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - CEPEAD, Rua Curitiba, 832, sala 1101/ 1109, Centro, 30170-120, Belo Horizonte, MG, Brasil. E-mail: [email protected]
DEVANIR VIEIRA DIAS
É Mestre e Doutorando em Administração na Universidade Federal de Minas Gerais. Professor do Departamento de Ciências Administrativas e Pesquisador do Núcleo de Estudos Avançados em Comportamento Organizacional do Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais, além de Consultor nas áreas de Organização e Administração. Suas áreas de interesse em pesquisa são práticas de gestão de pessoas, comprometimento organizacional, estratégia de negócios, customer relationship management (CRM).
Endereço: Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - CEPEAD, Rua Curitiba, 832, sala 1103, Centro, 30170-120, Belo Horizonte, MG, Brasil. E-mail: [email protected]
LÚCIO FLÁVIO RENAULT DE MORAES
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Copyright Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração Apr-Jun 2003
Abstract
This paper is concerned with recovery and comprehension of the linking between Max Weber's thought and the Organizational Theory. It outlines the causal connections of ideal types as research's instruments in social sciences. The theory considers the organizations as bureaucratic systems, which are the departure's point for sociologists and politic scientists on the Organizational Studies. It approaches the comprehensive sociology of the social action and show's the both sides of the bureaucracy with the positive and negative characteristics. So, it emphasizes also the ideological domination of the capitalism that has become very stronger in the training and development programs of the human resources. [PUBLICATION ABSTRACT]
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